Catálogo Messier: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Heiligenfeld (discussão | contribs)
+ informações
Heiligenfeld (discussão | contribs)
mais informações
Linha 21:
 
Havia falsas entradas nos catálogos que Messier pesquisou, chegando a um total de 11 objetos. A inclusão do objeto [[Messier 40]], que é uma [[estrela dupla]] e não um objeto difuso, talvez reflita uma das entradas inexistentes.
 
No início de 1765, Messier encontrou o aglomerado estelar [[Messier 41]]. Nos três anos seguintes estava ocupado com outras atividades e deixou a elaboração do catálogo de lado. Mas, no início de 1769, decidiu publicar a primeira verão de seu catálogo, talvez para compilar os materiais necessários para apoiar suas ambições para ser eleito membro da [[Académie des sciences]]. Para aumentar o número de entradas, Messier catalogou os objetos [[Messier 42|M42]] ao [[Messier 45|M45]], as bem-conhecidas [[nebulosa de Orion]], [[Messier 44|aglomerado do Presépio]] e as [[Plêiades (aglomerado de estrelas)|Plêiades]], em 4 de março de 1769. A razão para esse aumento pode ser o desejo de Messier de apresentar o catálogo mais completo à época e, portanto, bater em número de objetos o catálogo de Lacaille, que continha 42 objetos. Essa hipótese é reforçada pelo próprio Messier na introdução de seu catálogo, onde ele queria aprsentar um catálogo que era o "mais completo" comparado às obras anteriores.
 
Apresentou sua primeira versão do catálogo à Académie des sciences em 16 de fevereiro de 1771; foi a sua primeira obra apresentada à academia, seguida por muitas outras obras sobre outros ramos da [[astronomia]]. No catálogo, Messier descreve suas observações de cada objeto cuidadosamente, assim como descobertas e observações anteriores por outros astrônomos dipsoníveis a ele, além de dar a posição de cada objeto no céu noturno. Como apêndice, Messier anexa uma lista de possíveis nebulosas relatadas por observadores anteriores que ele não foi capaz de encontrar, além de uma descrição mais extensa e um desenho completo da [[nebulosa de Orion]] que inclui a nebulosa de De Mairan ([[Messier 43]]).
 
A primeira versão do catálogo de Messier contém e sumariza qualse todos os [[objetos do céu profundo]] que eram conhecidos anteriormente, observáveis da [[latitude]] de [[Paris]], além de 29 descobertas independentes, sendo 18 descobertas originais. Dos 45 objetos, 33 são [[aglomerado estelar|aglomerados estelares]] (19 [[aglomerado aberto|aglomerados abertos]] e 14 [[aglomerado globular|aglomerados globulares]]), 7 [[nebulosa]]s (5 nebulosas difusas, berços de estrelas, 1 [[nebulosa planetária]] e 1 [[remanescente de supernova]]), 3 [[galáxia]]s e dois outros objetos ([[Messier 24]] é uma parte destacada de um dos braços da [[via-láctea]] e [[Messier 40]] é uma [[estrela dupla]]). Os mais proeminentes e os aparentemente mais brilhantes e grandes desses objetos são, em sequência de brilho, as [[Plêiades (aglomerado de estrelas)|Plêiades]] (M45), a [[galáxia de Andrômeda]] (M31), o [[messier 44|aglomerado estelar do Presépio]] (M44), a [[nebulosa de Orion]] (M42) e o aglomerado estelar [[Messier 7]], na constelação do [[Scorpius|Escorpião]]. Segundo o astrônomo [[Brian A. Skiff]], 29 objetos dos 45 pertecentes ao catálogo são visíveis a [[olho nu]] com excelentes condições de observação. Ordenando os objetos de brilho fraco por ordem, destacam-se a nebuloda de De Mairan ([[Messier 43]] - vista com mais facilidade devido à presença de seu vizinho no céu, a nebulosa de Orion (M42)), a estrela dupla M40 e o primeiro objeto do catálogo, a [[nebulosa do Caranguejo]] (M1).{{Nota de rodapé|É possível que a [[nebulosa do Caranguejo]] (M1) fosse mais brilhante à época de Messier, que coincide com a teoria de que um [[remanescente de supernova]] esmaece com o tempo.}} Messier 40 (a estela dupla [[Winnecke 4]]) é o único desses objetos que apresenta dificuldades de identificação por astrônomos posteriores por cerca de 180 anos; embora o objeto e sua posição fossem bem descritos por Messier, apenas em 1966 John Mallas identificou o par de estrelas.
 
=== Messier 46 ao Messier 68 ===
Três noites após a apresentação de seu catálogo, Charles Messier observou e mediu, em 18 de janeiro de 1771, mais quatro objetos nebulosos, [[Messier 46]] ao [[Messier 49]]. Para dois deles, [[Messier 47]] e [[Messier 48]], Messier não procedeu com o cuidado usual e cometeu erros ao reduzir os dados das posções; tais objetos ficaram perdidos até as suas identificações já no século XX. [[Messier 49]] também foi a primeira galáxia descoberta pertencente ao [[aglomerado de galáxias de Virgem]].
 
Nos anos seguintes, motivos privados e outras atividades e interesses impediram Messier de realizar muito trabalho acerca das nebulosas e aglomerados estelares, e apenas agumas descobertas fora feitas como produto de outros empreendimentos, particularmente a observação de [[cometa]]s. Em 7 de junho de 1771, Messier descobriu o objeto [[Messier 62]], mas apenas mediu a sua posição de forma aproximada, incluindo-o no catálogo apenas em 1779. Ao observar um cometa, Messier encontrou outro aglomerado estelar, [[Messier 50]], adicionado ao catálogo em 5 de abril de 1772. Em 10 de outubro de 1773, descobriu o segundo objeto mais brilhante vizinho à galáxia de Andrômeda, [[Messier 110]], mas devido a razões desconhecidas nunca o catalogou e publicou sua descoberta apenas em 1798 (na edição de 1801 do almanaque francês ''[[Connaissance des temps]]''). Encontrou o objeto [[Messier 51]] três dias mais tarde, e o objeto [[Messier 52]] foi descoberto quase um ano mais tarde, em 7 de setembro de 1774. Após dois anos e meio de inatividade, Messier descobriu o objeto [[Messier 53]] em 26 de fevereiro de 1777, um objeto descoberto previamente por [[Johann Elert Bode]]. Messier encontrou mais duas outras "nebulosas" (aglomerados globulares na realidade), os objetos [[Messier 54]] e [[Messier 55]], em 24 de julho de 1778. M54 é mais uma descoberta original, mas M55 na verdade era uma das nebulosas catalogadas por Lacaille que Messier não tinha encontrado durante o seu primeiro empreendimento de catalogar objetos, em julho de 1764, talvez por usar instrumentos inferiores à época e devido à inexperiência.
 
Após a descoberta do cometa de 1779, Messier descobriu várias "nebulosas" novas ao longo da trajetória aparente do cometa. Seguindo-o até 19 de maio de 1779, observou mais seis objetos, [[Messier 56]] ao [[Messier 61]]. Descobriu M56 no mesmo dia que redescobriu{{Nota de rodapé|Bode havia descoberto o cometa anteriormente, em 6 de janeiro de 1779.}} o cometa em 19 de janeiro daquele ano. Doze dias mais tarde descobriu a nebulosa do Anel ([[Messier 57]]), que havia sido descoberto anteriormente naquele mesmo mês por [[Antoine Darquier]]. Quando o cometa passou pela região do [[aglomerado de galáxias de Virgem]], vários novos objetos foram descobertos em um curto período de tempo. Tais objetos foram descobertos independentemente por Messier, de Paris, [[Johann Gottfried Köhler]], de [[Dresden]], e [[Barnaba Oriani]], de [[Milão]]. Messier originalmente descobriu o objeto [[Messier 58]] e encontrou os objetos [[Messier 59]] e [[Messier 60]] em 15 de abril. Também descobriu [[Messier 61]] em 5 de maio, mas confundiu-o com o próprio cometa, identificando como uma nebulosa apenas seis dias mais tarde. M59 e M60 haviam sido descobertos por Köhler em 11 de abril daquele ano, quatro dias antes da descoberta de Messier, embora Köhler não tenha encontrado o M58. Oriani foi o primeiro a identificar o objeto M61 em 5 de maio, mesmo dia que Messier havia confundido-o com o cometa.
 
Em 4 de junho, finalmente conseguiu obter uma boa posição para o objeto [[Messier 62]], que ele havia descoberto em 1771. Dez dias mais tarde, observou e mediu a posição do objeto [[Messier 63]], a primeira descoberta de seu amigo [[Pierre Méchain]], que havia conhecido em 1774.
 
Em 1 de março de 1780, Messier adicionou ao catálogo os objetos [[Messier 64]], [[Messier 65]] e [[Messier 66]]. Messier não sabia que M64 havia sido descoberto quase um ano antes (23 de março de 1779) por [[Edward Pigott]] e doze dias depois por Bode. Os objetos M65 e M66 são descobertas originais de Messier. Em 6 de abril, encontrou o objeto [[Messier 67]], não sabendo que Köhler já havia descoberto o objeto antes, e descobriu [[Messier 68]] em 9 de abril daquele ano. M68 foi o último objeto da segunda edição do catálogo Messier, impressa no ''Connaissance des temps'' para 1783, impressa em 1780.
 
A segunda edição do catálogo contém objetos de brilho significativamente mais fraco do que a primeira versão de 1771, evidenciando o aumento da sensitividade dos instrumentos de Messier, não desconsiderando o enriquecimento de experiência do astrônomo. Os objetos mais esmaecidos dest versão são os objetos [[Messier 58]] e [[Messier 61]], pertencentes ao aglomerado de galáxias de Virgem, ambos de [[magnitude aparente]] de 9,7. Dos 23 novos objetos da segunda edição, do [[Messier 46]] ao [[Messier 68]], apenas [[Messier 55]] havia sido relatado antes por Lacaille, e [[Messier 63]], relatado a Messier por Méchain. Das 21 descobertas independentes, 14 são descobertas originais. Dos 23 objetos, 12 são aglomerados estelares (6 abertos e 6 globulares), uma nebulosa planetária ([[Messier 57]]) e 10 galáxias, 5 delas pertencentes ao aglomerado de Virgem. Segundo Skiff, sob condições excelentes de observação, apenas 5 dos 23 objetos são visíveis a olho nu.
 
=== Finalização do catálogo ===
As duas próximas descobertas de Messier são os objetos [[Messier 69]] e [[Messier 70]], dois [[aglomerado globular|aglomerados globulares]] na constelação de [[Sagittarius|Sagitário]]. Esses objetos foram incluídos no apêndice da segunda versão do catálogo. Ambos os objetos são descobertas originais, mas Messier supôs que M69 era idêntica a uma nebulosa do catálogo de Lacaille que o astrônomo tentara observar sem sucesso.
 
Em seguida, Messier e Méchain iniciaram um grande empreendimento para aumentar o numero de nebulosas e aglomerados estelares catalogadas. No fim de 1780, Messier havia descoberto todos os objetos até [[Messier 79]] e, em abril de 1781, o número de objetos do catálogo havia aumentado para 100. A maior parte dos objetos entre [[Messier 71]] e [[Messier 82]] foram relatados por Méchain, sendo observados e tendo suas posições medidas por Messier para incluí-los ao seu catálogo. As exceções são os objetos [[Messier 73]], um grupo de quatro estrelas observadas por Messier enquanto observava [[Messier 72]], e [[Messier 80]], descoberto originalmente por Messier e redescoberto independentemente por Méchain horas depois. [[Messier 81]] e [[Messier 82]], redescobertos por Méchain em agosto de 1779, já haviam sido descobertos por Bode em 1774. Em 17 de fevereiro de 1781, Messier encontrou o objeto [[Messier 83]], já descoberto por Lacaille em 1752, sendo uma das nebulosas que Messier não fora capaz de encontrá-la em 1764.
 
Em 4 de março, Méchain descobriu mais um objeto no [[aglomerado de galáxias de Virgem]], o objeto [[Messier 85]]. Intrigado, Messier decidiu realizar uma grande varredura nessa região do céu em 18 de março e, naquela noite, catalogou mais nove objetos, oito deles pertecendo ao aglomerado de Virgem ([[Messier 84]] ao [[Messier 91]]) e o objeto [[Messier 92]], na constelação de [[Hércules (constelação)|Hércules]]. Com a exceção de M85, todas são descobertas originais de Messier, embora M92 tivesse sido descoberto por Bode em 1779. Messier notou a concentração de "nebulosas" na região da constelação de [[Virgo|Virgem]] em uma anotação em sua cópia pessoal do catálogo, a primeira menção documentada do aglomerado de galáxias de Virgem. Todos objetos tiveram suas posições medidas com suficiente precisão para serem identificadas no aglomerado de Virgem, mas M91 é a única exceção, provavelmente devido a um erro na redução dos dados. Esse objeto ficou perdido até a sua identificação pelo astrônomo amador William C. WIliiams.
 
=={{Ver também}}==
Linha 40 ⟶ 66:
 
{{CatalogoMessier}}
 
{{esboço-astronomia}}
 
[[Categoria:Catálogos astronômicos]]