Andrónico Contostefano: diferenças entre revisões

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'''Andrónico Contostefano''' ({{Langx|el|νδρόνικος Κοντοστέφανος||'''Andronikos Kontostephanos'''}}; {{Langx|la|'''Andronicus Contostephanus'''}}) foi um destacado [[general]], [[almirante]], [[político]] e membro da [[patrício|aristocracia]] dirigente do [[Império Bizantino]] durante o reinado de {{Lknb|Manuel|I||Comneno}}. Não se sabe ao certo quando nasceu nem quando morreu; nasceu depois 1125, quando os seus pais casaram, e morreu depois de 1182, data da última menção histórica à sua pessoa.
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|nome =Andrónico Contostefano
|nome_nativo ={{small|Andronikos Kontostephanos, Andronicus Contostephanus}}
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|nascimento_data =antes de 1125
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|morte_data =depois de 1182
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|nacionalidade ={{IB}}
|religião =[[Cristianismo]]
|ocupação =[[general]], [[almirante]] e [[político]]
|nome_título1 =<nowiki />
*''[[Megas doux]]''
*Governador das províncias de {{ilc|Hellas|Hellas (thema)|Hellas (theme)}} , {{ilc|Peloponeso|Peloponeso (thema)|Peloponeso (theme)|Peloponeso}} e {{ilc|Creta|Creta bizantina|Creta}}
 
|conhecido_por =<nowiki />
*Cerco de [[Corfu]] (1149)
*Cerco de Damieta (1169)
*Reconquista de [[Quios]] aos venezianos (1172)
*{{ilc|Batalha de Miriocéfalo||Batalha de Myriokephalon|Batalha de Myriocephalum}} (1176)
*Apoiante da usurpação de {{Lknb|Andrónico|I||Comneno}} (1182)
*Tentativa de derrube de Andrónico&nbsp;I (1182)
}}
{{PEPB|Andrónico|Andrônico}} '''Andrónico Contostefano''' ({{Langx|el|νδρόνικοςἈνδρόνικος Κοντοστέφανος||'''Andronikos Kontostephanos'''}}; {{Langx|la|'''Andronicus Contostephanus'''}}) foi um destacado [[general]], [[almirante]], [[político]] e membro da [[patrício|aristocracia]] dirigente do [[Império Bizantino]] durante o reinado de {{Lknb|Manuel|I||Comneno}}. Não se sabe ao certo quando nasceu nem quando morreu; nasceu depois 1125, quando os seus pais casaram, e morreu depois de 1182, data da última menção histórica à sua pessoa.
 
==Biografia==
===Antecendentes e família===
Andrónico foi o último filho de Estêvão Contostefano (Stephanos Kontostephanos),{{HarvRef|Cinamo|1976|p=217.9; 97.18}} e da princesa [[porfirogénita]] Ana Comneno. O pai tinha os títulos de ''[[panipersebastos]]'' e de ''[[megas doux]]'' ([[grão-duque]]), enquanto a sua mãe era filha do imperador {{Lknb|João|II||Comneno}} e da imperatriz {{ilc|Irene da Hungria||Piroska da Hungria}}, o que fazia de Andrónico sobrinho do imperador Manuel&nbsp;I.{{HarvRef|Cinamo|1976|p=270.4}}
 
Andrónico tinha dois irmãos, João, também ele um proeminente comandante militar, e Aleixo, além de uma irmã, Irene. Os Contostefanos (Kontostephanoi) eram uma antiga família bizantina e estavam no centro da política e poder há várias gerações através de vários casamentos com a casa imperial dos Comneno (Komnenoi). Supõe-se que o próprio Andrónico tenha casado com alguém da família Ducas, outro clã com ligações imperiais. Andrónico teve quatro filhos.{{HarvRef|Angold|1997|p=211-212}}
 
===Carreira militar===
{{Referências}}
[[Ficheiro:Manuel I Comnenus.jpg|left|thumb|upright|O imperador [[Manuel I Comneno]], tio de Andrónico Contostefano]]
 
Andrónico foi o comandante militar mais proeminente durante o reinado do seu tio, o imperador Manuel&nbsp;I. Como o seu pai, ele foi nomeado para o cargo de ''megas doux'', [[comandante-em-chefe]] da marinha de guerra bizantina e governador das províncias de {{ilc|Hellas|Hellas (thema)|Hellas (theme)}} , {{ilc|Peloponeso|Peloponeso (thema)|Peloponeso (theme)|Peloponeso}} e {{ilc|Creta|Creta bizantina|Creta}}.{{HarvRef|Angold|1997|128-129}} No entanto, os seus maiores sucessos foram como general e não como almirante. Em data incerta, Andrónico foi também nomeado comandante da [[Guarda Varegue]], o corpo de guarda pessoal do imperador constituída por guerreiros [[vikings]].{{HarvRef|Cinamo|1976|p=97.19}}
 
A menção histórica mais antiga a Andrónico em altos comandos militares data de 1144 ou 1145, quando lhe foi dado o comando, conjuntamente com o seu irmão João e um general de nome Prosuch, de uma força enviada para defender a [[Cilícia]] das depredações de [[Raimundo de Poitiers]], o nobre francês à frente do [[Principado de Antioquia]], o [[Estados cruzados|estado cruzado]] com capital em [[Antioquia]].{{HarvRef|Coniates|1984|p=31}} Dado que os seus pais casaram em 1125, Andrónico ainda não tinha 20 anos nessa altura.
 
O pai de Andrónico foi morto em 1149 durante o cerco de [[Corfu]] de 1149, quando comandava as tropas bizantinas que tentavam expulsar os [[normandos]] do [[Reino da Sicília]]. Andrónico támbém estava presente no cerco e assumiu o comando do pai após a morte deste, mas não logrou derrotar os normandos. A liderança das forças bizantinas acabou por ser assumida pelo ''[[megas domestikos]]'' (alto comandante) {{ilc|João Axouch||João Achuche|João Axoukhos}}, que obrigou os normandos a evacuarem a ilha por falta de mantimentos.{{HarvRef|Cinamo|1976|p=96.22-98.4}}{{HarvRef|Angold|1997|p=170}}
 
Em 1165, os [[Reino da Hungria|húngaros]] derrotaram os bizantinos na fronteira do [[Rio Danúbio|Danúbio]] e no ano seguinte os exércitos bizantinos retaliaram devastando a [[Hungria]] oriental. Em 1167, Manuel&nbsp;I reuniu um grande exército com o objetivo de acabar com a ameaça húngara sobre as suas possessões imperiais nas [[Balcãs]]. Devido aos ferimentos provocados por uma queda de cavalo durante um jogo de [[Polo (esporte)|polo]], Manuel de não pôde comandar as tropas no terreno em pessoa,{{HarvRef|Cinamo|1976|p=198 (fólios 263-264)}} pelo que confiou o comando a Andrónico. O exército bizantino enfrentou-se com os húngaros numa batalha combinada, que ficou conhecida como {{ilc|Batalha de Sirmio||Batalha de Sirmium|Batalha de Zemun}}, travada em 8 de julho de 1167 junto à cidade fortificada de [[Zemun]]. A habilidade das disposições de Andrónico e a disciplina das suas tropas valeu aos bizantinos uma vitória decisiva,{{HarvRef|Cinamo|1976|p=270}}{{HarvRef|Angold|1997|p=177-211}} que levou os húngaros a aceitarem a paz nos termos impostos pelos bizantinos e reconhecerem o controlo do império sobre a região de [[Sirmio]] e de toda a [[Bósnia (região)|Bósnia]], [[Dalmácia]] e da região a sul do [[Rio Krka (Croácia)|Rio Krka]].{{HarvRef|Treadgold|1997|p=646}} Manuel celebrou a vitória com uma entrada triunfal em [[Constantinopla]] com Andrónico montado ao seu lado.{{HarvRef|Finlay|1877|p=179}}
 
[[Ficheiro:BN MS FR 2628 Folio205 Amalric and Manuel.png|thumb|Gravura da ''Historia'' do cronista das [[cruzadas]] [[Guilherme de Tiro]]. Em cima: Manuel I Comneno recebe a embaixada de {{Lknb|Amalrico|I||de Jerusalém}}, cujas negociações resultaram no envio de uma força bizantina sob o comando de Andrónico Contostefano para invadir o Egito. Em baixo: chegada dos [[cruzados]] ao Egito.]]
 
Upper register: Manuel and the envoys of Amalric, an embassy which resulted in the despatch of the Byzantine force under Kontostephanos to invade Egypt. Lower register: arrival of the crusaders in Egypt (William of Tyre's Historia).
 
Em 1169, Andrónico foi nomeado comandante de uma frota de 230 navios que transportaram um exército bizantino que tinha como objetivo invadir o [[Egito]] em conjunto com as forças aliadas do rei [[Cruzados|cruzado]] {{Lknb|Amalrico|I|de Jerusalém}} do [[Reino de Jerusalém|Jerusalém]]. Este ataque seria o último de uma série de tentativas dos cruzados para invadir o Egito.{{HarvRef|Phillips|2004|p=158}} Os exércitos aliados cercaram [[Damieta]], no [[Delta do Nilo]].{{HarvRef|Cinamo|1976|p=279.6}} Os bizantinos empenharam-se no cerco com vigor, mas quando estavam prestes a assaltar a cidade, Amalrico frustrou os planos negociando uma rendição pacífica de Damieta. Descontente com a a atitude de duplicidade de Amalrico e debatendo-se a fome entre os seus soldados devido à falta de mantimentos, Andrónico retirou-se do Egito, voltando a casa por terra, através dos territórios cruzados da [[Palestina]] e da [[Síria]]. Entretanto, metade da frota bizantina foi perdida numa série de tempestades ocorridas durante a sua volta.{{HarvRef|name=Har109|Harris|2006|p=109}}
 
Em 1171, o recrudescimento das fricções entre [[República de Veneza|Veneza]] e os bizantinos levaram Manuel a encarcerar todos os {{fmtn|20000}} venezianos residentes no seu império e a confiscar todos os seus bens. Veneza retaliou enviando uma frota de 120 navios para capturar e ocupar [[Quios]]. Andrónico foi então enviado com 150 navios para expulsar os venezianos, uma missão que cumpriu com êxito.{{HarvRef|Heath|1995|p=4}}
 
Em 1176, Manuel atacou o [[Sultanato de Rum||Sultanato Seljúcida de Rum]], com o objetivo de conquistar a capital, [[Konya]], e destruir o poder turco na [[Anatólia]]. O sultão seljúcida {{ilc|Kılıç Arslan&nbsp;II|Kılıç Arslan II|Kilij Arslan II|Qilij Arslan II}} armou uma emboscada ao impressionantemente grande exército de Manuel enquanto este atravessava o [[passo de montanha]] de Tivritze, na fronteira entre os dois estados. Na {{ilc|Batalha de Miriocéfalo||Batalha de Myriokephalon|Batalha de Myriocephalum}} (Myriokephalon ou Myriocephalum) que se seguiu, travada a 17 de setembro junto ao [[Lago Beyşehir]], na [[Frígia]], as tropas bizantinas foram severamente maltratadas, mas Andrónico logrou mover a sua divisão para a retaguarda, através do passo, sofrendo poucas baixas. Acredita-se que foi ele quem conseguiu convencer o tio, cuja moral tinha ficado muito abalada, a ficar com as suas tropas após a derrota. A influência de Andrónico foi um fator importante para que as tropas bizantinas pudessem retirar pacificamente.{{HarvRef|Cinamo|1976|p=105-106}}{{HarvRef|Angold|1997|p=192-193}}{{HarvRef|Finlay|1877|p=192-195}}
 
No ano seguinte (1177), Andrónico comandou uma frota de 150 navios noutra tentativa para conquistar o Egito, mas regressou a casa depois de desembarcar em [[Acre (Israel)|Acre]]. Foi dissuadido de prosseguir com a expedição devido à recusa em cooperar ativamente por parte [[Filipe da Alsácia]], [[Conde da Flandres]] e muitos outros nobres do Reino de Jerusalém.<ref name=Har109 />
 
===Intrigas políticas===
Após a morte de Manuel em 1180, a sucessão recaiu no seu filho {{Lknb|Aleixo|II||Comneno}}. Devido a Aleixo ser uma criança, o poder efetivo ficou nas mãos da sua mãe, a imperatriz [[Maria de Antioquia]]. O governo de Maria revelou-se muito impopular, especialmente entre a aristocracia que não gostava das suas origens latinas (ocidentais). O grão-duque Andrónico Contostefano e o general [[Andrónico Ângelo]] tiveram um papel determinante na usurpação do trono por parte do primo de Manuel, {{Lknb|Andrónico|I||Comneno}} em 1182, ao entrarem em Constantinopla com as suas tropas. No entanto, uma vez no poder, Andrónico Comneno revelou a sua natureza tirânica e um forte desejo de acabar com o poder e influência das famílias aristocráticas bizantinas, o que levou Contostefano e Ângelo a conspirar para derrubar Andrónico. A conspiração foi descoberta e Contostefano foi preso, enquanto Ângelo escapou. O grão-duque Andrónico e os seus quatro filhos foram cegados como punição.{{HarvRef|Angold|1997|p=267}}{{HarvRef|Finlay|1877|p=209}}
 
==Legado==
Devido aos seus feitos, Andrónico Contostefano é uma das poucas figuras a que é atribuído o estatuto de herói nas obras do [[historiador]] bizantino [[Nicetas Coniates]].{{HarvRef|Magdalino|2002|p=13}}
 
==Notas==
{{Tradução/ref|en|Andronikos Kontostephanos|438550456}}
 
{{Referências|col=3}}
 
=={{Bibliografia}}==
===Fontes primárias===
*{{cite book|last=Coniates|first=Nicetas|year=1984|authorlink=Nicetas Coniates|coauthors=trad. by H. Magoulias|title=O City of Byzantium: Annals of Niketas Choniates|year=1984|location=Detroit|isbn=0-814-31764-2|ref=harv}}
 
*{{cite book|last=Cinamo|first=João|authorlink=João Cinamo|coauthors=trad. by Charles M. Brand|title=Deeds of John and Manuel Comnenus|year=1976|publisher=[[Columbia University Press]]|ref=harv}}
Linha 21 ⟶ 79:
*{{cite book|last=Finlay|first=George|year=1877|authorlink=George Finlay|title=A History of Greece, Vol. III|publisher=Clarendon Press|location=Oxford|ref=harv}}
 
*{{cite book|last=Magdalino|first=Paul|year=2002|title=The Empire of Manuel I Komnenos, 1143-1180|url=http://books.google.com/books?id=0cWZvqp7q18C|year=2002|publisher=Cambridge University Press|isbn=978-0521526531|ref=harv}}
 
*{{cite book|last=Heath|first=Ian|title=Byzantine Armies AD 1118-1461|year=1995|publisher=Osprey Publishing|isbn=978-1855323476|ref=harv}}
Linha 29 ⟶ 87:
*{{cite book|last=Phillips|first=Jonathan|title=The Fourth Crusade and the Sack of Constantinople|year=2004|publisher=Penguin Group|isbn=978-0143035909|ref=harv}}
 
*{{cite book|last=Treadgold|first=Warren|year=1997|title=A History of the Byzantine State and Society|url=http://books.google.com/books?id=nYbnr5XVbzUC|year=1997|publisher=Stanford University Press|isbn=0804726302|ref=harv}}
 
[[Categoria:Guerras bizantino-árabes]]
[[Categoria:Generais bizantinos]]
[[Categoria:Almirantes]]
 
[[en:Andronikos Kontostephanos]]