A Política como Vocação: diferenças entre revisões

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Neste ensaio Weber funda uma definição de [[Estado]] que se tornou clássica para o [[pensamento político]] ocidental, atribuindo-lhe o [[monopólio da violência]].
 
“A Política como vocação” foi a segunda palestra em uma série sobre o trabalho intelectual como uma profissão ", apresentada em 28 de Janeiro de 1919 na Universidade de Munique. O texto deste trabalho foi publicado em julho de 1919 e logo tornou-se um clássico da ciência política contemporânea por expor diversas questões de primeira importância para o a vida política de sua época e que, ainda hoje, podem subsidiar análises de nossa política contemporânea. A política como uma profissão se tornou um clássico da ciência política.
 
== O Estado como detentor do monopólio da violência ==
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São três os tipos de justificações e legitimações básicas da dominação:
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'''Dominação tradicional:''' exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora. Dar-se pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, como na manifestação da autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto áà legitimidade da autoridade. Os dominados são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas por ele, não há um estatuto e o senhor pode agir sem maiores limitações externas à sua vontade.<br>
'''Dominação carismática:''' exercido pelo profeta, ou, no campo da política, pelo senhor de guerra eleito, pelo governante plebiscitário, o grande demagogo ou o líder do partido político. Os dominados obedecem devido às qualidades excepcionais do dominador, as quais lhe conferem poder de mando. Um característica importante deste tipo de dominação é que a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.<br>
'''Dominação legal:''' exercido em virtude da legalidade, pela fé na validade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras racionalmente criadas. É exercido pelo moderno “servidor do Estado” e aos demais portadores do poder que a este se assemelham a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. Este tipo de dominação legal baseia-se na existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente da qualidade intrínsecas do líder. A autoridade de dominante decorre de ato normativo que lhe concede acesso a um posto previamente delimitado. O cargo é impessoal e não pertence a um determinado indivíduo. Um exemplo do uso da dominação legal é o Estado Moderno, no qual há uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia.
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== Ética e política - ética da responsabilidade e das últimas finalidades ==
Weber sustenta que o resultado final da ação política mantém com freqüênciafrequência, e às vezes regularmente, uma relação totalmente inadequada e por vezes até mesmo paradoxal com o seu sentido original.<br>
A abordagem ética da política apresentaria uma série de peculiaridades. Ele sustentava que, na política, muitas vezes o “bem” pode gerar o “mal”.<br>
Weber distingue duas ética da ação política, a ética das últimas finalidade (ou ética da convicção) e ética da responsabilidade. A primeira, a ética da convicção, corresponde às ações de um indivíduo que coloca em primeiro plano as crenças e objetivos que juga irrenunciáveis. Um membro de uma determinada seita pacifista, por exemplo, pautaria sua ação política por abster-se completamente de atos violentos, pois, como parece óbvio, paz geraria paz e violência, violência. Nada pareceria mais paradoxal que o uso da força em busca de suas utopias pacifistas.<br>
Todavia, retomando o exemplo da “seita pacifista”, que é um exemplo utilizado pelo autor, na eminência de um conflito armado, alheio à vontade dos membros da seita, toda a comunidade pacifista ficaria à mercê dos invasores, pois não disporiam de meios materiais para protegerem sua comunidade. Tal situação remete-nos áà necessidade do político vocacionado priorizar a lógica de uma ética da responsabilidade, pois, para Weber, quem deseja dedicar-se a política, e especialmente a política como vocação, tem de compreender esses paradoxos éticos. O meio decisivo para a política é a violência e um líder político não pode furtar-se a obrigação de empregá-la.<br>
Contudo, o autor indaga que não podemos prescrever a ninguém que deva seguir uma ética de fins absolutos ou uma ética de responsabilidades, embora reconhece que um político vocacionado deve ser movido primordialmente pelo ética da responsabilidade. Mais ainda, ele afirma que a ética de fins últimos e a ética de responsabilidade não são contrastes absolutos, mas antes suplementos, que só em uníssono constituem um homem genuíno – um homem que pode ter a "vocação para a política".
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Weber afirma que um dos desafios do político vocacionado é o de superar um inimigo bastante comum e demasiado humano: a vaidade vulgar.
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{Link||2=http://www.bresserpereira.org.br/Terceiros/Cursos/09.08.Weber,A_politica.pdf |3=Texto em PDF}} (em português)
* {{Link||2=http://www.ne.jp/asahi/moriyuki/abukuma/weber/lecture/politics_vocation.html |3=Online ebook of Politics as a Vocation}} (em inglês)
 
 
 
{{Esboço-livro}}
 
{{DEFAULTSORT:Politica Como Vocacao}}
 
[[Categoria:Max Weber]]
[[Categoria:Sociologia]]
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[[fr:Le Savant et le politique]]
[[ja:職業としての政治]]
Ângela