Budismo na Índia: diferenças entre revisões

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O [[budismo]] nasceu nos arredores da antiga [[Magadha]] (atual [[Bihar]]) no nordeste indiano. A partir do seu local de nascimento, o budismo espalhou-se para outras partes do norte e para o centro da Índia.
 
== BudismoO budismo primitivo ==
Nos quarenta e cinco anos seguintes após ter atingido a [[Iluminação (budismo)|iluminação]] e criado sua doutrina, [[Siddharta Gautama]], o [[Buda]] histórico, percorreu a planície do [[Ganges]], na região central da Índia, ensinando as suas doutrinas a um grupo heterodoxo de pessoas.<ref>GAUTAMA, S. ''A Doutrina de Buda''. São Paulo: Martin Claret, 2003. p.21</ref>.
 
[[Ficheiro:Ascetic Bodhisatta Gotama with the Group of Five.jpg|thumb|left|260px|Gautama com seus cinco companheiros, que mais tarde compuseram a primeira [[Sangha (Budismo)|Sangha]]. Pintura da parede de um templo em [[Laos]].]]
 
Sidarta morreu aos oitenta anos de idade, na cidade de [[Kushinagar]], no atual estado de [[Uttar Pradesh]], na Índia. Seu corpo foi [[Cremação|cremado]] por seus amigos, sob a orientação de Ananda, seu discípulo favorito. As cinzas foram repartidas entre vários governantes, para serem veneradas como relíquias sagradas<ref>GAUTAMA, S. ''A Doutrina de Buda''. São Paulo: Martin Claret, 2003. p.21</ref>.
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O [[Segundo Concílio Budista]] foi convocado pelo rei [[Kalasoka]], tendo decorrido em [[Vaisali]], na sequência de conflitos entre escolas tradicionais do budismo e um movimento de interpretação mais liberal conhecido como os [[Mahasamghikas]]. Para as escolas tradicionais o Buda tinha sido um ser humano que alcançou o estado de iluminação, e este poderia ser facilmente alcançado pelos monges seguindo as regras monásticas. Para os Mahasamghikas esta perspectiva era demasiado individualista e egoísta, propondo como verdadeiro objetivo o atingir do estado de budeidade. Tornaram-se proponentes de regras monásticas menos rígidas, que pudessem apelar a um maior grupo de pessoas.
 
== Budismo no Império Máuria (322 a.C.-185 a.C) ==
Durante o reinado do imperador mauria [[Asoka]], que se converteu ao budismo e que governou uma área semelhante à da Índia contemporânea (com excepção do sul), essa religião consolidou-se. Após ter conquistado a região de [[Kalinga (Índia)|Kalinga]] pela força, Asoka decidiu que a partir de então governaria com base nos preceitos budistas. O imperador ordenou a construção de hospedarias para os viajantes e que fosse proporcionado tratamento médico não só aos humanos, mas também aos animais. O rei aboliu também a [[tortura]] e provavelmente a [[pena de morte]]. A [[caça]], desporto tradicional dos reis, foi substituída pela peregrinação a locais budistas. Apesar de ter favorecido o budismo, Asoka revelou-se também tolerante para com o [[hinduísmo]] e o [[jainismo]].
 
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As tentativas de Asoka para purificar o budismo, acabaram por produzir uma rejeição de movimentos budistas emergentes. Após 250 a.C. a escola [[Sarvastivada]] (rejeitada pelo Terceiro Concílio, segundo a tradição Theravada) e a escola [[Dharmaguptaka]] tornaram-se influentes no noroeste da Índia e na Ásia Central até à época do [[império dos Kushana]] nos primeiros séculos da era comum. A escola Dharmaguptaka caracterizava-se por acreditar que o Buda era um ser que estava separado e acima da comunidade budista, enquanto que a escola Sarvastivadin acreditava que o passado, o presente e o futuro coexistiam ao mesmo tempo.
 
== Perseguição dadas DinastiaDinastias Sunga (c.185-173 a.C.) e Kanva (c.73-25 a.C.) ==
O império [[mauria]] chegou ao fim em finais do [[século II a.C.]]. A Índia foi então dominada pelas dinastia locais dos [[Sunga]] (c.185-173 a.C.) e dos [[Kanva]] (c.73-25 a.C.), que perseguiram o budismo, embora este conseguisse prevalecer. Após ter deposto o rei [[Brhadrata]] (último representante dos Máurias) o militar [[Pusyamitra Sunga]] conquistou o trono. Sunga era um [[brâmane]] ortodoxo que alegadamente era hostil ao budismo, o qual teria perseguido. Segundo relatos, ele teria destruído mosteiros e mandado matar monges. Em locais como [[Nalanda]], [[Bodhgaya]], [[Sarnath]], e [[Mathura]] grande parte dos mosteiros budistas teriam sido convertidos em templos hindus.
 
== O greco-budismo no Reino Indo-Grego (180 a.C.-10 d.C.) ==
 
[[Ficheiro:Buddha-Vajrapani-Herakles.JPG|right|thumb|150px|Representação de [[Vajrapani]] como [[Héracles]] (à direita), como protetor de [[Buda]], século II.]]
 
{{AP|Greco-budismo}}
 
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O rei indo-greco [[Menandro I]] (rei entre 160-135 a.C.) teria se convertido ao budismo. As moedas deste rei apresentam a referência "Rei Salvador" em grego e por vezes desenhos da "[[roda do dharma]]". Após a sua morte, a honra de partilhar os seus restos mortais foi disputada pelas cidades que governou, tendo sido os seus restos colocados em stupas. Os sucessores de Menandro inscreveram a fórmula "Seguidor do Dharma" em várias moedas e retrataram-se realizando a [[mudra]] vitarka.
 
== Budismo no Império Kushana (30-175) ==
Os reinos indo-grecos foram gradualmente aniquilados pela invasão dos [[citas]] no noroeste da Índia, e a culturas destes absorvida pelos citas e mais tarde pelos [[yuezhi]], fundadores do [[Império Kushana]] (12 a.C.). Um dos mais importantes imperadores desta dinastia, [[Kanishka]] (c. 127-147), foi um grande proselitista do budismo.
 
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Kanishka teria juntado quinhentos monges em Caxemira, liderados por Vasumitra, para editar o [[Tripitaka]].
 
== Budismo na Dinastia dos Guptas (240-550) ==
Após o fim do Império dos Kushanas, o budismo floresceria na Índia durante a [[Dinastia Gupta|dinastia dos Guptas]] ([[240]]-[[550]]). Os monarcas favorecem o budismo, e também o hinduísmo. Vários centros do saber Mayahana seriam criados, como [[Nalanda]] no nordeste da Índia, que se tornaria umas das universidades budistas mais importantes durante vários séculos, com mestres conhecidos como [[Nagarjuna]]. O estilo gupta de arte budista tornou-se influente à medida que a religião se difundiu do sudeste asiático à China.
 
== Declínio do budismo na Índia ==
 
[[Ficheiro:IndianBuddha11.JPG|thumb|left|100px150px|Buda e [[Bodhisattva]]s, século XI, [[Império Pala]].]]
 
Em meados do [[século VI]], o budismo indiano começou a entrar em decadência em consequência das invasões dos [[hunos|hunos brancos]], oriundos da Ásia Central, que invadem o noroeste da Índia, provocando a destruição de inúmeros [[mosteiro]]s budistas.