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A necessidade de atacar submarinos debaixo de água levou ao rápido desenvolvimento do contratorpedeiro durante a guerra, os quais foram, rapidamente, equipados com proas reforçadas para o albarroamento, [[carga de profundidade|cargas de profundidade]] e [[hidrofone]]s para identificarem alvos submarinos. O primeiro submarino vítima de um contratorpedeiro foi o alemão ''U-19'', albarroado pelo HMS ''Badger'' a [[29 de outubro]] de [[1914]]. Enquanto que o ''U-19'' só ficou danificado, no mês seguinte, o ''U-18'' foi afundado pelo contratorpedeiro HMS ''Garry''. O primeiro afundamento através de carga de profundidade ocorreu a [[4 de dezembro]] de [[1916]] quando o ''U-19'' foi vítima do contratorpedeiro HMS ''Lewelly''.
 
A ameaça submarina fez com que muitos contratorpedeiros tivessem que passar, grande parte do seu tempo, em patrulhas antisubmarinasanti-submarinas. A partir do momento em que a Alemanha adoptou a guerra submarina sem restrições, em janeiro de [[1917]], os contratorpedeiros foram chamados a escoltar comboios de navios mercantes. Os contratorpedeiros dos EUA estiveram entre as primeiras unidades militares norte-americanas a ser enviadas depois da sua entrada na guerra. Até uma força de contratorpedeiros japoneses foi enviada para dar apoio aos Aliados no patrulhamento do [[Mediterrâneo]]. O patrulhamento estava longe de ser seguro, sendo 67 contratorpedeiros britânicos perdidos na guerra.
 
No final da guerra os estado da arte, em termos de contratorpedeiros, eram representado pelos navios britânicos das classes V e W.
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A partir do momento em que os rearmamentos alemão e japonês se tornaram óbvios, as marinhas britânica e norte-americana focalizaram-se na construção de contratorpedeiros menores mas mais numerosos que os das outras nações. Os Britânicos construiram uma série de contratorpedeiros com cerca de 1400 t de deslocamento, com quatro peças de 127 mm e oito tubos lança-torpedos. Os contratorpedeiros norte-americanos da classe ''Benson'' de [[1938]] eram semelhantes em tamanho, mas levavam cinco peças de 127 mm e dez tubos lança-torpedos. Apercebendo-se da necessidade de armamento mais pesado, em termos de peças de artilharia, os Britânicos construiram os contratorpedeiros da classe Tribal, em [[1936]]. Estes navios deslocavam 1850 t e estavam armados com oito peças de 127 mm em quatro torres duplas e com quatro tubos lança-torpedos. Esta classe foi seguida pelas classes J e L, que dispunham de seis peças de 127 mm em torres duplas e oito tubos lança-torpedos.
 
Os contratorpedeiros britânicos começaram atmbém a ser equipados com os sensores antisubmarinosanti-submarinos, dos quais se destacava o inovador [[sonar]] ASDIC. As armas antisubmarinasanti-submarinas mantinham-se, quase, semelhantes às da Primeira Guerra Mundial.
 
Durante as décadas de 1920 e 1930, os contratorpedeiros foram enviados, frequentemente, para áreas onde existiam tensões diplomáticas ou desastres humanitários. Em missões desse tipo, contratorpedeiros de vários países foram enviados para a China, para a Espanha e para as várias possessões coloniais.
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Por altura da [[Segunda Guerra Mundial]] as ameaças tinham, novamente, evoluído. Os submarinos tornaram-se mais eficientes e as aeronaves tornaram-se em importantes plataformas de armas na guerra naval. Mais uma vez, as forças de contratorpedeiros foram apanhadas mal equipadas para lidar com estas novas ameaças.
 
Com o decorrer da guerra, os contratorpedeiros foram armados com novas armas antiaéreas, [[radar]]es e armas antisubmarinasanti-submarinas de lançamento para avante, além das, já existentes, peças ligeiras, cargas de profundidade e torpedos. Por esta altura, os contratorpedeiros tinham-se tornado em embarcações grandes e multifuncionais. Agora, eram, elas próprias, alvos valiosos, e já não embarcações descartáveis para a proteção de outras mais importantes. Além disso, os contratorpedeiros tornaram-se num dos tipos de navios mais afundados, apesar de serem produzidos em grandes quantidades.
 
Isto levou ao desenvolvimento de um tipo mais económico de [[navio de escolta]], especializado em luta antisubmarinaanti-submarina, que seria empregue na proteção de comboios mercantes e outros alvos menos importante, resguardando os contratorpedeiros para a defesa da esquadra e de alvos prioritários. Estes novos escoltas económicos foram chamados "[[corveta]]s" e "[[fragata]]s" pela ''Royal Navy'' e ''destroyer escorts'' (escoltas contratorpedeiros) pela Marinha dos EUA. Um programa semelhante, de escoltas económicos, foi desenvolvido pelo Japão, levando aos contratorpedeiros da classe ''Matsu''. Os novos escoltas tinham o deslocamento e outras caraterísticas dos contratorpedeiros originais, a partir dos quais os contratorpedeiros contemporâneos tinham evoluído.
 
==O contratorpedeiro no pós-guerra==
[[File:Destroyer Vozbuzhdenyy.jpg|thumb|right|350px|Contratorpedeiro soviético ''Vozbuzhdenyy'' da classe Kotlin - [[1953]].]]
Depois do final da Segunda Guerra Mundial, ainda na [[década de 1940]] e na [[década de 1950]], foram completadas algumas classes de contratorpedeiros convencionais, construídos com base na experiência ganha durante a guerra. Estes navios eram, significativamente, maiores que os contratorpedeiros do tempo da guerra e tinham as armas principais completamente automáticas, além de radar, sonar e armas antisubmarinasanti-submarinas, como o morteiro Squid. Exemplos destes contratorpedeiros foram as classes ''Daring'' britânica, ''Forrest Sherman'' norte-americana e Kotlin soviética.
 
Alguns contratorpedeiros antigos foram modernizados para a guerra antisubmarinaanti-submarina e no sentido da extenção do seu período devida útil, como meio de evitar a dispendiosa construção de navios novos. Dois exemplos destas modernizações foram o Programa de Reabilitação da Frota (FRAM) dos EUA e o programa britânico de conversão de antigos contratorpedeiros das classes R, T, U, V, W e Z nas fragatas antisubmarinasanti-submarinas do Tipo 15.
 
O advento do [[míssil terra-ar|superfície-ar]] e do [[míssil terra-terra|míssil superfície-superfície]], no início da [[década de 1960]] mudou, radicalmente, a guerra naval. Foram desenvolvidos os contratorpedeiros de mísseis guiados (DDG) para levarem estas armas e protegerem a esquadra de ameaças submarinas, aéreas e de superfície. Alguns exemplos foram os contratorpedeiros soviéticos da classe ''Kashin'', os britânicos da classe County e os norte-americanos da classe ''Charles F. Adams''.
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[[Ficheiro:JMSDF DDH 181 Hyuga.jpg|thumb|right|350px|Contratorpedeiro porta-helicópteros japonês ''Hyuga'' - [[2007]].]]
[[Ficheiro:HMS Dauntless Scotstoun.JPG|thumb|right|350px|Contratorpedeiro HMS ''Dauntless'' da classe ''Daring'' - [[2009]].]]
A [[Forças Armadas da Rússia#Organização da Marinha|marinha da Rússia]] opera, atualmente, a classe ''Sovremenny'' de grandes contratorpedeiros multifunções de mísseis guiados, projetados a partir da década de 1960 e lançados em [[1980]], porém apenas 9 estão operacionais, dentre eles, 5 estão operacionais na marinha russa e 4 na marinha Chinesa. Estes navios eram classificados, pelos Soviéticos, como BRK (''Bolshoy Raketny Korabl'' - grande navio de foguetes), sendo equivalentes aos contratorpedeiros DDG da NATO. Os ''Sovremenny'' são propulsados através de furnalhas que lhes permitem atingir velocidades superiores a 30 nós. O seu armamento consiste em oito obsoletos mísseis antinavio SS-N-22, lançadores para mísseis antiaéreos SA-N-7 e duas torres duplas com peças automáticas de 130 mm, com capacidade para disparar [[granadaGranada (arma)|granadas]]s guiadas a [[laser]]. Apesar de, também transportarem tubos lança-torpedos de 533 mm e lança-foguetes antisubmarinosanti-submarinos, a sua principal missão é o ataque a embarcações de superfície. Para o ataque a embarcações a curta distância os mísseis antiaéreos têm um modo especial antisuperfícieanti-superfície, além de poderem ser usadas as peças de 130 mm e os torpedos.
 
Na [[Marinha dos EUA]] os contratorpedeiros destinam-se a operar em apoio dos grupos de batalha de porta-aviões, grupos de ação de superfície, grupos anfíbios e grupos de reabastecimento. Atualmente os EUA operam contratorpedeiros AEGIS super modernos da classe [[Arleight Burke]], totalizando incríveis 54 [[contratorpedeiros]] em operação, possuindo a maior e mais moderna esquadra desse tipo. Os EUA classificaram os seus contratorpedeiros em dois tipos, sistema esse que foi também adoptado pela [[NATO]] e por outras marinhas. O primeiro tipo é o dos contratorpedeiros - com prefixo DD no seu [[número de amura]] - menos sofisticados, que se destinam a desempenhar, primariamente, funções de luta antisubmarinaanti-submarina. O segundo tipo é o dos contratorpedeiros de mísseis guiados - com o prefixo DDG -, mutifuncionais, com capacidades antiaéreas, antisubmarinasanti-submarinas e antisuperfícieanti-superfície. A recente introdução de [[míssil cruzeiro|mísseis de cruzeiro]] nos contratorpedeiros da marinha dos [[EUA]] permitiu uma ampla expansão do seu papel de ataque contra a costa. Como o peso economico da operação de navios de combate de superfície mais pesados retirou, a maioria deles, do serviço ativo, as suas funções têm vindo a ser assumidas pelo contratorpedeiro levando ao crescimento do seu deslocamento. Um super moderno contratorpedeiro da classe Arleight Burke tem o mesmo deslocamento que uma cruzadore ligeiro da Segunda Guerra Mundial.
 
A [[Força Marítima de Autodefesa do Japão]] tem ao seu serviço uma força de 18 contratorpedeiros modernos, de vários tipos e classes. Os contratorpedeiros japoneses seguem um sistema de classificação semelhante ao que estava em vigor nos EUA antes de [[1975]]. Existem contratorpedeiros dos tipos: DDH - porta-helicópteros, que servem de [[navio almirane|navios-chefe]] das flotilhas de escoltas - DD - antisubmarinosanti-submarinos -, DDG - antiaéreos de mísseis guiados - e DDE - escoltas contratorpedeiros, usados para patrulhamento regional e escolta da navegação mercante. São operadas as classes ''Hyuga'', ''Shirane'' e ''Haruna'' de DDG, as classes ''Takanami'', ''Murasame'', ''Asagiri'' e ''Hatsuyuki'' de DD, as classes ''Atago'', ''Kongo'', ''Hatazake'' e ''Tachikaze'' de DDG e as classes ''Abukuma'' e ''Yubari'' de DDE. Os DDH da classe ''Hyuga'', lançados em [[2007]], são na verdade [[porta-aviões]] ligeiros de convés corrido, classificados de contratorpedeiros apenas para ultrapassar as restrições constitucionais que impedem o Japão de ter aquele tipo de navios. Com 18 000 t de deslocamento, o ''Hyuga'' deverá ser o maior navio de sempre, classificado como contratorpedeiro.
 
Atualmente, a ''Royal Navy'' opera sete contratorpedeiros do Tipo 42. Com a desativação das unidades maiores, sobretudo a partir da [[década de 1970]], os contratorpedeiros e as fragatas tornaram-se, nos elementos principais da frota britânica. Os contratorpedeiros são optimizados para a defesa aérea e as fragatas para o combate de superfície e a luta antisubmarinaanti-submarina. Os contratorpedeiros britânicos têm um deslocamento médio de cerca de 5000 t, sendo armados com uma mistura de peças, de mísseis e de tubos lança-torpedos antisubmarinosanti-submarinos. As peças usadas são as de 114 mm e as automáticas de curto alcance Vulcan Phalanx de 20 mm. Os mísseis são os Sea Dart. Todos os contratorpedeiros britânicos deverão ser substituídos pela nova classe ''Daring'', cujos navios têm um deslocamento aproximado de 7200 t.
 
A [[Comando das Forças Marítimas Canadenses|Marinha Canadiana]] opera, ainda, a classe ''Iroquois'' de contratorpedeiros antiaéreos de mísseis guiados porta-[[helicóptero]]s. Lançados na [[década de 1970]], os ''Iroquois'' foram os primeiros navios militares canadianos propulsados, inteiramente, a turbinas a gás. Os contratorpedeiros canadianos usam o sistema COGOG em que duas turbinas são usadas em velocidades de cruzeiro e, outras, duas - turbinas de impulso - para velocidades de até 29 nós. Este sistema já tinha sido usado pelos contratorpedeiros soviéticos da classe ''Kashin'' da década de 1960 e foi instalado, posteriormente, nos contratorpedeiros norte-americanos da classe ''Spruance''.
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Também a [[Exército de Salvação Popular#Marinha|marinha do Exército Popular de Libertação]] chinês incorporou alguns contratorpedeiros, que se vieram somar aos ''Sovremenny'' russos, que já estavam ao seu serviço. Três novas classes e mais modernas chinesas foram lançadas, desde [[2003]], conhecidas por ''Luyang'', ''Luyang'' II e ''Luzhou''. As últimas duas estão armadas, respetivamente, com os mísseis chineses de defesa aérea de longo alcance HQ-9 e com os russos S-300.
 
A França opera os contratorpedeiros antiaéreos das classes Horizon e ''Cassard'' e os antisubmarinosanti-submarinos das classes ''Tourville'' e ''George Leygues''. A ''Marine nationale'' deixou de usar o termo "contratorpedeiro" a seguir à Segunda Guerra Mundial, classificando os navios desse tipo como "[[navio de escolta#Classificação dos escolta|escoltadores de esquadra]]", ainda que usando o prefixo D de "''destroyer''" nos seus números de amura. Esta classificação foi, por sua vez, abandonada na [[década de 1990]], passando os navios deste tipo a serem classificados como "fragatas", mas mantendo o prefixo D. Os navios de escolta menores - anteriormente classificados como "[[aviso]]s-escoltadores" ou "escoltadores rápidos" - também são classificados como "fragatas" mas usam o prefixo F nos seus números de amura. Os contratorpedeiros franceses são navios com deslocamentos entre as 4000 t e as 7000 t. Os navios antiaéreos da nova classe Horizon, projetada em conjunto com a Itália e Reino Unido, lançada em [[2005]], com um deslocamento de 6630 t, estão armados com mísseis superfície-ar ASTER, mísseis superfície-superfície Exocet, duas peças de 76 mm, duas peças antiaéres de curto alcance de 20 mm e tubos lança-torpedos.
 
Algumas outras marinhas do mundo continuam a operar contratorpedeiros modernos. Destacam-se a da Itália com as suas classes ''Luigi Durand de la Penne'' e ''Orizzonte'' (versão italiana da ''Horizon''), a da [[Índia]] com a sua classe ''Delhi'' e a da [[Argentina]] com a sua classe ''Almirante Brown''.
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[[Image:USS Zumwalt (DDG-1000).jpg|thumb|right|350px|Desenho conceptual do futuro contratorpedeiro USS ''Zumwalt''.]]
 
Os EUA planeiam substituir os seus contratorpedeiros da classe ''Spruance'' - último dos quais foi abatido ao serviço em [[2001]] - pela futura classe ''Zumwalt''. A [[1 de novembro]] de [[2001]] a Marinha dos EUA anunciou a emissão de uma proposta de revisão para o seu Programa do Futuro Combatente de Superfície. Anteriormente conhecido como DD 21, o programa passou a designar-se DD (X) para refletir, mais precisamente, o objetivo do programa, que é o de produzir uma família de navios de combate de superfície de tecnologia avançada e não apenas uma única classe de navios. Os navios da classe DD (X) ou ''Zumwalt'' estão planeados para serem muito maiores que os tradicionais contratorpedeiros, sendo quase 3000 t mais pesados que os atuais cruzadores de 12 500 t da [[classe Ticonderoga]] e, assim, com maior deslocamento que a maioria dos [[cruzador#cruzador pesado|cruzadores pesados]] da Segunda Guerra Mundial. O projeto irá, potencialmente, empregar armamento super avançado e um sistema integrado de propulsão totalmente elétrico. O programa de construção foi, contudo, reduzido temporariamente, subsequentemente, para duas embarcações. Com a retirada dos ''Spruance'' a Marinha dos EUA começou a introduzir uma variante super avançada dos ''Arleight Burke'' com capacidades antisubmarinasanti-submarinas adicionais.
 
==Referências==