Tábula rasa: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:John Locke.jpg|thumb|John Locke|right]]
'''''Tabula rasa''''' é uma expressão [[latim|latina]] que significa literalmente "tábua raspada", e tem o sentido de "folha de papel em branco". A palavra ''tabula'', neste caso, refere-se às tábuas cobertas com fina camada de cera, usadas na [[antiga Roma]], para escrever, fazendo-se incisões sobre a cera com uma espécie de estilete. As incisões podiam ser apagadas, de modo que se pudesse escrever de novo sobre a ''tabula rasa'', isto é, sobre a tábua raspada ou apagada. Como [[metáfora]], o conceito de ''tabula rasa'' foi utilizado por [[Aristóteles]] (em oposição a [[Platão]]) e difundido principalmente por [[Alexandre de Afrodisias]], para indicar uma condição em que a [[consciência]] é desprovida de qualquer conhecimento inato - tal como uma folha em branco, a ser preenchida.
Já na [[Modernidade]], o conceito será aplicado ao intelecto, na tese [[Epistemologia|epistemológica]] que fundamenta o [[empirismo]] - vertente [[filosofia|filosófica]] do [[século XVII]], segundo a qual não existem ideias inatas, sendo que todo [[conhecimento]] se baseia em dados da experiência empírica.
O argumento da ''tabula rasa'' foi usado pelo filósofo inglês [[John Locke]] ([[1632]]-[[1704]]), considerado como o protagonista do empirismo. Locke detalhou a tese da ''tabula rasa'' em seu livro, ''[[Ensaio acerca do Entendimento Humano]]'' ([[1690]]). Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum (i.e. a mente é, inicialmente, como uma "folha em branco"), e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da [[experiência]] . A partir do século XVII, o argumento da ''tabula rasa'' foi importante não apenas do ponto de vista da [[filosofia do conhecimento]], ao contestar o [[inatismo]] de [[Descartes]], mas também do ponto de vista da [[filosofia política]], ao defender que, não havendo ideias inatas, todos os homens nascem iguais. Forneceu assim a base da crítica ao [[absolutismo]] e da contestação do poder como um [[direito divino dos reis|direito divino]] ou como atributo inato.<ref>
A teoria da ''tabula rasa'' também fundamenta uma outra corrente da [[filosofia]] e da [[psicologia]], o [[behaviorismo]] clássico. O behaviorismo atual, que é o [[behaviorismo radical]], não se baseia na ''tabula rasa''.
== {{Ver também}} ==
* [[Empirismo]]
* [[Natureza humana]]
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* [[Racionalismo]]
== {{Bibliografia}} ==
* [[Aristóteles]], ''De Anima''.
* [[Avicena]], ''De Anima'' (''Fi’l-Nafs''). Tradução [[latim|latina]] ([[século XII]]) das partes relevantes do ''[[Kitab al-Shifa']]'', que trata detalhamente de todos os tópicos de Aristóteles, acrescentando um considerável avanço do ponto de vista científico.
* [[Ibn Tufail|Tufail, Ibn]], ''[[Hayy ibn Yaqdhan|The Improvement of Human Reason: Exhibited in the Life of Hai Ebn Yokdhan]]'' (''Hayy ibn Yaqzan''), Simon Ockley (trad.), pp.
* [[Tomás de Aquino]], ''[[Summa Theologica]]''
* [[John Locke|Locke, John]], ''[[An Essay Concerning Human Understanding]]'', Kenneth P. Winkler (ed.), pp.
{{DEFAULTSORT:Tabula Rasa}}
[[Categoria:Epistemologia]]
[[Categoria:Filosofia]]
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