Giuseppe Occhialini: diferenças entre revisões
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Conhecido por suas contribuições em física de [[Raio cósmico|raios cósmicos]], foi um dos pioneiros da [[Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo]] (FFCL) junto com [[Gleb Wataghin]].
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Graduou-se em [[física]] pela [[Universidade de Florença]], em 1929. Contribuiu para a descoberta do [[píon]] ou méson pi em [[1947]]. Foi casado com a física britânica [[Constance Charlotte Dilworth]] ([[1924]]-[[2004]]).
Por uma coincidência, Giuseppe (Beppo) Occhiliani morreu em [[30 de dezembro]] de [[1993]], poucas semanas depois da morte de [[Bruno Rossi]] e poucos meses após o falecimento de [[Bruno Pontecorvo]], três dos maiores físicos italianos de uma geração cultural.
==Vida acadêmica==
Beppo, como era conhecido, passou anos importantes para a sua formação em [[Florença]] no grupo de jovens cientistas. Aos 24 anos trabalhou no Laboratório Cavendish em [[Cambridge]] ([[Inglaterra]]), sob a supervisão de [[Patrick Blackett]] para estudar a técnica da câmara de ionização (Wilson), que foi aperfeiçoada por ele.
A famosa ilustração do eletromagnetismo publicada em [[1933]] foi obtida com esse invento. No trabalho proporcionou uma confirmação da existência do [[elétron]] positivo ([[pósitron]]) do qual, pouco antes, [[Anderson]] havia anunciado a descoberta.
Beppo voltou para [[Florença]] em [[1934]], mas pelo opressivo clima político, em [[1937]] aceitou um posto de professor e foi para a [[Universidade de São Paulo]], no [[Brasil]].<ref>{{citar web|url=http://www.agencia.fapesp.br/materia/12667/pioneiro-da-fisica-ganha-mostra.htm |titulo=Pioneiro da física ganha mostra |publicado=Agência FAPESP |acessodata=23 de agosto de 2010}}</ref> Convidado por [[Gleb Wataghin]] que, com alguns estudantes, deu inicio a um programa de pesquisas sobre [[raios cósmicos]]. Com a entrada do [[Brasil]] na [[Segunda Guerra]] em agosto de [[1942]], Beppo foi considerado “inimigo”, precisando deixar sua posição e se refugiar por um tempo nas montanhas de [[Itatiaia (Rio de Janeiro)|Itatiaia]] (RJ). Nesse período, atuando como meteorologista e guia, escreveu um guia sobre [[alpinismo]] para aquela região (ele foi um [[alpinista]] experiente). Depois do armistício italiano em setembro de [[1943]], ministrou curso sobre [[raios X]] na [[USP]] e se tornou hóspede de [[Carlos Chagas]], permanecendo um ano no Laboratório de Biofísica do [[Rio de Janeiro]] onde Chagas era diretor, antes de volta para a [[Europa]].▼
Beppo voltou para [[Florença]] em [[1934]], mas pelo opressivo clima político, em [[1937]] aceitou um posto de professor e foi para a [[Universidade de São Paulo]], no [[Brasil]].<ref>{{citar web|url=http://www.agencia.fapesp.br/materia/12667/pioneiro-da-fisica-ganha-mostra.htm |titulo=Pioneiro da física ganha mostra |publicado=Agência FAPESP |acessodata=23 de agosto de 2010}}</ref> Convidado por [[Gleb Wataghin]] que, com alguns estudantes, deu inicio a um programa de pesquisas sobre [[raios cósmicos]].
No fim de [[1944]] foi para o Laboratório H. H. Wills em [[Bristol]] ([[Inglaterra]]), chefiado por [[Cecil Powell]]. Lá, usando uma nova abordagem das emulsões para a detecção de [[partículas elementares]], contribuiu para o descobrimento do méson pi (ou [[píon]]), no início de [[1947]]. Em [[1948]] Occhialini foi para a Universidade de [[Bruxelas]]. Em [[1950]], Occhialini tornou-se professor da Universidade de [[Gênova]] e dois anos depois mudou para [[Milão]], onde ele trabalhou até o fim de sua vida acadêmica. Grupos de pesquisas foram fundados nesses locais sob sua liderança obtendo uma grande produção científica. ▼
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▲No fim de [[1944]] foi para o Laboratório H. H. Wills em [[Bristol]] ([[Inglaterra]]), chefiado por [[Cecil Powell]]. Lá, usando uma nova abordagem das emulsões para a detecção de [[partículas elementares]], contribuiu para o descobrimento do méson pi (ou [[píon]]), no início de [[1947]]. Em [[1948]] Occhialini foi para a Universidade de [[Bruxelas]]
Em [[1950]], Occhialini tornou-se professor da Universidade de [[Gênova]] e dois anos depois mudou para [[Milão]], onde ele trabalhou até o fim de sua vida acadêmica. Grupos de pesquisas foram fundados nesses locais sob sua liderança obtendo uma grande produção científica.
O retorno de Occhialini foi extremamente importante para o renascimento da [[física]] na [[Itália]]. Como um dos grandes especialistas mundiais na técnica das emulsões de traços nucleares (chapas fotográficas especiais), usada na [[física nuclear]]. As emulsões eram ferramentas baratas e as pesquisas de alguns laboratórios italianos puderam ser fartamente abastecidas pelo INFN. Esses laboratórios puderam contribuir significativamente para vários empreendimentos internacionais. Através da técnica das emulsões várias outras [[partículas subatômicas]] foram descobertas na [[radiação cósmica]] ou em [[acelerador]]es, além do méson pi.
Quando as emulsões foram substituídas por outras técnicas, Beppo dirigiu sua atenção para [[física]] espacial. Nesse campo ele passou [[1960]] como um professor visitante no [[Instituto de Tecnologia de Massachusetts]] (MIT) com seu mentor [[Bruno Rossi]].
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A influência de Beppo foi fundamental para que o cientista brasileiro [[César Lattes]] se decidisse pela [[física]] experimental, depois de um breve início como teórico. [[César Lattes]] que foi seu aluno na [[Universidade de São Paulo]] no início da década de [[1940]]. A convite de Occhialini, foi para a [[Universidade de Bristol]] logo depois do fim da [[Segunda Guerra]], e lá a equipe do Laboratório H. H. Wills, chefiada por [[Cecil Powell]], detectou, no início de [[1947]], o méson pi (ou [[píon]]),
==Reconhecimento==
Em comemoração ao centenário do nascimento de Giuseppe Occhialini, que será em [[5 de dezembro]] de [[2007]], o ''Departamento de Comunicação do Instituto Nacional de Astrofísica'' (INAF) da [[Itália]] produziu a exposição ''“Giuseppe Occhialini, um cientista dedicado à descoberta do universo invisível”'', e um minidocumentário. O [[CBPF]] planeja comemorar o centenário de Beppo no final do ano.
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