Edmundo Bettencourt: diferenças entre revisões

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'''Edmundo Bettencourt''' ([[Funchal]], [[1889]] — [[Lisboa]], [[1973]]) foi um cantor e poeta Português notavelmente conhecido por interpretar [[Fado]] de Coimbra e pelo seu papel determinante na introdução de temas populares neste género musical.Notabilizou-se pela composição musical "Saudades de Coimbra" a qual é ainda hoje uma referência da música portuguesa universitária cuja lirica é a seguinte:<br />
 
''Oh Coimbra do Mondego'' <br />
''E dos amores que eu lá tive'' <br />
''Quem te não viu anda cego''<br />
''Quem te não ama não vive'' <br />
<br />
''Do Choupal até à Lapa''<br />
''Foi Coimbra os meus amores''<br />
''A sombra da minha capa''<br />
''Deu no chão abriu em Flores''
<br />
 
== Biografia ==
 
Frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, foi funcionário público, até ser despedido por o seu nome figurar entre os milhares de signatários das listas do MUD, desenvolvendo, então, a atividade de delegado de propaganda médica. Integrou o grupo fundador de Presença, cujo título sugerira, e em cujas edições publica ''O Momento e a Legenda''. Dissocia-se do grupo presencista em 1930, subscrevendo com [[Miguel Torga]] e [[Branquinho da Fonseca]] uma carta de dissensão, onde é acusado o risco em que a revista incorria de enquadrar o "artista em fórmulas rígidas", esquecendo o princípio de "ampla liberdade de criação" defendido nos primeiros tempos" (cf. "O Modernismo em Portugal", entrevista de João de Brito Câmara a Edmundo de Bettencourt, reproduzida in ''A Phala'', n.° 70, maio de 1999, p. 114). A redação de ''Poemas Surdos'', entre 1934 e 40, alguns dos quais publicados na revista lisboeta ''Momento'', permite antedatar o surto do [[surrealismo]] em Portugal, enquanto adesão a um "sistema de pensamento, no que ele tem de fuga à chamada realidade, repúdio dos valores duma civilização e esperança de ação num domínio onde por tradição ela é quase sempre negada" (id. ib., p. 115), embora não seja possível esclarecer com especificidade qual foi o conhecimento que Bettencourt teve da lição surrealista francesa.