Otão da Grécia: diferenças entre revisões

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A incerteza financeira da monarquia otomana resultava:
 
#1) da pobreza da Grécia,
#2) da concentração de territórios nas mãos de um pequeno número de magnatas como Petros Mavromichalis.
# 3) ada promessa de mais de 60 000 000 francos em empréstimos das Grande Potências que mantinha estas nações envolvidas nos assuntos internacionais da Grécia e fazia com que o rei estivesse sempre a tentar agradar uma ou todas as potências para que o dinheiro continuasse a entrar no país.
 
As maquinações políticas das Grandes Potências personificavam-se nos seus três delegados em Atenas: o francês Theobald Piscatory, o russo Gabriel Catacazy e o inglês Edmund Lyons. Estes informavam os respectivos governos das actividades dos gregos ao mesmo tempo que serviam de conselheiros aos respectivos partidos aliados na Grécia.
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As comunidades católicas estavam estabelecidas na Grécia desde o século XIII em [[Atenas]], [[Cíclades]], [[Quios]] e [[Creta]]. Também existiam comunidades judaicas no país que tinham chegado após a expulsão dos judeus de Espanha e se tinham juntado aos primeiros romanoitas, para além de outros judeus que já viviam no país desde os tempos do Apóstolo Paulo. Algumas famílias muçulmanas ainda viviam na Grécia durante o reinado de Otão visto que a hostilidade se dirigia mais ao Estado otomano e aos seus mecanismos e não ao povo muçulmano.
 
== 3 de Setembro de 1843, revolução e últimos anos de reinado ==
 
[[File:3η Σεπτεμβρίου.jpg|thumb|left|Uma pintura que representa a revolução de 3 de Setembro de 1843.]]
 
Apesar de o rei Otão I ter tentado governar na qualidade de monarca absoluto, tal como escreveu Thomas Gallant: "ele não era implacável o suficiente para ser temido, nem compassivo o suficiente para ser amado, nem competente o suficiente para ser respeitado".
 
Em 1843 a a população estava insatisfeita com o seu rei e esse sentimento tinha atingido proporções críticas pelo que começaram a aparecer exigências para a elaboração de uma constituição. Inicialmente Otão recusou a criação de uma constituição, mas assim que as tropas alemãs se retiraram do seu reino iniciou-se uma revolta popular.
 
A 3 de Setembro de 1843, a infantaria liderada pelo coronel Dimitris Kallergis e o respeitado capitão da revolução e antigo Presidente do Conselho Geral de Atenas, Yiannis Makriyiannis, juntaram-se na praça em frente do Palácio de Atenas.
 
Mais tarde muitos dos habitantes da pequena capital juntaram-se ao movimento e a rebelião recusou sair dali enquanto o rei não lhes garantisse uma constituição. Isso implicaria que entrassem gregos para o Conselho, que o rei convocasse uma Assembleia Nacional permanente e que Otão agradecesse pessoalmente aos líderes da revolta.
 
Com poucos recursos, agora que já não dispunha das tropas alemãs, o rei Otão foi obrigado a ceder ás pressões e aceitar as exigências da multidão, ainda que a desagrado da sua esposa teimosa. O nome da praça foi mudado para Praça da Constituição (até aos dias de hoje) para comemorar os acontecimentos de Setembro de 1843 (a praça viria a ser o centro de muitos acontecimentos tumultuosos da História da Grécia). Agora, pela primeira vez, o rei tinha gregos no seu Conselho e o Partido Francês, o Partido Inglês e o Partido Russo (a cultura mais apreciada pelos gregos dentro das Grande Potências), podiam concorrer com igualdade para subirem na carreira e por poder.
 
O prestigio do rei, que se baseava maioritariamente no apoio que as Grandes Potências lhe davam, sofreu um rude golpe com o incidente no Pacifico de 1850, quando o Ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, [[Henry John Temple]] enviou uma frota britânica para bloquear o porto de [[Pireu]] com navios de guerra para exigir a reparação de uma injustiça feita a um súbdito britânico.
 
A [[Megáli Idea|Grande Ideia]], o sonho de unir todas as populações gregas do [[Império Otomano]] e assim restaurar o [[Império Bizantino]] sob domínio cristão, levou a que Otão considerasse a ideia de entrar na [[Guerra da Crimeia]] ao lado da Rússia contra a Turquia e os seus aliados britânicos e franceses em 1853. No entanto a iniciativa não correu da melhor forma e resultou numa nova intervenção das Grandes Potências e um segundo bloqueio do porto de Pireu, o que forçou a Grécia a permanecer neutra.
 
Em 1861, um estudante chamado Aristeidis Dosios (filho do político Konstantinos Dosios), tentou assassinar a rainha Amália e foi considerado um herói de forma aberta pelo público. Porém, a sua tentativa de assassinato também despertou sentimentos favoráveis à monarquia e de simpatia pelo casal real na população grega.
 
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