Decapitação de João Batista: diferenças entre revisões

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A '''Decapitação de João Batista''' (alternativamente '''Decapitação de São João Batista''' ou '''Decapitação do Anunciador''') é um [[feriado|dia santo]] observado por várias [[denominações cristãs]]. Este dia comemora o [[mártir|martírio]] de [[João Batista]].
 
== Relatos ==
O relato bíblico representa a [[decapitação]] de João Batista por [[Herodes Antipas I]] (em {{citar bíblia|Mateus|14|1|12}}. {{citar bíblia|Marcos|6|14|29}} e {{citar bíblia|Lucas|9|7|9}}). De acordo com os [[evangelhos sinóticos]], Herodes mandou prender João por ele o ter admoestado por se divorciar de sua esposa (Fasaelis) e, ilegitimamente, tomar como amante [[HerodíasHerodias]], a esposa de seu irmão [[Herodes Filipe I]]. No aniversário de Herodes, a filha de HerodíasHerodias ([[tradição cristã|tradicionalmente]] chamada de [[Salomé]]) dançou perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que, bêbado, ele prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que deveria pedir, HerodíasHerodias pediu que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão.
 
O historiador [[judeu]] [[Flávio Josefo]] também relata, em suas "[[Antiguidades Judaicas]]", que Herodes mandou matar João, afirmando que ele o fez ''"pois a grande influência que João tinha sobre o povo poderia colocar em suas [de João] mãos o poder e a vontade de levantar uma rebelião, (pois o povo parecia pronto para fazer o que quer ele pedisse), [assim Herodes] pensou que o melhor seria eliminá-lo"''. Ele afirma ainda que muitos dos judeus acreditavam que o desastre militar que sobreveio a Herodes pelas mãos de [[Aretas IV|Aretas]], seu sogro (pai de Faselis), fora uma punição por seu comportamento no caso de João<ref>[[Flavius Josephus]]. [http://earlychristianwritings.com/text/josephus/ant-18.htm ''[[Antiguidades Judaicas]]''] XVIII, v, 2.</ref>.
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A [[Igreja Católica Romana]] celebra a festa em [[29 de agosto]], assim como a [[Igreja Luterana]] e a [[Igreja Anglicana]], incluindo aí diversas províncias nacionais da [[Comunhão Anglicana]].
 
A [[Igreja Católica]] e as [[Igrejas Católicas Orientais]] também celebram em 29 de agosto, só que no [[calendário juliano]], utilizado entre outras pelapelas Igrejas Ortodoxas [[Igreja Ortodoxa Russa|Russa]], [[Igreja Ortodoxa MacedôniaMacedônica|MacedôniaMacedônica]] e [[Igreja Ortodoxa Sérvia|Sérvia]], e que corresponde ao dia 11 de setembro no [[calendário gregoriano]]. O dia é sempre observado como um dia de [[jejum]] rigoroso. Em algumas culturas ortodoxas mais piedosas, o povo se recusa a comer num prato, usar facas ou comer alimentos de formato redondo neste dia.
 
A [[Igreja Apostólica Armênia]] celebra a Decapitação de São João Batista no sábado da [[Semana de Páscoa]].
 
A [[Igreja Ortodoxa Síria]], a [[Igreja Ortodoxa MalankaraMalancara]] e a [[Igreja Católica Siro-Malancar]] comemoram o martírio de João em 7 de janeiro.
 
== Festas relacionadas ==
Há duas outras festas relacionadas observadas pelos cristãos orientais:
* '''Primeira e Segunda descoberta da Cabeça de São João Batista''' (em 24 de fevereiro). De acordo com a [[tradição cristã|tradição]], após a execução de João Batista, seus discípulos enterraram seu corpo em [[Sebaste]], mas [[HerodíasHerodias]] enterrou a sua cabeça num monte de esterco. Posteriormente, [[Santa Joana]], que era casada com um servo de Herodes (vide {{citar bíblia|Lucas|8|3}}), recuperou secretamente a cabeça e a enterrou no [[Monte das Oliveiras]], onde ela permaneceu escondida por séculos.
 
** A "Primeira descoberta" ocorreu no século IV. A posse do local no Monte das Oliveiras onde a cabeça foi enterrada eventualmente passou para as mãos de um oficial do governo que se tornara um [[monge]] de nome Inocente. Ele construiu uma igreja e uma [[eremita|cela monástica]] ali. Quando ele começou a cavar para fazer a fundação, o recipiente com a cabeça de João foi encontrada. Mas, temeroso de que a [[relíquia]] pudesse ser dessecrada por infiéis, ele a escondeu novamente no mesmo lugar onde a encontrara. Após a sua morte, a igreja se arruinou e acabou sendo destruída.
 
** A "Segunda descoberta" ocorreu no ano de 452. Durante os dias de [[Constantino, o Grande]], dois monges em [[peregrinação]] a [[Jerusalém]] teriam tido visões de João Batista, que lhes revelou a localização de sua cabeça. Eles descobriram a relíquia, a colocaram num saco e voltaram para casa. No caminho, encontraram um ceramista de nome desconhecido e lhe deram o saco para carregar, sem contar-lhe o que ele continha. João então apareceu para ele e ordenou que ele fugisse dos preguiçosos e descuidados monges, levando consigo o que tinha em mãos. Ele o fez e levou a cabeça para casa consigo. Antes de morrer, ele a colocou num vasilhame e o entregou para sua irmã. Após algum tempo, um [[hieromonge]] de nome [[Eustátio]], um [[arianismo|ariano]], tomou posse da cabeça e a utilizou para atrair fiéis para sua crença. Ele então enterrou a cabeça perto de [[Emesa]], onde, eventualmente, um [[mosteiro]] foi construído. No ano de 452, São João apareceu para o [[arquimandrita]] deste mosteiro, Marcellus, e lhe indicou onde a cabeça estava escondida, enterrada num jarro de água. A relíquia foi então levada à cidade de Emesa e foi posteriormente transferida para [[Constantinopla]].
 
* A "'''Terceira descoberta" da Cabeça de São João Batista''' é comemorada no dia 25 de maio. A cabeça foi transferida para [[Comana (Capadócia)|Comana]], na [[Capadócia]], durante um período de ataques [[muçulmanos]] (por volta de 820) e foi enterrada novamente durante o [[iconoclasmo]]. Quando as [[iconodulia|veneração dos ícones]] foi restaurada, por volta de 850 d.C., o [[patriarca de Constantinopla|patriarca]] [[Inácio de Constantinopla]] (847-857) viu, numa visão, o local onde ela fora enterrada. O patriarca comunicou o fato ao [[imperador bizantino]] [[Miguel III de Bizâncio|Miguel III]], que enviou uma delegação para Comana, onde a cabeça foi encontrada.
 
{{Referências}}