João Corrêa Ximenes: diferenças entre revisões

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===O cristão-novo e sua condenação===
 
Por volta de [[1708]], João Corrêa Ximenes construiu, e doou à comunidade de [[São João de Meriti]], a capela de [[Nossa Senhora da Conceição]], numa atitude que sugeria sua clara intenção em apagar seuo estigma de [[cristão-novo]].<ref>Sinopse estatística do Município de Duque de Caxias, aspectos históricos e geográficos, IBGE, 1948</ref> Mas o gesto não surtiria efeito algum. Acabou sendo denunciado por vizinhos como judaizante, e preso em [[10 de outubro]] de [[1712]], e levado imediatamente ao tribunal do [[Santo Ofício]] em [[Lisboa1709]], juntamente com sua mulher, irmão, cunhada, alguns filhos e sobrinhos.<ref>[http://www.brasilsefarad.com/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=85:processos-inquisitoriais&catid=42:listas-e-fontes&Itemid=78 Lista de processos contra cristãos-novos, arquivados na Torre do Tombo em Lisboa]</ref> Foi condenado, e severamente penalizado no ano de [[1713]]. Além das penas espirituais, da condenação ao uso de hábito e cárcere perpétuos, teve todos os seus bens confiscados, entre os quais o [[cartório]] do 4º Ofício de Notas, um engenho em [[São João de Meriti]], uma chácara na rua da Carioca, diversas outras casasconvento no alto do Colégio da Companhia de Jesus, e sua residência na travessa da Cruz, na cidade do [[Rio de Janeiro]]. Perdeu ainda móveis, joias,onde louçaspermaneceu eaté livros,o cuja propriedade por parteano de pessoas individuais era muito rara no [[Rio de Janeiro1712]].<ref name="portalan.arquivonacional.gov.br"/> Não se tem notícia de que tenha retornado de [[Lisboa]], e nem mesmo de seu local e data de falecimento.
 
Em [[1710]], a cobiça pelo ouro trouxe [[Jean-François Duclerc]], perigoso [[corsário francês]], para o [[Brasil]]. Capturado no [[Rio de Janeiro]], Duclerc acabou assassinado, mas seu compatriota [[René Duguay-Trouin]] não teve o mesmo destino, conseguindo tomar a cidade em [[1711]] e afugentando as tropas do Governador para [[São João de Meriti]] e arredores. Acusados de covardes, Governador e tropas defenderam-se alegando a intenção de proteger o caminho do ouro, que por aquela região passava rumo aos portos de Estrela e Iguaçu.
 
João Corrêa Ximenes e sua mulher foram achados trancafiados ao convento por Trouin, assim como dezenas de outros aprisionados acusados de [[judaismo]]. Feitos reféns pelo corsário, foram objeto de um alto resgate cobrado aos cofres da Colônia. Logo após o pagamento do resgate, todos os aprisionados fugiram, mas Ximenes e sua mulher permaneceram no convento aguardando a chegada das tropas do Governador. Por sua atitude patriotica e de consciência legal, nenhum benefício obteve por parte do [[Santo Ofício]] ou mesmo do governo. Em [[10 de outubro]] de [[1712]], Ximenes finalmente foi levado ao tribunal do [[Santo Ofício]] em [[Lisboa]], juntamente com sua esposa, irmão, cunhada, alguns dos filhos e sobrinhos.<ref>[http://www.brasilsefarad.com/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=85:processos-inquisitoriais&catid=42:listas-e-fontes&Itemid=78 Lista de processos contra cristãos-novos, arquivados na Torre do Tombo em Lisboa]</ref> Foi condenado, e severamente penalizado no ano de [[1713]]. Além das penas espirituais, da condenação ao uso de hábito e cárcere perpétuos, teve todos os seus bens confiscados, entre os quais o [[cartório]] do 4º Ofício de Notas, um engenho em [[São João de Meriti]], uma chácara na rua da Carioca, diversas outras casas no alto do Colégio da Companhia de Jesus, e sua residência na travessa da Cruz, na cidade do [[Rio de Janeiro]]. Perdeu ainda móveis, joias, louças e livros, cuja propriedade por parte de pessoas individuais era muito rara no [[Rio de Janeiro]].<ref name="portalan.arquivonacional.gov.br"/> Suas terras foram arrendadas pelo [[Santo Ofício]] a vizinhos que mais tarde as adquiriram como patrimônio. Não se tem notícia de que tenha retornado de [[Lisboa]], e nem mesmo de seu local e data de falecimento.
 
==Ver também==