Fluxo gênico: diferenças entre revisões

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'''Fluxo gênico''' é uma [[migração]] de [[gene]]s entre populações. O efeito destas transferências de genes entre populações depende da diferença nas freqüências do gene nas duas populações e da proporção de [[indivíduo]]s migrantes. Na realidade, o fluxo gênico é uma medida da [[fertilização]]<ref>http://www.cib.org.br/pdf/09DispeGenica.pdf</ref>, no caso de [[pólen]], ou estabelecimento de indivíduos férteis, no caso de [[sementes]], em razão da distância percorrida da fonte até o local onde a dispersão ocorreu. Quando um indivíduo migra de uma população para outra, ele carrega genes que são característicos de sua [[população]] ancestral para população recipiente. Em caso de sucesso em seu estabelecimento, e realização de cruzamentos, ele irá transmitir esses genes entre as populações. Caso os genes migrados confiram alguma vantagem seletiva aos indivíduos receptores, a [[seleção natural]] também pode atuar a favor de elevar freqüências dos [[alelo]]s inseridos. Genes que não oferecem vantagem competitiva ou evolutiva no meio em que se encontram estas populações, portanto genes neutros, não devem causar um grande impacto, visto não haver pressão seletiva atuando no sentido de aumentar ou diminuir suas freqüências. No caso de genes desfavoráveis, ou seja, [[mutações]] desvantajosas, se a freqüência de inserção for inferior à [[seleção natural]] contra estes genes, eles devem ser eliminados em algumas gerações. Mas, se a inserção for superior à [[seleção natural]], a mesma nunca poderá eliminar totalmente o gene, pois ele continuará reaparecendo por [[mutação]]. Nesse caso poderíamos determinar a freqüência em equilíbrio da [[mutação]] entre a criação do gene mutante, por meio de sua mutação recorrente e a sua eliminação por [[seleção natural]].
 
O fluxo gênico está entre os eventos que melhor caracterizam a dinâmica da movimentação de alelos em populações naturais, pois implica na quantificação deste movimento entre populações, bem como na caracterização dos mecanismos envolvidos (Reis, 1996). De acordo com Martins (1987), o fluxo gênico é importante entre os diversos mecanismos microevolutivos, por suas implicações na estrutura genética de populações, tanto entre como dentro, pois condiciona a natureza e o nível de variabilidade dessas populações e precisa ser considerado no estabelecimento e manejo de reservas genéticas.<ref>http://www.bioline.org.br/pdf?cp07003</ref>
 
Quando um indivíduo migra de uma população para outra, ele carrega genes que são característicos de sua [[população]] ancestral para população recipiente. Em caso de sucesso em seu estabelecimento, e realização de cruzamentos, ele irá transmitir esses genes entre as populações. Caso os genes migrados confiram alguma vantagem seletiva aos indivíduos receptores, a [[seleção natural]] também pode atuar a favor de elevar freqüências dos [[alelo]]s inseridos. Genes que não oferecem vantagem competitiva ou evolutiva no meio em que se encontram estas populações, portanto genes neutros, não devem causar um grande impacto, visto não haver pressão seletiva atuando no sentido de aumentar ou diminuir suas freqüências. No caso de genes desfavoráveis, ou seja, [[mutações]] desvantajosas, se a freqüência de inserção for inferior à [[seleção natural]] contra estes genes, eles devem ser eliminados em algumas gerações. Mas, se a inserção for superior à [[seleção natural]], a mesma nunca poderá eliminar totalmente o gene, pois ele continuará reaparecendo por [[mutação]]. Nesse caso poderíamos determinar a freqüência em equilíbrio da [[mutação]] entre a criação do gene mutante, por meio de sua mutação recorrente e a sua eliminação por [[seleção natural]].
 
O fluxo gênico tende a unificar as freqüências gênicas entre populações rapidamente, em termos evolutivos. Se não atuar a seleção natural, a [[migração]] tem grande força para igualar as freqüências gênicas de populações em uma espécie. Se a taxa de [[migração]] for positiva, as freqüências irão, eventualmente, igualar-se. Mesmo que apenas um migrante bem-sucedido se mova para uma população a cada geração, o fluxo gênico direciona de forma inevitável a freqüência gênica da população para a media da espécie. De certo modo, o fluxo gênico atua para manter as espécies unidas.
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Neste caso, é a [[adaptação ecológica]], e não o fluxo gênico reduzido que explica a divergência entre a gramínea dentro e fora do monte de rejeito. Alternativamente, o fluxo gênico pode ser reduzido. Os tempos de floração dos tipos tolerantes e normal já diferem em ''A. tenuis'', o que irá reduzir o fluxo gênico entre elas. No futuro as duas formas poderiam evoluir para duas espécies separadas. De qualquer modo, o conflito entre fluxo gênico e Seleção Natural será de curta duração. Ou mudará o padrão de fluxo gênico, ou o do regime de seleção.
 
Há um caso de uma rã norte-americana ''Rana pipien'', em que a distribuição geográfica dessa espécie de animal ocorre do norte ao sul da [[América do Norte]]. As diferentes populações apresentam diferentes [[características morfológicas]]. No entanto, dificilmente uma rã do Norte se acasala com uma do Sul. Se isso for feito artificialmente, poderá ocorrer uma grande quantidade de descendentes defeituosos. Porém, se os cruzamentos acontecerem entre populações vizinhas, a porcentagem de indivíduos normais será de 100%. Esse fato mostra que em ''Rana pipiens'' ocorre o chamado fluxo gênico entre populações vizinhas, desde o Norte até o Sul, de forma que todas essas populações pertencem à mesma espécie. É provável que, se as populações intermediárias forem eliminadas, as que se encontram em extremos opostos venham a constituir duas novas espécies, incapazes de trocar genes.<ref>http://ateus.net/artigos/ciencia/a-evolucao-biologica/</ref>
 
 
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'''Barreira de isolamento''': uma barreira de isolamento é uma propriedade evolutiva de uma espécie, que impede o intercruzamento. Quando duas populações estão separadas geograficamente, o fluxo gênico cessa apenas porque os membros das populações não se encontram. Essas duas populações ainda não desenvolveram uma diferença genética. A evolução de uma barreira de isolamento exige que alguma característica nova, por exemplo, um novo [[canto]] de cortejo, evolua em pelo menos uma das populações. Essa nova característica precisa ter o poder de impedir o fluxo gênico. Na teoria da [[especiação alopátrica]], a cessação do fluxo gênico entre as populações alopátricas leva, com o tempo, à evolução de barreiras profundas de isolamento entre elas.
 
A '''barreira física''' reduz o fluxo gênico<ref>http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/especie8.html</ref> ([[migração]]) entre as populações. Esta barreira pode aparecer por mudanças geológicas e geomorfológicas ([[rios]], cursos d'água, cadeias de [[montanhas]], [[deriva continental]], [[vulcões]], etc.) ou por eventos de dispersão (deslocamento de populações para locais distantes, dispersão provocada pelo [[vento]], [[correntes marinhas]], etc.)
 
Aqui estão algumas das barreiras ao fluxo gênico. Elas resultam da seleção natural, seleção sexual ou deriva genética:
 
[[Image:ImmagineAmblyornis.jpg|border|thumb|300px|MacGregor’s Bowerbird]]
[[Image:SuperStock_4141-36597.jpg|left|thumb|300px|Satin Bowerbird]]
* A evolução de distintos locais, períodos ou ritos de acasalamento: As mudanças de base genética desses aspectos de [[acasalamento]] completam o processo de isolamento reprodutivo e especiação. Por exemplo, os [[pássaro]]s caramancheiros(''Amblyornis macgregoriae'') constroem caramanchões elaborados e os ornamentam com diferentes cores para cortejar as [[fêmeas]]. Se duas espécies desenvolvem diferenças em seu ritual de [[acasalamento]], essas podem isolá-las permanentemente e concluir o processo de [[especiação]].<br>Diferentes espécies de pássaros caramancheiros constroem caramanchões elaborados e os decoram com diferentes cores para cortejar as fêmeas. Os Satin Bowerbird constrói um canal entre varas verticais, e decora com objetos azuis brilhantes, enquanto que o MacGregor’s Bowerbird constrói uma torre alta de varas e a decora com pequenos pedaços de carvão. Mudanças evolutivas em rituais de acasalamento, como a construção de caramanchões, podem contribuir para a especiação e, para o fim do fluxo genico.
 
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A movimentação de indivíduos entre populações, seguida de cruzamentos (i.é, fluxo gênico), permite que novos genes e características se espalhem a partir de sua população de origem para toda a espécie. Se o fluxo gênico entre populações diferentes, separadas geograficamente, for pequeno, as mudanças genéticas que aparecerão nessas populações podem ser diferentes. Uma vez que as populações passam por histórias diferentes de mutação, deriva genética e seleção natural(esta última sendo especialmente provável, se os seus meios ambientes forem diferentes),elas seguem caminhos diferentes de mudança, divergindo em sua constituição genética e nas características individuais dos organismos( variação geográfica ). As diferenças acumuladas acabam fazendo com que as diferentes populações se tornem reprodutivamente isoladas: isto é, se seus membros se encontrarem, não trocarão genes, porque não cruzarão entre si ou, se o fizerem, a prole “híbrida”será inviável ou infértil. As populações diferentes agora são espécies diferentes. O significado deste processo de especiação é que, a partir daí, as novas espécies poderão evoluir de forma independente. Algumas podem originar ainda outras espécies, que poderão acabar se tornando extremamente diferentes entre si. Eventos sucessivos de especiação, associados à divergência, dão origem a aglomerados de ramos na árvore filogenética dos seres vivos.
 
Compreender a genética de populações da extinção. Comparativamente, sabe-se pouco a respeito dos papéis de fatores como a cessação do fluxo gênico e a depressão de endogamia em populações em processo de encolhimento e, no entanto, este conhecimento será essencial na preservação da biodiversidade e no planejamento de refúgios para espécies ameaçadas.<ref>(Douglas J. Futuyma, ''Evolução, Ciência e Sociedade"",São Paulo, 2002. Disponível em <http://www.pitangui.uepg.br/mestrados/mestradobiologia/pdfs/Futuyma2002_SBG.pdf>. Acesso em 22 de Novembro de 2011.</ref>)
 
==Referências==
 
<references/>
1. RIDLEY, Mark. Evolução. 3a. ed. Porto Alegre: ArtMed Editora,2006<br>2. http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio29/fluxo.pdf (Acessado em 22/11/2011)<br>3. http://biologiaevolutiva.blogspot.com/2006/03/introduo-evoluo-biolgica.html (Acessado em 22/11/2011<br>4. http://ciencia.hsw.uol.com.br/animais-em-isolamento1.htm (Acessado em 22/11/2011)<br>5. http://ciencia.hsw.uol.com.br/pool-genetico.htm (Acessado em 22/11/2011)<br>6. http://www.cib.org.br/pdf/09DispeGenica.pdf. (Acessado em 22/11/2011)<br>7. http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/especie8.html (Acessado em 22/11/2011)<br>8. http://ateus.net/artigos/ciencia/a-evolucao-biologica/ (Acessado em 22/11/2011)<br>9. http://www.ufscar.br/~evolucao/popgen/geneflow.pdf (Acessado em 22/11/2011)<br>10. http://www.bioline.org.br/pdf?cp07003 (Acessado em 22/11/2011)<br>11. http://www.dcf.ufla.br/conservacao/Producao/Teses%20e%20Disserta%E7%F5es/Peterson%20Jaegler-%20Xylopia.pdf (Acessado em 22/11/2011)<br>12. http://www.pitangui.uepg.br/mestrados/mestradobiologia/pdfs/Futuyma2002_SBG.pdf(Acessado em 22/11/2011)<br>