Jorge Ferreira Chaves: diferenças entre revisões

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É referido por alguns autores como «Jorge Chaves» ou apenas «Chaves».
 
É um dos arquitectos surgidos na segunda metade da [[década de 1940]] responsáveis pela fixação do [[Movimento Moderno]] em Portugal<ref name="MT">TOUSSAINT, Michel. «A Pastelaria Mexicana e o lado expressionista da arquitectura moderna» in ''Jornal Arquitectos'' n.º 132, fevereiro de 1993. (pp. 20-29).</ref>.
 
Activo profissionalmente entre [[1941]] e [[1981]], é considerado um dos mais perfeccionistas arquitectos portugueses<ref name="CLam">LAMEIRO, Carlos. ''Histórias que tenho para contar: a importância do turismo na minha vida''. Peregrinação publications USA Inc.; 2000. (p. 22).</ref>.
 
Realiza, em [[atelier]] próprio, desde [[1946]], várias dezenas de projectos, para [[Portugal]] continental, [[Madeira]], [[Guiné]] e [[Angola]]<ref name="RA">AGAREZ, Ricardo, «De regra, renda e desenho: arquitectura para a Misericórdia de Lisboa c. 1960» in AA.VV. ''Património Arquitectónico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa'', vol. 2., Lisboa: Santa Casa da Misericórdia,; 2010. (Tomo I, pp. 83-95).</ref><ref>CHAVES, Manuel Pedro Ferreira; SILVA, Nuno da. «Projectos de autoria e colaboração de Jorge Ferreira Chaves» in ''Jornal Arquitectos'' n,º 132, fevereiro de 1993. (pp. 30-31).</ref>, dos quais se destacam a [[Pastelaria Mexicana]], a loja Palissi Galvani, os Laboratórios Cannobio, um edifício de habitação na Rua Ilha do Príncipe e o Hotel Florida, em Lisboa, o Hotel Garbe, o Hotel da Baleeira e o Hotel Globo, no Algarve, a Câmara de Comércio de Bissau e a Caixa Geral de Depósitos de S. Pedro do Sul.
Foi também colaborador de alguns dos principais ateliers de arquitectura de Lisboa da primeira metade do século XX<ref name="RA" />: os ateliers de [[Joaquim Ferreira (arquitecto)|Joaquim Ferreira]], de [[Miguel Jacobetty Rosa]] e de [[Porfírio Pardal Monteiro]].
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Concluiu a parte escolar do curso de Arquitectura em [[1948]], tendo obtido em 1946 o [[José Luís Monteiro|Prémio José Luís Monteiro]], acumulado de vários anos em que não havia sido atribuído<ref name="FAUTL" />.
Este prémio, com uma componente monetária, era entregue a estudantes do curso de Arquitectura que se destacassem pela excepcionalidade do seu percurso académico.<ref>RIBEIRO, Ana Isabel de Melo - ''arquitectos portugueses: 90 anos de vida associativa, 1863-1953.'' Porto, FAUP; 2002. (pp. 89; 106, 107)</ref>
 
Obtém a classificação de 19 valores em 20 no Concurso para a Obtenção do Diploma de [[Arquitecto]] (C.O.D.A.) em [[1953]]<ref name="FAUTL" />.
 
===Actividade profissional===
O exercício da [[profissão]] inicia-se no período de [[1943]]-[[1956]], período que [[Nuno Portas]] designa como a fase da «[[Movimento de resistência|resistência]]» na arquitectura e arte portuguesa<ref>PORTAS, Nuno. «A evolução da Arquitectura Moderna» in ZEVI, Bruno. ''História da arquitectura moderna''. Lisboa,: Editora Arcádia; 1973. (p. 729).</ref>.
 
De 1944 a 1946, ainda nos anos do fim do curso, é colaborador do arquitecto [[Joaquim Ferreira (arquitecto)|Joaquim Ferreira]]. Durante este período também colabora, pontualmente, com os arquitectos [[Alberto Soeiro]] no atelier de Lisboa de [[Carlos João Chambers Ramos|Carlos Ramos]] e [[Filipe Nobre de Figueiredo]].
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Em [[1952]] é convidado para o atelier do arquitecto Porfírio [[Pardal Monteiro]] com quem trabalha na concepção dos edifícios Palácio da Rotunda <ref>AGAREZ, Ricardo Costa. ''O Moderno revisitado: habitação multifamiliar em Lisboa nos anos de 1950''. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 2009 (p. 279).</ref> e Sorel <ref>CALDAS, João Vieira. ''Porfírio Pardal Monteiro: arquitecto. Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1997 (p. 91).</ref> em Lisboa, mas principalmente do [[Hotel Ritz (Portugal)|Hotel Ritz]], «obra notável pela sabedoria estética e pela qualidade da execução material» <ref name="JMF1">FERNANDES, José Manuel. «Que viva a Mexicana! (ou a batalha da Mexicana)» in ''Lisboa em obras''. Lisboa: Livros Horizonte, 1997 (pp. 205-208).</ref>.
Assegura ainda, a continuidade do projecto do Hotel Ritz, dando assistência à obra e chefiando o projecto de execução<ref>CALDAS, João Vieira. ''Porfírio Pardal Monteiro: arquitecto''. Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses,; 1997. (p. 94).</ref> no atelier de obra até à data da sua inauguração em [[1959]] <ref name="CLam" /><ref name="JMF1" />.
 
Apesar de ter sido o projecto do [[Hotel Ritz (Portugal)|Hotel Ritz]] a sua actividade central entre 1952 e 1959, mantém sempre atelier próprio, ao qual se dedica em exclusivo após [[1959]].
 
A sua produção arquitectónica mais significativa tem lugar durante um período caracterizado como de “abertura relativa do regime à [[arquitectura moderna]]”<ref>PORTAS, Nuno. - «A evolução da Arquitectura Moderna» in ZEVI, Bruno. - ''História da Arquitectura Moderna''. Lisboa: Editora Arcádia; 1973. (pp. 738-739).</ref>. «Desenvolveu durante a década de 1960&nbsp;um traço específico, reconhecível em obras como a [[Pastelaria Mexicana]] em Lisboa ou os Hotéis Garbe e Baleeira no Algarve e, também, nos edifícios de habitação de Olivais Sul e das ruas da Penha de França e da Ilha do Príncipe» <ref name="RA" />, sendo este último considerado como «talvez a melhor intervenção urbana para habitação em Lisboa, na década»<ref name="RA" /><ref name="JMF1" />.
 
A Câmara de Comércio de Bissau, sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola da Guiné, é considerada «a mais qualificada realização arquitectónica em [[Bissau]]» do período colonial <ref>{{citar web|url=http://www.usjt.br/arq.urb/numero_02/artigo_ana.pdf|titulo=Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização colonial (1944-1974) (pp. 106, 107)|autor=MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa |data=|publicado=PDF|acessodata={{DataExt|13|5|2010}}}}</ref>.
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===Livros===
*AGAREZ, Ricardo Costa - “''O Moderno revisitado - Habitação multifamiliar em Lisboa nos anos de 1950''”; edição da C.M.L.; 2009. (p.&nbsp;279)
*AGAREZ, Ricardo - "''De regra, renda e desenho: arquitectura para a Misericórdia de Lisboa c. 1960''" in AA.VV. - Património Arquitectónico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Vol. 2. Lisboa: Santa Casa da Misericórdia; 2010. (Tomo I. (pp.&nbsp;83–95 e 256-265)
*AGUIAR, Armando de - "''Guiné Minha Terra''", Lisboa: Agência Geral do Ultramar; 1964. (p.&nbsp;80)
*ALMEIDA, Álvaro Duarte de e; BELO, Duarte – “''Portugal património: Lisboa''”‎; 2008. (p.&nbsp;155)
*CALDAS, João Vieira. "''Porfírio Pardal Monteiro: Arquitecto''"; Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses; 1997. (pp.&nbsp;91, 94 e 117)
*FERNANDES, José Manuel – “''Que viva a Mexicana! (ou A batalha da Mexicana)''" in “''Lisboa em obras''”; 1997; Livros horizonte. (pp.&nbsp;205-208)
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*FERNANDES, José Manuel - “''A Mexicana''” in “''Arquitectura do Movimento Moderno: inventário Docomomo ibérico: 1925 / 1965''”; Associação dos Arquitectos Portugueses: Fundação Mies van der Rohe: Docomomo Ibérico; 1997. (p.&nbsp;287)
*“''Habitação social na cidade de Lisboa 1959-1966''”; Gabinete Técnico de Habitação; edição da C.M.L.; Outubro 1967.
*LAMEIRO, Carlos - “''Os meus cadernos 5 - Hotel Ritz Lisboa 1959 / 1999 - Na comemoração do seu Quadragésimo aniversário''”; Centro editorial da FAUTL; 2000. (pp.&nbsp;11 e 15)
*LAMEIRO, Carlos - “Histórias que tenho para contar - A importância do turismo na minha vida”; Peregrinação publications USA Inc.; 2000. (p.&nbsp;22)
*MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa - "''Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização colonial (1944-1974)''";PDF; usjt.br/arq.urb/número 02; 2009. (pp.&nbsp;106–107)
*NEVES, José Manuel das - “''Cadeiras Portuguesas Contemporâneas''”; Edições Asa; 2003. (pp.&nbsp;62–63 e 162-163)
*PORTAS, Nuno - “''A evolução da Arquitectura Moderna''” in ZEVI, Bruno “''História da Arquitectura Moderna''”; Editora Arcádia; 1973. (p.&nbsp;739)
*“''RITZ - quatro décadas de Lisboa''”; Edição Hotel Ritz, SA; 2000. (pp.&nbsp;40-42; 104; 205)
 
===Catálogos e guias===
*Catálogo da “''X Exposição Geral de Artes Plásticas 1956 – Dez anos de Exposição Geral de Artes Plásticas 1945-1956''”; -"Projecto para a nova sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola da Guiné, a construir em Bissau" - obra 124. Sociedade Nacional de Belas-Artes.
*“''Guia de Arquitectura Lisboa 94''”. Edição A.A.P.; 1994.(pp. 330-331)
 
===Outros===
*TOUSSAINT, Michel - "A Pastelaria Mexicana e o lado expressionista da arquitectura moderna" - Texto de fundamentação para o pedido de Classificação da [[Pastelaria Mexicana]]; 1993.
*TOUSSAINT, Michel - "Texto do abaixo-assinado em defesa da [[Pastelaria Mexicana]]" entregue ao [[IPPAR]]. 1994.
*MATOS, Madalena Cunha - "''Coluna Polar''" - projecto de estudo e publicação da obra lisboeta do arquitecto Jorge Ferreira Chaves. Candidatura nº PP07–279 ao programa de apoio a projectos pontuais para 2007, do Instituto das Artes; 2007.
 
===Revistas===
*“BINÁRIO” nº 13, Outubro 1959. (separata)
*“ARQUITECTURA” nº 23/24, Maio/Junho 1948. (p.&nbsp;16)
*“ARQUITECTURA” nº 35,. (p.&nbsp;20)
*“ARQUITECTURA” nº 83, Setembro 1964. (p.&nbsp;100 / 112)
* “NOTÍCIAS MAGAZINE”- 27 de março de 2005.
* “EXPRESSO REVISTA” - 5 de fevereiro de 1994 - 11 de maio de 2002.
* “REVISTA ARQUITECTOS” nº 2, Maio /Junho 1989. (foto p.&nbsp;74)
*“JORNAL ARQUITECTOS” nº 196, Maio/Junho 2000. (p.&nbsp;13)
*“JORNAL ARQUITECTOS” nº 197, Setembro e Outubro 2000. (p.&nbsp;63)
*“JORNAL ARQUITECTOS” nº 227, Abril/Junho 2007. (p.&nbsp;23)
*“JORNAL ARQUITECTOS” nº 132, Fevereiro 1993. (pp.&nbsp;20-31)
*“K” nº32, Maio 1993. (p.&nbsp;52)
*“INFORMAÇÃO ARQUITECTOS” nº17, Agosto 1994.
*“BOLETIM DO G.T.H. LISBOA” nº 30/33 (Vol. 5) 1976 / 1977. (pp.&nbsp;212-215; 230-237)
*“BOLETIM DO G.T.H. LISBOA” nº 50/51 (Vol. 7) 1986. (p.&nbsp;232)
*“PANORAMA”: Revista Portuguesa de Arte e Turismo nº 3, III Série, Setembro de 1956. (p.&nbsp; Secção Registo das Artes)
*“BROTÉRIA”: Revista contemporânea de cultura, Volume LX, nº1‎. Lisboa: 1955. (p.&nbsp;91)
*“CAMÕES: revista de letras e culturas lusófonas”, Edições 15-16‎ - Instituto Camões; 2003. (p.&nbsp;205)
 
===Programas de televisão===