Outro: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Revertidas edições por 201.82.194.4 para a última versão por Luckas-bot, de 2012-04-14T07:30:51 (UTC)
Linha 1:
{{ver desambig}}
 
{{Sem-fontes|data=abril de 2012| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
 
'''O outro''', na abordagem antropológica se refere a uma construção identitária, processo pelo qual um grupo constitui um outro grupo de valores, representações, sentidos. Um dos grandes estudiosos da questão do outro foi [[Todorov]].
 
Outro significado para esta expressão é o outro (como sendo outra pessoa) ou si mesmo.
A Descoberta do [[novo mundo]] a partir do século XV, seguida pelas expedições frequentes em territórios africanos posteriormente, trouxe ao pensamento Europeu, principalmente durante o século XIX, a necessidade de pensar essas diferentes sociedades como formas distintas, mas não menos válidas, de organização social.
 
Esse pensamento encontrou sua definição conceitual, a partir do surgimento da [[antropologia]], que encontra na ideia da [[Alteridade]] a possibilidade de aceitação de diferenças, que na maioria das vezes, foge ao entendimento racional, justamente por esse ser resultado de uma construção que contém em si uma série de pluralidades constituintes da lógica racional de cada povo, como contexto histórico, [[cultura]], localização espacial, etc., que define o ''outro'' e suas singularidades na qualidade de pessoa outra.
Por muito tempo a questão do ''outro'', como diferente, e essa diferença geralmente ligada à critérios de avaliação, que tomam sempre o [[''Eu''] como referencial comparativo, medida máxima, de modo que quanto mais próximo mais legítimo. Como afirma [[Todorov]], em A conquista da América, o contato com o estrangeiro tende quase que impulsivamente a dois movimentos: o de supervalorização do ''outro'' e o de inferiorização.
 
O ''outro'' é aquele que está fora do ''Eu'', mas que o influencia como tal, é preciso uma certa consciência de si, para saber da diferença do ''outro,'' já que tal pensamento funciona por comparação entre ambos.
Durante os estudos a cerca da [[Alteridade]], surgiram algumas formas de equacionar esse conceito, demasiado abstrato, e que está ligado diretamente aos sentidos humanos, de forma permitir traduzir o ''outro'', de forma que ele seja inteligível ao ''Eu'' (indivíduo, cultura, povo). François Hartog¹, em sua obra Uma retórica da [[Alteridade]], descreve a alteridade através de suas figuras representativas, ou seja, modos de atuação do pensamento humano, ao deparar com diferenças outras. É o que o autor diz a respeito da figura da Inversão,
 
''“Quando se trata dos costumes, a diferença transforma-se em inversão. Além disso, o enunciado tem pretensões universalizantes: a inversão mede-se com relação ao resto gênero humano. [...] A inversão é uma ficção que faz ver e que faz compreender: trata-se de uma das figuras que concorrem pela elaboração de uma representação do mundo.”¹
''
Dessa forma, essa inversão se propõe como figura de [[Alteridade]], ou seja, é o “se colocar no lugar do ''outro''”, num exercício de compreensão desse, a partir de sua lógica. Ainda que todo exercício de aproximação do ''outro'' recaia sobre as formas de tradução, essa diminui o primeiro impulso classificatório de diferentes, que tende sempre a recair sobre o bem ou o mal – o ''outro'' é sempre melhor o pior que o Eu.
Como todo exercício de tradução, existem perdas e ganhos, o ''outro'' nunca poderá ser completamente compreendido em sua dimensão, pois a observação sempre se dará De perto e de Longe, do Visível e do Invisível. Sendo o exercício máximo de alteridade o limiar das distâncias que definem o ''Outro'' do ''Eu'',
 
 
Durante muito tempo, a questão do ''outro'' estivera ligada à questão do estrangeiro, na qual o diferente é aquele exterior à [[cultura]], [[tradição]], [[religião]], etc., do ''Eu''. Foi somente a partir de movimento históricos, a partir do século XX e com o surgimento da [[Antropologia moderna|Antropologia Moderna], que a figura do ''outro'' passou a ser pensada no interior da própria sociedade, partindo do princípio de sua heterogeneidade, a partir dos grupos que ela compõe.
 
 
 
{{Referências
¹ HARTOG, François.O Espelho de Heródoto, ensaio sobre a representação do ''outro''. Belo Horizonte: UFMG, 1999.}}
{{esboço-antropologia}}
 
[[Categoria:Conceitos antropológicos]]
 
--[[Especial:Contribuições/201.82.194.4|201.82.194.4]] ([[Usuário(a) Discussão:201.82.194.4|discussão]]) 05h33min de 12 de junho de 2012 (UTC)
 
[[ca:Alteritat]]
[[en:Alterity]]
[[es:Alteridad]]
[[fr:Altérité]]
[[hu:Alteritás]]
[[it:Alterità]]
[[nl:Alteriteit]]
 
 
 
 
 
 
==Ver também==
*[[Alteridade]]
 
{{esboçoEsboço-antropologia}}
 
 
[[Categoria:Conceitos antropológicos]]