Everardo Dias: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
mec. |
reciclagem e refêrencias |
||
Linha 1:
{{Info/Biografia
|bgcolour = red
|nome = Everardo Dias
'''Everardo Dias''' nasceu em [[Pontevedra]], [[Espanha]], em [[1883]], com dois anos de idade, em 1887, veio para o [[Brasil]], acompanhando seu pai, professor e [[maçom]], Antônio Dias, envolvido em um fracassado levante republicano. Auxiliado pelos Maçons, embarcou para [[São Paulo]], trazendo um correspondência ao Irmão Maçom Martinico Prado, um dos líderes republicanos brasileiros.▼
|nome_nativo =
|imagem = [[File:Everardo Dias.jpg|thumb|Everardo Dias em 1928 no BOC]]
|imagem_tamanho = 200xp
|imagem_legenda = |nome_completo =
|nascimento_data = [[1886]]
|nascimento_local = [[Pontevedra]], {{ESP}}
|morte_data = [[1966]]
|morte_local = [[São Paulo]], {{BRA}}
|residência =
|nacionalidade =
|ocupação = [[Jornalista]], [[Escritor]]
|principais_trabalhos =
|prêmios =
|patente =
|cargo =
|empregador =
|salário =
|fortuna =
|parentesco =
|cônjuge =
|filhos =
|religião = [[Maçon]]
|influências =
|influenciados =
|outros_nomes =
|conhecido_por =
|website =
|rodapé =
|assinatura =
}}
'''Everardo Dias''' foi operário gráfico e jornalista, foi importante militante do movimento operário brasileiro nas primeiras décadas do século XX
== Biografia ==
▲'''Everardo Dias''' nasceu em [[Pontevedra]], [[Espanha]], em [[1883]], com dois anos de idade, em 1887, veio para o [[Brasil]]<ref> {{citar web |url= http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/everardo_dias|título= Everardo Dias |acessodata= 13/03/2012|autor= CPDOC |coautores= FVG}}</ref>, acompanhando seu pai, professor e [[maçom]], Antônio Dias, envolvido em um fracassado levante republicano. Auxiliado pelos Maçons, embarcou para [[São Paulo]], trazendo um correspondência ao Irmão Maçom Martinico Prado, um dos líderes republicanos brasileiros.
Aos 13 anos, Everardo aprende o ofício de tipógrafo, indo trabalhar no jornal ''[[O Estado de São Paulo]]'', onde permaneceu até completar os seus estudos na Escola Normal.
Linha 8 ⟶ 45:
Depois de um ano em Aparecida, regressou para São Paulo, sem conseguir transferência para São Paulo, abandona o magistério e regressa ao jornalismo. Tenta fazer Direito, na Faculdade de Direiro de São Paulo, mas, por dificuldades financeiras, é obrigado a abandonar o curso, só conseguindo diplomar-se, anos mais tarde pela [[Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro]]. Em São Paulo filiou-se à Loja União Espanhola, onde recebe o grau de Cavaleiro Rosa-Cruz em março de 1906.
Destaca-se como um dos líderes, no movimento anticlerical em São Paulo. Fez parte da ''Associação de Livres Pensadores'' e dirigiu o quinzenário '''O Livre Pensador''', que saiu pela primeira em 1902. Nele exaltava Lamarck, Darwin, Haeckel, Spencer, atacava implacavelmente a Igreja Católica, o fumo e o álcool. Apareciam muitas críticas contra os padres que atacavam protestantes, maçons, espíritas, livres pensadores, socialistas, etc.
Em 1905 foi o representante da imprensa no comício dos mártires russos, em São Paulo. Em 1906 falava nas comemorações do 1º de Maio, em [[Campinas]].
Há 03 de maio de 1908, ingressa na ''Loja Ordem e Progresso'', em São Paulo, onde em 1910 ocuparia o cargo de 2º Vigilante. Com a ascensão ao Grão Mestrado do Grande Oriente Estadual de São Paulo, do líder republicano [[Pedro Manuel de Toledo| Pedro de Toledo]], foi organizado um programa de conferências no Estado, sobre civismo, liberdade de consciência e defesa da lei. Everardo, atuante, proferiu palestras sobre a necessidade de instrução, de escolas para o povo e a emancipação feminina, nas Lojas Amizade, Ordem e Progresso, União Espanhola, Fidelidade Firmeza e outras, além do interior do Estado e no Rio de Janeiro. Traduziu o livro de [[Victor Margueribe]],'' “La Garcone” '' que causou grande escândalo na França.
Na famosa [[Greve Geral de 1917|
Fazia parte do [[Partido Republicano Paulista]] – PRP, ao lado de ''Pedro de Toledo'', lutando contra a reforma da Constituição de 1891. Quando o PRP passou para o governo, foi-lhe oferecido cargo na administração, que recusou por ser contrário a esse apoio e se filiou ao Partido Operário.
Entre 1912 e 1919, foi membro da Assembléia Legislativa do Grande Oriente, representando as Lojas Perseveranças III, de Sorocaba, União Espanhola, de São Paulo, e Deus, Justiça e Caridade, de Perderneiras. Sempre atuante, de 1916 a 1918, fez parte do Tribunal Maçônico de Justiça Estadual. Em 1918, é eleito Grande Secretário Adjunto do Grande Oriente Estadual.
Em 1919, após a realização da
Em 27 de outubro de 1919, juntamente com José Righetti e [[João da Costa Pimenta]], secretário-geral da União dos Trabalhadores Gráficos de São Paulo, foi levado para Santos e, completamente nu, meteram-nos num cubículo
Nesse mesmo dia, após esse tratamento revoltante, ''Everardo'' foi levado para São Paulo e depois, juntamente com 10 outros prisioneiros e vigiados por 25 soldados, foi transferido para o Rio de Janeiro, de onde seriam expulsos do país. Na Polícia Central do Rio de Janeiro, Everardo, debilitado, diz ao delegado que
Na tarde de 30 de outubro, Everardo e mais 22 prisioneiros foram levados às docas, para embarcarem no ''Benevente'', do [[Lloyd Brasileiro]]. Ao chegarem na [[Bahia]], Manuel Gama envia uma carta em que fala de Everardo,'' “que, triste e pensativo, vai arrastando sua cruz para o Calvário!”''. E o próprio Everardo escreve:'' “Estou mais morto do que vivo...estou fraco e creio que tuberculoso! Oh! É horrível!”''.
Enquanto era pedido um ''habeas-corpus'' a favor de Everardo, apontando que residia no país a 33 anos, era naturalizado brasileiro, tinha seis filhas brasileiras e profissão de guarda-livros; o deputado e maçom [[Maurício Paiva de Lacerda | Mauricio de Lacerda]], pai de [[Carlos Lacerda]], lia sua dramática carta na [[Câmara Federal]]. [[Astrogildo Pereira]], através das páginas do ''Spartacus'', lembrava que Everardo publicara, durante 15anos, o Livre Pensador e que fora revisor chefe do O Estado de São Paulo. A Loja América destacou-se em sua defesa. No dia 8 de novembro o Supremo Tribunal denegou a petição pelo ''habeas-corpus''.
Ao chegarem no Recife, permaneceram por três dias em três celas, nas quais cabiam somente três pessoas. No dia 24 de novembro, depois de uma escala na [[Ilha da Madeira]], ancoraram em [[Lisboa]]. A polícia portuguesa recolheu os prisioneiros portugueses, deixando no navio os espanhóis, entre os quais ''Everardo''.
Em 29 de novembro, em [[Vigo]], na Espanha, todos os deportados desembarcam, menos ''Everardo Dias'', Manuel Perdigão e Francisco Ferreira, por serem corretamente considerados brasileiro. Doente, abatidos, taciturnos, sem dinheiro e roupas adequadas, temendo passar o invreno no Benevente, imploram para desembarcarem também, porém foram proibidos.
Em dezembro, em [[Le Havre|Lê Havre]], [[França]], sofrendo um inverno rigoroso, pediram ao cônsul brasileiro agasalhos, inutilmente, não obtiveram nem resposta. Recebiam algum conforto da solidariedade dos outros tripulantes do navio.
O Benevente, após passar em Rotterdam, retornou a Vigo, onde Perdigão e Ferreira desembarcaram. Nesse ínterim, o Grão Mestre recém empossado, José Adriano Marrey Júnior, acompanhado do senador e maçom [[Luís de Toledo Piza e Almeida| Luís de Toledo Piza]], da Loja América, em audiência com o governador do Estado, conseguiu a condenação da atitude policial e a revogação da sua expulsão. Ele podia voltar ao Brasil.
Aportou em [[Recife]], no dia 25 de janeiro de 1920, sendo recebido com grandes homenagens, participou de uma sessão na União dos Operários em Construção Civil, onde em discurso atribuiu a causa de suas provações aos seus artigos contra o governo publicados em A Plebe, acusou Ibraim Nobre de ser o mandante do espancamento que sofreu em Santos e denunciou o tratamento recebido por Manuel Perdigão, um brasileiro nato.
Durante os três dias que permaneceu em [[Recife]], recebeu diversas homenagens, foi saudado por [[Antônio Canellas]], pelo Professor Joaquim Pimenta e [[Cristiano Cordeiro]], na casa de quem pernoitou durante sua estada.
No mesmo ano de sua volta, 1920, participou da fundação do '''Grupo Clarté''',
Em 1921, é um dos fundadores da Loja de Perfeição Segredo, do Rio de Janeiro, que tinha como objetivo a difusão de conhecimento e a doutrinação dos Maçons; com a crise se 1921 , essa iniciativa não foi adiante.
Por essa época Everardo dirigia a tipografia da Maçonaria, situada no Méier, e suas oficinas publicaram o livro ''Rússia Proletária'', de
Quando ocorreu a [[Revolta dos 18 do
Em 1923, juntamente com ''Canellas'' e outros companheiros, é preso sob a acusação de prepararem uma insurreição contra o governo de [[Artur Bernardes]], mas logo é posto em liberdade. Participa da reunião do [[Partido Comunista Brasileiro]]/[[Partido Comunista do Brasil]],
Ao estourar a
Posto em liberdade, com a saúde abalada, voltou para o seio da família, em situação financeira difícil. Dono de uma livraria e editor, seu patrimônio tinha sido confiscado durante o estado de sítio. De nada adiantou apelar para a Justiça. Voltou a exercer a profissão de jornalista no ''Diário Nacional'', cujo diretor era ''Marrey Júnior'', órgão do [[Partido Democrático]], ali permanecendo até
Durante esse período foi vigiado e sua casa era constantemente invadida pela polícia. Apoiou o golpe de 1930 e teve de fugir de São Paulo, para não ser preso novamente.
Em 1932, desempregado, perseguido pela polícia, mesmo
Ao ser
▲Com o levante comunista de 1935, embora sem nenhuma prova de seu envolvimento e sem nenhum tipo de insurreição em São Paulo, foi preso por quase dois anos, até sua absolvição pelo Tribunal de Segurança Nacional. Recebeu no Congresso Nacional a defesa do então deputado Café Filho, filho de maçom.
Faleceu em [[1966]], cinco anos depois de publicar ''História das Lutas Sociais no Brasil'', nesse mesmo ano, em sua homenagem, foi fundada, a 04 de abril, a '''Loja Everardo Dias'''.▼
▲Ao ser liberdade, já com a sua vida regularizada, volta a lida maçônica, na Loja Ordem e Progresso. Escreveu as obras maçônicas “''Semeando''” e “''À Sombra da Acácia''” e, em colaboração do Octaviano Bastos e Optato Carajuru, o Livro maçônico do Centenário. Foi redator e diretor do Boletim Oficial do grande Oriente de São Paulo e dos jornais Folha de Acácia e Mensageiro Romano.
▲Faleceu em [[1966]], cinco anos depois de publicar ''História das Lutas Sociais no Brasil'', nesse mesmo ano, em sua homenagem, foi fundada, a 04 de abril, a Loja Everardo Dias.
{{referências}}
[[Categoria:Mortos em 1966]]
[[Categoria:Maçons]]
[[Categoria:Socialistas]]
|