Tratado de paz Israel-Jordânia: diferenças entre revisões

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O '''Tratado de paz [[Israel]]–[[Jordânia]]''' (título completo: '''Tratado de Paz entre o [[Israel|Estado de Israel]] e o [[Jordânia|Reino Hachemita da Jordânia]]''') ({{lang-he|הסכם השלום בין ישראל לירדן}}; [[transcrição do hebraico|transcrição]]: ''Heskem Ha-Shalom beyn Yisra'el Le-Yarden'') ({{lang-ar|معاهدة السلام الأردنية الإسرائيلية}}; [[transcrição do árabe|transcrição]]: ''Mu'ahadat as-Salaam al-'Urdunniyah al-Isra'yliyah'', por vezes referido como ''Tratado de Wadi Araba'') é um [[tratado de paz]] assinado em 1994 entre os dois estados vizinhos. O tratado veio normalizar as relações entre os dois países e resolveu disputas territoriais entre si. A sua assinatura está fortemente ligada aos esforços do [[Processo de Paz Israel-Palestina]] entre Israel e a [[Organização de Libertação da Palestina]] representante da [[Autoridade Palestiniana]].
 
==Histórico==
 
Em 1948, ainda antes da fundação oficial de Israel, a posterior chefe do governo israelense [[Golda Meir]] visitara em [[Amã]], capital da [[Transjordânia]], o [[rei Abdallah]], avô do [[rei Hussein]], tentando convencê-lo a não participar da guerra iminente contra o novo Estado judeu. Naquela ocasião, Abdallah dera a entender que não teria nenhum interesse em tal guerra, mas que os compromissos pan-árabes o obrigavam a participar do conflito. A margem ocidental do [[Rio Jordão]] ficou sob o controle de Amã e o problema palestino passou a ser, assim, um problema direto da Jordânia – nome adotado pelo país desde então.
 
Uma nova guerra – a [[Guerra dos Seis Dias]], em junho de 1967 – mudou a situação basicamente: o rei Hussein deixou-se convencer pelo presidente egípcio [[Gamal Abdel Nasser]] de que seu país deveria participar do novo conflito, pois estaria próxima a vitória sobre Israel. Em vez disso, veio a grande derrota e, com ela, a perda da margem ocidental do Rio Jordão e de Jerusalém Oriental.
 
Oficialmente, Hussein não abandonou a frente [[pan-árabe]]. Mas era conhecido o fato de que ele mantinha contatos secretos com políticos israelenses, a partir de 1967, tanto no exterior, como na região. Ele chegou mesmo a visitar [[Tel Aviv]], passeando à noite pela metrópole israelense. E em 1971 uma clara advertência israelense à [[Síria]] impediu que seu país fosse invadido pelas tropas sírias.
 
Quando o [[Egito]] fechou o [[acordo de paz de Camp David]], em 1979, registraram-se protestos em todo o mundo árabe e o governo do Cairo ficou isolado. O rei jordaniano não ousou acompanhar o presidente egípcio [[Anuar el Sadat]] nesse isolamento dentro da comunidade dos países árabes. Também a [[guerra do Líbano dificultou a decisão de um acordo com Israel, da mesma forma como a [[primeira Intifada]], que teve início em 1987 e levou a Jordânia a abdicar da reivindicação de soberania sobre os territórios ocupados por Israel, em favor da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
 
Somente em 1991 é que a situação voltou a evoluir, quando a Jordânia participou da [[conferência de paz de Madri]], representando também os palestinos. A conferência na capital espanhola não deu fim ao conflito, mas foi a base para o [[acordo de paz de Oslo]], dois anos mais tarde, entre Israel e a OLP. Com isto, houve uma completa transformação do panorama: se a OLP negociava diretamente com Tel Aviv, a Jordânia não precisava mais manter uma posição retraída em relação a Israel. Com a mediação dos EUA, também Amã e Jerusalém iniciaram contatos oficiais, negociando em pouco tempo um tratado de paz.
 
==Assinatura do tratado de paz==
 
Foi assinado em [[Arava]], posto fronteiriço na [[fronteira Israel-Jordânia]] em [[26 de Outubro]] de [[1994]], fazendo com que a Jordânia fosse o segundo país árabe a normalizar relações com Israel, seguindo-se ao [[Egito]].
 
Este tratado compreende seis pontos principais: a demarcação da [[fronteira Israel-Jordânia]], assuntos referentes aos recursos hídricos, a segurança, a liberdade de movimentos, os lugares de significado histórico e religioso e os refugiados e pessoas deslocadas.
 
As relações bilaterais desenvolveram-se imediatamente de forma positiva: as fronteiras foram abertas passo a passo, surgiu um grande intercâmbio de visitantes e de negócios. No entanto, a esperança de um amplo apoio dos esforços de paz por parte da população jordaniana não foi cumprida. Grupos islâmicos na Jordânia opõem-se à paz e o grau do seu protesto está diretamente ligado ao progresso ou à estagnação do cumprimento do acordo de Oslo entre Israel e a OLP.
 
Mas os adversários da paz entre Israel e a Jordânia ainda não conseguiram destruí-lo. Ele superou a morte do rei Hussein, mas foi duramente afetada pelo aumento da violência entre israelenses e palestinos, principalmente durante a [[Segunda Intifada]]. A relação entre os dois países, antes próxima e intensa, esfriou, e ela só não foi totalmente deixada de lado porque a Jordânia é fraca demais para isso. Assim como, durante décadas, não foi forte o suficiente para a paz.
 
==Ligações externas==