Beirute (sanduíche): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
bot: revertidas edições de 187.21.182.198 ( modificação suspeita : -70), para a edição 24820913 de Luckas-bot
Linha 1:
{{Mais notas}}
[[Imagem:beirute sande.jpg|thumb|240px|right|Sanduíche beirute.]]
Pão árabe, queijo mussarela coberto por zatar, rosbife e tomate. Nada de presunto, ovo, alface e maionese. O beirute foi criado em São Paulo no ano de 1951 pelo imigrante libanês Fares Sader. Ele era sócio do restaurante Bambi, na Alameda Santos, entre as ruas Cubatão e Rafael de Barros. “Ele quis homenagear o Líbano. Por isso, usou pão árabe e batizou o sanduíche com o nome da capital”, diz Nazima Sader, viúva do criador do beirute. No Líbano, os pais de Fares vendiam chocolates e doces sírios. Quando faleceram, na época da Segunda Guerra Mundial, o filho deixou o país de navio. Morou na Venezuela e depois no Uruguai até desembarcar no Brasil em 1947.
'''Beirute''' é um tipo de [[sanduíche]] provavelmente influenciado pela culinária [[Síria|sírio]]-[[Líbano|libanesa]] a partir do uso do chamado [[pão sírio]], levado para lá no início do [[século XX]] pelos [[Imigração|imigrantes]] do [[Oriente Médio]].
 
Em São Paulo, ele procurou alguns de seus parentes: o irmão Louis, que tinha vindo diretamente para o Brasil, e Sabina Sader, também da família e mãe de Nazima. Esta logo se tornou namorada do recém-chegado, com quem casou em 1955 e teve três filhos: Mônica, Marina e Maurício.
O nome beirute é uma homenagem a capital do [[Líbano]], mas na capital libanesa não se come este sanduíche já que se trata de uma criação brasileira, mais especificamente de São Paulo, para onde migraram os libaneses <ref>{{citar web|url=http://mundoestranho.abril.com.br/alimentacao/pergunta_287246.shtml|titulo=Como surgiram os sanduíches beirute, americano e cheeseburger?|autor=site Mundo Estranho (editora Abril)}}</ref>.
 
Louis abriu o Bambi em 1951. Fares entrou como sócio pouco tempo depois. Em seguida, criou o célebre sanduíche e a sobremesa chocolamour, que não tinha esse nome. “Não tinha nada a ver com ‘amor’”, afirma Mônica Sader. “Meu pai escolheu ‘Chocolat Mou Mud’ para misturar palavras francesas e inglesas”. Mou, em francês, é “suave”, e mud quer dizer “lama”. É uma referência à aparência cremosa do doce, que leva sorvete com calda quente de chocolate, chantilly e farofa adocicada. Com o tempo, as palavras se misturaram, mudando o nome da sobremesa.
É possível notar influências de outros sanduíches apreciados no Brasil: a combinação de presunto e queijo existe no [[Misto-quente]], já presunto ou rosbife com queijo e tomate existe no [[Bauru (sanduíche)|Bauru]]. E ainda, a combinação de alface com tomate (e por vezes ovo) existe em algumas receitas de [[Hambúrguer]].
 
A farofa do chocolamour é uma receita secreta inventada por ele. “Não revelo nem morta, é um segredo da família”, diz Mônica, que prepara e vende o quitute sob encomenda para festas. Ela é procurada por antigos fãs dos restaurantes do pai. “Apenas o verdadeiro chocolamour tem essa farofa”, garante. “É ela que dá o toque especial e deixou esses clientes com saudade”. O sucesso das receitas de Fares aumentou o movimento no restaurante da Alameda Santos, que não comportava mais tantos clientes. A solução foi a inauguração de outra unidade na casa em frente, em 1956.
Atualmente é possível encontrar este tipo de sanduíche em várias regiões e cidades do Brasil. Algumas lanchonetes servem com batatas fritas e refrigerante como acompanhamentos, como se costuma fazer em redes que servem [[Hambúrguer|Hambúrgueres]], notadamante de influência da cultura americana.
 
Os dois irmãos entraram numa nova sociedade em 1960: o restaurante Flamingo, que tinha também uma cozinha árabe influenciada por tendências internacionais. Lá também começaram a ser servidos pratos que tornaram o Bambi famoso, como o beirute e o chocolamour. Depois da morte do marido, em 1970, Nazima assumiu o comando do Flamingo. O negócio fechou em 1983, por causa de problemas com o dono do imóvel.
Assim, o beirute é comida originada da miscigenação e mistura de influências culturais vistas numa metrópole cosmopolita como São Paulo.
 
A receita do beirute pode variar muito, os ingredientes mais encontrados são: [[pão sírio]], [[rosbife]] ou ''lagarto'' fatiado (ou ainda presunto), [[queijo]], [[alface]], rodelas de [[tomate]] e um ovo frito.
 
=={{Ver também}}==