Luís Álvares de Távora, 1.º Marquês de Távora: diferenças entre revisões

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→‎Carreira Militar: campanhas de 1657, 58 e Batalha das linhas de Elvas (1659)
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==Carreira Militar==
===Ingresso no Exército e Campanha de Olivença (1657)===
'''D. Luís Álvares de Távora''' distinguiu-se no campo militar na [[Guerra da Restauração]]. Contava apenas com 8 anos quando a [[1 de Dezembro]] de [[1640]] quando [[João IV de Portugal|D. João IV]] foi aclamado Rei de Portugal na varanda do [[Palácio da Ribeira]] por D. [[Antão de Almada (7º Conde de Avranches)|Antão de Almada]]. No entanto, a reacção militar espanhola foi retardada pela Revolta da Catalunha, procrastinando-se por uma década qualquer combate significativo. O jovem fidalgo começa a receber instrução militar desde muito cedo. Esta aprendizagem era de carácter primordial para os jovens da sua condição, com excepção dos que seguiam a vida religiosa. Revelava-se, todavia, à época, com contornos de obrigação patriótica devido à constante expectativa de uma ofensiva castelhana.
 
A carreira militar de D. Luís inicia-se em 1657 quando é convidado para comandar um terço no exército do [[Martim Afonso de Melo, 2.º Conde de São Lourenço]] e um dos conjurados de 1640, que acabara de ser nomeado pela [[Luísa de Gusmão|Rainha Regente]] [[Governador das Armas]] do Alentejo. O jovem D. Luís contava com cerca de 23 anos, mas era já senhor de sua Casa e pai de família. Combate na Campanha de Olivença de 1657 no posto de [[Mestre de Campo General]]. O Conde de São Lourenço é substituído no seu posto por Joanne Mendes de Vasconcelos e D. Luís, então Conde de São João, continua a servir na Campanha de [[Badajoz]] de 1658.
De facto, ao entrar para a casa do 20 anos, já senhor de sua Casa, combate no [[cerco de Badajoz]]. Em 1659, com 24 anos, combateu na [[Batalha das Linhas de Elvas]] na qual foi ferido. Nesse mesmo ano passa à região do [[Minho]], como [[General de Cavalaria]], onde, nos anos consequentes, obtém diversas vitórias. Foi transferido para [[Trás-os-Montes]] onde sobe ao posto de Mestre-de-Campo General. Os seus afamados serviços de armas nas fronteiras do Norte do País levam à sua nomeação, em 1662, para [[Governador de Armas]] da província de Trás-os-Montes (contava então com 28 anos). Participou ainda na [[Batalha de Montes Claros]] em 1665. Foi ainda membro do [[Conselho da Guerra]] de [[Afonso VI de Portugal|D. Afonso VI]]. Dele escreveu o historiador [[António Caetano de Sousa]]:
 
===Campanha de Badajoz e cerco de Elvas (1658===
Em 1658 o seu irmão [[Miguel Carlos de Távora, 2.º Conde de São Vicente|Miguel Carlos de Távora]], que estudava para religioso em Coimbra, abandona os estudos e junta-se-lhe no Alentejo com o posto de Capitão de Infantaria. Serve no [[cerco de Badajoz de 1658]] com assinalável bravura e trava amizades pautadas pelo camaradismo que o vão acompanhar ao longo da vida, nomeadamente com: D. [[João de Mascarenhas, 2.º Conde da Torre]], D. [[Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira|Luís de Meneses]] (que herdará o título de [[Conde da Ericeira]]) e [[Simão Correia da Silva, Conde da Castanheira|Simão Correia da Silva]] (que será [[Conde da Castanheira]] pelo casamento; todos jovens da mesma geração.
 
Chegado à [[Estremadura (Espanha)]] o exército de socorro a Badajoz liderado pelo sexagenário [[Luís de Haro,3.º Duque de Olivares]] - sobrinho do famigerado [[Conde-Duque de Olivares|Conde-Duque]] -, retirou o exército português para [[Elvas]]. Salva a praça de Badajoz, o Governador da Estremadura, [[Francisco de Tuttavilla, Duque de San Germán|Duque de San Gérman]], que nela fora sitiado junta as suas forças a Luís de Haro e partem na peugada dos portugueses com um imponente exército de 36000 homens. Vê-se desesperada a situação de Elvas, que se prepara para aguentar longo cerco enquanto pelo país fora de não poupam esforços para levantar exército que faça frente à invasão castelhana do Alentejo.
 
Permanece o exército que sitiava Badajoz em Elvas para a defender. O comando da Praça foi entregue a [[Sancho Manuel de Vilhena]] (futuro 1.º [[Conde de Vila Flor]]) e nela permaneceram muitos fidalgos do exército. Entre muitos outros, ficou '''D. Luís de Távora''', o Conde da Torre, D. Luís de Meneses, Simão Correia da Silva e [[António Luís de Sousa, Marquês das Minas|Conde do Prado]] (futuro 1.º [[Marquês das Minas]]). O cerco durou vários meses e as condições dentro da Praça foram muito difíceis para os sitiados, chegando a morrer 300 pessoas por dia de peste. Não houve fome, graças à boa administração e às grandes reservas que foi possível angariar antes do cerco, mas não conseguiam chegar mantimentos do exterior.
 
===[[Batalha das Linhas de Elvas]] (1659)===
A Rainha Regente encarregou o [[António Luís de Meneses, 1.º Marquês de Marialva|Conde de Cantanhede]] (futuro 1.º [[Marquês de Marialva]]) de levantar um exército para socorrer a praça de Elvas. Revelou-se tarefa difícil pois eximiam-se os Governadores das Armas das províncias a enviar auxílio por receio de invasões nas suas fronteiras. Houve mesmo necessidade de se fazer recrutar homens na [[Ilha da Madeira]]. O exército do Conde de Cantanhede reúne-se em [[Estremoz]] no final do ano de 1658. Apesar das dificuldades é possível a comunicação entre António Luís de Meneses e Sancho Manuel de Vilhena, comandante de Elvas, concertando-se a estratégia para dar batalha aos castelhanos.
 
A [[Batalha das Linhas de Elvas]] ocorre a 14 de Janeiro de [[1659]] e foi um dos grandes marcos da Guerra da Restauração. Os exércitos portugueses desbaratam completamente a força espanhola numa retumbante vitória. O exército castelhano encontrava-se já reduzido a 15000 homens devido à peste e à deserção. Quando alcançaram Badajoz após apressada fuga, não restavam mais do que 5000 soldados do grandioso exército. '''D. Luís de Távora''' e o companheiro Conde da Torre haviam sido incumbidos na liderança de dois batalhões fora das muralhas para auxiliar o exército do Conde de Cantanhede. Contudo, tinham ordens para não se afastarem nem se embrenharem na batalha, o que prontamente ignoraram. D. Luís é descrito como um dos heróis do dia, tenho batalhado com tanta ferocidade que os inimigos o reconheciam e sabiam o seu nome. Aquando do final da batalha, recusou-se o acampamento fortificado espanhol a render-se a outro que não ao jovem Conde de São João, dizendo não poder ser desonra render-se a tal inimigo. Conta da lista dos feridos em combate; parece que sem gravidade.
 
===Anos subsequentes===
De facto, ao entrar para a casa do 20 anos, já senhor de sua Casa, combate no [[cerco de Badajoz]]. Em 1659, com 24 anos, combateu na [[Batalha das Linhas de Elvas]] na qual foi ferido. Nesse mesmo ano passa à região do [[Minho]], como [[General de Cavalaria]], onde, nos anos consequentes, obtém diversas vitórias. Foi transferido para [[Trás-os-Montes]] onde sobe ao posto de Mestre-de-Campo General. Os seus afamados serviços de armas nas fronteiras do Norte do País levam à sua nomeação, em 1662, para [[Governador de Armas]] da província de Trás-os-Montes (contava então com 28 anos). Participou ainda na [[Batalha de Montes Claros]] em 1665. Foi ainda membro do [[Conselho da Guerra]] de [[Afonso VI de Portugal|D. Afonso VI]]. Dele escreveu o historiador [[António Caetano de Sousa]]:
 
{{Quote2|''Serviu na guerra com valor, reputação, e felicíssima fortuna, sendo um dos Varões sinalados do seu tempo, que em obséquio da pátria tantas vezes soube arriscar a sua pessoa para a fazer gloriosa.''|<ref>SOUSA (1738) ''História Genealógica...''. Tomo V, Liv. VI, Cap. V, pg. 217-218</ref>}}