Orquídea: diferenças entre revisões

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Embora sua distribuição seja bastante irregular, as orquídeas são encontradas praticamente em todas as regiões do [[planeta]], com exceção da [[Antártida]]. Devido a grande [[distribuição geográfica]], é natural que um grupo tão diverso também apresente adaptações aos mais diferentes [[clima]]s, bem como a multiplicidade dos [[polinização|agentes polinizadores]] presentes em cada região.<ref name="D1"><span style="font-variant:small-caps">Dressler, Robert L.</span> (1981). The Orchids: Natural History and Classification. Harvard University Press. ISBN 0-674-87525-7.</ref> Trata-se de uma família em ativo [[evolução|ciclo evolutivo]] e seus [[género (biologia)|gêneros]] mais próximos cruzam-se com certa facilidade na natureza, desafiando o antigo conceito botânico em que uma espécie é formada por todos os [[indivíduo]]s capazes de cruzar com a produção de [[descendente]]s [[fértil|férteis]].<ref><span style="font-variant:small-caps">de Queiroz, K.</span> (2005). Ernst Mayr and the modern concept of species in Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. volume 102 Suppl.1 pp. 6600–7 [http://www.pnas.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=15851674 pmid=15851674]</ref>
 
A predominância das espécies ocorre nas regiões tropicais, notavelmente nas áreas montanhosas, que representam barreiras naturais e isolam as diversas populações de plantas. Algumas áreas principais são as ilhas e a área continental do [[sudeste asiático]] e a região das montanhas da [[Colômbia]] e [[Equador]] onde se pode encontrar um grande número de espécies, devido ao isolamento das espécies pelas diversas ilhas ou separadas pelas cadeias de [[montanha]]s, ocasionando elevado número de [[endemia|endemismos]]. O terceiro local em [[diversidade]] possivelmente é a [[mata Atlântica]] brasileira com mais de mil e quinhentas espécies.<ref name="Pabst"><span style="font-variant:small-caps">Guido Pabst & Fritz Dungs</span> (1975) Orchidaceae Brasilienses vol. 1, Brucke-Verlag Kurt Schmersow, Hildesheim. ISBN 3871050106</ref> Outras áreas importantes são as montanhas ao sul do [[Himalaia]] na [[Índia]] e [[China]], as montanhas da [[América Central]] e o sudeste africano, notadamente a ilha de [[Madagascar]].{{carece de fontes}}
 
A [[Colombia]] é o país onde existe o maior número de espécies registradas, chegando ao número de 4&nbsp;010,<ref name="KewC"><span style="font-variant:small-caps"> Sarmiento, J. 2007. La Familia Orchidaceae en Colombia. Actual Biol (Supl. 1): 84.</ref>,imediatamente seguido pelo [[Ecuador]], com 3&nbsp;549,<ref name="KewC"><span style="font-variant:small-caps"> R. Govaerts, M.A. Campacci (Brazil, 2005), D. Holland Baptista (Brazil, 2005), P.Cribb (K, 2003), Alex George (K, 2003), K.Kreuz (2004, Europe), J.Wood (K, 2003, Europe)</span> World Checklist of Orchidaceae. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Checklists by region and Botanical countries.[http://www.kew.org/wcsp/ Publicada na Internet] acessada em 26 de Dezembro de 2008.</ref>, [[Nova Guiné]], com 2&nbsp;717,<ref name="KewC"/> e [[Brasil]], que totaliza 2&nbsp;590.<ref name="KewC"/> Entre outros, [[Borneu]], [[Sumatra]], [[Madagascar]], [[Venezuela]] e [[Costa Rica]], são países com elevado número de espécies.<ref name="Kew"><span style="font-variant:small-caps"> R. Govaerts, M.A. Campacci (Brazil, 2005), D. Holland Baptista (Brazil, 2005), P.Cribb (K, 2003), Alex George (K, 2003), K.Kreuz (2004, Europe), J.Wood (K, 2003, Europe)</span> World Checklist of Orchidaceae. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. [http://www.kew.org/wcsp/ Publicada na Internet] acessada em 26 de Dezembro de 2008.</ref>
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* [[Oceania]] - entre 50 e 70 gêneros
 
Os tipos de orquídeas que predominam em cada uma dessas áreas também são muito variáveis. Nas regiões tropicais úmidas, onde a [[luz]] e a [[umidade]] são abundantes, porém a competição com espécies arbóreas é muito forte, as orquídeas assumem um hábito predominantemente epifítico.<ref name="FBHOEHNE"/> Em busca de luz sob a sombra de árvores de mais de até 40 metros de altura, estas ervas crescem sobre os [[galho]]s e [[tronco]]s, a alturas variadas de acordo com as necessidades de cada espécie. Suas [[raíz]]es, expostas ao [[ar]], obtêm a maior parte dos [[nutriente]]s do material em [[decomposição]] ao seu redor, da água da [[chuva]] que lava as folhas das árvores no alto, ou da [[poeira]] existente no ar. Entremeado ao [[Velame (botânica)|velame]], existe um [[fungo]] chamado [[micorriza]] que auxilia na decomposição de [[matéria orgânica]] e na transformação desta em [[sais minerais]], para facilitar sua absorção. Em casos extremos de umidade, as orquídeas podem absorver a [[água]] e os [[nutrientes]] pelos [[poro]]s em suas folhas, relegando as raízes apenas a função de sustentar a planta sobre o [[substrato]]. Nenhuma orquídea assume a função de [[parasita]], ou seja, sua presença não prejudica seus [[hospedeiro]]s embora haja casos excepcionais em que o galho de uma [[árvore]] não suporte o peso de uma grande [[Colónia (biologia)|colônia]] de orquídeas e venha a quebrar. Há também muitas espécies [[terrestre]]s, algumas destas, nas regiões tropicais, mantêm-se em desenvolvimento constante durante todo o ano.<ref name="FBHOEHNE"/> A grande quantidade de [[matéria orgânica]] disponível no [[solo]] da floresta favorece o surgimento de algumas poucas espécies [[saprófita]]s, orquídeas desprovidas de [[clorofila]] que obtêm toda a matéria orgânica de que precisam do material em [[decomposição]] ao seu redor.{{carece de fontes}}
 
Em regiões de clima temperado, onde a [[relva]] é predominante, ou em regiões de secas como as áreas de [[savana]] e os [[campo rupestre|campos rupestres]], as orquídeas são basicamente plantas [[terrestre]]s, com raízes subterrâneas bem desenvolvidas, às vezes com a formação de [[tubérculo]]s equipando-as para resistirem ao [[frio]] e à [[neve]], ou à [[seca]] prolongada e ao fogo.<ref name="SAO"><span style="font-variant:small-caps">Karsten H. K. Wodrich e A. A. Balkema.</span> (1997). Growing South African Indigenous Orchids. ISBN 978-90-5410-650-0.</ref> O frio congelaria as espécies [[epífita]]s que não têm raízes abrigadas para armazenarem os [[nutriente]]s necessários para a brotação na [[primavera]]. Também o [[fogo]] consumiria inteiramente as plantas epífitas. Nestas áreas de clima sazonal, as plantas normalmente passam por um estágio de [[dormência]], em que, muitas vezes, sua parte aérea seca para evitar danos à sua [[fisiologia]] devido à seca, ou ao frio extremo.{{carece de fontes}}
 
Algumas espécies são consideradas ameaçadas de [[extinção]] na natureza, tanto pelas [[coleta]]s indiscriminadas como pelo corte das [[floresta]]s para [[agricultura]] e mesmo pela utilização de agentes [[desfoliante]]s em [[guerra]]s ocorridas no passado.<ref><span style="font-variant:small-caps">Leonid Averyanov, Phillip Cribb, Phan Le Loc, e Nguyen Tien Hiep.</span> (2003). Slipper Orchids of Vietnam. Timber Press, Portland, Oregon. ISBN 0-88192-592-6.</ref> Surpreendentemente, a maioria das espécies consideradas ameaçadas de [[extinção]] estão entre as mais comuns em [[cultivo]] e das quais há maior produção comercial.<ref><span style="font-variant:small-caps">Eric Hansen</span> (2000). Orchid Fever. Methuen. ISBN 0-413-74750-6.</ref> A maioria das espécies realmente raras não está presente nestas listas por não apresentarem verdadeiro valor comercial e pouco interesse despertarem. De modo geral, pelo seu baixo valor comercial, os [[governo]]s não fazem levantamentos sobre a [[população]] de orquídeas presentes na [[natureza]] e os que existem são apenas resultado de estudos acadêmicos pontuais.<ref name="borneo1"/>
 
É interessante ressaltar ainda o fato de que um único [[fruto]] de orquídea carrega centenas de milhares de [[semente]]s e que a existência de dois ou três [[indivíduo]]s em [[cultivo]] pode produzir no espaço de poucos anos elevadíssima quantidade de plantas, tornando a ameaça de [[extinção]] desta planta muito diferente da ameaça de extinção de uma [[animal]], que produz apenas poucos [[filho]]s por [[gestação]].{{carece de fontes}}
 
[[Ficheiro:Orchis lactea rhizotubers.jpg|thumb|esquerda|''[[Orchis lactea]]'': Observa-se a semelhança de seus tubérculos com os testículos de um mamífero. Essa semelhança é que originou o nome "''orquídea''".]]
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== Taxonomia ==
{{Artigo principal|Taxonomia da família Orchidaceae}}
Orchidaceae é considerada uma das maiores, senão a maior entre todas as [[família (biologia)|famílias botânicas]].<ref name="Atwood"/> O número de espécies de orquídeas é próximo a vinte cinco mil, correspondendo a cerca de 8% de todas as plantas com sementes.<ref name="Kew"/> A quantidade de espécies aceitas é quatro vezes maior que a soma do número de [[mamífero]]s e o dobro das espécies de [[ave]]s.<ref><span style="font-variant:small-caps">Yohan Pillon e Mark W.Chase.</span> (2006). Taxonomic Exaggeration and Its Effects on Orchid Conservation. Conservation Biology vol. 21 Issue 1, Pages 263 - 265.</ref> Esses imponentes números desconsideram a enorme quantidade de [[híbrido]]s e variedades produzidos por [[orquidicultor]]es todos os anos. Além disso, anualmente centenas de espécies novas são descritas, tanto fruto de revisões de gêneros há muito estabelecidos, mas cujas espécies não se encontravam bem determinadas, como novas espécies encontradas na natureza. Apenas no ano de 2008 o [[International Plant Names Index]] registrou mais de 400 novas espécies descritas.{{carece de fontes}}
 
A família Orchidaceae foi estabelecida em [[1789]] por [[Antoine Laurent de Jussieu]] ao publicar seu ''Genera Plantarum''.<ref name="Juss"><span style="font-variant:small-caps">Antonii Laurentii de Jussieu</span> (1789). Genera plantarum: secundum ordines naturales disposita, juxta methodum in Horto regio parisiensi exaratam, anno M.DCC.LXXIV. Parisiis: apud viduam Herissant et Theophilum Barrois.</ref> Antes de Jussieu classificar a família, [[Linnaeus]] já havia descrito oito gêneros de orquídeas que, no entanto, não se constituíam em uma família à parte. Todas as espécies [[epífita]]s então pertenciam ao gênero ''[[Epidendrum]]''.<ref><span style="font-variant:small-caps">Caroli Linnaei</span> (1753). Species plantarum: exhibentes plantas rite cognitas, ad genera relatas, cum differentiis specificis, nominibus trivialibus, synonymis selectis, locis natalibus, secundum systema sexuale digestas... Holmiae: Impensis Laurentii Salvii.</ref>
 
Desde a criação da Orchidaceae a pesquisa sobre estas espécies tem sido ininterrupta. Sua [[classificação científica|classificação]] sofreu diversas revisões e o número de [[lista de gêneros de Orchidaceae|gêneros conhecidos]] em que se dividem vem aumentando ao longo dos anos, atualmente elevando-se a mais de 800.<ref name="GO-Cribb"><span style="font-variant:small-caps;">Phillip Cribb</span> (2001) Orchidaceae. Em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850513-2.</ref> O número exato é incerto, pois não há consenso sobre a melhor maneira de dividir os gêneros. Conforme a referência consultada, os gêneros aceitos são diferentes ocasionando esta grande variação numérica, basta comparar a quantidade de gêneros publicados desde 2002 para classificação das espécies anteriormente subordinadas ao gênero ''[[Dendrobium]]''<ref><span style="font-variant:small-caps;">Clements, M.A. and D.L. Jones</span>(2002). Nomenclatural changes in the Dendrobieae (Orchidaceae) 1: The Australasian region. Orchadian 13(11): 485-497.</ref> e os gêneros aceitos pelo banco de dados do [[Royal Botanic Garden]].<ref name="Kew"/> A tendência mais recente é a classificação baseada em caracteres moleculares, ou genéticos, chamada [[filogenética]], que teoricamente reflete as relações evolutivas entre os grupos de espécies, no entanto, este sistema ainda é novo e nem todos os estudiosos aceitam-no plenamente, muitos ainda preferindo a avaliação morfológica. Grande debate ocorre pelos membros de ambas as tendências como se conclui pelas palavras do filogenista [[M.W.Chase|Mark Chase]], que relega a morfologia a plano secundário,<ref><span style="font-variant:small-caps;">Mark W. Chase</span> (2001) Molecular Systematics, Parcimony and Orchid Classification. Em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 1: pp.83. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850513-2.</ref> e impacientes palavras de [[Carlyle August Luer]], um morfologista que há trinta anos vem se dedicando às espécies da subtribo [[Pleurothallidinae]],<ref><span style="font-variant:small-caps;">Carlyle August Luer</span> (2004). Icones Pleurothallidinarum, Volume XXVI, A Second Century of New Species of Stelis of Ecuador. pp.253. Missouri Botanical Garden. ISBN 1930723292</ref> com as regras de Chase.{{carece de fontes}}
 
As espécies de orquídeas são um desafio para os teóricos em [[Biologia]], no que diz respeito ao próprio conceito de [[espécie]], aquela formada por indivíduos capazes de reproduzirem-se produzindo descendentes férteis. A maioria das espécies de orquídeas é capaz de cruzar com as espécies próximas e produzir [[híbrido]]s férteis. Estes híbridos ainda podem ser cruzados com outras espécies, e produzir novas gerações de híbridos férteis. Mesmo a maioria dos gêneros próximos pode cruzar produzindo descendentes férteis. Há inumeráveis híbridos entre espécies, e milhares mesmo entre gêneros. Há híbridos obtidos através do cruzamento de várias gerações de híbridos de quatro ou mais gêneros distintos. Este fenômeno é um dos trunfos dos orquidicultores, que podem misturar suas espécies e obter uma combinação quase infinita de novas formas e cores, mas híbridos ocorrem também naturalmente sem a intervenção humana.<ref name="FBHOEHNE"><span style="font-variant:small-caps;">Hoehne, Frederico Carlos</span> (1940) Flora Brasílica, Fascículo 1, Volume 12.1; 1 a 12 - Orchidaceae, introdução.</ref> É possível que várias espécies classificadas pelos [[botânico]]s sejam, na verdade, híbridos naturais há muito estabelecidos na natureza.{{carece de fontes}}
 
Como o [[espécie|conceito tradicional de espécie]], não se aplica às orquídeas, a delimitação exata de cada espécie de orquídea também muitas vezes é bastante complicada. Muitos grupos encontram-se isolados e apresentam pequenas diferenças morfológicas que alguns estudiosos julgam suficientes para o estabelecimento de espécies independentes enquanto outros julgam estas variações apenas como características normais de endemismos, sem importância suficiente para caracterizar uma espécie à parte.<ref name="borneo1"><span style="font-variant:small-caps">Chan, C.L. (1994)</span>. The species concept, pp. 27 in Orchids Of Borneo. The Sabah Society and Kew: Bentham-Moxon Trust, Volume 1. ISBN 967 99947 3 2</ref> Assim também o número exato de espécies de orquídeas aceito pela comunidade científica é altamente variável conforme a referência consultada.{{carece de fontes}}
 
Há ainda complicadores em que espécies próximas cruzam-se habitualmente, produzindo grupos de plantas levemente diferentes e mesmo novas espécies muito próximas a uma das espécies originais, ou casos em que as espécies originais acabam por mesclarem-se totalmente aos descendentes produzindo grupos de plantas muito variáveis.<ref name="FBHOEHNEm"><span style="font-variant:small-caps;">Hoehne, Frederico Carlos</span> (1953) Flora Brasílica, Fascículo 10, Volume 12.7; 140 - Maxillaria heterophyla pp. 313.</ref> A tendência moderna é a de se classificar estas espécies de difícil delimitação em complexos que algumas vezes de fato constituem-se por muitas espécies intermediárias de difícil separação. Nestes casos, nota-se claramente a diferença entre alguns indivíduos extremos, mas a maioria é de difícil identificação. Há muitos exemplos, dentre os quais citamos os complexos da ''[[Brasiliorchis picta]]'', do ''[[Anacheilium vespa]]'', da ''[[Heterotaxis crassifolia]]'', e inumeráveis outros.{{carece de fontes}}
 
A família Orchidaceae divide-se em cinco subfamílias (números estimados de gêneros e espécies pelo [http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/Angiosperm Phylogeny Group]):
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[[Ficheiro:Orquideanovaso.jpg|thumb|220px|Uma típica espécie popular de orquídea em um vaso.]]As orquídeas têm fascinado os homens por mais de dois mil e quinhentos anos. Foram utilizadas no passado em poções curativas, [[afrodisíaco]]s, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições.<ref><span style="font-variant:small-caps"> L. Lawler</span>. 1984. Ethnobotany of the Orchidaceae in Orchid Biology: reviews and perspectives Vol. 3 - Cornell University Press.</ref> Há diversas referências na internet ao interesse do filósofo Chinês [[Confúcio]] por estas plantas no entanto a maioria das menções sobre Confúcio e estas flores, em que ressaltava as propriedades de seu perfume ao qual atribuía o caráter ''Lán'', que significa beleza, delicadeza, amor, pureza e elegância, vem de textos publicados por seus seguidores e admiradores. Há pelo menos uma referência às orquídeas feita pelo filósofo em ''The School Sayings of Confucius'' no entanto mesmo este possivelmente é um texto [[apócrifo]]. O fato de seus seguidores atribuírem a Confúcio as mais diversas citações sobre estas plantas apenas confirma o interesse que já despertavam nesta época. A [[China]] tem longa história na apreciação destas flores. Orquídeas são citadas pela [[literatura]] antiga e retratadas pela [[arte chinesa]] desde o décimo século antes de [[Cristo]], pinturas do começo de [[dinastia Song]], entre [[960]] e [[1127]] chegaram até os nossos dias. Todavia, investigações recentes revelam que o cultivo de ''[[Cymbidium]]'' começou apenas no final da [[dinastia Tang]] entre [[860]] e [[890]] e não nos tempos de Confúcio como se pensava antes. Possivelmente a primeira publicação exclusivamente sobre orquídeas é uma [[monografia]] de sobre a cultura extensiva de destas plantas, no final da dinastia Song, entre [[1128]] e [[1283]]. Pelo trabalho percebe-se que seu cultivo estava já bem estabelecido na China por esta época.<ref><span style="font-variant:small-caps"> Sing-Chi CHEN e Yi-Bo LUO</span>. (2008). A Retrospect and Prospect of Orchidology in China, Journal of Integrative Plant Biology, 45(Suppl.). Botanical Society of China.</ref>
 
Na Europa existem registros do período clássico grego de [[Teofrasto]] de [[Lesbos]], cerca de 300 AC. Em seu trabalho Historia Plantarum, volume 9, descreve uma planta com dois pequenos [[tubérculos]] subterrâneos aos quais chama ''orchis'', que corresponde à palavra [[testículo]]s, possivelmente um exemplar de ''[[Anacamptis morio]]''.{{carece de fontes}}
 
Antes dos Espanhóis conquistarem o [[México]] a fruta de ''Tlilxochitl'', uma espécie de ''[[Vanilla]]'', era a mais estimada dentre as especiarias [[asteca]]s. Este povo admirava também as ''Coatzontecomaxochitl'', ''[[Stanhopea]]'', como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins.<ref><span style="font-variant:small-caps"> Carlos Ossenbach</span>. 2005. History of Orchids in Central America, part 1: from prehispanic times to the independence of the new republics, Harvard Papers in Botany, pp. 183–226.</ref> Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de [[cola]].<ref><span style="font-variant:small-caps"> Francisco Hernández</span>. 1959. Historia Natural de Nueva España. 2 vols. Mexico City: Universidad Nacional de Mexico.</ref>
 
A partir do século XVI diversos trabalhos foram publicados na Europa: [[Leonhart Fuchs]] em Historia Stirpium ([[1542]]), [[Hieronymus Bock]] em suas anotações volume 2 ([[1546]]), [[Jacques Daléchamps]] em Historia Generalis Plantarum ([[1586]]). Após a publicação de Species Plantarum por [[Lineu]], em [[1753]], os registros sobre orquídeas ficaram cada vez mais abundantes. Breve resumo da história de sua classificação encontra-se no artigo sobre a [[taxonomia da família Orchidaceae]].{{carece de fontes}}
 
Antes de introdução de espécies exóticas na [[Europa]], as orquídeas eram há muito cultivadas como plantas de jardim. A primeira orquídea introduzida na Europa foi um exemplar de ''[[Brassavola nodosa]]'' que chegou na [[Holanda]] em 1615. Em 1688 desembarcaram as ''[[Disa uniflora]]'' vindas da [[África do Sul]].<ref name="SAO"/>
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Provavelmente devido à sua supremacia, diversas coleções importantes formaram-se na [[Inglaterra]] durante o século XIX. Em [[1818]] chegaram os primeiros exemplares de ''[[Cattleya labiata]]'' provenientes do [[Brasil]], causando grande sensação e reforçando ainda mais o interesse pelas espécies tropicais destas plantas.<ref name="OFE"><span style="font-variant:small-caps"> Brian Williams & Jack Kramer</span>. (1980). Orchids for everyone: a practical guide to the home cultivation of over 200 of the world's most beautiful varieties. Salamander. ISBN 0-7018-1496-9.</ref>
 
Com o advento dos primeiros vistosos híbridos, no final do século XIX, o interesse por novas plantas provenientes dos trópicos diminuiu um pouco por algumas décadas, até que o interesse científico pela descrição de novas espécies no início do século XX, aumentasse a coleta de plantas e seu envio à Europa, principalmente para jardins botânicos e amadores interessados na recomposição de suas coleções.{{carece de fontes}}
 
A oferta de híbridos tem aumentado constantemente e as técnicas de semeadura modernas desenvolveram-se muito diminuindo bastante o preço destas plantas, outrora caras. As técnicas de seleção também aprimoraram-se e mesmo espécies naturais de difícil cultivo tem sido selecionadas de modo a tornar viável a cultura doméstica. A oferta de variedade raras de espécies naturais, com cores e formas selecionadas, vem também possibilitando a quase todos a aquisição de plantas antes apenas cultivadas por milionários. Em poucos anos qualquer planta altamente desejável pode ser reproduzida aos milhares. Vale notar o exemplo do ''[[Phragmipedium kovachii]]'', espécie raríssima, desconhecida da ciência até 2002, hoje comum em coleções ao redor do mundo.{{carece de fontes}}
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[[Ficheiro:Orchidée (3).JPG|thumb|220px|esquerda|Hibrido de ''[[Phalaenopsis]]''<br />Como os atualmente produzidos aos milhões na Tailândia.]]Apesar de sua grande variedade, poucas orquídeas são cultivadas pela sua utilidade. Além dá já citada ''[[Vanilla]]'', para produção de [[baunilha]], algumas espécies são localmente utilizadas para produção de aromatizantes de [[chá]], por exemplo, espécies perfumadas de ''[[Jumellea]]'', [[perfume]]s ou [[tabaco]], algumas ''Vanilla''. Na [[Turquia]] usam-se os tuberculos da ''[[Anacamptis morio]]'' para preparação de um [[sorvete]] conhecido como ''salep''. No século XIX pseudobulbos de ''[[Cyrtopodium]]'' eram utilizados como [[adesivo]]s domésticos no [[Brasil]].<ref name="FBHOEHNE"/>
 
O verdadeiro valor das orquídeas hoje provém da produção de flores para corte, principalmente híbridos dos gêneros ''[[Phalaenopsis]]'', ''[[Cattleya]]'', ''[[Dendrobium]]'', ''[[Paphiopedilum]]'' e ''[[Cymbidium]]''. As mesmas espécies são também bastante vendidas em vasos para ornamentação e cultivo doméstico.{{carece de fontes}}
 
A [[Tailândia]] tem especializado-se na produção de flores de orquídeas para exportação para grandes cidades ao redor do mundo.<ref><span style="font-variant:small-caps"> Oradee Sahavacharin</span> - Cut Flower Production in Thailand. 1998. Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Nations - Regional Office for Asia and the Pacific, Bangkok, Thailand, [http://www.fao.org/docrep/005/AC452E/ac452e00.htm#Contents Publicada na Internet].</ref> Em 2001 exportou mais de 3 milhões de plantas vendidas por cerca de 40 milhões de dólares.<ref><span style="font-variant:small-caps"> Chitrapan Piluek e Siranut Lamseejan</span> - Melhoramento de Orquídeas por meio de Mutações introduzidas por Raios Gama. 2002. [http://www.fnca.mext.go.jp/english/mb/countrypapers/thailand.html Publicada na Internet].</ref> Desde então o ministério da agricultura da [[Tailândia]] reconheceu o potencial desta produção e tem procurado melhorar a qualidade e atratividade de seus [[clone]]s concedendo certificados aos melhores produtores.<ref><span style="font-variant:small-caps"> Thailand official news and information news</span> - Informativo do departamento governamental de relações públicas em 2 de outubro de 2008. [http://thailand.prd.go.th/view_inside.php?id=3877 Publicada na Internet].</ref>
 
Nos [[Países Baixos]] são produzidas grandes quantidades de híbridos para vendas no atacado por 216 produtores registrados. Nos [[Estados Unidos]] estima-se que em [[2003]] o mercado de plantas envasadas girou cerca de 121 milhões de dólares. Atualmente o mercado atacadista supre-se principalmente por meio de frascos com mudas a serem cultivadas localmente para venda posterior. De [[1991]] até [[2001]] a produção alemã de orquídeas ''in-vitro'' passou de dois milhões e meio para doze milhões de plantas, principalmente híbridos, particularmente de ''[[Phalaenopsis]]''.{{carece de fontes}}
 
== Cultivo ==
[[Ficheiro:Orchid show in Sao Paulo.jpg|thumb|220px|esquerda|Exposição de Orquídeas no Jardim Botânico de São Paulo, Brasil, em novembro de 2003.]]
[[Ficheiro:Orchid collection.jpg|thumb|220px|esquerda|Aspecto de uma coleção particular de orquídeas cultivada orquidário coberto apenas por tela, em São Paulo, Brasil.]]Como são tantas espécies diferentes de ambientes diferentes, é impossível apresentar os cuidados básicos de cultivo para todas elas. Assim, o primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta da espécie. Consultar orquidófilos mais experientes pode ser útil caso surja uma planta desconhecida que se queira cultivar. Desta forma pode-se decidir com precisão a iluminação, o regime de regas, o [[substrato]], e outros fatores necessários para o êxito no cultivo. O erro mais comum é plantar orquídeas na terra. Apesar de algumas espécies desenvolverem-se bem neste tipo de substrato, mais de setenta por cento das espécies são epífitas e não se adaptam à umidade excessiva proporcionada pela terra, morrendo em poucos meses. Existem muitos substratos adequados a estas plantas no mercado. Outro erro comum é a colocação de prato sob os vasos, resultando também em umidade excessiva. De modo geral não se devem colocar pratos nos vasos mas sim regá-las com maior frequência deixando então que o substrato seque completamente e suas raízes possam respirar.{{carece de fontes}}
 
Uma coisa é certa, as orquídeas de maneira geral não são plantas delicadas e frágeis como alguns acreditam. Pelo contrário, estas plantas (principalmente as providas de pseudobulbo) são extremamente resistentes, e podem sobreviver durante dias fora de um substrato. Sua capacidade de sobrevivência lhes permite que tenham tempo para adaptar sua fisiologia a novas condições após o replantio. Os híbridos, por sua vez, são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies ditas "naturais".{{carece de fontes}}
 
Em boa parte das grandes cidades ao redor do mundo existem associações orquidófilas formadas pelos amadores e profissionais locais. Estas sociedades fazem reuniões periódicas em que se discutem as últimas novidades, trocam-se informações de cultivo, plantas são expostas, avaliadas, trocados ou sorteadas. Realizam palestras e quando há diversas associações similares na redondeza, organizam exposições e campeonatos de cultivo e raridade. A maioria dos países possui uma coordenadoria das associações responsável pela organização e criação de regras para estas exposições e pelo bom funcionamento de cada uma das associações, resolução de disputas, registros em geral, premiações, criação de regras, seleção de juízes, etc. Dois bons exemplos de associações deste tipo são a [[American Orchid Society]], AOS, e a [[Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil]], CAOB. Ambas organizações de utilidade pública, mantém sitios na internet e são boas referências para aqueles que procuram informações sobre orquidófilos em sua região.{{carece de fontes}}
 
O cultivo de orquídeas no sudeste brasileiro é muito comum. São tantas a associações orquidófilas que a cada final de semana há pelo menos duas, por vezes quatro exposições de orquídeas acontecendo ao mesmo tempo em cidades diversas.<ref name="CAOB"/> Frequentar estas associações e exposições é o melhor o melhor modo de aprender sobre o cultivo das orquídeas.{{carece de fontes}}
{{limpar}}
 
== Produção ==
[[Ficheiro:Cattleya walkeriana sementes 1.jpg|thumb|220px|Fruto aberto mostrando as sementes de ''[[Cattleya walkeriana]]'', espécie nativa do Brasil central.]]
O método mais simples de reprodução, muito utilizado por colecionadores e comerciantes em pequena escala, é a divisão do [[rizoma]]. Toma-se uma planta adulta com pelo menos 6 pseudobulbos formados, de preferência logo após o término da floração, e, com uma faca afiada e esterilizada, corta-se o rizoma, de maneira a separar a planta em duas mudas com 3 pseudobulbos cada. Em casos de plantas maiores, deve-se sempre manter as mudas com o mínimo de 3 ou 4 pseudobulbos para permitir seu rebrotamento. O plantio deve ser feito no substrato adequado à espécie. A muda deve ficar fixa de alguma forma para que as novas raízes possam brotar e se fixar no substrato. Só quando as raízes estiverem restabelecidas as plantas voltarão a crescer.{{carece de fontes}}
 
Mas as orquídeas podem ser produzidas em larga escala. Graças à quantidade de sementes produzidas em cada fruto, e à possibilidade de reprodução de [[meristema]]s ''[[in vitro]]''.<ref name="WS"/>
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As sementes são diminutas, e um único fruto pode gerar milhares de novas plantas, cada uma com uma característica diferente da outra. Mas as sementes são muito pequenas, e não conseguem germinar por recursos próprios. Elas precisam das condições de acidez e da disponibilidade de nutrientes que o fungo micorriza de uma planta adulta fornece. Assim, o modo mais simples (e menos eficiente) de reprodução por sementes é simplesmente espalhá-las sobre e ao redor das raízes de orquídeas adultas, assegurando-se de que tenham umidade constante.<ref name="WS"><span style="font-variant:small-caps">Waldemar Silva</span>(1976) Cultivo de Orquídeas no Brasil. Nobel. ISBN 85-213-0383-1.</ref>
 
Um jeito mais eficiente consiste no preparo de um substrato de musgo ''[[Sphagnum]]''. Este deve ser esterilizado e deixado em repouso em um recipiente fechado para manter sua umidade. Deve-se também adicionar pedaços saudáveis de raízes de uma orquídea adulta, de preferência da espécie que deseja-se reproduzir, para que o fungo possa se reproduzir no próprio ''Sphagnum''. Após alguns dias de descanso, semeia-se as sementes, e conserva-se o sistema em um recipiente transparente. As sementes germinam em algumas semanas, e crescem muito devagar, de modo que uma planta só floresce pela primeira vez com entre 5 e 10 anos de idade.{{carece de fontes}}
 
Outro método caseiro de se obter mudas de orquídeas a partir de sementes é através de um processo que utiliza um [[tomate]] livre de [[agrotóxicos]], um saco [[plástico]], uma placa de fibra de coco, [[água]], [[raízes]] da planta e [[sementes]] da cápsula. Descasca-se o tomate, macere-o, misture algumas raízes da orquídea a ser reproduzida e as sementes que estão na cápsula macere-as junto com o tomate e em seguida espalhe sobre a placa de fibra de coco que já deverá estar umedecida com a água. Em seguida coloque a placa dentro do saco plástico e o encha de ar amare-o bem e dependure-o em um local seco, fresco e a meia sombra e espere de cinco a sete meses e as primeiras plântulas já estarão germinadas.{{carece de fontes}}
 
A reprodução por meristema, ou [[clonagem]], é mais eficiente, e consiste na retirada da ponta das raízes ou miolo de um broto. Colocada em meio de cultura, e sob a influência de [[hormônio]]s vegetais, o meristema transforma-se numa massa de tecido indiferenciado, capaz de dar origem a novas plântulas. As plântulas são destacadas e cultivadas em [[tubo de ensaio|tubos de ensaio]] independentes, e em pouco mais de um ano, estão prontas para o cultivo em local definitivo. As mudas produzidas são, logicamente [[clone]]s perfeitos da planta original, sendo este método o mais aplicado para a reprodução em massa de uma determinada variedade. Este sistema é utilizado também para semeadura simples, quando o meristema é substituído pelas sementes e produz resultados muito eficientes.<ref name="ardittiMP"><span style="font-variant:small-caps">Joseph Arditti, Robert Ernst</span> (1993) Micropropagation of Orchids. John Wiley & Sons. ISBN 978-0-471-54905-5</ref>
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== Orquídeas mais populares ==
[[Ficheiro:Trudelliacristata240.jpg|thumb|220px|''[[Trudelia cristata]]''<br />Espécie de crescimento monopodial anteriormente classificada no gênero ''[[Vanda]]''.]]
A seguir apresentamos uma pequena lista dos gêneros mais cultivados entre as orquídeas.<ref name="CAOB"><span style="font-variant:small-caps">Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil</span> (2008) Relações de plantas expostas.</ref> A lista vem organizada conforme seu local de origem, não o de cultivo. Há de se lembrar que ao clima de cada região, certas espécies de orquídea se adaptam melhor do que outras, de forma que a lista seguinte contém gêneros que podem prosperar em uma região mas não em outra. A popularidade dos diversos gêneros varia muito de país para país, tanto pela diferença das espécies disponíveis em cada região como pelos custos envolvidos em seu cultivo. É natural que nos países frios a preferência seja por plantas que toleram mais frio ou por plantas de climas quentes mas que sejam menores e portanto ocupem menos espaço em uma estufa que tem que ser mantida aquecida a elevado custo durante o inverno. Por outro lado, nos países de clima quente a dificuldade em manter plantas de clima frio é maior que o inverso já que os equipamentos que diminuem a temperatura costumam roubar umidade do ambiente, umidade quase sempre muito necessária às plantas.{{carece de fontes}}
 
* Europa: ''[[Orchis]]'', ''[[Ophrys]]'', ''[[Cypripedium]]''.
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== Híbridos ==
[[Ficheiro:Blc turambeat-flores.jpg|thumb|220px|esquerda|''Brassolaeliocattleya Turambeat''<br />[[híbrido (biologia)|Híbrido]] entre os gêneros ''[[Brassavola]]'', ''[[Laelia]]'' e ''[[Cattleya]]''.]]A produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século. Estima-se que sejam hoje mais de cem mil híbridos. A [[Royal Horticultural Society]] é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é bastante grande e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição.{{carece de fontes}}
 
De acordo com as regras do [[Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas]], os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero, por exemplo o híbrido entre duas ''[[Cattleya]]'' ainda é uma ''Cattleya''. Quando são dois os gêneros utilizados, cunha-se um nome utilizando-se os nomes originais, por exemplo o híbrido entre uma ''[[Laelia]]'' e uma ''Cattleya'' é uma ''Laeliocattleya''. Quando são três ou mais os gêneros envolvidos, o produtor pode criar um nome novo para o gênero resultante, desde que nenhum tenha sido registrado anteriormente.{{carece de fontes}}
 
Os híbridos naturais de orquídeas são comuns também, no entanto, apesar de serem em sua grande maioria plantas férteis, apenas pequena parcela deles é capaz de reproduzir-se naturalmente. Isto decorre do fato que espécies tão especializadas como as orquídeas necessitam de um polinizador em particular para cada uma. Os híbridos naturais geralmente são plantas que não se ajustam aos agentes polinizadores existentes exatamente por serem mesclas de espécies estabelecidas a milhares de anos e com polinizadores diferentes. Seus tamanhos cores e medidas são diferentes do necessário para obter sucesso reprodutivo natural.<ref name="FBHOEHNE"/>