Guelfos e gibelinos: diferenças entre revisões

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== Antecedentes ==
Na origem tratava-se de uma disputa entre os partidários do [[papa]]do (os [[guelfos]]) e os partidários do [[Sacro Império Romano-Germânico]] (os [[gibelinos]]).
 
As denominações "guelfos" e "gibelinos" originaram-se após a morte de [[Henrique V, Sacro Imperador Romano-Germânico]], ([[1125]]), morrer sem deixar herdeiros diretos. Criou-se, então, um conflito na disputa pela sucessão do [[Sacro Império Romano Germânico|Sacro Império]]. Os guelfos e o [[papa]] de então apoiavam os [[Casa de Wittelsbach|Wittelsbach]], a [[casa real]] da [[Reino da Baviera|Baviera]] e [[Saxônia]] dos [[Welfen]] (de onde provém a palavra guelfo), enquanto os gibelinos eram partidários da casa da [[Suábia]] dos [[Hohenstaufen]], senhores do [[castelo de Waiblingen]] (de onde provém a palavra gibelino).
 
As denominações "guelfos" e "gibelinos" originaram-se após a morte de [[Henrique V, Sacro Imperador Romano-Germânico]] ([[1125]]), sem deixar herdeiros diretos. Criou-se, então, um conflito na disputa pela sucessão do [[Sacro Império Romano Germânico|Sacro Império]]. Os guelfos e o [[papa]] apoiavam os [[Casa de Wittelsbach|Wittelsbach]], a [[casa real]] da [[Reino da Baviera|Baviera]] e [[Saxônia]] dos Welfen (de onde provém a palavra guelfo), enquanto os gibelinos eram partidários da casa da [[Suábia]] dos [[Hohenstaufen]], senhores do castelo de Waiblingen (de onde provém a palavra gibelino).
[[File:Guelfi e ghibellini.jpg|thumb|240px|Famílias guelfas e gibelinas de [[Asti]] (Italia).]]
 
No interior das cidades, a mesma dicotomia se reproduziu, mas acabou perdendo o significado tradicional da luta politica entre o [[papado]] e [[sacro império]], para transformar-se em luta entre as facções da população, pelo domínio da cidade. Para aumentar sua força, as cidades, tanto guelfas quanto gibelinas, assim como respectivas famílias, reuniam-se em ligas opostas.
 
[[File:Castello di Fenis torri.jpg|thumb|240px|Castelo de [[Fénis]], com seu [[Merlão]] ''gibelino''.]]
Assim, a partir da segunda metade do século XIII, a cidade guelfa de [[Florença]] combateu a liga gibelina formada pelas cidades [[toscana]]s de [[Arezzo]], [[Siena]], [[Pistoia]], [[Lucca]] e [[Pisa]]. Foi um longo conflito, cujos momentos mais dramáticos foram as batalhas de Montaperti ([[1260]]) e de Altopascio [[1325]]. Na segunda metade do século XIII, após a batalha de Benevento [[1266]] houve, nas cidades gibelinas, uma verdadeira crise quando perderam o seu maior apoio - a dinastia suábia. Essa crise teve início com [[Frederico Barbarossa]] para concluir-se com as derrotas de Corradino e Manfredi da Sicília, entre [[1266]] e [[1268]].
 
Assim, a partir da segunda metade do [[século XIII]], a cidade guelfa de [[Florença]] combateu a liga gibelina formada pelas cidades [[toscana]]s de [[Arezzo]], [[Siena]], [[Pistoia]], [[Lucca]] e [[Pisa]].
Disso resultou o fortalecimento dos guelfos, que predominaram na [[Península Itálica]], apoiados militarmente tanto pelo [[rei de Nápoles]], [[Carlos I|Carlos I da Sicília]], como pelos vários Papas. Assim, os guelfos chegam a se reapoderar de Florença, a partir de [[1269]], quando derrotam os gibelinos de Siena.
 
Foi um longo conflito, cujos momentos mais dramáticos foram as [[batalha de Montaperti|batalhas de Montaperti]] ([[1260]]) e de [[batalha de Altopascio|Altopascio]] [[1325]].
 
Assim, a partir daNa segunda metade do século XIII, a cidade guelfa de [[Florença]] combateuapós a liga gibelina formada pelas cidades [[toscana]]sbatalha de [[ArezzoBenevento]], [[Siena]], [[Pistoia]], [[Lucca]] e [[Pisa]]. Foi um longo conflito, cujos momentos mais dramáticos foram as batalhas de Montaperti ([[1260]]) e de Altopascio [[1325]]. Na segunda metade do século XIII, após a batalha de Benevento [[1266]] houve, nas cidades gibelinas, uma verdadeira crise quando perderam o seu maior apoio - a dinastia suábia. Essa crise teve início com [[Frederico Barbarossa]], para concluir-se com as derrotas de [[Corradino]] e [[Manfredi da Sicília]], entre [[1266]] e [[1268]].
 
Disso resultou o fortalecimento dos guelfos, que predominaram na [[Península Itálica]], apoiados militarmente tanto pelo [[rei de Nápoles]], [[Carlos I|Carlos I da Sicília]], como pelos vários Papas. Assim, os guelfos chegam a se reapoderar de Florença, a partir de [[1269]], quando derrotam os gibelinos de [[Siena]].
 
== Guelfos brancos e Guelfos negros ==
No fim do [[século XIII]], o partido guelfo se divide em duas facções: os [[Guelfos Brancos]] (''Guelfi Bianchi''), liderados por [[Vieri dei Cerchi]], e os [[Guelfos Negros]] (''Guelfi Neri''), liderados por [[Corso Donati]], que, de certa forma, eram Gibelinos, numa versão envergonhada. Na origem dessa divisão existe uma querela de [[clã]]s que opunha os [[Cerchi]] aos [[Donati]]. A divisão era também social, sendo os Cerchi - uma antiga família patrícia florentina - mais próximos do povo, enquanto os Donati - uma das famílias mais numerosas e importantes da Florença medieval - eram mais ligados à elite florentina. Esses últimos resolvem se opor às decisões judiciais de [[Giano della Bella]].
 
As cores foram atribuídas primeiramente por Vieri dei Cerchi, que apoiou a família [[Grandi]], de [[Pistoia]], conhecida localmente como ''la parte bianca'' (o partido branco). Corso Donati, por consequência, protegeu o partido oposto, ''la parte nera'' - a parte negra.
 
Em [[1300]], na Praça da Santíssima Trindade, em Florença, explode uma batalha que marcará a clivagem definitiva entre os dois partidos. Os guelfos negros, muito próximos do Papa [[Bonifácio VIII]], levam vantagem sobre os brancos, incapazes de se defender, e [[Carlos de Valois]] ([[1270]]-[[1325]]), vindo da [[França]] para apoiar o Papa, ataca Florença sem encontrar resistência. A partir de janeiro de [[1302]], começa o exílio dos brancos, dentre os quais [[Dante Alighieri]]. e [[Cante Gabrielli]] de [[Gubbio]], reinará sobre a cidade.
 
Segundo [[Maquiavel]] em ''[[O príncipe]],'' as disputas entre Guelfos e Gibelinos eram emanações da [[república de Veneza]] para expandir seu poder no [[norte da Itália]].