Álvaro Guerra: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
'''Álvaro Guerra''' ([[Vila Franca de Xira]], 19/10/1936 - [[Vila Franca de Xira]], 18/04/2002) foi político, diplomata, jornalista e um importante escritor português do [[século XX]].
==Biografia==
Álvaro Guerra combateu na [[Guerra do Ultramar]], mais propriamente na [[Guiné-Bissau]], entre [[1961]] e [[1963]]. Desde cedo se manifestou contra o [[salazarismo]] e contra a guerra colonial (gabava-se de ter sido dos primeiros autores a escrever sobre esta guerra). Após um ferimento, regressou a Portugal tendo logo em 1964 rumado a França, para estudar publicidade na École des Hautes Études da [[Sorbonne]], onde permaneceu até 1969, evitando as perseguições da [[PIDE]]. Regressado ao seu país ligou-se ao jornalismo tendo colaborado no "[[República]]" e participado na fundação de "[[A luta]]", sempre numa prespectiva oposicionista. Esta sua actividade jornalistica levá-lo-ia, após o [[25 de Abril]], à Direcção de Informação da [[RTP]]. Foi conselheiro do Presidente da República [[Ramalho Eanes]] no 1º mandato deste, tendo depois abraçado a carreira diplomática, que o levaria, como embaixador, à antiga [[Jugoslávia]], [[Índia]], [[Zaire]], [[Estrasburgo]] e [[Suécia]]. Viria a falecer a [[18 de Abril]] de 2002, vítima de complicações cardíacas. Ao longo da sua vida permaneceu sempre muito ligado à sua terra natal e ao que mais a caracteriza: a [[tauromaquia]]. A este propósito afirmou no Congresso Mundial de Cidades Taurinas, realizado em Vila Franca em [[2001]], que "A escrita é um desafio, tal como a [[tourada]]. Gostaria de fazer da minha vida uma tauromaquia".
==Vida Literária==
O seu primeiro romance ''Os mastins'', teve a honra de ser prefaciado pelo seu conterrâneo [[Alves Redol]]. Nesta obra, e como se iria revelar ao longo da sua carreira, nota-se uma abordagem política e uma crença na contínua influência do passado sobre o presente e o devir histórico. Na verdade, Álvaro Guerra destacou-se no romance histórico, nomeadamente naquele que aborda as grandes temáticas portuguesas do [[século XX]] ( como aquelas que são, porventura, as suas obras mais conhecidas ''Café Central'', ''Café República'' e ''Café 25 de Abril'') ou ibéricas, como no caso de ''O jardim das paixões extintas'', obra maior sobre a Guerra Civil de Espanha. Noutra das suas obras, ''A Guerra Civil'', aborda as lutas entre liberais e absolutistas no [[século XIX]]. Noutro registo foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica da APE, com o seu livro ''Crónicas Jugoslavas'', marcado pela sua experiência diplomática.