Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança: diferenças entre revisões
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|nome = Maria Pia de
|imagem = [[Ficheiro:Maria Pia de Bragança 2.jpg|200px]]
|data_nascimento = [[13 de Março]] de [[1907]]
|cidade_natal = [[Lisboa]], {{PRT}}
|data_falecimento = {{morte e idade|6|5|1995|13|3|1907|lang=pt}}
|cidade_falecimento = [[Verona]], {{ITA}}
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|notas = ¹ O Rei [[Carlos I de Portugal|D. Carlos I]] e o Príncipe Real de Portugal foram assassinados em [[1908]]. A monarquia, porém, continuou a vigorar em Portugal até [[1910]], sendo [[Manuel II de Portugal|D. Manuel II]] o último monarca reinante.<br />² Ver secção [[Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança#Análise|Análise]].
}}
'''Maria Pia de
== Nascimento e baptismo ==
Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança de Laredo, alegadamente, nasceu a [[13 de Março]] de [[1907]] na [[Avenida da Liberdade (Lisboa)|Avenida da Liberdade]], paroquia do [[Coração de Jesus (Lisboa)|Coração de Jesus]], em [[Lisboa]],{{Nr|(d)}}
[[Ficheiro:Avenida da Liberdade 26.jpg|thumb|esquerda|upright=1.67|O n.º 26 da Avenida da Liberdade, onde alegadamente nasceu Maria
|url=http://www.realcasaportuguesa.org/img_fich/sar/03.jpg
|título=Certificado da Diocese de Madrid-Alcalá
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|ultimo =
|primeiro =
}}</ref>
Este registo de baptismo estaria supostamente arquivado na Igreja de San Fermín de Los Navarros, construída em [[1884]] e incendiada durante a revolta popular de [[19 de Julho]] de [[1936]], no início da [[Guerra Civil Espanhola]]. Os registos paroquiais desapareceram para sempre, sendo gradualmente reconstruídos graças a atestados e certidões guardados pelos interessados e seus familiares.<ref>{{harvnb|Pailler|2006|p=16}}</ref> Em [[1939]] o Vigário-Geral da diocese de [[Madrid]]-Alcalá emitiu um certificado de baptismo
Este registo foi, == Casamentos e filhos ==
A [[16 de Junho]] de [[1925]], com apenas dezoito anos, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança contraiu o seu primeiro matrimónio com Francesco Javier Bilbao y Batista, um cubano de [[Camaguey]] proveniente de famílias ricas e que era vinte anos mais velho do que ela.{{Nr|(i)}} Tendo em conta que Francesco era já divorciado, o primeiro casamento de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança foi de natureza civil e decorreu numa embaixada em [[Paris]]{{Carece de fontes|data=março de 2010}}. Ambos tiveram apenas uma filha, Fátima Francisca Xaviera Iris Bilbao y Saxe-Coburgo e Bragança ([[Madrid]], [[16 de Novembro]] de [[1932]]{{Nr|(j)}} - Outubro de [[1982]]), que teve um desenvolvimento imperfeito<ref name =p37>{{harvnb|Pailler|2006|p=37}}</ref> e acabou por recolher-se a um convento{{Carece de fontes|data=março de 2010}}.
[[Ficheiro:Iglesia San Fermin de los Navarros.jpg|thumb|direita|upright=1.29|Igreja de San Fermin de los Navarros (estilo neo-mudejar), em Madrid, onde alegadamente foi baptizada Maria Pia de Bragança.]]▼
Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança viveu durante pouco tempo com Francesco Bilbao y Batista em [[Cuba]], tendo regressado a [[Espanha]]. Francesco faleceu a [[15 de Novembro]] de [[1935]], na sua casa de Camarguey.<ref name="p37" />
▲[[Ficheiro:Iglesia San Fermin de los Navarros.jpg|thumb|direita|upright=1.29|Igreja de San Fermin de los Navarros (estilo neo-mudejar), em Madrid, onde alegadamente foi baptizada Maria Pia.]]
▲Maria viveu durante pouco tempo com Francesco Batista em [[Cuba]], tendo regressado a [[Espanha]]. Francesco faleceu a [[15 de Novembro]] de [[1935]], na sua casa de Camarguey.<ref name="p37" /> Para escapar à Guerra Civil Espanhola, Maria Pia mudou-se com a sua primeira filha para [[Roma]]. Em [[1939]], no dia em que começou a [[Segunda Guerra Mundial]], casou com o Coronel Giuseppe Manlio Blais ([[Subiaco]], [[11 de Junho]] de [[1891]]), um distinto oficial dos [[carabinieri]]. Os oficiais dos carabinieri estavam interditos de se casarem com estrangeiros, pelo que o casamento foi celebrado na clandestinidade e só foi registado civilmente a [[5 de Agosto]] de [[1946]], já com a guerra terminada e o Coronel Blais promovido a General e depois de Maria se naturalizar como cidadã italiana. A união provou-se muito feliz e ambos tiveram uma filha, Maria da Glória, nascida a [[28 de Julho]] de 1946.<ref name ="p39">{{harvnb|Pailler|2006|p=39}}</ref> Esta filha casou-se com o famoso escultor espanhol [[Miguel Ortíz y Berrocal]] ([[1933]]-[[2006]]) e ambos foram viver para Verona. Tiveram dois filhos: Carlos Miguel Berrocal (nascido em [[1976]]) e Beltrão José Berrocal(nascido em [[1978]]).
O general Blais faleceu em [[1983]]. Em [[1985]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança contraiu o seu último matrimónio com o português António João da Costa Amado-Noivo ([[28 de Janeiro]] de [[1952]] - [[29 de Dezembro]] de [[1996]]).
== Carreira literária ==
No início dos [[Década de 1930|anos 30]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança começou a sua carreira jornalística em Madrid, tendo particular êxito quando foi a [[Havana]] entrevistar o ditador [[Fulgêncio Baptista]].<ref name=p37/> Tinha uma série de artigos publicados em dois jornais espanhóis ''Blanco y Negro'' e ''ABC''{{Carece de fontes|data=março de 2010}}. Esteve também, por sua própria conta, como jornalista correspondente em [[Marrocos]], tendo-se envolvido em diversas aventuras.<ref name=p39/>
Em [[1937]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança escreveu o seu primeiro livro ''La hora de Alfonso XIII'' (A Hora de Afonso XIII), publicado em [[Havana]], [[Cuba]], pela UCAR, Garcia y Compañía. Este trabalho, escrito em espanhol, e publicado sob o nome "Hilda de Toledano", é uma defesa do rei [[Afonso XIII de Espanha]], que foi viver para o exílio na altura.
Em [[1954]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança escreveu ''Un beso y … nada más: confidencia consciente de uma pecadora inconsciente'' (Um beijo… e nada mais: confidência consciente de uma pecadora inconsciente), publicado em Madrid pela Plenitud. Este trabalho também foi escrito em espanhol, e publicado sob o nome "Hilda de Toledano". É um romance, mas claramente inspira-se fortemente sobre determinados incidentes na vida da autora.
Em [[1957]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança escreveu ''Mémoires d'une Infante vivante'' (Memórias de uma Infanta viva), publicado em [[Paris]] por Del Duca. Este trabalho, escrito em francês e publicado sob o nome de "Maria Pia de Saxe-Cobourg Bragance", é uma autobiografia.
== Reivindicação activa do trono português ==
[[Ficheiro:Maria Pia de Bragança 3.jpg|thumb|direita|230px|Maria Pia
Durante várias décadas
Em [[15 de Julho]] de [[1957]], um grupo de
Em [[1958]], passou por Portugal, onde foi recebida pelo [[Presidente da República Portuguesa|Presidente da República portuguesa]], [[Francisco Craveiro Lopes]]. O [[Primeiro-ministro de Portugal|presidente do Conselho de Ministros de Portugal]], [[António de Oliveira Salazar]], porém, recusou-se a conhecê-la. Nas eleições presidenciais desse ano Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança não apoiou a candidatura de [[Humberto Delgado]]. Apoiou Delgado depois de este ter ido para o exílio no Brasil.
A partir desta altura, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança passou a usar o título de "[[duquesa de Bragança]]". Atraiu o apoio de uma pequena minoria dos activistas monárquicos que se opunham a Salazar. A maioria dos monarquistas apoiava D. [[Duarte Nuno de Bragança]], que também usou o título de [[duque de Bragança]] e foi amplamente reconhecido como tal, tanto em Portugal como em toda a Europa por outras casas reais. D. Duarte Nuno incentivou os monarquistas a apoiar Salazar{{Carece de fontes|data=fevereiro de 2010}}, na esperança de que poderiam vir a restaurar a monarquia em Portugal, tal como [[Francisco Franco]] fez em Espanha ao submeter a referendo a lei da sucessão na chefia do Estado, em 1947.
[[Ficheiro:Maria Pia de Bragança - Capa disco.jpg|thumb|esquerda|Capa do disco com uma mensagem de Maria Pia.]]▼
D. Duarte Nuno pertencia ao ramo da [[Família Real Portuguesa]] que descendia do Rei D. Miguel I, vencido na guerra civil de 1831-1834 e forçado a abdicar e partir para o exílio com a exclusão dos seus herdeiros da sucessão, nos termos da [[Constituição Portuguesa de 1838]], revogada em 1842, no restabelecimento da Carta Constitucional de 1826. Com base nessa revogação, esta linha que descende de D. Miguel I foi novamente tida em conta nas contas de sucessão, principalmente depois do Pacto de Dover, no qual o último rei, D. Manuel II, acordou deixar a sucessão a D. Duarte Nuno, caso não tivesse sucessor biológico. Contudo, associada a uma monarquia absolutista, esta linha era ainda vista com desconfiança pelos monárquicos constitucionalistas. Maria Pia jogou com a rivalidade entre ambos os partidos apresentando-se como candidata "constitucional".▼
▲[[Ficheiro:Maria Pia de Bragança - Capa disco.jpg|thumb|esquerda|Capa do disco com
▲D. Duarte Nuno pertencia ao ramo da [[Família Real Portuguesa]] que descendia do Rei D. Miguel I, vencido na guerra civil de 1831-1834 e forçado a abdicar e a partir para o exílio com a exclusão dos seus herdeiros da sucessão, nos termos da [[Constituição Portuguesa de 1838]]
Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança foi muito activa na sua reivindicação ao trono português a partir de 1960. Artigos sobre ela apareceram em jornais italianos e portugueses. Em Fevereiro de 1965, foi a Portugal para visitar o túmulo do Rei D. Carlos I. Quando deixava Portugal para regressar a Espanha, foi presa e encarcerada durante a noite. Foi libertada sem acusação, a pedido da embaixada italiana.
Já nos anos 1980, com a morte de D. Duarte Nuno de Bragança, foi seu filho mais velho, D. [[Duarte Pio de Bragança]], quem passou a disputar com Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança os direitos sucessórios da casa de Bragança.
Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança conviveu frequentemente com o ''[[jet set]]''. Afirmou que manteve durante muitos anos amizade com o exilado Rei [[Afonso XIII de Espanha]] e seu filho [[Infante Jaime, Duque de Segóvia]], mas esta relação foi negada pela primeira esposa deste último, Emmanuela de Dampierre. Muita correspondência existente entre Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança e os membros das [[família real|famílias reais]] europeias expressam os seus esforços para ganhar legitimidade dentro dos círculos reais, mas as respostas que obteve foram, na maioria, apenas educadas e improcedentes.
== Caso jurídico sobre o certificado de baptismo ==
Em outubro de [[1966]], D. Duarte Nuno requereu a um tribunal eclesiástico da diocese de Madrid-Alcalá que fosse removido o nome do Rei D. Carlos do certificado baptismal de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança. D. Duarte Nuno alegou que não havia provas de que o rei D. Carlos fosse o pai de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança. O [[Rito Romano]] estabelece que o celebrante só pode gravar o nome do pai se ele pedir ou se autor de documentos de fé pública reconhecendo a paternidade (Título XII, caput II). O Rei D. Carlos, claramente, não estava presente no baptismo, mas Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança alegou que a cópia do documento supostamente assinado por D. Carlos no qual este lhe concedia os direitos dos [[Infantes de Portugal]] teria sido justificação suficiente nos termos do [[direito canónico]] para D. Carlos ser designado como pai no seu certificado baptismal.
Em fevereiro de [[1972]], o pedido de D. Duarte Nuno de Bragança relativo à alteração do certificado baptismal de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança foi presente ao [[Rota Romana|Tribunal Apostólico da Sacra Rota Romana]], o normal recurso jurisdicional da [[Igreja Católica]]. Em [[6 de dezembro]] de 1972, o tribunal indeferiu o pedido de alteração do registo baptismal de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, com o fundamento de que D. Duarte Nuno de Bragança não tinha legitimidade processual no caso em apreço, uma vez que o caso implicava a perda de estado, resultando em manifesto prejuízo para a ré Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, e como tal não poderia ter por autor pessoa terceira, e portanto estranha ao prejudicado, cujo interesse na situação era manifestamente de índole privada. D. Duarte Nuno era primo em sexto grau do Rei D. Carlos, e como tal considerado sem legitimidade para ser autor do dito processo. A Comissão Pontifícia da Rota Romana que apreciou o caso deliberou também que o baptismo de Maria Pia era válido e que o certificado baptismal reconstituído se devia manter em toda a sua “força, fé e vigor”, ou seja, na mesma situação em que estava antes da abertura do processo.{{Nr|(k)}}
Em [[1992]] o processo foi arquivado.
▲Em fevereiro de [[1972]], o pedido de D. Duarte Nuno de Bragança relativo à alteração do certificado baptismal de Maria Pia foi presente ao [[Rota Romana|Tribunal Apostólico da Sacra Rota Romana]], o normal recurso jurisdicional da [[Igreja Católica]]. Em [[6 de dezembro]] de 1972, o tribunal indeferiu o pedido de alteração do registo baptismal de Maria Pia, com o fundamento de que D. Duarte Nuno de Bragança não tinha legitimidade processual no caso em apreço, uma vez que o caso implicava a perda de estado, resultando em manifesto prejuízo para a ré Maria Pia, e como tal não poderia ter por autor pessoa terceira, e portanto estranha ao prejudicado, cujo interesse na situação era manifestamente de índole privada. D. Duarte Nuno era primo em sexto grau do Rei D. Carlos, e como tal considerado sem legitimidade para ser autor do dito processo. A Comissão Pontifícia da Rota Romana que apreciou o caso deliberou também que o baptismo de Maria Pia era válido e que o certificado baptismal reconstituído se devia manter em toda a sua “força, fé e vigor”, ou seja, na mesma situação em que estava antes da abertura do processo.{{Nr|(k)}} Em [[1992]] o processo foi arquivado.
== Caso jurídico sobre a propriedade em Portugal ==
Em [[1982]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança apresentou um pedido de [[restituição]] da propriedade privada real da [[Casa Real]] de Portugal, o qual foi rejeitado pelo [[Supremo Tribunal de Justiça]] em Lisboa, em [[14 de abril]] de [[1983]]. O Tribunal em questão deliberou que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança não tinha suficientemente estabelecida a identidade do seu pai, apesar da apresentação do seu certificado baptismal (e o qual tinha sido anteriormente validado pelo [[Rota Romana|Tribunal da Sacra Rota Romana]]).
== A transferência de direitos para Rosario Poidimani ==
[[Ficheiro:Rosario Poidimani.jpg|thumb|Rosario Poidimani.]]
Rosario Poidimani (nascido em [[Siracusa]], [[25 de Agosto]] de [[1946]])
Em [[1979]], Rosario Poidimani fundou em [[Pordenone]] — entre [[Veneza]] e [[Trieste]] — o Instituto Internacional para as Relações Diplomáticas.{{Nr|(l)}} Diversos diplomatas de diferentes países assinaram os documentos da fundação do referido instituto.<ref>{{harvnb|Pailler|2006|p=18}}</ref>
Em [[1985]], Maria Pia, dado o desinteresse dos seus filhos naturais nas suas alegadas pretensões, designou Rosario Poidimani como herdeiro{{Carece de fontes|data=fevereiro de 2010}} e, em [[2 de dezembro]] de [[1985]], assinou um documento destinado a alterar a Constituição Portuguesa de 1838 e a reconhecer Poidimani como seu sucessor. Em [[1 de julho]] de [[1986]] assinou o chamado "Acto Soberano n.º 4", colocando Poidimani como «parente consanguíneo para fins heráldicos»,<ref>{{harvnb|Pailler|2006|p=19}}</ref> mas não especificando, no entanto, qual era a relação de consanguinidade.▼
Em [[1985]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança designou Rosario Poidimani como herdeiro{{Carece de fontes|data=fevereiro de 2010}}, apesar de ter uma filha e dois netos vivos.
[[Ficheiro:Maria Pia de Bragança - Quadro com a família.jpg|thumb|esquerda|Retrato de Maria Pia e Rosario Poidimani junto dos membros falecidos da Família Real de Bragança.]]▼
A [[3 de abril]] de [[1987]], Maria Pia assinou o chamado "Acto Soberano n.º 5", abdicando da sua reivindicação ao trono português e transferindo os seus alegados direitos para Poidimani. No documento, afirmou que a razão para a sua acção foi, entre outras razões, ter estado "totalmente privada do apoio da minha descendência".<ref>{{harvnb|Pailler|2006|p=10}}</ref> Várias semanas após o documento ter sido assinado, Maria Pia e Rosario Poidimani confirmaram a abdicação{{Carece de fontes|data=março de 2010}}.▼
▲Em
Desde 1987, Rosario Poidimani intitulou-se "Sua Alteza Real Dom Rosário de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança, 22.º Duque de Bragança", e tem sido activo na promoção da sua reivindicação. Manteve um escritório em [[Vicenza]], [[Itália]] mas também diz visitar Portugal regularmente. Afirma ser um descendente de [[Luís I de Portugal]] e um descendente masculino do [[Sacro Imperador Romano]], [[Luís III da Germânia]].<ref>{{Citar web▼
▲[[Ficheiro:Maria Pia de Bragança - Quadro com a família.jpg|thumb|esquerda|Retrato de Maria Pia e Rosario Poidimani junto dos membros
▲A [[3 de abril]] de [[1987]], Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança assinou o chamado "Acto Soberano n.º 5", abdicando da sua reivindicação ao trono português e transferindo os seus alegados direitos para Poidimani. No documento
▲Desde 1987, Rosario Poidimani intitulou-se "Sua Alteza Real Dom Rosário de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança, 22.º Duque de Bragança", e tem sido activo na promoção da sua reivindicação.
|url=http://joaogil.planetaclix.pt/m.htm
|título=Luta real
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}}</ref>
Em Setembro de 2006, o [[Governo Português]] decidiu agir contra Poidimani
Rosario Poidimani, Roberto Cavallaro e outros seis colaboradores próximos, foram detidos em Itália, em [[22 de março]] de 2007 e acusados de fraude, |url=http://www.independent.co.uk/news/world/europe/web-of-fantasy-is-revealed-as-last-king-of-portugal-goes-on-trial-441710.html
|título=Web of fantasy is revealed as 'last king of Portugal' goes on trial - Europe, World - The Independent
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== Morte ==
Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança morreu em [[Verona]] a [[6 de Maio]] de [[1995]]. Foi sepultada junto do seu segundo marido, o General Blais, no Cemitério Monumental de Verona.
== Análise ==
{{parcial|data=janeiro de 2011}}
As reivindicações de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança e de Rosario Poidimani têm as seguintes características:
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança era a filha do rei D. [[Carlos I de Portugal|Carlos I]];
# Que D. Carlos outorgou a Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança os direitos de sucessão ao trono português;
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, na suposta condição de filha bastarda do penúltimo rei português, teria direitos sucessórios;
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, segundo a acta das Cortes de Lamego
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, na suposta condição de herdeira, poderia contrair matrimônio com estrangeiro (duas vezes, no caso);
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança adotou Rosario Poidimani, apesar de este já ser maior de idade à altura.
# Que as filhas de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança abdicaram a seus supostos direitos dinásticos.
# Que Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança poderia alterar a sucessão em favor de Rosario Poidimani, um estrangeiro, em detrimento de seus descendentes diretos (filhas e netos).
Não se encontram documentos originais que possam apoiar o primeiro e segundo pontos. O certificado baptismal de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, datado de 1907, foi, supostamente, destruído e existiria apenas uma cópia do documento no qual o Rei D. Carlos I, supostamente, teria concedido os direitos de sucessão a Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança.
Existem, porém, supostos registos da relação entre a mãe de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, Maria Amélia Laredó e Murça, e o rei D. Carlos I. Numa biografia de D. Eulália de Borbón, Infanta de Espanha, são apresentadas algumas cartas que se acreditam ser do monarca português, nas quais se dá conta da relação extra-conjugal do rei e ainda da existência de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança enquanto sua filha bastarda.<ref>{{harvnb|Zavala|2008}} «Ambos fueron infieles a sus cónyuges, empezando por el propio Carlos, que dejó por el mundo una hija ilegítima, María Pía de Sajonia-Coburgo Braganza, nacida menos de un año antes de su asesinato, el 13 de marzo de 1907, y fallecida el 6 de mayo de 1995. Conocida también por Hilda de Toledano, la hija bastarda de Carlos I de Portugal contrajo matrimonio en tres ocasiones: la primera, con Francisco Javier Bilbao Batista, un cubano fallecido en 1932; a continuación, con el italiano Giuseppe Manlio Blais, muerto en 1983, y finalmente con el portugués Antonio da Costa Amado-Noivo, cuarenta y cinco años más joven que ella.»</ref> Por outro lado, o rei [[Afonso XIII de Espanha]] e o seu filho [[Infante Jaime, Duque de Segóvia]], tiveram, pelo que se conhece da correspondência trocada entre eles, uma relação de amizade com Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança;<ref name=Pailler/> os seus apoiantes têm interpretado essa relação de correspondência como um reconhecimento por parte de Afonso XIII e Jaime de Borbón de Maria Pia como sendo filha de D. Carlos{{Carece de fontes|data=fevereiro de 2010}}.
As crianças nascidas de adultério estavam, segundo o Código Civil de 1867, em vigor à época, expressamente interditas de serem perfilhadas<ref name="Soares 1983 58">{{harvnb|Soares|1983|p=58}}</ref> e, portanto, completamente excluídas da linha de sucessão.{{Nr|(m)}} Assim, segundo a lei vigente à época, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança nunca poderia ser sucessora ao trono de Portugal, mesmo que a sua paternidade fosse confirmada. Todavia, sustentada
D. Carlos I foi um rei constitucional de Portugal. Não alegou o poder autocrático, mas, em vez disso, deliberou, de acordo com a Carta Constitucional de 1826, que a sucessão ao trono fosse apenas válida para legítimos descendentes. A Constituição Monárquica, incluindo todas as questões de sucessão, só poderia ser alterada pelas [[Cortes]]. Mesmo que D. Carlos I tivesse assinado um documento em que concedesse direitos de sucessão a Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança, esse documento não teria tido qualquer valor jurídico.
Assim como D. Carlos I não poderia alterar unilateralmente a [[Carta Constitucional]] e conceder a Maria Pia direitos sucessórios, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança não podia (mesmo se fosse legítima Rainha
== Reivindicações pós-Monarquia ==
Durante a sua vida, Maria Pia de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança reivindicou os seguintes títulos nobiliárquicos:
* [[Infanta de Portugal]]
* [[Princesa Real de Portugal]]
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