Adriana de Oliveira: diferenças entre revisões

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'''Adriana de Oliveira''' ([[Santo André (São Paulo)|Santo André]], [[11 de agosto]] de [[1969]] — [[Ouro Fino]], [[27 de janeiro]] de [[1990]]) foi uma [[Modelo (profissão)|modelo]] [[brasil]]eira.
Adriana de Oliveira foi nascida e criada numa pacata travessa de Santo André, cidade industrial do [[ABC paulista]], numa pequena família de classe média formada por ela, seu irmão Ivan e seus pais, Amélia Chiarato e Nélson de Oliveira. Ainda na adolescência formou-se como Técnica em [[Processamento de Dados]] na vizinha cidade de [[São Bernardo do Campo]], mas continuou levando a mesma vida tranqüilatranquila e normal, sem muito luxo nem grandes pretensões profissionais. Contudo, aos dezesseis anos, incentivada pelo irmão, Adriana procurou uma pequena agência de sua cidade e fez algumas fotos despretensiosas, a partir das quais começou a ser chamada para fazer pequenos desfiles e catálogos de moda. As fotos para uma campanha de Natal das lojas [[Mesbla]] tinham se tornado até então seu maior trabalho.
Com corpo e rosto indistintamente belos, mas uma beleza ainda em estado bruto, Adriana, então com 18 anos, foi chamada para se apresentar na agência de modelos ''[[Class Modelos|Class]],'' em [[São Paulo]] (uma das melhores agências brasileiras de então, filiada à [[Ford Models]] americana). Com seu ''book'' embaixo do braço, Adriana chegou à agência como uma garota típica de sua idade, vestindo roupas desgrenhadas e falando gírias tipicamente surfistas. No entanto, os agentes da ''Class'' viram na moça um imenso potencial e decidiram investir nela.
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Foi preciso apenas pouco mais de um ano para a carreira de Adriana tomar um rumo definitivo ao estrelato. Em [[1989]], ela venceu em primeiro lugar na etapa brasileira do concurso ''[[Supermodel of the World]]'', e logo depois ficou entre as 12 mulheres mais lindas do planeta na final mundial, em [[Los Angeles]]. Em pouco tempo, Adriana teria seu rosto estampado em revistas do Brasil e do mundo e participaria de diversos desfiles, ensaios fotográficos e comerciais (Palmolive, [[Bob's]], Pool, Mappin, [[Bis]], Divina Decadência, entre outros). Com o sucesso, ela se tornou presença obrigatória em revistas como [[Nova (revista)|Nova]], [[Revista Máxima|Máxima]], [[Moda Brasil]], [[Manequim (revista)|Manequim]], [[Cláudia]], [[Faça Fácil]], entre dezenas de outras publicações. Muito disciplinada, muitas vezes era flagrada sorvendo um iogurte e comendo uma maçã no intervalo entre uma sessão de fotos e outra, mesmo após horas em estúdio. Adriana era tida como exemplo de sucesso e profissionalismo e ferozmente disputada no mundo da moda — todos queriam tê-la como modelo.
No fim de 1989, Adriana já tinha o melhor cachê publicitário do país em sua área, além de viagens marcadas para o [[Japão]], [[Nova Iorque]], [[Milão]] e [[Paris]]. Ela já tinha se transformado em uma mulher com uma carreira de milhões de dólares e estava pronta para se firmar como o "rosto dos [[década de 1990|anos 90]]".<ref>[{{Citar periódico |url=http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx |titulo=Arquivo Digital |jornal=Veja: revista nº |numero=1116, de |data=7 de fevereiro de 1990]}}</ref>
 
===Morte trágica por overdose===
Adriana era uma jovem cheia de energia e gostava de aproveitar cada minuto de sua vida como se fosse o último. Na sexta-feira, 26 de janeiro, após sair de um casamento, mesmo sem ir se trocar em casa, ela decidiu aproveitar o pouco tempo que tinha do fim de semana em companhia do namorado Ciro de Azevedo Marques e dos amigos Dagoberto da Costa e Cláudia Bassaneto. O grupo então rumou para um sitiosítio no interior de [[Minas Gerais]], num Golf branco 1985, de propriedade de Adriana.
Durante o final de semana no sítio ''Vale à Vista'', em [[Ouro Fino]], Adriana, junto com o namorado e o casal de amigos, começou a beber [[álcool]] e a usar [[droga]]s. Por volta das 14 horas do sábado 27, ela passou mal, caiu no chão e, sufocada, começou a se contorcer e a gritar. Nenhum de seus amigos conseguiu segurá-la em virtude da agitação e da enorme força que apresentou, mas com medo de levá-la ao hospital devido ao estado em que se encontrava, tentaram reanimá-la ali mesmo. Duas horas e meia depois, ao perceber que a modelo não melhorava, resolveram finalmente levá-la ao hospital de Ouro Fino com a ajuda de um vizinho que ouviu os gritos de Adriana e veio socorrê-la. A modelo já chegou morta ao hospital em virtude de uma parada cardiorrespiratória e, minutos depois, o médico finalmente constatou sua morte cerebral. Ela havia ingerido uma combinação fatal de [[cocaína]], [[maconha]], [[álcool]] e [[tranqüilizantetranquilizante]] [[Diazepan]], substâncias que foram detectadas no seu [[necrópsia|exame cadavérico]]. O Diazepan é comumente encontrado em pílulas de emagrecimento.<ref>[{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_14021990.shtml |publicado=Veja.abril.com.br |autor= |título=''Pó, fumo e bola'' — Revista Veja ]|data= |acessodata= }}</ref><ref>[{{citar web |url=http://search.folha.com.br/search?q=%22modelo%20adriana%20de%20oliveira%22&site=jornal |publicado=Search.folha.com.br |autor= |título=''Histórias de Baladas Fatais'' — Folha de São Paulo]|data= |acessodata= }}</ref>
Seu namorado e o casal acompanhante, foram na época acusados de omissão de socorro, tráfico e tentativa de ocultar a verdadeira causa da morte. No sítio, foram encontrados um espelho quebrado (usado para cheirar cocaína) e tubos para aspiração do pó. Constatou-se, no entanto, que antes de a [[polícia civil]] chegar ao local, havia sido feita uma "limpeza" de outros vestígios. O processo jurídico da morte da modelo se arrastou por anos, foi arquivado e ninguém foi condenado.
 
===Repercussão nacional===
A morte trágica de Adriana de Oliveira, de apenas 20 anos, provocou grande atenção da [[mídia]] sobre o caso, bem como criou grande comoção na sociedade brasileira, em especial na [[São Paulo (estado)|paulista]]. A princípio, não se conseguiu entender como uma pessoa que tinha uma vida aparentemente tão cor-de-rosa poderia se envolver com drogas. Seu caso serviu como um grande alerta para o problema das [[drogas]] entre os jovens e é freqüentementefrequentemente citado como exemplo do perigo que o uso de tais entorpecentes pode representar.<ref>[{{Citar periódico |url=http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx |titulo=Arquivo Digital |jornal=Veja: revista nº |numero=1117, de |data=14 de fevereiro de 1990]}}</ref>
 
O comercial da marca [[Kibon]] — tirado do ar logo após sua morte — foi o último filmado pela modelo e estampava em horário nobre as telas de televisão em todo o país. A [[overdose]] interrompeu a vida de uma garota linda e cheia de sonhos, tida por todos como uma pessoa meiga, doce, brincalhona e cheia de ideais, além de muito profissional, e que aproveitava qualquer tempo livre para se divertir. Adriana adorava surfar, e não se importava em se aventurar, mesmo que isso significasse meter os pés na lama ou levar arranhões em trilhas no mato. Ela já fazia planos de abandonar a carreira em poucos anos, ainda no auge, e montar seu próprio negócio. Pouco antes de sua morte, a modelo havia feito fotos para duas revistas [[Estados Unidos|americanas]] e para a ''Vous'' [[canadense]]. Infelizmente, o destino quis que ela fosse lembrada para sempre assim, excepcionalmente bela e jovem.
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* [[Globo Repórter]] de 1º. de maio de 1990 (Videoteca da [[Rede Globo]] de São Paulo). Programa “O Caso da Modelo” (Adriana Oliveira), Duração: 38’. Sinopse: O caso da morte da modelo e o crescente uso de drogas pelos jovens brasileiros.
 
=={{Ligações externas}}==
[http://adrianadeoliveira.webs.com/index.html Site com fotos da modelo em diversas fases da carreira]