John Donne: diferenças entre revisões
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{{Info
|nome = John Donne
|imagem = JohnDonne.jpg
|imagem_tamanho = 150px
|legenda = Retrato do [[
|nome_completo = John Donne
|data_nascimento = 1572
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}}
'''John Donne''' ([[1572]] – [[31 de março]] de [[1631]]) foi um poeta [[
Apesar de sua boa educação e seu talento para a poesia, viveu na [[
== Infância ==
[[Imagem:John Donne BBC News.jpg|left|thumb|300px|Retrato de Donne em sua juventude ([[1595]]). Artista desconhecido. Parte da coleção da [[National Portrait Gallery]], Londres.<ref>[http://www.npg.org.uk/live/search/portrait.asp?locid=7&rNo=0 The painting] on the NPG's website.</ref>]]
John Donne nasceu em Londres, Inglaterra, por volta do final do ano de [[1571]] ou entre janeiro e [[19 de junho]] de 1572;<ref>Wilson, p. 277.</ref> o terceiro de uma família de seis filhos. Seu pai, de ascendência [[País de Gales|galesa]] e também chamado John Donne, era administrador da [[Ironmongers Company]] na cidade de Londres e um respeitável [[
[[Image:John Donne house Pyrford.jpg|right|thumb|300px|Parte da casa onde John Donne viveu em [[Pyrford]].]]
Donne foi um estudante na [[Hart Hall]], agora conhecida como [[Hertford College, Oxford]], a partir dos 11 anos. Três anos depois, foi admitido na [[Universidade de Cambridge]], onde estudou por mais três anos. Ele foi incapaz de obter o diploma em ambas as universidades, porque recusou-se a a fazer o [[Juramento de Supremacia]] exigido dos formandos.<ref name="Annii"/> Em 1591, Donne foi aceito como estudante na escola legal de [[Thavies Inn]], uma das [[Inns of Court]] em Londres. Em 1592, foi admitido na [[Lincoln’s Inn]], mais uma das [[Inns of Court]].<ref name="Annii"/> Seu irmão Henry era, também, um aluno antes de sua prisão em 1653 por abrigar um padre católico. Henry Donne morreu na prisão de [[Grande Praga de Londres|peste bubônica]], fazendo com que John Donne começasse a questionar sua fé no [[
Durante e depois de seus estudos, Donne gastou uma boa parte de sua considerável herança com mulheres, literatura, hobbies e viagens.<ref name="
{{cquote|... ele não retornou à Inglaterra antes de ficar por alguns anos na Itália e, depois, na Espanha, observando bastante esses países, suas leis e forma de governo, conseguindo aprender perfeitamente seus respectivos idiomas.}}
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Após sua soltura, Donne teve de aceitar uma vida calma e interiorana em [[Pyrford]], [[Surrey]].<ref name="Annii"/> Nos anos seguintes, viveu com dificuldades exercendo o ofício de advogado, dependendo do primo de sua esposa, Sir Francis Wolly, que albergava a ele, sua esposa e filhos. Como Anne Donne tinha um filho praticamente a cada ano, foi um gesto generoso da parte de seu primo.
Embora exercesse a advocacia e trabalhasse como panfletário assistente do bispo [[Thomas Morton]], estava em um estado de constante insegurança financeira, tendo que cuidar de uma família sempre em crescimento.<ref name="Annii"/> Antes de sua morte, Anne deu-lhe onze filhos (incluindo-se os que nasceram mortos). Os nove que viveram receberam os seguintes nomes: Constance, John, George, Francis, Lucy (em homenagem a protetora de Donne, Lucy, [[Condessa de Bedford]], sua madrinha), Bridget, Mary, Nicholas e Margaret. Francis e Mary morreram antes de completarem dez anos de idade. Em desespero, John percebeu que a morte de uma criança significaria uma boca a menos para alimentar, mas não tinha como pagar as custas do enterro. Durante esse período, Donne escreveu, mas não publicou, ''[[Biathanatos]],'' sua ousada defesa do [[
=== Primeiras poesias ===
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Os primeiros poemas de Donne mostravam um brilhante conhecimento da sociedade inglesa, em conjunto com uma crítica sutil de seus problemas. Suas sátiras baseavam-se em tópicos [[Período Elisabetano|elisabetanos]], tais como corrupção no sistema legal, poetas medíocres, e pomposos homens da corte, sobressaindo devido a sua sofisticação intelectual e extraordinária figura de retórica. Suas imagens de doença, vômito, estrume e [[Peste negra|peste]] o ajudaram na criação de um forte mundo satírico, povoado por todos os idiotas e velhacos da Inglaterra. Sua terceira sátira, entretanto, fala sobre a problemática da verdadeira religião, um assunto de grande importância para Donne. Ele argumenta que seria melhor examinar cuidadosamente a convicção religiosa de alguém, do que seguir cegamente qualquer tradição estabelecida, pois ninguém seria salvo no [[Juízo Final]] apenas por dizer que "um tal Harry ou Martin me ensinou isso".<ref name="Nort">Greenblatt, Stephen. ''The Norton anthology of English literature'' Eighth edition. W. W. Norton and Company, 2006. ISBN 0393928284. page 600.</ref>
O início da carreira de Donne também foi notável no que se refere a sua poesia erótica, especialmente suas elegias, nas quais empregou metáforas não convencionais, tal como "uma pulga mordendo dois amantes" relacionando com "sexo".<ref name="Durant"/> Em sua Elegia XIX, ''To His Mistress Going to Bed'', ele praticamente despe sua amante e comparou as carícias à exploração da [[América]]. Na Elegia XVIII, ele compara a lacuna entre os seios de sua amante com o [[Dardanelos|Helesponto]].<ref name="Durant">Will and Ariel Durant. The Age of Reason Begins</ref> Donne não publicou esses poemas, embora permitisse que os mesmos circulassem largamente na forma de manuscrito.<ref name="Durant"
Como a poesia amorosa estava na moda àquela época, há diferentes opiniões sobre se os poemas de amor que Donne escreveu eram endereçados a sua esposa Anne, mas é provável que sim. Ela passou a maior parte de seu casamento ou grávida ou cuidando das crianças, o que se supõe tivessem uma grande atração física. Em 15 de agosto de 1617, sua esposa morre cinco dias depois de dar à luz um bebê morto em seu ventre; seu décimo segundo filho em um casamento de dezesseis anos. Donne sofreu muito com sua morte e escreveu a obra ''Holy Sonnets''.<ref name="Annii"/> Ele nunca se casou novamente, o que era bastante incomum para a época, especialmente porque tinha uma grande família para cuidar.
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== Carreira e 3ª idade ==
Done foi eleito como membro do [[
[[Image:Donne-shroud.png|thumb|200px|Meses antes de sua morte, Donne pediu que o retratassem como pareceria quando saísse de sua sepultura na época do [[Apocalipse]].<ref>Lapham, Lewis. ''The End of the World.'' Thomas Dunne Books: New York, 1997. page 98.</ref> Ele pendurou o retrato em uma das paredes de sua casa como um lembrete da transição da vida.]]
Donne tournou-se [[Capelania militar|capelão]] no final de 1615, professor de [[
=== Poesia posterior ===
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{{quote2|A morte de cada homem diminui-me, porque sou parte da humanidade. Portanto, nunca procure saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.|John Donne <ref>Change: The Human Dis-ease, by Angelique Silberman, 2007, Authorhouse, ISBN 1434343952, pg 159</ref>}}
Suas doenças, problemas financeiros e as mortes de seus amigos contribuíram para o desenvolvimento de um tom mais sombrio e piedoso em seus poemas.<ref name="Durant"
O poema ''A Nocturnal upon S. Lucy's Day'', sendo o dia mais curto, fala sobre a preocupação e desespero do poeta com a morte de um ente querido. Nele, Donne expressa um sentimento de total negação e desesperança, dizendo que "Eu sou cada coisa morta... recriado / De ausência, escuridão, morte". Esse trabalho famoso foi escrito provavelmente em 1627, quando tanto Lucy, Condessa de Bedford, e sua filha Lucy Donne, morreram. É interessante notar que, três anos depois, Donne escreveu seu testamento no dia de [[Santa Lúcia]], [[13 de dezembro]], data que o poema descreve como "Meia-noite profunda tanto do dia quanto do ano".
A crescente melancolia no tom de Donne também pode ser observado nos trabalhos religiosos que começou a escrever durante a mesma época. Anteriormente, possuía uma crença no ceticismo muito grande e, aos poucos, foi dando lugar a uma fé forte nos ensinamentos tradicionais da [[
Já perto do fim de sua vida, Donne produziu trabalhos que desafiaram a morte e o medo que ela inspirava em muitos homens, baseados em sua crença de que aqueles que morrem são enviados ao [[
== Legado ==
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John Donne ficou famoso por sua poesia metafísica no século XVII. Seu trabalho sugere um grande apetite pela vida e seus prazeres, porém expressava uma profunda emoção. Ele conseguia isso com a utilização de conceitos, sagacidade e intelecto — como se nota nos poemas ''The Sunne Rising'' e ''Batter My Heart''.
Donne é considerado um mestre do conceito [[Metafísica|metafísico]], uma metáfora abrangente que combina duas idéias imensas em apenas uma, freqüentemente utilizando imagens.<ref name="Nort">Greenblatt, Stephen. ''The Norton anthology of English literature'' Eighth edition. W. W. Norton and Company, 2006. ISBN 0393928284. pp. 600–602</ref> Um exemplo disso é a sua equação de amantes com santos em ''The Canonization''. Diferentemente dos conceitos encontrados em outra poesia elizabetana, mais notoriamente conceitos [[Petrarca|petrarquianos]], os quais formavam comparações ''cliché'' entre objetos mais intimamente relacionados (tais como uma rosa e amor), os conceitos metafísicos avança mais profundamente no que diz respeito à comparação de dois objetos completamente deferentes, embora, às vezes, pelos paradoxos radicais e antíteses de [[Shakespeare]]. Um dos mais famosos conceitos de Donne está em ''A Valediction: Forbidding Mourning'', no qual compara dois amantes separados pelas hastes de um [[
A obra de Donne é também engenhosa, empregando [[
A poesia de John Donne representou uma mudança das formas clássicas para uma poesia mais pessoal.<ref>[http://www.island-of-freedom.com/DONNE.HTM John Donne]. Island of Freedom. Accessed 2007-[[February 19|2-19]].</ref> Donne é célebre por sua [[métrica]], a qual foi estruturada com ritmos alternantes e recortados e que se parece bastante com a linguagem coloquial (foi por isso que [[Ben Jonson]], de uma escola mais clássica, disse que Donne deveria ser enforcado por não manter o ritmo).<ref name="Nort">
Sua obra foi muito criticada com o passar dos anos, com muitas respostas críticas sobre sua forma metafísica.<ref name="Nort"/> Os seguidores de Donne na poesia tenderam a considerar sua obra com ambivalência, enquanto os [[Neoclassicismo|poetas neoclássicos]] consideraram seus conceitos como abuso da metáfora. Ele foi redescoberto pelos [[Romantismo|poetas românticos]] como [[Samuel Taylor Coleridge]] e [[Robert Browning]], embora seu renascimento no início do século XX por poetas como [[T. S. Eliot]] tendem a vê-lo como um anti-romântico.<ref>''The Best Poems of the English Language''. Harold Bloom. HarperCollins Publishers, New York: 2004. pp. 138–139.</ref>
== Obra ==
=== Poesia ===
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*James Winny, ''A Preface to Donne'' (New York, 1981)
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== Bibliografia ==
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Nao todos os sítios com informações a respeito de John Donne estão em língua inglesa.
* [http://www.crossref-it.info/authors/Donne,-John/1 John Donne at Crossref-it.info]
* [http://www.luminarium.org/sevenlit/donne/ John Donne at Luminarium.org]
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{{Biografias}}
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[[Categoria:Poetas da Inglaterra]]
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