Saul Kripke: diferenças entre revisões

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====Teoria da referência====
As duas primeiras conferências de *Naming and Necessity* atacam as teorias descritivistas dos nomes próprios (naturais) defendidas, p.e., por algumas leituras possíveis de [[Gottlob Frege]] e [[Bertrand Russell]] -- nas palavras de Kripke, à "concepção de Frege-Russell". Segundo tais teorias, nomes próprios referem-se a um objeto em virtude de esse objeto satisfazer uma descrição definida (teoria de [[Russell]] de que alguns - mas nem todos - nomes próprios são descrições abreviadas) ou um conjunto de descrições definidas (teorias como a de [[John Searle]] e [[Strawson]]) associadas ao nome próprio por falantes. Kripke apresenta alguns argumentos que, segundo ele, provariam a impossibilidade dessa tese. Um deles, conhecido como argumento modal, pode ser assim apresentado: a referência de um nome próprio se conserva ainda que descrições associadas ao nome se tornem falsas. p.e., ainda que descrições como "o autor da *Metafísica*", normalmente associada ao nome "[[Aristóteles]]", se revelassem falsas a respeito de Aristóteles (caso descobríssemos, p.e., que o autor da *[[Metafísica]]* foi um aluno brilhante de Aristóteles), ainda assim o nome "Aristóteles" se referiria a Aristóteles e não a quem quer que tenha escrito a *Metafísica*. No jargão de Kripke, "Aristóteles" é um [[designador rígido]], isto é, um designador que designa o mesmo objeto em todos os mundos possíveis. Isso provaria, para Kripke, que, ainda que nomes próprios sejam associados por falantes a descrições, essas não tem nenhum papel a desempenhar na contribuição do nome à proposição expressa pela frase em que o nome figura.
 
Em substituição às teorias descritivas da referência, Kripke propõe o que por vezes se denomina teoria da cadeia histórica da referência. De acordo com essa teoria -- ou, como Kripke prefere chamar em *Naming and Necessity*, "imagem" (*picture*)--, um nome refere a um objeto segundo as conexões que os atuais usuários do nome herdam daqueles que batizaram o objeto.
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* [[Scott Soames]]
* [[David Kaplan]]
[[John Searle]] figura entre aqueles que rejeitam a teoria.
 
Em 1973, Kripke apresentou as conferências filosóficas [[John Locke]] (John Locke Lectures) na [[Universidade de Oxford]]. Intituladas ''Referência e Existência'', elas são, em muitos aspectos, uma continuação de ''Naming and Necessity''. Seus tópicos principais são os nomes fictícios e o erro perceptual. Elas nunca foram publicadas. A transcrição está oficialmente disponível apenas como cópia de leitura na biblioteca da universidade, a qual não pode ser copiada ou citada sem a permissão de Kripke. Todavia, várias cópias circularam informalmente entre alguns filósofos. Sua influência, embora considerável, é difícil de ser mensurada. Dentre os filósofos que as leram, [[Gareth Evans]] foi talvez o mais visivelmente influenciado.
 
====O necessário a posteriori====