Narciso Doval: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 43:
Foi no minitorneio que o jovem ataque do San Lorenzo, formado por Doval juntamente com [[Fernando Areán|Fernando ''Nano'' Areán]], [[Héctor Veira|Héctor ''Bambino'' Veira]], [[Victorio Casa|Victorio ''Manco'' Casa]] e [[Roberto Telch|Roberto ''Oveja'' Telch]],<ref>{{citar web | autor= | titulo=Falleció Nano Areán, un histórico de San Lorenzo|publicado=Canchallena | data=29/07/2011 | obra= | url=http://www.canchallena.com/1386752-fallecio-nano-arean-un-historico-de-san-lorenzo | acessodata=29/07/2011 }} </ref> passou a ser bastante comentado na [[Argentina]],<ref name = "placar 308"/> desde o jogo inicial,<ref name = "newbery"/> contra o [[Racing Club|Racing]].<ref name = "boedovengo"/> Doval, por sua vez, ficou conhecido como ''El Loco'', e o conjunto, como ''Los Carasucias'' ("Os Cara-Sujas"), que notabilizou-se pela juventude e irreverência,<ref name = "placar 308"/> fazendo referência ao elenco da [[Seleção Argentina de Futebol|Seleção Argentina]] [[Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1957|campeão sul-americana de 1957]], que tinha o mesmo apelido e semelhanças na técnica e tática.<ref>FUENTES, Fernando (2007). '''Carasucias'''. San Lorenzo: el diccionario azulgrana. 1 ed. Buenos Aires, p. 35</ref> ''"Quando a gente sentia que o jogo estava fácil, assim na base de 3 x 0, começava a fazer diabruras com a bola. Dávamos verdadeiros shows"'', disse.<ref name = "placar 187"/> Já no campeonato, o ''Ciclón'' conseguiria uma razoável quarta colocação. Nos anos seguintes, porém, os ''Carasucias'', apesar de encantarem, ficaram apenas em oitavo em 1965 e em outro quarto lugar em 1966. Em 1967, o campeonato foi dividido em dois torneios distintos, Metropolitano e Nacional, e neles o CASLA também ficou longe do título (não se classificou para as semifinais do Metropolitano e ficou em quarto no Nacional).<ref name= "arg60">{{citar web | autor=GORGAZZI, Osvaldo José; KURHY, Víctor Hugo | titulo=Final Tables Argentina 1961-1970|publicado=[[RSSSF]] | data=21/03/2004 | obra= | url=http://www.rsssf.com/tablesa/arghist-pro1960s.html | acessodata=29/07/2011 }} </ref>
Ainda assim, Doval foi considerado um dos melhores atacantes argentinos em 1967, chegando neste ano à [[Seleção Argentina de Futebol|Seleção Argentina]]. Todavia, em uma viagem com o clube <ref name = "dicionario"/> (outras fontes afirmam que foi com a própria seleção <ref name = "placar
[[Ficheiro:Carasucias1965.jpg|thumb|right|250px|O elenco de 1965 do San Lorenzo. Doval, o primeiro agachado, foi o artilheiro do time naquele ano.<ref>{{citar web | autor=| titulo= Año 1965 l Tabla de Goleadores.|publicado=Museo de San Lorenzo | data= | obra= | url=http://www.museodesanlorenzo.com.ar/contenido/jugadores/torneos/1961/1965/Tabla%20goleadores.htm | acessodata=12/08/2011 }} </ref>]]
Linha 50:
Naquele ano, voltou a tempo de disputar cinco partidas do torneio Nacional e marcou quatro gols.<ref name = "dicionario"/> Apesar do título, o ''Ciclón'' e o [[Club Atlético Chacarita Juniors|Chacarita Juniors]] (o campeão do Nacional de 1968) não participaram da [[Taça Libertadores da América de 1969]]; o único time argentino naquela edição do torneio foi o [[Club Estudiantes de La Plata|Estudiantes]], como campeão anterior.<ref>{{citar web | autor=BEUKER, John; STOKKERMANS, Karel; PIERREND, José Luis | titulo=Copa Libertadores de América 1969|publicado=[[RSSSF]] | data=18/04/1999 | obra= | url=http://www.rsssf.com/sacups/copa69.html | acessodata=29/07/2011 }} </ref> Em [[1969]], Doval chegou a participar apenas da [[Copa Argentina de Fútbol|Copa Argentina]] antes de deixar o clube.<ref>{{citar web | autor=| titulo= Copa Argentina de 1969|publicado=Museo de San Lorenzo | data= | obra= | url=http://www.museodesanlorenzo.com.ar/contenido/jugadores/torneos/1961/1969%20metro/copa%20argentina.htm | acessodata=29/07/2011 }} </ref>
O técnico [[Brasil|brasileiro]] [[Elba de Pádua Lima|Tim]], já no [[CR Flamengo|Flamengo]], havia sido treinador da equipe de [[Boedo]] no título de 1968. Fã de Doval, mesmo não podendo utilizá-lo, resolveu convidá-lo para jogar na nova equipe. Temeroso de que encerrassem sua carreira, Doval, que consideraria Tim o melhor treinador que teve, aceitou. Também sentia que o futebol argentino vinha ficando truncado, ''"cheio de milongas que enfeiam o espetáculo"''.<ref name = "placar
O San Lorenzo, que curiosamente não venceu nenhuma vez o torneio, mas que atravessava crise financeira,<ref>LIBÓRIO, Carlos (14 de dezembro de 1973). '''Eu quero é voar!'''. [[Revista Placar|Placar]] n. 196. Editora Abril, p. 16</ref> foi um dos que mais cedeu jogadores: dentre os antigos colegas de ''El Loco'', iriam ao [[Brasil]] [[José Sanfilippo]] ([[Bangu Atlético Clube|Bangu]] e [[EC Bahia|Bahia]]), [[Carlos Buttice]] ([[America Football Club|America]], [[EC Bahia|Bahia]] e [[Corinthians]]), [[Héctor Veira]] ([[Corinthians]]) e [[Rodolfo Fischer]] ([[Botafogo FR|Botafogo]] e [[EC Vitória|Vitória]]), além de outros dois sanlorencistas com quem não chegaria a jogar - [[Héctor Scotta]] e [[Oscar Ortiz]] (ambos no [[Grêmio FBPA|Grêmio]]).<ref>'''Outros destaques de "nossos argentinos"''' (junho de 2005). [[Revista Placar|Placar]] n. 1283-A. Editora Abril, p. 37</ref>
Linha 120:
==Seleção==
Doval chegou à [[Seleção Argentina de Futebol|Seleção Argentina]] como um dos ''Carasucias'' do [[Club Atlético San Lorenzo de Almagro|San Lorenzo]]. Foi em [[1967]], no primeiro jogo que ela fez após seu insucesso no [[Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1967|Sul-Americano do ano]],<ref>{{citar web | autor=PELAYES, Héctor Darío| titulo= Argentina National Team Archive| publicado=[[RSSSF]] | data=16/01/2009 | obra= | url=http://www.rsssf.com/tablesa/arg-intres.html | acessodata=29/07/2011 }} </ref> um amistoso contra o [[Seleção Chilena de Futebol|Chile]], promovendo experimentalmente então a estreia dele e de outros oito jogadores.<ref name = "quien"/> Ele atuou como titular na partida, realizada em [[15 de agosto]] em [[Santiago do Chile|Santiago]].<ref name = "editorialperfil"/> Os vizinhos venceram por 1 x 0. Aquela acabaria por ser sua única exibição pela Argentina:<ref name = "quien"/> Doval não teria novas oportunidades em razão de seu escândalo com a aeromoça e consequente suspensão, ocorridos no final daquele ano;<ref name = "placar 394"/> há fontes de que o incidente teria ocorrido justamente em uma viagem com a seleção,<ref name = "placar 394"/><ref name = "sanlorenzo100"/> para o que seria então a sua segunda partida por ela. A própria mídia da terra natal o esqueceu:
Em 1977, a um ano da [[Copa do Mundo de 1978|Copa do Mundo a ser realizada em seu país]], declarou: ''"Com o futebol que aprimorei no [[Rio de Janeiro|Rio]], tenho vaga fácil na Seleção Argentina. Apenas não me querem lá. Poderia jogar fácil em [[Copa do Mundo de 1974|1974]], na [[Alemanha Ocidental|Alemanha]], mas não me quiseram. Fui tachado de indisciplinado - e fim. O que posso fazer?"'' <ref name = "placar 378"/> De fato, a [[Copa do Mundo de 1974]] fora a primeira em que a Argentina convocou atletas que jogavam fora do país,<ref name = "copaarg">{{citar web | autor=PELAYES, Héctor Darío| titulo= Argentine Squads in the World Cups| publicado=[[RSSSF]] | data=16/01/2009 | obra= | url=http://www.rsssf.com/miscellaneous/arg-squad-wc.html | acessodata=05/08/2011 }} </ref> o que até anos antes era proibido pelo seu sindicato de jogadores;<ref >GEHRINGER, Max (fevereiro de 2006). '''A geopolítica da bola'''. [[Revista Placar|Placar]]: A Saga da Jules Rimet, fascículo 6 - 1958 Suécia. Editora Abril, pp. 10-15</ref> e um dos seis argentinos "estrangeiros" chamados ao mundial de 1974 atuava no [[Brasil]]: o cruzeirense Perfumo.<ref name = "copaarg"/> Além disso, o primeiro argentino do exterior convocado pela selecionado, em 1972, não só jogava no Brasil como o fazia no mesmo [[Rio de Janeiro]] de Doval: [[Rodolfo Fischer]], do [[Botafogo FR|Botafogo]], e ex-colega seu no San Lorenzo, jogou nove vezes naquele ano pela ''Albiceleste''.<ref>MACÍAS, Julio. '''FISCHER, Rodolfo José'''. ''Quién es quién en la Selección Argentina'', 1 ed. Buenos Aires: Corregidor, 2011, pp. 276-277</ref>
Linha 158:
Naturalizado em [[1976]], Doval de fato se considerava brasileiro; no ano seguinte, chegou a comentar, sobre a influência crescente das ideias europeias no futebol do Brasil, que ''"Nós, brasileiros, não temos de imitar os europeus. Nosso futebol é e sempre foi superior ao deles - eles é que têm de nos imitar, afinal, fomos nós que ganhamos três Copas (...). O jogador brasileiro tem de continuar malicioso"''.<ref name = "placar 378"/> Após parar de jogar, continuou a pessoa irrequieta e desbocada, além de convicto solteiro namorador e assíduo frequentador de [[Ipanema]].<ref name = "placar 805"/> ''"Doval viveu a cidade, morou em [[Copacabana]] e Ipanema e deve ter tido umas 54 namoradas por aqui. (...) Foi um sujeito extraordinário"'', recordou o correspondente argentino no Brasil Manolo Eppelbaum,<ref>{{citar web | autor=DAFLON, Rogério| titulo= Jogadores estrangeiros de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco contam como o Rio os conquistou| publicado=[[O Globo]] | data= 09/10/2010| obra= | url=http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/esportes/brasileiro2010/mat/2010/10/09/jogadores-estrangeiros-de-botafogo-flamengo-fluminense-vasco-contam-como-rio-os-conquistou-922756339.asp | acessodata=29/07/2011 }} </ref> o mesmo que afirmou que ''"Doval é para o Rio de Janeiro o que [[Pelé]] é para o Brasil"''.<ref name = "clarin"/>
A boemia, que controlava para não lhe atrapalhar como jogador (sua disposição, quando tinha 32 anos, era descrita como a de um principiante), também não lhe comprometia na administração de seu dinheiro;<ref name = "placar
==Morte==
|