Neurónio: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:PurkinjeCell.jpg|right|200px150px|thumb|Neurônios do cerebelo de um pombo. Desenho de [[Santiago Ramón y Cajal]], 1899. Instituto Santiago Ramón y Cajal, Madrid, Espanha.]]
 
O {{PEPB|neurónio|neurônio}} é a célula do [[sistema nervoso]] responsável pela condução do impulso nervoso na qual está localizada no [[cérebro]]. Há cerca de 86 bilhões (até 20 de fevereiro de 2009 se especulava que havia 100 bilhões) de neurônios no sistema nervoso humano.<ref name="amattos">'''Funcionamento do Cérebro'''. Disponível em: <http://www.amattos.eng.br/Public/Redes/Redes-1.htm>. Acesso em: 06/07/2011</ref> O neurônio é constituído pelas seguintes partes: [[corpo celular]], [[o núcleo celular]], bainha de mielina, células de Schwann, [[dendritos]] (prolongamentos numerosos e curtos do corpo celular, receptores de mensagens), [[axônio]] (prolongamento que transmite o impulso nervoso vindo do corpo celular) e [[telodendro|telodendritos]].<ref name="neuroc">http://www.webciencia.com/11_29nervoso.htm Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo celular, dentritos e axônio.</ref>
 
O neurônio pode ser considerado a unidade básica da estrutura do cérebro e do sistema nervoso.<ref name="educa">http://educacao.uol.com.br/ciencias/ult1686u29.jhtm Unidade básica do sistema nervoso.</ref> A membrana exterior de um neurônio toma a forma de vários ramos extensos chamados [[dendritos]], que recebem sinais elétricos de outros neurônios, e de uma estrutura a que se chama um axônio que envia sinais elétricos a outros neurônios. O espaço entre o dendrito de um neurônio e os telodendritos de outro é o que se chama uma [[fenda sináptica]]: os sinais são transportados através das sinapses por uma variedade de substâncias químicas chamadas [[neurotransmissores]]. O córtex cerebral é um tecido fino composto essencialmente por uma rede de neurônios densamente interligados tal que nenhum neurônio está a mais do que algumas sinapses de distância de qualquer outro neurônio.
 
Os neurônios recebem continuamente impulsos nas sinapses de seus dendritos vindos de milhares de outras células. Os impulsos geram ondas de corrente elétrica (excitatória ou inibitória;, cada uma num sentido diferente) através do corpo da célula até a uma zona chamada a zona de disparo, no começo do axônio. É aí que as correntes atravessam a membrana celular para o espaço extracelular e que a diferença de voltagem que se forma na membrana determina se o neurônio dispara ou não.
 
[[Ficheiro:Complete neuron cell diagram pt.svg|thumb|right|250px150px|Esquema de um neurônio.]]
 
Os neurônios caracterizam-se pelos processos que conduzem impulsos nervosos para o corpo e do corpo para a célula nervosa. Os impulsos nervosos são reações físico-químicas que se verificam nas superfícies dos neurônios e seus processos. Reações semelhantes ocorrem em muitos outros tipos de células mas elas são mais notáveis nos neurônios, cujos caracteres estruturais se destinam a facilitar a transmissão dos impulsos a grandes distâncias. A cromatina nuclear é escassa, enquanto que o nucléolo é muito proeminente. O [[DNA]] está presente na cromatina sexual, que é maior em neurônios de indivíduos do [[sexo feminino]]. A substância cromidial no [[citoplasma]] é chamada de substância de Nissl. À microscopia eletrônica mostra-se disposta em tubos estreitos recobertos de finos grânulos. Estudos histoquímicos e outros demostraram-na constituída de nucleoproteínas. Estas nucleoproteínas diminuem durante a atividade celular intensa e durante a cromatólise que se segue à secção de axônios.
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O neurônio é uma célula altamente especializada na transmissão de informações, na forma de impulsos nervosos. Os impulsos nervosos são fenômenos eletroquímicos que utilizam certas propriedades e substâncias da [[membrana plasmática]], que permitem que seja criado e transmitido um impulso elétrico.
 
Um neurônio em repouso é uma célula que possui uma diferença de voltagem entre o seu [[citoplasma]] e o [[líquido extracelular]]. Esta diferença de voltagem é criada graças ao acúmulo seletivo de íons [[potássio]] (K<sup>+</sup>) e [[sódio]] (Na<sup>+</sup>), que ocorre pela ação de bombas que criam uma diferença de concentração. Esta diferença de concentração é controlada por canais de K<sup>+</sup> e de Na<sup>+</sup>, gerando uma tensão negativa (de -58mV no interior dade neurônios humanos), que pode variar entre célulaespécies.
 
Este estado de equilíbrio (ou estado de polarização do neurônio) dura até o momento em que um potencial de ação abre os canais de K<sup>+</sup> e de Na<sup>+</sup>, alterando a concentração destes íons. Esta modificação gera um potencial positivo dentro do neurônio, chegando aos +40mV ou mais (dependendo do organismo estudado). Este desequilíbrio gera um efeito cascata, que é o potencial de ação. Usualmente o potencial de ação inicia no começo no axônio (zona de disparo) e se propaga até as vesículas sinápticas, gerando a descarga de neurotransmissores.
 
Após ter ocorrido o potencial de ação, imediatamente os canais de K<sup>+</sup> e de Na<sup>+</sup> começam a restabelecer o equilíbrio anterior, com uma tensão negativa no interior do neurônio e positiva fora dele. O neurônio precisa, então, de um brevíssimo tempo para reconstituir seu estado pré-descarga, e durante este tempo ele não consegue efetuar outro potencial de ação. Este período de latência chama-se período refratário. Logo em seguida, o neurônio adquire sua capacidade para efetuar outro potencial de ação, estabelecendo um ciclo.<ref name="purves">PURVES, Dale et al. '''Neurociências'''. 4 ed. Porto Alegre: Artmed. 2010.</ref>
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== Tipos de sinapses ==
=== Químicas ===
[[Ficheiro:Synapse diag1.svg|right|100px|thumb|Esquema de sinapse química.]]
As sinapses químicas consistem na maioria das sinapses presentes no sistema nervoso. Ela consiste numa fenda presente entre o axônio do neurônio que está transmitindo a informação (neurônio pré-sináptico) e o neurônio que receberá uma descarga de neurotransmissores, o receptor (neurônio pré-sináptico).<ref name="purves" />
 
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=== Elétricas ===
[[Ficheiro:Synapse diag2.png|right|100px|thumb|Esquema de sinapse elétrica.]]
Alguns neurônios comunicam-se através de sinapses menos comuns, que são as sinapses elétricas, que são junções muito estreitas entre dois neurônios. Estas junções são constituídas por proteínas chamadas de conéxons, que permite uma continuidade entre as células e dispensa, em grande medida, o uso de neurotransmissores. Este tipo de sinapse reduz muito o tempo de transmissão do impulso elétrico entre os neurônios, sendo a ideal para comportamentos que exigem rapidez de resposta. Organismos como lagostins, que necessitam fugir com velocidade de predadores, possuem sinapses elétricas em vários circuitos.<ref name="purves" />