Hermínio Bello de Carvalho: diferenças entre revisões
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Ativista Cultural na linha de valorização da nacionalidade de Mario de Andrade e Villa-Lobos, o compositor, poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho acumula uma descomunal lista de serviços prestados à MPB. Seria até impossível resumi-la aqui, mas bastaria iniciá-la pela descoberta de Clementina de Jesus. Depois de reuni-la ao violonista erudito Turíbio Santos, Hermínio a fez estrela o musical divisor de águas, "Rosa de Ouro", em 1965, ao lado da grande dama do teatro de revista, Aracy Cortes e de bambas veteranos e iniciantes que constituíram o núcleo posterior de resistência do samba, de Paulinho da Viola e Elton Medeiros a Nelson Sargento e Jair do Cavaquinho. Poeta de livro ("Chove azul em teus cabelos", "Ária e percussão", "Poemas do amor maldito"), jornalista e cronista (Revista da Música Popular, Pasquim, Leitura), Hermínio tem um trajeto luminoso como parceiro de ases do porte de Cartola e Carlos Cachaça ("Alvorada no Morro"), Pixinguinha ("Fala Baixinho", "Isso é que é viver", "Isso não se faz"), Paulinho da Viola ("Sei lá Mangueira"), Baden Powell ("Valha-me Deus"), D. Ivone Lara ("Mas quem disse que eu te esqueço"), Sueli Costa ("Cobras e Lagartos"), Martinho da Vila ("Retrós e Linhas"), Zé Ketti ("Cicatriz"), João de Aquino ("Patuá"), Vital Lima ("Judiarias, "Pastores da Noite"), além de ter letrado choros de Jacob do Bandolim "Noites Cariocas" e "Doce de côco", a "Estrado do Sertão" de João Pernambuco e "Senhora Rainha" de Villa-lobos. Com Maurício Tapajós escreveu a ópera popular "João, amor e Maria" e entre outros o clássico "Mudando de Conversa", gravado por Doris Monteiro.
Na área da produção, à frente da Funarte nos anos 70/80, ele criou e implantou projetos como Pixinguinha (que percorreu o pis com espetáculos a preços populares), Lúcio Rangel de monografias (que impulsionaria a desértica bibliografia da MPB), Almirante de edição de discos alternativos, Ary Barroso voltado para a divulgação da música nacional no exterior e muitos outros. Atuante no selvagem mercado do disco, Hermínio assinou clássicos atemporais como "Gente da Antiga", reunindo Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Baiana, "Fala Mangueira" com Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Odete Amaral, Clementina de Jesus e outros títulos de Clementina e Pixinguinha, Isaura Garcia, Marlene e Dalva de Oliveira. Dois outros shows que levam sua assinatura e forma transformados em disco marcaram época. O encontro de Elizeth Cardoso (de quem produziria a maioria dos discos), Jacob do Bandolim e o bossanovista Zimbo Trio no Teatro João Caetano em 1968.
Mais que um mero produtor, o ativista Hermínio Bello de Carvalho interfere nos rumos e (re)faz a história da MPB.
*Este texto foi escrito por Tárik de Souza a Hermínio Bello de Carvalho para um show especial do artista. Texto autorizado por Hermínio.
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