História da Sicília: diferenças entre revisões

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[[FicheiroImagem:Historical-map-of-Sicily-bjs-1.jpg|thumb|400px|Mapa antigo da Sicília (cerca de 1600)]]
 
A [[Sicília]] é a maior das [[ilha]]s do [[mar Mediterrâneo]], separada da [[Calábria]], na [[península Itálica]], pelo [[estreito de Messina]], que possui apenas três [[quilômetro]]s de largura. Devido à sua posição geográfica, a Sicília sempre teve um papel de importância nos eventos históricos que tiveram como protagonistas os povos do Mediterrâneo.
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A vizinhança de múltiplas civilizações enriqueceu a Sicília de assentamentos urbanos, de monumentos e de vestígios do passado que fazem da região um dos lugares privilegidos onde a história pode ser revista através das imagens dos sinais que o tempo não apagou. Trata-se de uma região riquíssima em monumentos antigos e sítios de interesse [[arqueologia|arqueológico]] ([[Agrigento]], [[Selinunte]], [[Siracusa]], [[Segesta]] e [[Taormina]]).
 
== A [[Pré-história]] e a [[Antiguidade]] ==
[[FicheiroImagem:Agrigente Temple concord coté.jpg|thumb|250px|Ruínas do [[Templo da Concórdia]] em [[Agrigento]].]]
 
[[Ficheiro:Agrigente Temple concord coté.jpg|thumb|250px|Ruínas do [[Templo da Concórdia]] em [[Agrigento]].]]
 
Durante o [[Terceiro milénio a.C.|III]] e [[Segundo milénio a.C.|II milênio a.C.]], a [[Sicília]] foi povoada pelos [[sicanos]] e [[sículos]]. No [[Século IX a.C.]], os [[fenício]]s fundaram entrepostos de comércio no [[oeste]] da [[ilha]].
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Ao fim da [[primeira guerra púnica]], [[Roma Antiga|Roma]] conquistou a Sicília e a converteu em sua principal produtora de [[trigo]]. [[Augusto]] instalou as colônias de [[Palermo]], [[Siracusa]], [[Catânia]] etc. O [[banditismo]] e a [[pirata]]ria, entretanto, aceleraram o declínio da ilha, que chegou a ser uma das [[província romana|províncias]] mais ricas de Roma, no tempo da [[República Romana|República]].
 
== A Idade Média ==
== Sicília vândala (440 - 493) ==
 
==Sicília vândala (440 - 493)==
 
A ilha esteve totalmente sob controle [[República Romana|romano]], até a invasão dos [[vândalo]]s em [[440]] que dominaram a ilha até a chegada dos [[ostrogodo]]s.
 
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Sob [[Gutemondo]], neto de Genserico, entre [[484]] e [[496]], a Sicília foi conquistada inteiramente pelos [[ostrogodos]].
 
== Sicília ostrogoda (493-555) ==
Depois da queda do [[Império Romano do Ocidente]], os ostrogodos, ao dominarem toda a [[península Itálica]], acrescentaram a Sicília aaos seus domínios por mais de meio século. Em [[468]], sob o rei [[Genserico]], os [[vândalos]] vindos da África conquistaram a [[Sicília]], e a [[Sardenha]]. Os vândalos restituíram a ilha a [[Odoacro]] mediante o pagamento de grande tributo, porém mais tarde o rei [[Teodorico o Grande|Teodorico]] não manteve o acordo.
 
Depois da queda do [[Império Romano do Ocidente]], os ostrogodos, ao dominarem toda a [[península Itálica]], acrescentaram a Sicília a seus domínios por mais de meio século. Em [[468]], sob o rei [[Genserico]], os [[vândalos]] vindos da África conquistaram a [[Sicília]], e a [[Sardenha]]. Os vândalos restituíram a ilha a [[Odoacro]] mediante o pagamento de grande tributo, porém mais tarde o rei [[Teodorico o Grande|Teodorico]] não manteve o acordo.
A dominação ostrogoda encerrou-se com a conquista bizantina definitiva sob [[Narses]].
 
=== Primeira dominação ostrogoda ===
[[FicheiroImagem:Ostrogothic Kingdom.png|thumb|200px|O reino ostrogodo.]]
 
[[Ficheiro:Ostrogothic Kingdom.png|thumb|200px|O reino ostrogodo.]]
 
Em [[476]], [[Genserico]], rei dos vândalos, derrotado nas guerras contra [[Odoacro]], decidiu ceder a ilha em troca de um tributo. Permaneceu sob controle vândalo a cidade de ''Lilibeo'' (atual [[Trapani]]). Em [[493]], Odoacre foi morto por [[Teodorico o Grande]], rei dos ostrogdos, que assim dominou toda a Itália. Sob o reino de Teodorico, ocorreu o ápice do poder ostrogodo na península, pois logo depois o [[Império Bizantino]] iniciou uma longa guerra de reconquista ([[Guerras Góticas]]).
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=== Segunda dominação ostrogoda ===
Até [[549]], a ilha foi dominada pelos bizantinos, mas a guerra desses contra o [[Império Búlgaro]] desviou a atenção da guerra na Itália e os ostrogodos reconquistaram o território perdido. [[Totila]], com o assédio de [[Roma]] no outono de [[549]], reconquistou a Itália. O seu domínio, porém, durou muito pouco. Justiniano enviou à Itália o general [[Narses]], que infligiu várias derrotas aos ostrogodos graças a uma invasão de surpresa pelo norte.
 
Até [[549]], a ilha foi dominada pelos bizantinos, mas a guerra desses contra o [[Império Búlgaro]] desviou a atenção da guerra na Itália e os ostrogodos reconquistaram o território perdido. [[Totila]], com o assédio de [[Roma]] no outono de [[549]], reconquistou a Itália. O seu domínio, porém, durou muito pouco. Justiniano enviou à Itália o general [[Narses]], que infligiu várias derrotas aos ostrogodos graças a uma invasão de surpresa pelo norte.
 
Em [[552]], entre [[Gualdo Tadino]] e [[Gubbio]], os exércitos de Totila e de Narses se enfrentaram numa grande batalha. Totila morreu na batalha. Substituído por [[Teia, rei dos ostrogodos|Teia]], seu reino durou só o tempo de ser derrotado definitivamente pelos bizantinos na [[Batalha de Mons Lactarius]], ao sul de [[Nápoles]], em outubro de [[552]] ou início de [[553]].
 
== Sicília bizantina (535-1043) e Sicília árabe (827-1091) ==
 
No decorrer das [[Guerras Góticas]], [[Belisário]] anexou a ilha ao [[Império Bizantino]] em [[535]] d.C., um domínio que durou até o [[século IX]].
 
=== Conquista bizantina ===
 
No início do [[século VII]], a Sicília tornou-se um [[thema]] por ordem do Imperador [[Heráclio de Bizâncio]]. Ainda no século VII, os [[árabes]] iniciaram incursões na Sicília, considerada por eles um ponto estratégico, de onde se podia controlar todo o [[mar Mediterrâneo]].
 
=== Primeira tentativa de invasão árabe ===
[[FicheiroImagem:Belisarius by Francois-Andre Vincent.jpg|thumb|left|250px|Belisário por [[François André Vincent]], [[1776]]. Belisário, o conquistador da Itália, cego e mendicante, é reconhecido por um de seus soldados]]
 
[[Ficheiro:Belisarius by Francois-Andre Vincent.jpg|thumb|left|250px|Belisário por [[François André Vincent]], [[1776]]. Belisário, o conquistador da Itália, cego e mendicante, é reconhecido por um de seus soldados]]
A desagregação do Império Bizantino e sua debilidade se faziam sentir na Sicília, alimentando um descontentamento, em uma área que sempre, seja politicamente seja culturalmente, se sentia mais vizinha e atraída por [[Roma]] e pelo [[Império Romano do Ocidente]] que por [[Constantinopla]] e pelo Império Bizantino.
 
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=== Conquista árabe ===
[[FicheiroImagem:Taormina16.JPG|thumb|250px|right| Portal no Castelo Sarraceno em [[Taormina]] - Testemunho da presença árabe.]]
 
[[Ficheiro:Taormina16.JPG|thumb|250px|right| Portal no Castelo Sarraceno em [[Taormina]] - Testemunho da presença árabe.]]
A invasão teve início em [[17 de junho]] de [[827]] e a massa em grande parte [[berbere]], mas sob liderança [[árabes|árabe]] ou [[persas|persa]], foi creditada ao ''[[qadi|qādī]]'' di Qayrawān, [[Asad ibn al-Furat|Asad b. al-Furāt]], grande jurista [[Maliqismo|malikita]] autor da famosa ''Asadiyya'', de origem persa de [[Khorasan|Khorāsān]]. O desembarque ocorreu em [[Capo Granitola]], próximo a [[Mazara del Vallo]] e foi ocupada [[Marsala]] (em [[língua árabe|árabe]] ''Marsa ‘Alī'', o porto de ‘Alī ou ''Marsa Allāh'', o porto de Deus) e os centros foram fortificados e usados como cabeça de ponte e base de atracamento para os navios.
 
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Foi necessário mais de uma década para vencer a resistência dos habitantes do solo [[Val di Mazara]] e para apoderar-se entre [[841]] e [[859]] de [[Val di Noto]] e [[Val Dèmone]]. Siracusa, superado o bloqueio imposto em [[872]]-[[873]] por Khafāja b. Sufyān b. Sawādan, caiu em [[21 de maio]] de [[878]], a meio século do primeiro desembarque, ao término de um implacável assédio que se conclui com o massacre de 5.000 habitantes e com a escravidão dos sobreviventes, resgatados somente muitos anos mais tarde.
 
[[FicheiroImagem:Palermo-San-Giovanni-bjs-2.jpg|thumb|left|Igreja de São João dos Eremitas, em [[Palermo]], com cúpulas em estilo árabe]]
A última fortaleza importante da resistência bizantina a ceder foi ''Tauromenium'' (atual [[Taormina]]) em [[1 de agosto|1° de agosto]] de [[902]] sob o ataque do [[emir]] [[Ibrahim ibn Ahmad|Ibrāhīm b. Ahmad]]. O último pedaço de terra a resistir aos muçulmanos foi [[Rometta]] que capitulou somente em [[963]].
 
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=== Tentativa de reconquista bizantina ===
[[FicheiroImagem:Le conquiste di Giorgio ManiaceBis..jpg|thumb|right|200px|As conquistas de Jorge Maniace na [[Sicília]] em vermelho tracejado.]]
 
[[Ficheiro:Le conquiste di Giorgio ManiaceBis..jpg|thumb|right|200px|As conquistas de Jorge Maniace na [[Sicília]] em vermelho tracejado.]]
Sabe-se que [[Basílio II]] de [[Bizâncio]] em [[1025]] tinha planejado a reconquista da Sicília. Mas não pode iniciá-la porque morreu no mesmo ano. O plano de Basílio foi esquecido por alguns anos, mas depois o imperador [[Miguel IV]] de Bizâncio, reencontrando as cartas do projeto de Basílio, e tão logo os viu se entusiasmou, e quis iniciar logo esta campanha de reconquista, que foi confiada ao grande general bizantino [[Jorge Maniace]].
 
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A expedição usou como cabeça-de-ponte a base de [[Reggio Calabria]] e após cruzar o estreito, ocupou [[Messina]] e depois se dirigiu à antiga capital da ilha, [[Siracusa]]. Maniace foi o único comandante que conseguiu, antes dos [[normandos]] e temporariamente (provavelmente em [[1043]]), libertar a cidade dos muçulmanos. Como testenho do fato, mandou as relíquias de [[Lúcia de Siracusa|Santa Lúcia]] a [[Constantinopla]] e construiu na cidade uma fortificação que ainda existe, embora ampliado, e tem o nome de "Castelo de Maniace". Também o transporte das relíquias de [[Santa Ágata]] durante o [[século XI]] ocorreu durante a mesma expedição.
 
[[FicheiroImagem:Byzantines and Arabs in Sicily Ioannis Skylitzes.jpg|thumb|left|250px|Imagem representante do [[exército bizantino]] que desembarca na Sicília comandado por [[Jorge Maniace]].<br /><small>Da Crônica de [[João Skylitzes]], no manuscrito conhecido como "[[Skylitzes de Madrid]]".</small>]]
 
Em [[1040]], entre [[Randazzo]] e [[Troina]] estavam as tropas muçulmanas de Abdallah. No local da batalha foi fundado o monastério de Santa Maria di Maniace. O antigo cenóbio se encontra hoje próximo a [[Maniace]] na [[província de Catânia]]. Abdallah por sorte ou talvez por erro de estratégia de Estevão se recusou a enfrentá-lo.
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Sob o domínio árabe, [[Palermo]] floresceu. Dois séculos de domínio [[sarraceno]] encerraram-se no [[século XI]] quando a Sicília tornou-se, no [[século XI]], um Estado [[normando]].
 
== Sicília normanda (1060-1194) ==
[[FicheiroImagem:Normannen.png|thumb|300px|right|Território normandos - século XII]]
 
Quase contemporaneamente à conquista da [[Inglaterra]], grupos de [[normandos]] se dirigiram ao sul da [[península itálica]], inicialmente como [[mercenários]], motivados pela possibilidade que ofereciam as rebeliões anti-[[bizantinos|bizantinas]] na [[Puglia]]. Nessa época a maior parte da [[Península Itálica]] era dominada pelo [[Reino Lombardo]], enquanto a [[Sicília]] estava dominada pelos [[árabes]], lá chamados de [[sarracenos]]. Os mercenários normandos, por volta de [[1025]], prestavam seus serviços para várias tarefas, como a proteção dos [[peregrino]]s que iam ou retornavam de [[Jerusalém]] ou a luta aos sarracenos. Desta maneira enriqueceram, constituindo-se em senhores territoriais (o primeiro foi o condado de [[Aversa]] com [[Rainulfo Drengot]] em [[1027]]). Logo, para dar uma direção política se aliaram à família dos Altavilla guiada por [[Guilherme Braço de Ferro]] (morto em [[1046]]), que liderou uma mudança radical no domínio político-territorial do [[Mezzogiorno]].
[[Ficheiro:Normannen.png|thumb|300px|right|Território normandos - século XII]]
Quase contemporaneamente à conquista da [[Inglaterra]], grupos de [[normandos]] se dirigiram ao sul da [[península itálica]], inicialmente como [[mercenários]], motivados pela possibilidade que ofereciam as rebeliões anti-[[bizantinos|bizantinas]] na [[Puglia]]. Nessa época a maior parte da [[Península Itálica]] era dominada pelo [[Reino Lombardo]], enquanto a [[Sicília]] estava dominada pelos [[árabes]], lá chamados de [[sarracenos]]. Os mercenários normandos, por volta de [[1025]], prestavam seus serviços para várias tarefas, como a proteção dos [[peregrino]]s que iam ou retornavam de [[Jerusalém]] ou a luta aos sarracenos. Desta maneira enriqueceram, constituindo-se em senhores territoriais (o primeiro foi o condado de [[Aversa]] com [[Rainulfo Drengot]] em [[1027]]). Logo, para dar uma direção política se aliaram à família dos Altavilla guiada por [[Guilherme Braço de Ferro]] (morto em [[1046]]), que liderou uma mudança radical no domínio político-territorial do [[Mezzogiorno]].
 
O [[Papa Leão IX]], vendo sua [[Ducado de Benevento|Benevento]] ameaçado, tentou enfrentá-lo; mas o exército pontifício foi derrotado na [[Batalha de Civitate]] ([[1054]]), o Papa foi capturado, e assim Benevento permaneceu uma ilha pontifícia em terra normanda.
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A conquista normanda na Itália meridional deu-se em duas frentes: por um lado continuou a erodir o poder bizantino na [[Apúlia (Itália)|Apúlia]] e [[Calábria]] e por outro começou a luta para tomar a [[Sicília]] dos muçulmanos.
 
[[FicheiroImagem:Kingdom of Sicily 1154.svg|300px|thumb|left|O Reino da Sicília, como existiu desde a morte de seu fundador, [[Rogério II da Sicília]], em [[1154]]. As [[fronteira]]s ficaram praticamente as mesmas por 700 anos.]]
Em [[1059]], [[Roberto o Guiscardo]] dos [[Altavilla]] fez um pacto com o [[Papa Nicolau II]], a [[Concordata de Melfi]], com a qual se declarava formalmente seu vassalo, obtendo em troca os títulos (ainda somente nominais) de duque de Puglia (que compreendia também a [[Basilicata]]) e da [[Calábria]] (que estava porém ainda em parte nas mãos dos [[bizantinos]]), parte da [[Campânia]] e [[Sicília]] (que estava porém em mãos dos [[árabes]]). Os normandos conseguiram rapidamente livrar o Sul da presença bizantina com repetidas expedições que se concluíram com a conquista, por [[Roberto o Guiscardo]] da cidade de [[Reggio di Calabria]], onde ele confirmou o título de duque de Calábria. Os Altavilla assim puderam rapidamente dedicar-se à Sicília.
 
[[Rogério I de Sicília|Rogério ''Bosso'' Altavilla]], irmão de Roberto, no comando de um grupo de cavaleiros, em [[1061]], desembarcou em [[Messina]] e invadiu a ilha (então sob domínio [[árabes|árabe]]). Até [[1064]], conseguiu instalar-se somente no canto nordeste da ilha e avançar até [[Cefalù]] e [[Noto]]. Enquanto isso, Roberto tomou [[Brindisi]] e [[Bari]] ([[1071]]) e veio então em ajuda ao irmão. Em [[1072]], os normandos chegaram a [[Palermo]], que foi escolhida capital e em [[1077]] a [[Taormina]]. No continente, caíram em suas mãos [[Amalfi]] em [[1073]] e [[Salerno]] em [[1077]].<ref>{{Referência aCitar livro | Autorautor= GAETA, Franco; VILLANI, Pasquale|Títulotítulo=Corso di Storia
| Subtítulosubtítulo= |Ediçãoedição=|Local de publicaçãolocal = Milão|Editoraeditora=Principato|Anoano=1986|Páginaspáginas=|Volumesvolumes=|Volumevolume =|ID = }}</ref>
 
Em [[1088]], [[Boemundo I de Antioquia]], filho da primeira esposa de Roberto, se tornou soberano incontestável do [[Principado de Taranto]]. Na noite de Natal de [[1130]], [[Rogério II da Sicília|Rogério II]], filho de Rogério de Altavilla, foi nomeado rei de Sicília e duque da Apúlia e da Calábria, criando assim na Itália meridional um Estado de dimensões consideráveis: o Reino normando da Sicília. Ele estendeu o domínio normando com a conquista do [[Ducado de Nápoles]] ([[1137]]) e, com [[Assise di Ariano]] ([[1140]]), conferiu ao seu Reino uma organização feudal rigidamente hierárquica e estreitamente ligada à pessoa do soberano.
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O domínio dos normandos na Itália meridional teve fim em [[1194]] (morte de [[Tancredo de Sicília|Tancredo de Lecce]]) e em [[1198]], quando [[Henrique VI da Germânia|Henrique, Imperador do Sacro Império Romano]] (morto em [[1197]]), em virtude de seu matrimônio com [[Constança de Altavilla]] (morta em [[1198]]), uniu à coroa imperial a de rei da Sicília.
 
== Sicília suábia (1185-1266) ==
[[FicheiroImagem:Palermo-Cathedral-bjs-1.jpg|thumb|300px|La [[Catedral de Palermo]], síntese arquitetônica dos vários ari momentos históricos da cidade]]
 
[[Ficheiro:Palermo-Cathedral-bjs-1.jpg|thumb|300px|La [[Catedral de Palermo]], síntese arquitetônica dos vários ari momentos históricos da cidade]]
A dominação pela dinastia [[suábia]] dos [[Hohenstaufen]] na Sicília teve início com um matrimônio de Estado entre Henrique VI, filho do imperador [[Frederico Barbarossa]], e [[Constança de Altavilla]], filha de [[Rogério II da Sicília]]. Em [[1185]], abriu-se assim a estrada para a conquista suábia. Em [[1194]], com a morte de [[Guilherme III da Sicília]], a ilha foi conquistada pela soberano germânico, passando a integrar o [[Sacro Império]]. Tinha assim início a dinastia suábia na Sicília que com [[Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico|Frederico II]], filho de Constança, atingiu seu máximo esplendor.
 
Palermo e a corte tornaram-se o centro do império, compreendia as terras da [[Apúlia]] e da Itália Meridional. Em Palermo nasceu a "escola poética italiana" com a primeira poesia italiana. Politicamente o soberano chamado ''"stupor mundi"'' ("maravilha do mundo") antecipou, segundo [[Santi Correnti]], "a figura do príncipe renascimentista", também com a assim chamada "constituição Mefitane" ([[1231]]).
 
[[FicheiroImagem:Palermo-sarcofago di federico II.jpg|thumb|300px|O sarcófago de Frederico II na catedral]]
O seu reino foi porém caracterizado pelas lutas contra o papado e as comunas italianas, nas quais teve vitórias ou compromisso, organizando a [[quarta cruzada]] e dotando a ilha de castelos e fortificações.
 
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=== Os suábios em Catânia ===
 
A nobreza de [[Catânia]] não teve um relacionamento feliz com os [[Hohenstaufen]], nem mesmo com o grande [[Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico|Frederico II]], contra quem se rebelou em [[1232]]. Melhoria importante para o futuro da cidade foi a inserção de Catânia entre as cidades imperiais, terminando assim a hegemonia dos condes-bispos.
 
=== Os suábios em Enna ===
 
Em ''Castrogiovanni'' (atual [[Enna]]), os suábios deixaram notáveis traçs de sua presença, especialmente na arquitetura militar da cidade. Frederico II, de fato, escolheu Enna como sua capital de verão e com tal fim reestrutou completamente o grandioso [[Castelo de Lombardia]], fazendo reforçar os muros com 20 torres e construindo um palácio e uma capela episcopal, onde convocou o primeiro parlamento siciliano. Ao imperador Frederico II se deve a [[Torre de Frederico II]] de Enna, um dos mais notáveis exemplos da arquitetura suábia na Sicília.
 
=== Os suábios em Siracusa ===
 
A conquista suábia de Siracusa ocorreu somente em [[1221]]. Anteriormente, Siracusa foi incluída nos domínios [[República de Gênova|genoveses]] por 15 anos. A dominação genovesa favoreceu o comércio. Sob os normandos, reforçara sua posição de bastião militar, com a construção do [[Castelo Maniace]] e de diversos edifícios, como o palácio episcopal e o [[Palácio Bellomo]].
 
=== Os suábios em Augusta ===
 
Sob Frederico II, foi construído o castelo de [[Augusta]]. Pesquisas arqueológicas revelaram uma torre ortogonal na parte sul do quintal (o resto dentro d edifício, na ala construída pelos espanhóis).
 
== Sicília angevina (1266-1282) ==
[[FicheiroImagem:Francesco Hayez 023.jpg|thumb|300px|right|''[[Vésperas sicilianas]]'' ([[1846]]) de [[Francesco Hayez]].]]
 
[[Ficheiro:Francesco Hayez 023.jpg|thumb|300px|right|''[[Vésperas sicilianas]]'' ([[1846]]) de [[Francesco Hayez]].]]
 
Ao fim da dinastia dos [[Hohenstaufen]], em [[1266]], a Sicília foi designada pelo [[Papa]], que considerava a ilha patrimônio da [[Igreja]], a [[Carlos I de Anjou|Carlos I]], mas o domínio [[angevino]] na Sicília teve curta duração.
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Em [[26 de setembro]] de 1282, o Rei Carlos, derrotado, retornou a [[Nápoles]].
 
== Sicília aragonesa (1282-1513) ==
 
[[Imagem:PedroIII.jpg|thumb|150px|right|Pedro III de Aragão.]]
Em [[1282]], imediatamente após as [[Vésperas Sicilianas]] (revolta contra os [[França|franceses]] que aí se haviam instalado com a casa de Anjou), o [[Reino da Sicília]] foi dividido em duas partes ([[Sicília]] e [[Mezzogiorno|Itália meridional]]), mas ambas conservaram oficialmente o nome de [[Reino da Sicília]]. [[Nápoles]] (Itália meridional) continuou sob o controle da dinastia francesa, mas a ilha da Sicília se proclamou independente e elegeu como rei [[Pedro III de Aragão|Pedro III, o Grande]], rei de [[Reino de Aragão|Aragão]]. Seguiram-se então mais de cinco séculos de governo dos príncipes aragoneses e reis espanhóis.
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Em [[1442]], [[Afonso V de Aragão|Afonso V]], príncipe de Aragão, reuniu o [[Reino da Sicília]] e o [[Reino de Nápoles]] sob o nome de [[Reino das Duas Sicílias]], o que não foi bastante para evitar nova cisão, sobrevinda em [[1458]].
 
=== Os judeus na Sicília ===
 
Nesta ilha viviam várias famílias judaicas, que já tinham sido vítimas de [[pogrom]]s anterioremente. Mas os judeus tinham também um papel predominante no comércio e na medicina na ilha.
 
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Fernando II, o Católico, recuperou em [[1504]] o reino de Nápoles sob os auspícios da coroa espanhola. Com o [[Tratado de Utrecht]] ([[1713]]), a Sicília separou-se novamente de Nápoles.
 
== Sicília espanhola (1513-1713) ==
 
A dominação [[Espanha|espanhola]] na [[Sicília]] começou em [[23 de janeiro]] de [[1516]], com a ascensão de [[Carlos I de Espanha|Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico]] ao trono de Espanha, e terminou em [[10 de junho]] de [[1713]], com a assinatura do [[Tratado de Utrecht]], que sancionou a passagem da ilha de [[Filipe V de Espanha|Filipe V]] a [[Vítor Amadeu II, Duque de Sabóia]].
 
== Sicília piemontesa (1713-1718) ==
 
A dominação [[Piemonte]]sa na [[Sicília]] começou em [[10 de junho]] de [[1713]], que marcou a passagem da ilha de [[Filipe V de Espanha|Filipe V]] a [[Vítor Amadeu II, Duque de Sabóia]], e se concluiu em [[1720]], quando [[Carlos VI, Sacro Imperador Romano-Germânico|Carlos VI]] invadiu a ilha e a trocou com a [[Sardenha]].
 
== Sicília bourbônica (1734-1860) ==
[[FicheiroImagem:Sanesi_Sanesi -_La_rivoluzione_di_Palermo La rivoluzione di Palermo-12_gennaio_1848_12 gennaio 1848 -_ca ca._1850 1850.jpg|thumb|left|200px|A revolução de 1848 em [[Palermo]].]]
Em [[1720]], a [[Sicília]] passou ao controle dos [[Habsburgo]]s e, em seguida, foi novamente incorporada ao [[Reino das Duas Sicílias]], já então governado pelos [[Bourbon]]s ([[1738]]).
 
Em [[1799]] , o exército revolucionário [[França|francês]] derrotou [[Fernando II]], rei das Duas Sicílias, e conquistou o [[Reino de Nápoles]]. [[1806|Sete anos depois]], [[Napoleão Bonaparte]] impôs seu irmão [[José Bonaparte]] (José I) no trono napolitano, no qual permaneceu por um breve período.
 
Depois do [[Congresso de Viena]] de [[1815]], que restaurou os monarcas europeus nos tronos que haviam perdido durante a época napoleônica, o rei [[Fernando I das Duas Sicílias|Fernando I]], já então rei Fernando IV de Nápoles e de Sicília, atribuiu-se o [[Reino de Nápoles]] que havia perdido em [[1806]] e, em [[8 de dezembro]] de [[1816]] uniu os dois reinos restaurando assim o [[Reino das Duas Sicílias]].<br clear=all>
 
== Sicília da Itália unificada (1860-hoje) ==
 
{{ver artigo principal|[[Expedição dos Mil]]}}
 
Linha 211 ⟶ 188:
Após a [[Segunda Guerra Mundial]], e mediante a [[Constituição]] de [[1948]], a Sicília recebeu um estatuto de autonomia, convertendo-se numa região autônoma da Itália, com amplos poderes de autogoverno.
 
{{ref-sectionreferências}}
 
=={{Ver também}}==
 
=={{ Ver também}} ==
* [[Reino da Sicília]]
* [[Reino de Nápoles]]
* [[Reino das Duas Sicílias]]
 
{{esboço-história}}
 
[[Categoria:História da Sicília| ]]