Paulo I de Alexandria: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
+conteúdo da wiki-fr
Linha 1:
'''Paulo I de Alexandria''' foi um [[Patriarca Grego Ortodoxo de Alexandria]] entre 536 e 540 d.C. Ele foi o primeiro calcedoniano a ocupar o trono desde 482 d.C.<ref name=MASPERO>{{citar livro| nome = Jean|sobrenome= Maspero| subtítulo = Histoire des patriarches d'Alexandrie depuis la mort de l'empereur Anastase jusqu'à la réconciliation des Églises jacobites (518-616)| título = Bibliothèque de l'École des Hautes Études, Sciences historiques et philologiques| editora = É. Champion| local = Paris| ano = 1923| língua = francês}}</ref>.
'''Paulo I de Alexandria''' foi um [[Patriarca Grego Ortodoxo de Alexandria]] entre 536 e 540 d.C.
 
== História ==
Ele foi eleito Patriarca em 536 quando a [[Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria]], que vinha anteriormente aceitando diversos Patriarcas [[miafisitas]], inclusive o último e mais recente, [[Teodósio I de Alexandria|Teodósio]], deixou de fazê-lo e elegeu Paulo, um [[calcedonianos|calcedoniano]] em seu lugar. Ele foi o primeiro calcedoniano a ocupar o trono desde 482 d.C.
Em 536 d.C., o patriarca anterior, [[Teodósio de Alexandria|Teodósio]], um discípulo de [[Severo de Antioquia]] e um [[miafisita]], havia sido convocado a [[Constantinopla]] pelo [[imperador bizantino]] [[Justiniano I]] e condenado por [[heresia]], ficando impossibilitado de retornar para [[Alexandria]]<ref name=MASPERO/>.
 
Para substituí-lo, o imperador indicou Paulo, um antigo miafisita convertido à fé calcedoniana, que foi consagrado por [[Menas de Constantinopla|Menas]], o [[patriarca de Constantinopla]] e representantes das demais [[sé episcopal|sés]] da [[pentarquia]]. Ele chegou a Alexandria cercado por soldados e foi recebido com insultos e manifestações de repúdio, pois a cidade ainda era fortemente miafisita e aclamava Teodósio como verdadeiro [[bispo]]. Mas Paulo, um homem de temperamente violento, reagiu e começou a fechar sistematicamente todas as igrejas não calcedonianas da cidade, além de expulsar os principais líderes miafisitas da cidade. Esta reação violenta forçou os miafisitas a se esconderem e criarem igrejas clandestinas em porões e edifícios abandonados, cimentando assim a separação entre as duas igrejas<ref name=MASPERO/>.
Sua eleição marcou o cisma total entre a [[Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria]] e a [[Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria]], que perdura até hoje, motivada pela controvérsia em torno da [[controvérsia monofisita]].
 
Mesmo no interior, Paulo organizou expedições missionárias violentas, torturando agricultores e fechando [[mosteiro]]s recalcitrantes. Contudo, o próprio Paulo cairia por conta do clima de violência e conspiração que havia ajudado a criar. Decidido a se livrar de Elias, o ''[[dux]]'' do [[Egito (província romana)|Egito]], que ele suspeitava ser um miafisita, o patriarca foi exposto por uma carta escrita em [[língua copta|copta]] enviada para ele por um de seus [[diácono]]s, um tal Psoïs. Furioso, Paulo fez com que Rhodon, o [[prefeito romano|prefeito]] da cidade o prendesse. Infelizmente, Psoïs foi tortudo e morto na prisão, algo que Paulo supostamente não desejava e negou ter ordenado, contrariando Rhodon, que o acusou de assassinato. O filho de Psoïs então foi a Constantinopla para apelar por justiça diretamente ao imperador e Paulo, temeroso, tentou encobrir sua participação com subornos, algo que geralmente funcionava. Porém, é provável que a imperatriz [[Teodora (esposa de Justiniano)|Teodora]], defensora dos [[monofisitas]], tenha se aproveitado da situação para se livrar de Paulo. Rhodon foi [[decapitação|decapitado]] e Paulo foi exilado para [[Gaza]]<ref name=MASPERO/>.
 
== {{Ver também}} ==