Paz de Deus: diferenças entre revisões

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No plano pessoal, ''paz'' designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa para si próprio e, eventualmente, para os outros, ao ponto de se ter tornado uma frequente saudação (''que a paz esteja contigo'') e um objetivo de vida.
Concílio de Charroux. 989 d.C. Estipula-se pela primeira vez na história a diferença entre homens beligerantes e não-beligerantes. A sua potestade foi a Paz de Deus.
A paz é mundialmente representada pelo pombo e pela [[bandeira branca]].
 
Num contexto político em que vários principados apareciam e o reino se tornava num manto de retalhes de poderes locais que o rei não conseguia controlar, inevitavelmente viria a surgir um recrudescimento das violências. Isto, juntamente com um contexto social caótico, devido à fome, epidemias e destruição, levou a um estado de espírito escatológico. Face a esta situação, em 989, reúne-se o Concílio de Charroux, onde são condenadas publicamente as guerras privadas, os roubos, os assaltos e os maus tratos para com a população desarmada e os eclesiásticos.
 
As populações rurais, desarmadas, estavam constantemente a serem flageladas por inúmeras pilhagens e saques por parte de principes insurgentes e ambiciosos. Paralelamente, dá-se o nascimento de várias ordens religiosas, em destaque a ordem de Cluny, que aproximará o povo do clero, criando um sentimento de acolhimento e protecção, que outrora repousava no rei. Com efeito, dentro das ordens eclesiásticas surgiu a necessidade de controlar os abusos senhoriais. Este reflexo da ordem celeste na terra veio servir como paliativo da desordem social numa tentativa de colmatar a ineficácia da Paz do Rei. Com a finalidade de defender os direitos das igrejas e proteger apenas os mais vulneráveis e os desarmados, a “Pax Dei” materializava este propósito.
Teorizada por Ademar de Chabanne, e defendida pelo Bispo Gerardo, na sua obra Gesta dos Bispos de Cambrai, mais tarde seguida por Adalberão, a Paz de Deus pressupunha a adopção do sistema trifuncional (a sociedade dividia-se em três ordens: belatore, laboratore e oratore), e denunciava a intenção de alastrar esta política a todos os episcopados. Legitimando este conceito, surge a cavalaria, homens de armas destinados a proteger os fracos e os oprimidos (tanto de terceiros, como dos próprios), sob forma de juramento, que caso quebrado, sofreriam graves consequências, tais como a excomunhão. A Paz de Deus pode ser considerada também como um desenvolvimento de um conceito anterior: Trégua de Deus. Tais ideias foram difundidas em diversas Assembleias de Paz, em que nobres, representantes do clero e o povo se reuniam em torno de relíquias sagradas, agora considerado o maior símbolo divino na terra, substituindo o antigo papel do rei.
 
 
 
 
 
== Conceito ==