Camargo Guarnieri: diferenças entre revisões
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Em 1931 Camargo Guarnieri teve a estréia de sua primeira composição sinfônica, ''Curuçá'', regida por Villa-Lobos em concerto da Sociedade Sinfônica de São Paulo. Entretanto, a peça jamais foi executada novamente, nem teve sua partitura publicada. Outras experiências de composição sinfônica foram tentadas por Camargo Guarnieri, incluindo transcrições de sua música composta para piano (das quais a ''Dança Brasileira'' se tornaria a mais célebre, chegando a ser gravada a versão orquestral por [[Leonard Bernstein]] com a Filarmônica de Nova York na década de 1960) e a composição do ''Concerto n° 1'' para piano e orquestra. Esta obra foi estreada em 1935 tendo o compositor como regente e o solo executado por [[Souza Lima]].
=== Profissionalização
Em 1935 a prefeitura de São Paulo criou o [[Departamento de Cultura de São Paulo|Departamento de Cultura]], cujo primeiro diretor, Mário de Andrade, convidou Guarnieri como regente do [[Coral Paulistano]]. Este deveria ser um conjunto de câmera, pois o município também iria manter o Coral Lírico para dedicar-se ao repertório operístico. O Coral Paulistano tinha também como objetivo fomentar o canto em língua nacional, e Camargo Guarnieri compôs para ele diversas obras corais. Foi também no Departamento de Cultura que Guarnieri passou a reger a [[Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo]], e o trabalho nesta instituição pública foi sua principal atividade profissional ao longo de toda a década de 1940.
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Durante a temporada nos EUA, Guarnieri comenta em carta a Mário de Andrade que já estava trabalhando em sua ''Sinfonia n° 1'', obra que veio a concluir apenas em 1945. Quando da conclusão desta peça, Guarnieri articulou uma turnê para estreá-la. Realizou concertos regendo sua obra em São Paulo, no Rio de Janeiro e, com a colaboração de Curt Lange, organizou também uma turnê de concertos em Montevidéu, Buenos Aires e Santiago. A capacidade de compor uma obra sinfônica de fôlego e, mais do que isso, estreá-la quase que simultaneamente em cinco importantes capitais sulamericanas serviu como testemunho da consagração definitiva de Camargo Guarnieri, e de seu estabelecimento como compositor amplamente reconhecido.
Em 1950, Camargo Guarnieri envolveu-se em uma ampla polêmica na imprensa, após publicar a [[Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil]], na qual condena a técnica dodecafônica de composição. A carta faz referências veladas a [[Hans-Joachim Koellreutter]], líder do grupo [[Música Viva]]. Por causa das posturas assumidas na carta, e do linguajar virulento utilizado, Camargo Guarnieri acabou sendo visto como um reacionário, posição que certamente não reflete o seu papel na música brasileira.
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