Critérios de Hill: diferenças entre revisões

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Os '''Critérios de Hill''' foram propostos pelo epidemiologista e estatístico britânico Sir [[Austin Bradford Hill]], e buscam caracterizar como causal uma associação entre uma exposição e uma doença ou condição de saúde.
 
São novesete critérios, onde quanto mais critérios forem preenchidos, maior a chance de esta associação ser de "causa e efeito":
# '''Intensidade da associação''': Fundamenta-se no pressuposto de que quanto maior o valor numérico que mensura a associação (em geral, Risco relativo), mais provável será a existência da associação entre a possível causa e o efeito observado. A circunstância que, quando presente, faz com que uma doença apareça três vezes mais frequente na população do que quando ausente é mais provável ser uma das causas desta doença do que outra que, quando presente, aumenta a incidência em apenas 1,5 vez
# '''Força da associação''': quanto mais forte uma associação, mais provável que seja causal. A força da associação é medida pelo [[risco relativo]] ou pelo [[odds ratio]]
# '''Sequência cronológica correta''': A exposição ao fator suspeito deve inequivocadamente anteceder a eclosão dos sinais e sintomas da doença. O preenchimento deste critério depende do desenho e da condução dos estudos epidemiológicos, o que de certa forma justificaria, na epidemiologia tradicional, o privilegiamento dos estudos de coorte como paradigma da pesquisa epidemiológica
# '''Consistência''': a relação deve ser condizente com os achados de outros estudos
# '''Significância estatística''': A associação deve ser estatisticamente significante, ou seja, deverá haver um alto grau de certeza de que esta não se deve ao acaso
# '''Especificidade''': exposição específica causa a doença
# '''Efeito dose-resposta''': À maior intensidade ou frequencia do fator de risco deve corresponder uma variação concomitante na ocorrência da morbidade
# '''Temporalidade''': causa deve ser anterior à doença
# '''Consistência da associação''' Os resultados de uma investigação devem ser reinterados em outras pesquisas que objetivaram esclarecer problemas similares ocorridos em circunstâncias adversas.
# '''Gradiente biológico''' (efeito dose-resposta): deve ser em [[gradiente]], proporcional
# '''Especificidade da associação''': Quanto mais específico é um fator em relação à doença, mais provável será tratar-se de um fator causal. Se um fator estiver causalmente associado a duas ou mais doenças, estas deverão estar logicamente conectadas entre si.
# '''Plausibilidade biológica''': A associação deve ter uma explicação plausível, concordante com o nível atual de conhecimento do processo patológico
# '''Coerência científica''': Os novos conhecimentos devem ser coerentes com os antigos, já validados em pesquisas anteriores. Se houver incoerência, um dos dois conhecimentos estará incorreto e nada poderá ser informado sobre a validade de nenhum deles. Novas observações ou novos experimentos devem ser feitos para ser removida a incoerência, e refutada, ou não, a hipótese de contribuição causal do fator considerado. Não deve ser esquecida, contudo, a interação de vários fatores causais, se for o caso.
# '''Coerência''': os achados devem seguir o [[paradigma]] da ciência atual
 
# '''Evidências experimentais''': Mudanças na exposição mudam o padrão da doença
# '''Analogia''': com outra doença ou com outra exposição
 
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[[Categoria:Epidemiologia]]
 
[[br:Introdução à Epidemiologia - 3 Edição]]
[[en:Bradford-Hill criteria]]