Parábola do amigo inoportuno: diferenças entre revisões

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oração correta (v. 13b; veja Rm 8:26-27).<ref name="David H. Stern">David H. Stern, Comentário Judaico do N.T.</ref>
 
Nesse grandioso capítulo, que fala sobre oração, há três figuras parabólicas as quais, embora este­jam separadas, são ligadas umas às outras pelo mesmo tema. A ilustra­ção do Pai e o Filho (Mt{{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=7:|verso=7-|verso_final=11.}}), que Mateus também registrou, trata do mesmo tema que a do Amigo impor­tuno, ou seja, "Oração". E a Parábo­la do valente (Mt 12:29) relatada aqui mais detalhadamente, apresen­ta Jesus, o homem de oração e cheio do Espírito, como aquele que é o mais forte do que o poderoso diabo. Por meio de sua morte, Cristo derrotou o inimigo e lhe tomou os bens. Se dese­jamos ser vencedores, devemos tam­bém buscar, pela oração, ser continu­amente cheios do Espírito Santo.
Na oração, como em todos os ou­tros aspectos de seu ministério, Jesus ensinou aos seus discípulos, não somente através de mandamentos, mas por praticar o que ensinava. Quando ele orava, veio o ensina­mento da Oração Dominical. Os seus discípulos O ouviram orar em certo lugar, e esperaram até que ele ter­minasse sua intercessão, e então lhe pediram: "Senhor, ensina-nos a orar". Ao concordar com o seu pedi­do, ele lhes deu aquele maravilhoso modelo de oração "que tanto é váli­da, logo de início, como a primeira lição para crianças principiantes, como para o exercício pleno dos po-deres, de homens fortes". E, após ter ensinado aos seus discípulos a orar através de seu exemplo, e pelo pró­prio mandamento de orar, ele lhes deu uma parábola sobre a importu-nação e a perseverança na oração, que vamos agora considerar. <ref name="Herbert Lockyer ">Herbert Lockyer, ISBN 8573675217 </ref>
 
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Butterick prossegue e diz que a narrativa faz parte da vida e talvez tenha sido um incidente que Jesus lembrava de seus dias do passado, ao ouvir com os olhos bem abertos na escuridão, enquanto José, seu padrasto, tinha uma conversa rude com um vizinho que esmurrava a porta de sua casa para pedir algo.<ref name="Herbert Lockyer "/>
 
Nos versículos que se seguem (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=11:|verso=11-|verso_final=13}}), Jesus expõe o propósito central de sua parábola. Deus é o chefe de família e tem mais desejo de dar do que possuímos de receber. Ele nunca dorme; portanto, jamais é perturbado quando vamos a ele. Tiago diz que ele é o Deus que dá liberalmente (Tg{{Citar bíblia|livro=Tiago|capítulo=1:|verso=5|}}), e uma das coi­sas que ele tem grande prazer, é sa­tisfazer as nossas necessidades. Po­rém precisamos orar com perseve­rança, porque "a oração bem-sucedi-da é a oração perseverante". Se a insistência e a repetição de um pe­dido venceram aquele homem ego­ísta, preguiçoso e rude, quanto mais a oração prevalecerá perante Deus, que cuida de nós com amor de Pai!<ref name="Herbert Lockyer "/>
 
[[Herbert Lockyer]] diz o que precisamos fazer é nos prevenirmos de ver na parábola mais do que Jesus quis mostrar com ela. O amigo que foi acordado teve de ser molestado para, então, em­prestar o pão de que o outro precisa­va. Mas Deus não cochila nem dor­me, e não precisamos forçá-lo a nos dar algo, pois ele nunca reluta para nos dar o que pedimos. Se achamos que ele não nos responde, precisa­mos ser incansáveis em nos dirigirmos ao trono da misericórdia. Os que no passado tornaram-se poderosos em oração, foram os que, como Jacó, lutaram e clamaram: "Não te deixa­rei ir, se não me abençoares" (Gn{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=32:|verso=26|}}). Arnot faz este precioso co­mentário: "O esforço persistente da­quele homem que cria (Jacó) foi doce para o anjo da aliança, e assim tam­bém é suave para o mesmo Senhor, hoje, diante da pressão daquele que suplica ansiosamente [...] O Senhor ama ser assim pressionado; portan­to vamos fazer pressão sobre ele, porque sua própria palavra nos as­segura que ele, o qual ouve as ora­ções, nunca considera a insistência algo ruim". Butterick diz: "Os fortes de alma durante a história da hu­manidade provaram a Deus que as suas orações eram súplicas que ex­pressavam os seus desejos conscien­tes e deliberados".<ref name="Herbert Lockyer "/>
 
Essa intensidade na oração é re­velada pela exortação do Senhor: Pedi, Buscai, Batei, quando os dois últimos imperativos repetem o sig­nificado do primeiro de forma figu­rada e dão expressão ao conteúdo da parábola. Goebel diz: "Nem todo o 'pedir' pode ser chamado de buscar; mas não é qualquer pedir, mas sim uma petição enérgica e persistente, expressa pelo bater. Que por sua vez não é qualquer tapinha, mas uma batida forte". Cristo nos exorta à ora­ção perseverante e persistente, e faz isso através de parábola e de man­damento. Se o amigo que desejava pão para o seu visitante não foi desencorajado pela recusa do outro; porém continuou a pedir ainda com maior intensidade o que desejava, quanto mais nós, a quem Jesus cha­mou de seus "amigos", nos convém sermos incansáveis em apresentar­mos as nossas petições a Deus, cujo amor paterno não precisa, como a precária amizade humana, ser cons­trangido e relutante, mas de boa von­tade e alegremente deixa-se conduzir pelos nossos pedidos. Deus não responde às nossas repetidas orações para se ver livre de nós, mas porque nos ama.<ref name="Herbert Lockyer "/>
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de apresentar o Messias a Israel, no entanto,
precisava orar. Jesus disse que João foi
o maior dos profetas (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=7:|verso=28|}}), e, mesmo
assim, João dependia da oração. Se a oração
era algo tão vital a um homem com
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da oração é o fato de Jesus ter sido
um homem de oração. Até aqui, vimos que
orou em seu batismo (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=3:|verso=21|}}), antes de escolher
os doze apóstolos (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=6:|verso=12|}}), quando
as multidões aumentaram (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=5:|verso=16|}}), antes
de pedir aos doze apóstolos que fizessem
sua confissão de fé (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=9:|verso=18|}}) e em sua transfiguração
(Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=9:|verso=29|}}). Os discípulos sabiam que
ele se retirava com freqüência para orar
sozinho (Mc{{Citar bíblia|livro=Marcos|capítulo=1:|verso=35|}}) e desejavam aprender
com ele o segredo do poder espiritual e da
sabedoria.
Se Jesus Cristo, o Filho perfeito de Deus,
dependeu da oração "nos dias da carne"
({{Citar bíblia|livro=Hebreus|capítulo=5|verso=7|}}Hb 5:7), nós dependemos muito mais! A
oração eficaz é a provisão para todas as
necessidades e a solução para todos os
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Trata-se de um "modelo de oração" dado
para servir de orientação em nossas orações
(para o texto paralelo, ver Mt{{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=6:|verso=9-|verso_final=15}}). Ela nos
ensina que a oração verdadeira depende
de um relacionamento espiritual com Deus,
que nos permite chamá-lo de "Pai", o que
só é possível por meio de Jesus Cristo (Rm{{Citar bíblia|livro=Romanos|capítulo=8|verso=14|verso_final=17}}; {{Citar bíblia|livro=Gálatas|capítulo=4|verso=1|verso_final=7}}).
8:14-17; GI 4:1-7).
Bill Moyers, secretário de imprensa do
ex-presidente norte-americano Lyndon
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A verdadeira oração também envolve
responsabilidades: honrar o reino de Deus e
fazer a vontade de Deus (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=11 :|verso=2|}}). Alguém
disse bem que o propósito da oração não é
garantir que a vontade do homem seja feita
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a Palavra de Deus, pois é nela que descobrimos
a vontade de Deus. Não se deve jamais
separar a oração da Palavra (Jo{{Citar bíblia|livro=João|capítulo=15:|verso=7|}}).
Durante meu ministério, tenho visto muitos
cristãos professos desobedecerem a Deus e
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e Deus disse que era certo". Isso inclui
uma moça que se casou com um rapaz
incrédulo (2{{Citar Cobíblia|livro=II Coríntios|capítulo=6:|verso=14-|verso_final=18}}), um sujeito vivendo
com uma moça que não era sua esposa
(1{{Citar Tsbíblia|livro=I Tessalonicenses|capítulo=4:|verso=1-|verso_final=8}}) e um pastor que começou a própria
rgreja, pois as outras igrejas estavam
erradas e somente ele possuía verdadeiro
"discernimento espiritual" (Fp{{Citar bíblia|livro=Filipenses|capítulo=2:|verso=1-|verso_final=16}}).
Uma vez que estamos firmes em nosso
relacionamento com Deus e em sua vontade,
é possível apresentar nossos pedidos (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=11|verso=3|verso_final=4}}). Podemos pedir-lhe que supra nossas
11 :3, 4). Podemos pedir-lhe que supra nossas
necessidades (não nossa ganância!) no
dia de hoje, que nos perdoe pelo que fizemos
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conseguir o que desejava, mas Deus responde
prontamente quando seus filhos clamam
({{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=18|verso=1|verso_final=8}}).
(Lc 18:1-8).
A argumentação é clara: se, no final das
contas, o homem batendo à porta foi recompensado
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de acordar seu amigo ou ao amigo dentro
da casa. A hospitalidade com desconhecidos
é uma lei fundamental do Oriente (Gn{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=18|verso=1|}}). Se alguém se recusasse a receber
18:1 ss). Se alguém se recusasse a receber
um hóspede, traria desgraça sobre toda a
sua vila e seria marginalizado pelos vizinhos.
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no meio da noite, mantenham-se constantemente
em comunhão com o seu Pai. Jesus
chamou isso de "permanecer" 00 15:1 ss), e
Paulo nos exortou a "[orar] sem cessar" (1{{Citar Tsbíblia|livro=I Tessalonicenses|capítulo=5|verso=17|}}). Ao orar, Deus responderá ou mostrará
5:17). Ao orar, Deus responderá ou mostrará
por que não deve nos responder. Então,
cabe a nós fazer o necessário para que o
Pai nos confie sua resposta.
Observe que a lição encerra com uma
ênfase sobre Deus como Pai (Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=11 :|verso=11-|verso_final=13}}).
Pelo fato de Deus nos conhecer e nos amar,
não precisamos temer sua resposta. Mais uma
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Pai celeste fará ainda mais pelos filhos, e isso
inclui as "boas coisas do Espírito Santo"
(comparar Lc{{Citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=11 :|verso=13|}} com {{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=7|verso=11|}}Mt 7:11), bênçãos
que, no Antigo Testamento, eram reservadas
apenas a poucas pessoas especiais. <ref name="Wiersbe, Warren W."/>