Anéis de Urano: diferenças entre revisões

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Acredita-se que os anéis de Urano são relativamente novos, de uma antiguidade não maior de 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram em algum momento. Após a colisão ficaram descompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e opticamente densos em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
 
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era ''pastoreado'' por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a ''Voyager 2'' descobriu apenas um desses pares de satélites, ([[Cordélia]] e [[Ofélia (satélite)|Ofélia]]), sobre o anel mais brilhante (ε).
 
==Descoberta e exploração==
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==Propriedades gerais==
[[Ficheiro:Uranian rings PIA01977 modest.jpg|thumb|300px|right|Aneis interiores de Urano. O anel externo brilhante é o épsilon. Podem-se observar outros oito anéis.]]
Com os conhecimentos atuais, o sistema anular de Urano consta de treze anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta seriam: 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ.<ref name=Showalter2006 /> Podem-se dividir em três grupos: nove anéis estreitos principais (6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, ε),<ref name=Esposito2002 /> dois anéis de poeira (1986U2R/ζ, λ)<ref name=Burns2001>Burns, J.A.; Hamilton, D.P.; Showalter, M.R. (2001). "[http://www.astro.umd.edu/~hamilton/research/preprints/BurHamSho01.pdf Dusty Rings and Circumplanetary Dust: Observations and Simples Physics]". in Grum, E.; Gustafson, B. A. S.; Dermott, S. T.; Fechtig H. (pdf). Interplanetary Dust. Berlim: Springer. pp. 641–725.</ref> e dois exteriores (μ, ν).<ref name=Showalter2006 /><ref name=Showalter2008b /> Os anéis de Urano compoem-se principalmente de partículas macroscópicas e alguma [[poeira]],<ref name=Ockert1987>Ockert, M.E.; Cuzzin, J.N.; Porco, C.C.; and Johnson, T.V. (1987). "[http://adsabs.harvard.edu/abs/1987JGR....9214969O Uranian ring photometry: Results from Voyager 2]". J.of Geophys. Res. 92: 14,969–14,978.</ref> embora se constate a sua presença nos anéis 1986U2R/ζ, η, δ, λ, ν e μ.<ref name=Showalter2006 /><ref name=Burns2001 /> Além destes anéis bem conhecidos, poderia haver numerosas faixas de poeira opticamente finas e anéis muito fracos entre elas.<ref name=Lane1986 /> Estes anéis e as faixas de poeira existem somente temporariamente ou consistem num número de arcos separados que se detectam ocasionalmente durante eventos de ocultação.<ref name=Lane1986 /> Alguns de elesdeles revelaram-se durante a mudança de plano dos anéis, que aconteceu em 2007.<ref name=dePater2007>{{Citar periódico|sobrenome=de Pater |nome=Imke |co-autores=Hammel, H. B.; Showalter, Mark R.; Van Dam, Marcos A. |título=The Dark Side of the Rings of Uranus |publicação=Science |ano=2007|volume=317|páginas=1888–1890|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2007Sci...317.1888D | doi=10.1126/science.1148103|pmede=17717152|número=5846}}</ref> A aparência dos anéis varia em função da [[geometria de iluminação]] dos mesmos. A ''[[Voyager 2]]'' observou faixas de poeira quando os anéis estavam iluminados frontalmente.<ref>[http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UPC/AVAILABLE/TDX-0725105-153226//10Dgv10de16.pdf Tese doutoral] na que se traduz o termo "forward scattering" ao castelhano</ref> {{#tag:ref|A iluminação frontal ou ''forward-scattered light'' é aquela na que o ângulo entre o observador e a luz proveniente do sol, que ilumina os anéis, é relativamente baixa.|name="notaa"|group="N"}} Todos os anéis mostraram variações no brilho [[azimut|azimutal]].<ref name=Smith1986 />
 
Os anéis são compostos por um material extremamente obscuro. O [[albedo geométrico]] das partículas do anel não excede 5–6%, enquanto o [[albedo de Bond]] é até mesmo menor— aproximadamente cerca de 2%.<ref name=Ockert1987 /><ref name=Karkoshka1997>{{Citar periódico|sobrenome=Karkoshka | nome=Erich |título=Rings and Satellites of Uranus: Colorful and Not So Dark |publicação=Icarus |ano=1997|volume=125| páginas=348–363 |url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1997Icar..125..348K |doi=10.1006/icar.1996.5631}}</ref> As partículas anulares mostraram um forte e súbito aumento da oposição quando o ângulo de fase é próximo a zero.<ref name=Ockert1987 /> Isto significa que o seu albedo é muito mais baixo que se observa ligeiramente fora da oposição.{{#tag:ref|''Oposição para fora'' significa que o ângulo entre a direção Sol-objeto e a direção Terra-objeto não é zero.|name="notaj"|group="N"}} Os anéis são ligeiramente avermelhados nos cortes [[ultravioleta]] e visível do [[Espectro eletromagnético|espectro]] e grises no [[infravermelho|infravermelho próximo]].<ref name=Baines1998>{{Citar periódico|sobrenome=Baines |nome=Kevin H. |co-autores=Yanamandra-Fisher, Padmavati A.; Lebofsky, Larry A.; al. |título=Near-Infrared Absolute Photometric Imaging of the Uranian System |publicação=Icarus |ano=1998|volume=132 |páginas=266–284|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1998Icar..132..266B |doi=10.1006/icar.1998.5894}}</ref> Não mostram traços [[análise espectral|espectrais]] identificáveis. A composição química das partículas dos anéis é desconhecida. Porém, não podem ser de gelo de água pura, como os anéis de Saturno, porque são obscuras demais, até mesmo mais do que os [[satélites de Urano]].<ref name=Baines1998 /> Isto indica que provavelmente sejam compostos por uma mistura de gelo e material obscuro. A natureza deste material não fica clara, mas poderiam ser [[composto orgânico|compostos orgânicos]] consideravelmente obscurecidos pela irradiação de partículas carregadas procedentes da [[magnetosfera]] de Urano. Neste sentido poderiam ser um material fortemente processado que inicialmente seria similar ao das luas interiores.<ref name=Baines1998 />