Rufino de Aquileia: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:ViennaONBCodLat847UnkFolio.jpg|300px|thumb|Detalhe de uma cópia do séc. VII de um manuscrito de Rufino de Aquileia]]
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'''Tirânio Rufino''' ou '''Rufino de Aquileia''' ('''''Rufinus Aquileiensis''''' ou '''''Tyrannius Rufinus''''') (entre 340 e 345 — {{morte|lang=br|||410}}) foi um monge, historiador e [[Teologia|teólogo]]. Ele é mais conhecido por seu trabalho como tradutor dos trabalhos em [[Língua grega|grego]] dos [[Padres da Igreja]] para o [[latim]], especialmente o trabalho de [[Orígenes]].
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'''Tirânio Rufino''' ou '''Rufino de Aquileia''' ('''''Rufinus Aquileiensis''''' ou '''''Tyrannius Rufinus''''') (entre 340 e 345 — {{morte|lang=br|||410}}) foi um monge, historiador e [[Teologia|teólogo]]. Ele é mais conhecido por seu trabalho como tradutor dos trabalhos em [[Língua grega|grego]] dos [[Padres da Igreja]] para o [[latim]], especialmente o trabalho de [[Orígenes]].
 
Por volta de [[370|370 d.C.]], ele estava vivendo em uma comunidade [[mosteiro|monástica]] em Aquileia quando ele se encontrou com [[Jerônimo de Strídon|Jerônimo]]. Em [[372|372 d.C.]], Rufino viajou para o [[Mediterrâneo]] oriental e estudou na [[Escola Catequética de Alexandria]] sob [[Dídimo, o Cego]] por algum tempo. De lá, ele se mudou novamente para [[Jerusalém]], onde ele fundou um mosteiro.
 
== Vida ==
Rufino nasceu em [[344]] ou [[345|345 d.C.]] na cidade romana de ''[[Julia Concordia]]'' (atual [[Concordia Sagittaria]]), perto de [[Aquileia]], na [[Itália]]), na costa do [[Marmar Adriático]]. Ambos os seus pais eram [[cristãos]].
 
Ele primeiro se assentou nona [[província romana]] do [[Egito (província romana)|Egito]], ouvindo as palestras de [[Dídimo, o Cego]], o líder [[origenismo|origenista]] da [[Escola Catequética de Alexandria]] e também cultivou relações cordiais com Macano, o velho, e outros [[ascetismo|ascetas]] do deserto. No Egito - ou mesmo antes de deixar a Itália - ele se criou uma relação muito íntima com [[Melânia, a Velha]], uma rica e devota viúva romana. E quando ela se mudou para a [[Palestina]], levando com ela um número de clérigos e monges que estavam fugindo da perseguição do [[imperador romano|imperador]] [[arianismo|ariano]] [[Valente (imperador romano)|Valente]], Rufino a seguiu, por volta de [[378|378 d.C.]]
 
Enquanto a sua patrona vivia num convento próprio em [[Jerusalém]], Rufino, às suas próprias custas, juntou uma quantidade de monges num mosteiro no [[Montemonte das Oliveiras]], devotando-se ao mesmo tempo a estudar a teologia [[grécia antiga|grega]]. Esta combinação de vida contemplativa com o aprendizado já tinha se desenvolvido nos mosteiros egípcios. Quando Jerônimo veio àa [[Belém (Cisjordânia)|Belém]] em [[386|386 d.C.]], a amizade formada em Aquileia se renovou. Outro dos amigos próximos de Rufino era [[João de Jerusalém|João]], [[bispo de Jerusalém]], um antigo monge dos desertos da [[Nítria]], que acabou [[ordem (sacramento)|ordenando-o]] padre em [[390|390 d.C.]]
 
Em [[394|394 d.C.]], em consequência dos ataques sobre as doutrinas de [[Orígenes]] feitos por [[Epifânio de Salamina]] durante uma visita a Jerusalém, uma feroz discussão ocorreu e que colocou Rufino e Jerônimo de lados opostos. E, embora três anos depois uma reconciliação formal tenha ocorrido entre Jerônimo e João, a mágoa entre Jerônimo e Rufino nunca acabou.
 
No outono de [[397|397 d.C.]], Rufino embarcou para [[Roma]], onde, após descobrir que as controvérsias teológicas do oriente estavam causando enorme interesse e curiosidade, publicou uma tradução latina da Apologia de Orígenes por [[Pânfilo de Cesareia|Pânfilo]] e, também (398-99399) uma tradução "livre" da obra ''De Principiis'' ({{lang-gr|Περι Αρχων}}), do próprio Orígenes. No prefácio desta última, ele se refere à Jerônimo como sendo um admirador de Orígenes e insinua que ele teria traduzido algumas de suas obras com modificações nas expressões doutrinárias ambíguas. Esta alusão irritou Jerônimo, que era extremamente sensível com a sua reputação de [[ortodoxia doutrinária]], o que resultou numa amarga guerra de panfletos, maravilhosa para os olhos modernos, que encontra dificuldades em ver qualquer coisa deletéria na acusação contra um estudioso bíblico de que ele um dia gostava de Orígenes e na contra acusação contra um tradutor de que ele exerceu além de sua função, também a de editor.
 
Instigado por [[Teófilo de Alexandria]], [[Papa Anastácio I]] convocou Rufino até Roma para que pudesse inocentar sua ortodoxia. Porém, ele se escusou de ir pessoalmente através de uma carta, ''Apologia pro fide sua''. O Papa, em sua resposta, condenou expressamente Orígenes, mas deixou a questão da ortodoxia de Rufino para a sua própria consciência. Ele era, contudo, considerado suspeito nos círculos mais ortodoxos (como pode ser visto nos ''[[Decretum Gelasianum]]'', 20), à despeito de seus serviços à literatura cristã.
 
Em [[408|408 d.C.]], Rufino estava em um mosteiro em Pinetum (na [[Campagna]]?). De lá, ele foi obrigado a partir por causa da chegada de [[Alarico I|Alarico]] que estava invadindo a Itália e saquearia Roma dois anos depois, para a [[Sicília]], novamente acompanhado por Melania. Lá, ele estava ocupado com a tradução das "Homilias" de Orígenes quando morreu, em [[410|410 d.C.]]
 
== Obras ==
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=== Traduções do grego para o latim ===
Rufino traduziu a [[História Eclesiástica (Eusébio)|História Eclesiástica]] de [[Eusébio de Cesareia]] e continuou a obra do reino de [[Constantino I]] até a morte de [[Teodósio I]] ([[395|395 d.C.]]). Ela foi publicada em [[402]] - [[403|403 d.C.]]
 
O comentário de [[Orígenes]] sobre a [[Epístola aos Romanos]] do [[Novo Testamento]], assim como muitos de seus sermões do [[Antigo Testamento]] sobreviveram apenas nas versões de Rufino. O texto completo de ''De principiis'' também. Jerônimo, antes um amigo de Rufino, após ter brigado com ele escreveu pelo menos três obras atacando suas opiniões e condenando suas traduções, consideradas por ele como "falhas". Ele chegou a preparar uma tradução própria de ''De principiis'' (perdida) para substituir a tradução de Rufino, que ele disse que era muito "livre".
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== Influência ==
É impossível subestimar a influência que Rufino exerceu nos teólogos ocidentais ao colocar à disposição deles os grandes [[padres gregos]] em sua língua latina. A edição incompleta de [[Dominic Vallarsi]] sobre ''Rufous'' (vol. i. fol. Verona, 1745) contém ''De Benedictionibus'', ''Apologies'', ''Expositlo Symboli'', a ''Historia Eremitica'' e os dois livros originais da História Eclesiástica. Veja também a [[Patrologia Latina]] de [[Jacques Paul Migne|Migne]] (vol. xxi<ref>{{citar livro| url = http://www.documentacatholicaomnia.eu/20_40_0345-0410-_Rufinus_Aquileiensis.html| título = Patrologia Latina| editor = [[Migne]]| subtítulo = Opera Omnia| volume = xxi| publicado = Documenta Catholica Omnia| língua = latim| acessodata = 12/02/2011}}</ref>).
 
== Notas ==