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PATOLOGIA
Aula 1: Conceitos Gerais para o estudo de Patologia
GREGO: PATHOS = SOFRIMENTO E LOGOS = ESTUDO
Investigação das causas das doenças (etiologia)
Mecanismos básicos do desenvolvimento de doenças (patogenia)
Procura compreender as alterações Bioquímicas, Estruturais e Funcionais que ocorrem nas
células, nos tecidos e nos órgãos.
Diagnóstico baseado nas alterações na aparência Macroscópica e Microscópica (morfologia)
das células e dos tecidos e as alterações bioquímicas nos fluidos corporais (sangue e urina).
PATOLOGIA GERAL = Foco nas respostas das células e dos tecidos aos estímulos
patológicos.
PATOLOGIA SISTÊMICA = Foco nas respostas específicas de cada órgão.
Métodos de estudo em patologia.
AUTÓPSIA é o exame médico de um corpo/cadáver para determinar a causa mortis.
-A autópsia clínica geralmente é feita nos hospitais pelos patologistas ou pelo médico
responsável, para determinar a causa da morte com fins de pesquisa e de estudo.
-A autópsia forense tenta encontrar respostas para a causa da morte como parte de uma
investigação policial.
BIÓPSIA
Grego: bios = vida e opsis = aparência, visão
Obtenção de amostra de tecido vivo com a finalidade de efetuar o estudo
Histológico, bioquímico, morfológico ou imunológico que permita obter um diagnóstico.
Tipos de Biopsias
-Externas: pele e mucosas;
-Internas: punção às cegas, punção ecoguiada (orgãos maciços), endoscopias (orgãos ocos);
-Extemporânea: perioperatória
-Incisional: é retirada apenas uma parte da lesão:
-Excisional: é retirada a lesão inteira e, em caso de tumores malignos, retira-se a lesão com
uma margem de segurança de, aproximadamente 2 cm.
-Por aspiração: utilizando-se de seringa, retira-se células de processos tumorais ou nódulos.
LAUDOS
É o relato de um técnico ou especialista em determinada área, que faz um levantamento
rigoroso de dados com o intuito de avaliar determinada situação e emitir um parecer.
MICROSCOPIA
Grego: micros = pequeno e scopein = observar com atenção
Graças ao desenvolvimento da microscopia, em 1835, Schleiden e Schwann, propõem as
bases da teoria celular, primeiro grande princípio unificador da biologia, o qual postula que
todos os organismos vivos são constituídos por células, sendo estas as unidades estruturais e
funcionais dos mesmos.
Microscopia eletrônica: Com o advento da microscopia eletrônica, a qual propicia aumentos
de 200.000 a 400.000 vezes com resolução de objetos tão pequenos quanto 1 ångstron (1å
=10-4 μm), a visualização de estruturas celulares e também dos vírus puderam ser, então,
desvendados pela ciência.
MACROSCOPIA
Visão a olho nu.
CONGELAMENTO
Técnica que possibilita o corte no Micrótomo de pedaços de tecido para estudo.
CITOLOGIA (CÉLULA) OU HISTOLOGIA (TECIDO)
Ramo da biologia que estuda as células e os tecidos no que diz respeito à sua estrutura,
suas funções e sua importância na complexidade dos seres vivos.
FIXAÇÃO
As células dos órgãos e tecidos, pouco depois de morrerem, decompõem-se rapidamente. O
processo de fixação destina-se a preservar as células, evitando as modificações post
mortem conhecidas por autólise e conservando, deste modo, a estrutura morfológica.
Consiste basicamente na estabilização da estrutura das proteínas, por coagulação. Entre os
muitos agentes fixadores que se empregam, destacam-se o álcool etílico, o ácido acético, o
formol e o ácido pícrico.
COLORAÇÃO
A maioria dos elementos que constituem os tecidos é naturalmente incolor e os respectivos
índices de refracção não se afastam muito do da água. Para que eles se tornem visíveis ao
microscópio, recorre-se à coloração quer dos componentes proteicos das estruturas, quer
das inclusões celulares de natureza química diversa. Alguns dos corantes mais comuns são a
hematoxilina, a floxina e o verde luz. Mas há muitos mais.
HISTOQUÍMICA
A histoquímica é uma técnica histológica que tem por objetivo a identificação da natureza
química de constituintes celulares.
Consiste na coloração específica desses constituintes, recorrendo basicamente a
substâncias que, reagindo com os componentes celulares, dão origem a produtos corados.
Esta técnica contrasta com a coloração histológica comum, acima referida, na medida em
que esta última se baseia na absorção, pelas estruturas, de substâncias coradas (os
corantes), enquanto que na histoquímica, as cores são propriedade de produtos que se
formam in sito.
IMUNOHISTOQUÍMICA
Procura a visualização de uma interação antígeno-anticorpo.
Processo de localizar antígenos (proteínas) em células de uma amostra de tecido,
explorando o princípio da ligação específica de anticorpos a antígenos no tecido biológico.
O nome da técnica provém das raízes "imuno", em referência aos anticorpos utilizados no
procedimento, e "histo", significando tecido.
A coloração imuno-histoquímica é amplamente utilizada no diagnóstico de células
anormais, tais como aquelas encontradas em neoplasias. Marcadores moleculares
específicos são característicos de eventos celulares particulares, tais como proliferação ou
morte celular (apoptose). IHQ é também amplamente utilizada na pesquisa básica para
compreender a distribuição e localização de biomarcadores e proteínas diferentemente
expressas em diferentes partes de um tecido biológico
Homeostase celular
As células tendem a manter a seu MEIO INTRACELULAR dentro de uma faixa estreita de
parâmetros fisiológicos, mantendo assim a homeostase.
Diante de uma condição de estresse fisiológico ou um estímulo patológico, as células podem
sofre uma ADAPTAÇÃO, se mantendo em um outro estado constante e preservando sua
viabilidade e função.
As principais respostas adaptativas são:
Hipertrofia, hiperplasia, atrofia, metaplasia.
Se a capacidade adaptativa for excedida ou se o estresse externo é nocivo, desenvolve-se a
lesão celular.
Lesão celular REVERSÍVEL: dentro de um limite, a célula alcança um novo estado basal, se
adaptando a condição.
Lesão celular IRREVERSÍVEL: morte das células afetadas.
AULA 1: ADAPTAÇÕES CELULARES
-ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS: respostas celulares a estimulações normais de hormônios e
mediadores químico internos.
Exemplo: Gravidez
-ADAPTAÇÕES PATOLÓGICAS: respostas ao estresse de modo que a célula module sua
estrutura e função a fim de escapar da lesão.
Ex.: Aumento do músculo cardíaco na Insuficiência cardíaca.
HIPERTROFIA:
Aumento do tamanho das células, resultando em aumento do tamanho do órgão que ela
compõe, em resposta ao aumento da carga de trabalho.
Célula fica maior devido aumento de organelas e proteínas estruturais, isso acontece em
células incapazes de se dividir. Não existem células novas!
Pode ser fisiológica (útero na gravidez) ou patológica (aumento do coração devido
hipertensão).
É uma procura de equilíbrio entre a demanda e capacidade funcional da célula.
Aumento do tamanho da célula por aumento da síntese dos componentes estruturais
(membranas e organelas) e não por tumefação (edema).
Tecidos que mais apresentam capacidade de hipertrofia: músculo estriado cardíaco
(sobrecarga hemodinâmica crônica advindo da hipertensão arterial ou valvas deficientes
por exemplo) e músculo esqueléticos (musculação), pois tem capacidade de duplicação
baixa e então aumentam a demanda das próprias células.
HIPERPLASIA:
Aumento do número de células em resposta aos mesmo tipos de estímulos da Hipertrofia
por exemplo.
Pode ser fisiológica:
Hiperplasia Hormonal – hormônio aum. da proliferação do epitélio glandular da mama na
puberdade ou gravidez.
Hiperplasia Compensatória – ocorre quando um tecido é removido ou lesado – se um
pedaço do fígado for retirado, as células do órgão começam a aumenta a atividade
mitótica, até restaurá-lo ao seu tamanho normal (Fatores de crescimento são liberados
pelos hepatócitos restantes até a restauração da massa perdida, ao final fatores de inibição
do crescimento são liberados).
ou patológica:
Geralmente causada por estimulação hormonal excessiva ou fatores de crescimento.
Fatores de crescimento envolvidos na hiperplasia associada a certas infecções virais
(Papilomaviroses – verrugas na pele causadas por hiperplasia de epitélio).
Hiperplasia patológica é um solo fértil para surgimento posterior de proliferação cancerosa.
ATROFIA:
Diminuição do tamanho da célula por perda de substância celular e consequentemente,
diminuição do tamanho do órgão que está inseria.
Causas possíveis: Dim. Carga de trabalho, perda de inervação, dim. do suprimento
sanguíneo, nutrição inadequada, perda de estimulação endócrina e envelhecimento.
Pode ser fisiológico (perda de estimulação hormonal na menopausa) ou patológico
(desnervação).
Dim. atividade metabólica – dim. síntese de proteína – aum. degradação proteica
Pode ser acompanhada por Autofagia, “comer a si próprio”, célula privada de nutrientes
digere seus próprios componentes para sobreviver.
-Atrofia por desuso: redução da carga de trabalho –
-Atrofia por desenervação: a função normal de um músculo esquelético depende de seu
suprimento nervoso.
-Diminuição do suprimento sanguíneo: isquemia – uma redução do suprimento sanguíneo em
um tecido como consequência de doença oclusiva arterial acarreta atrofia tecidual em
virtude de perda celular progressiva.
-Nutrição inadequada: desnutrição protéico-calórica está associada ao uso do músculo
esquelético como fonte de energia, após a exaustão das outras fontes de reservas (tecido
adiposo).
-Perda da estimulação endócrina: perda da estimulação estrogênica durante a menopausa,
nas mamas, útero (endométrio) e ovários, produz uma atrofia fisiológica destes órgãos.
-Atrofia senil (envelhecimento): este processo está associado a perda celular, mais visto em
tecidos de células permanentes como coração e cérebro.
-Pressão: um tumor benigno crescente pode comprimir o tecido circundante, causando
atrofia isquêmica devido a diminuição do suprimento sanguíneo pela pressão realizada pelo
tecido em expansão.
As células atróficas tem sua função diminuída mas não estão mortas.
Os mecanismo de atrofia afetam mais o equilíbrio entre síntese e degradação de proteínas.
METAPLASIA:
Alteração reversível, no qual um tipo de célula adulta é substituída por outro tipo de célula
adulta, mais capaz de suportar um determinado estresse. “reprogramação genética de
células-tronco”.
Ex.: epitélio respiratório de um fumante – células epiteliais normais colunares e ciliadas da
traqueia e brônquios são substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas.
Estas células escamosa são mais resistentes do que as normais frágeis, porém, perde
mecanismos de proteção (secreção de mucos, cílios que removem materiais particulados).
Se o estímulo estressante persistir por mais tempo, podem predispor a transformação
maligna deste tecido, como câncer de pulmão.
A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para a escamosa (trato respiratório).
As influências que predispõe a metaplasia, se persistirem, podem induzir a transformação
cancerosa no epitélio metaplásico. Portanto, a forma mais comum de câncer no trato
respiratório é formada de células escamosas.
Tipos:
-Metaplasia do tipo escamoso para colunar – esofagite de Barrett – epitélio esofágico
escamoso é substituído células colunares semelhante as células intestinas (o câncer que
pode surgir é o adenocarcinoma).
-Metaplasia do tecido conjuntivo – formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo (tecidos
mesenquimais) em tecidos que normalmente não contém estes tecidos. Ex. Formação de
osso no músculo (miosite ossificante), as vezes ocorre após fratura.
AULA 2: CAUSAS DE LESÃO CELULAR
Privação de OXIGÊNIO: A HIPÓXIA interfere na respiração oxidativa
aeróbica e é uma causa comum de lesão e morte celular.
Não confunda com ISQUEMIA, ou seja, perda do suprimento sanguíneo em
um tecido por causa do impedimento do fluxo arterial ou da redução da
drenagem venosa. Possíveis causas de hipóxia:
-Isquemia é a mais comum;
-Oxigenação inadequada do sangue, como na pneumonia;
-Redução da capacidade do sangue em carrear oxigênio, como na anemia;
-Envenenamento por CO (monóxido de carbono) – o CO forma um ligação
estável com a hemoglobina e que a impede de se ligar ao O2.
Agentes Químicos: Muitas substâncias químicas podem lesar a célula,
mesmo substâncias inócuas, como a glicose e o sal, se estiverem em uma
concentração muito alta, podem perturbar o ambiente osmótico, resultando
em lesão ou morte celular. Até mesmo o oxigênio em pressões parciais
suficientemente altas é tóxico.
Os agentes conhecidos como venenos causam danos graves no nível celular
porque alteram a permeabilidade da membrana celular, a homeostase
osmótica e a integridade de uma enzima ou co-fator. A exposição a tais
venenos pode culminar na morte de todo o organismo.
Outros agentes possivelmente tóxicos podem ser encontrados no nosso
ambiente como: poluentes do ar, inseticidas, CO, asbesto e também o
etanol.
As drogas terapêuticas também podem causar lesão a célula ou a um tecido
se estiverem sendo usadas por um paciente suscetível ou se usada de modo
excessivo ou inapropriado. (8)
Agentes Infecciosos: Variam de vírus submicroscópicos até tênias grandes.
Riquétsias (tipo de bactéria), bactérias, fungos e protozoários. (9)
Reações Imunológicas: Embora o sistema imune defenda o corpo contra
micróbios patogênicos, as reações imunes também podem resultar em lesão
as células ou ao tecido. Ex.: reações auto-imunes ou reações alérgicas
contra substâncias ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Defeitos Genéticos: Podem resultar em alterações patológicas bastante
grosseiras (visíveis) como na malformações congênitas associadas a síndrome
de Down, ou tão sutis como a substituição de um único aminoácido na
hemoglobina originando a anemia falciforme.
Os defeitos genéticos causam lesão por meio da deficiência de proteínas
funcionais (enzimas) alterando o metabolismo ou por acumulo de DNA
danificado, resultando de mal funcionamento.
As variações genéticas podem influenciar na suscetibilidade das células às
lesões por substâncias químicas e outros estímulos ambientais.
Desequilíbrios Nutricionais: Uma das maiores causas de lesão celular, ex.
Mais óbvio é a insuficiência proteico-calórica entre as populações
desfavorecidas, ou ainda a deficiência de vitaminas específicas comum até
mesmo em países desenvolvidos.
Por outro lado, os excessos nutricionais também são causas importantes da
morbidade e mortalidade, ex. Obesidade que aumenta o risco para DM
tipo2. (8)
Agentes Físicos: O trauma, os extremos de temperatura, a radiação o
choque elétrico, e as alterações bruscas na pressão atmosférica exercem
profundos efeitos nas células. (8)
Envelhecimento: A senescência celular levam a alterações nas habilidades
replicativas e de reparo das células e tecidos. Diminuição da capacidade de
responder aos danos, e finalmente, morte das células e do organismo. (1)
4 sistemas celulares vulneráveis nas lesões celulares:
1. Manutenção da Integridade das membranas celulares – a qual depende a
homeostase iônica e osmótica da célula e duas organelas.
2. Respiração aeróbica – envolve a fosforilação oxidativa mitocondrial e
produção de ATP (trifosfato de adenosina).
3. Síntese de proteínas.
4. Preservação da integridade do aparelho genético da célula.
Os alvos mais importantes dos estímulos lesivos na célula:
Depleção de ATP
(ATP é necessário para todos os processos de síntese e degradação dentro da
célula).
Causas: Redução de O2 e Nutrientes, dano na mitocôndria, toxinas.
Consequências:
-Atividade da Bomba de Na+ e K+ diminuída: causa acúmulo intracelular de
Na+ e efluxo de K+, desequilíbrio osmótico e entrada de água na célula
(Tumefação).
-Aumento da glicólise anaeróbica: tentativa de manter as fontes de energia,
quebrando glicogênio, com consequente acúmulo de ácido lático,
diminuição do pH e da atividade das enzimas.
- Falência da Bomba de Ca+ dependente de energia: perda do potencial de
membrana e fluxo de íons, mudando osmolaridade.
-Lesão Mitocondrial
Diminui ATP
-Aumento da permeabilidade da Membrana
-Acúmulo de DNA danificado e proteínas mal dobradas
Dispara Apoptose
AULA 3: LESÕES CELULARES REVERSÍVEIS
DEGENERAÇÃO CELULAR
Sufixo OSE - lesões degenerativas:
Ex.: Nefrose, Artrose e Endometriose.
INTRODUÇÃO
Estímulo lesivo : aparecimento de respostas celulares
-adaptação
-degeneração
-morte celular (necrose e apoptose)
As respostas celulares à um estímulo seguem duas vias:
regressão celular
crescimento celular
- Enquanto algumas alterações degenerativas constituem alterações
funcionais temporárias ou adaptações, outras são graves e implicam na
progressão em direção da morte celular.
CONCEITO DE DEGENERAÇÃO
-Literalmente : deterioração (célula doente ou moribunda)
-Alteração regressiva das células e tecidos, caracterizada pela anormalidade
na sua função e estrutura.
Lesão celular reversível: as alterações funcionais e morfológicas são
reversíveis se o estimulo nocivo for retirado, a lesão não progride porque
não há dano significativo na membrana e dissolução nuclear.
Morte celular: continuação do dano = lesão irreversível
2 tipos – Necrose e Apoptose – diferem em suas morfologias, mecanismos e
papéis na fisiologia e na doença.
PADRÕES DE DEGENERAÇÃO CELULAR
Composição química da célula: Água, eletrólitos, lipídios, carboidratos e
proteínas.
As alterações degenerativas são encontradas nas três respostas celulares
básicas:
1. Alterações do balanço hidro-eletrolítico (edema celular).
2. Sobrecarga de produtos catabólicos (glicogênio, lipídeos e proteínas)
3. Acúmulo de produtos complexos não degradáveis (alterações no
processamento / excreção celular) : pigmentos, minerais e subst. exógenas.
1. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR /TUMEFAÇÃO
Termo utilizado para descrever o edema das células.
O edema celular é a resposta mais comum e importante às agressões
celulares e a primeira manifestação de quase todas as formas de injúria
celular.
Como principal consequência ocorre a perda do controle da entrada de água
no interior da célula e aumento do volume celular.
O EDEMA CELULAR AGUDO É A EXPANSÃO DO VOLUME CELULAR DEVIDO À
PERDA DO CONTROLE DA ENTRADA DA ÁGUA.
Patogenia do edema celular está relacionado a permeabilidade da
membrana. A membrana plasmática torna-se permeável, o sódio (Na+) e o
cálcio (Ca++) entram na célula, o potássio (K+) é perdido e a água entra na
célula, diluindo o citoplasma.
Agente lesivos: Hipóxia – reduz a produção de ATP, Hipertermia - aumento
no consumo de ATP, Toxinas e Radicais livres – lesam diretamente a
membrana, Substâncias inibidoras da ATPase – inibi a produção de ATP.
Para CAUSAR o edema celular, uma substância nociva deve possuir a
capacidade de lesar a barreira representada pela membrana plasmática, a
qual controla o transporte de água e eletrólitos na superfície celular.
A injúria pode ser direta ou indireta, inibindo os processos metabólicos dos
quais a membrana depende para a manutenção de sua integridade.
A morfologia do edema celular é caracterizada macroscopicamente, pela
palidez, aumento de turgor e do peso do órgão, quando afeta todas as
células; e microscopicamente pelo aumento do volume celular (limites
celulares pouco nítidos), citoplasma aparentemente inchado e turvo,
núcleos deslocados para periferia celular, alterações nucleolares
(hipercromatose (aum. de proteínas, picnose (diminuição do tamanho do
núcleo) e, em estágios mais avançados o aparecimento de vacúolos
citoplasmáticos.
Acúmulos Intracelulares
1. Substância Normal é produzida em uma taxa norma ou aumentada, mas a
taxa metabólica é inadequada para removê-la.
Ex. Degeneração Gordurosa
2. Uma substância endógena normal ou anormal se acumula em
consequência e defeitos adquiridos ou genéticos ou no dobramento,
empacotamento, transporte e secreção.
Ex. Acúmulo de Proteínas (Degeneração Hialina)
3. Defeito herdado em uma Enzima resultando na deficiência em degradar
um metabólito.
Ex. Doenças de Armazenamento
4. Substâncias EXÓGENAS anormais ficam depositadas na célula porque ela
não tem mecanismos enzimáticos para degradá-la ou habilidade de
transportá-la para outros locais.
Ex. Acúmulo de partículas de Carbono (Carvão) e Sílica.
2. DEGENERAÇÃO GORDUROSA (ESTEATOSE)
Advindos da alimentação, os ácidos graxos livres e monoglicerídeos são
absorvidos no intestino delgado e transportados para o sangue. Quando
estão na circulação podem atingir todos os tecidos. A célula precisa de
ácidos graxos para construir suas membranas, por exemplo.
Normalmente os ácidos graxo livres (originados da alimentação ou do tecido
adiposo) precisam ser metabolizadas pelo fígado para serem transformados
(esterificados) , dando origem aos triglicérides, que por sua vez, podem ser
transformados em colesterol, fosfolipídios e corpos cetônicos.
O acúmulo se dá por erro na entrada, na utilização ou eliminação destas
moléculas pelas células.
Acúmulo de triglicerídeos na célula. Mais comum nas células do fígado que
fazem o metabolismo de gordura, mas pode acontecer também no coração,
músculo esquelético, rim ou outros órgãos.
A Esteatose pode ser causada por substâncias químicas (drogas, álcool e
creolina (fenol), desnutrição proteica, diabetes melito e obesidade e
anóxia.
3. DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE PROTEÍNA (HIALINA)
O acúmulo se dá por desequilíbrio entre produção e degradação das
proteínas celulares, causando perda da homeostase. Geralmente formam
corpúsculos no interior das células.
EX.
Gotículas de reabsorção – em doenças renais associadas a perda de proteína
na urina (proteinúria). Normalmente se reabsorve proteínas nos túbulos
renais proximais, na proteinúria, com a perda de proteínas na urina, a
vesícula de pinocitose que reabsorve estas proteínas começa a a se fundir
com os lisossomas celulares e se acumular até que o estimulo acabe
Corpúsculo de Mallory - Formado na cirrose hepática pode ser também
causada por uma infecção virótica (citomegalovirus), onde se tem acúmulo
de proteínas.
Corpúsculo de Russel - Acúmulo de Imunoglobulina no citoplasma das células
plasmáticas.
4. DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE AÇUCARES (CARBOIDRATOS)
São doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio nas células
do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração.
O glicogênio é uma reserva de energia prontamente disponível que está
presente no citoplasma.
Causa: Deficiência de enzimas que atuam no processo de sua degradação.
-Diabetes Mellitus – Com a falta do hormônio insulina, a glicose fica em alta
concentração no sangue, mas com dificuldade para entrar na célula, isso faz
com que a célula acumule glicogênio.
-Doença de Niemann-Pick (fígado, baço, medula óssea linfonodos)
-Gangliosidose juvenil (neurônios do SNC)