Aslan Maskhadov: diferenças entre revisões

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Maskhadov tentou também, com pouca sorte, limitar o crescimento do [[Wahhabismo]] e de outros grupos de fundamentalistas islâmicos apoiados por Basayev e Yandarbiyev, criando uma divisão no movimento separatista checheno entre fundamentalistas islâmicos e nacionalistas laicos. O presidente sobreviveu a diversas tentativas de homicídio. Em [[23 de julho]] de [[1998]], [[21 de março]] e [[10 de abril]] de [[1999]] assaltantes usaram mísseis anti-carro e bombas. É possível que esses ataques tenham sido organizados por algum senhor da guerra ou pela ala ultra radical dos separatistas chechenos, se bem que oficialmente foi culpado o serviço secreto russo, o Federal'naja Služba Bezopasnosti ([[FSB]]).
 
=== Segunda Guerra Chechena ===
No verão de [[1999]] Maskhadov condenou a tentativa de Basayev e de seu "irmão de sangue" saudita Ibn Al-Khattab de estender a guerra à vizinha República do Daguestão, além dos atentados a dinamite na Rússia em setembro, foram de responsabilidade da República Chechena. Em 1º de outubro, o primeiro-ministro [[Vladimir Putin]] declarou ilegítima a autoridade do presidente Maskhadov e do parlamento checheno. Putin enviou o exército russo ao país, e a sua promessa de uma vitória rápida e decisiva o levou rapidamente em direção à presidência russa.
 
Em [[11 de outubro]] de [[1999]] Maskhadov delineou um plano de paz oferecendo medidas severas contra os senhores da guerra rebeldes<ref>[http://www.findarticles.com/p/articles/mi_qn4158/is_19991011/ai_n14278495 Russian warplanes kill dozens of villagers]</ref>, mas a oferta foi refutada pelos russos. Em resposta, o presidente Maskhadov declarou uma "gazavat" (guerra santa) contra o exército russo que se avizinhava. Logo depois entrou em vigor a lei marcial na Chechênia e foram chamados os reservistas, enquanto o Palácio Presidencial se tornou um dos objetivos do trágico ataque balístico contra [[Grozni]] em [[23 de outubro]] de [[1999]].
 
Maskhadov foi um dos comandantes no curso da "Batalha de Grozny", junto a Shamil Basayev, Ruslan Gelayev, Ibn Al-Khattab, Alambek Ismailov e Khumkarpasha Israpilov. Aslan Maskhadov e seus soldados lançaram audazes contrataques contra as tropas russas enquanto combatiam em Grozni. Depois de um encontro entre os chefes militares rebeldes, Maskhadov e outros concordaram de retirar-se da Chechênia e continuar a atacar as forças russas na capital Grozni e nas cidades circunvizinhas. Maskhadov foi o primeiro a se retirar pela importância que tinha para a causa rebelde e porque era oficialmente o presidente da Chechênia. Enquanto ele e suas tropas recuavam, deixaram um grande número de armadilhas explosivas e minas para encurralar os soldados russos e tornar impraticável a invasão da capital.
 
Após a retirada das forças chechenas da capital devastada, Maskhadov voltou a ser um chefe dos guerrilheiros. Nesse ínterim era o segundo homem mais procurado na Rússia depois de Basayev. O Kremlin havia estipulado um valor de 10 milhões de dólares para sua captura. Foi considerado como o chefe político oficial das forças separatistas durante a guerra, mas não está claro que tipo de papel militar tenha tido. Somente em [[2000]] ele ofereceu por diversas vezes planos de paz com Moscou, sem impor condições, e continuou a fazê-lo nos anos seguintes, mas seus apelos para uma solução política foram sempre ignorados pela Rússia.<ref>[http://www.rferl.org/featuresarticle/2005/02/a27fc076-66c2-415e-9b32-eea692f08d2d.html Analysis: Is It Too Late For Peace Talks In Chechnya?]</ref>.
 
Maskhadov propagou a resistência armada à ocupação russa, mas condenou fortemente os ataques a civis. Ele ficou muito comovido pelo homicídio do presidente Akhmad Kadyrov, pró-Rússia, enquanto condenou o homicídio por parte dos russos do ex-presidente separatista por parte dos russos do ex-presidente separatista Yandarbiyev, no [[Qatar]], em [[2004]]. Maskhadov negou constantemente a responsabilidade pelos atos terroristas sempre mais brutais contra os civis russos cometidos pelos sequazes de Basayev, denunciando continuamente esses fatos através de seu porta-voz no exterior, como Akhmed Zazayev, em [[Londres]]. Descreveu os rebeldes do [[Massacre de Beslan]] como "loucos" originados do seio da causa de atos de brutalidade cometidos pelos russos.<ref>[http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/459302.stm Obituary: Aslan Maskhadov]</ref>.
 
Em [[15 de janeiro]] de [[2005]], Maskhadov emanou uma ordem especial para cessar todas as operações militares, exceto às de auto-defesa, dentro e fora da Chechênia, até o final de fevereiro, o aniversário da deportação dos Vainakh, por parte de Stalin, em [[1944]], como gesto de boa vontade e fez novamente um chamamento para pôr fim ao conflito checheno. Omar Khambiev, encarregado de negociar, afirmou que os separatistas não procuravam mais a independência, mas somente garantias para a existência da nação chechena.<ref>[http://www.rferl.org/featuresarticle/2005/02/ea29c216-53d7-4206-b044-1ced2cde5c3f.html Chechnya: Cease-Fire Holding, But Little Chance Of Negotiations Seen]</ref>. Esse cessar-fogo unilateral foi sustentado por Basayev, mas fortemente recusado pelos russos<ref>[http://www.reliefweb.int/rw/RWB.NSF/db900SID/MHII-69G9KJ?OpenDocument Chechnya: Ceasefire or bluff?]</ref>. A Ordem de Maskhadov de suspender temporaneamente as ações ofensivas foram amplamente seguidas pelo movimento rebelde, exceto no Daguestão<ref>[http://www.jamestown.org/publications_details.php?volume_id=407&issue_id=3225&article_id=2369226 MASKHADOV'S CEASEFIRE OBEYED IN CHECHNYA, NOT IN DAGESTAN]</ref>.
 
== Morte ==
Em [[8 de março]] de [[2005]], menos de um mês após o cessar-fogo anunciado por Maskhadov, o chefe da [[FSB]], Nikoly Patrushev, declarou que forças especiais unidas haviam feito uma operação de incendiamento de Tolstoy-Yurt, durante a qual foi morto o jihadista internacional e líder de grupos armados, Maskhadov e presos os seus mais próximos companheiros de armas. Patrushev afirmou além disso que a unidade de operações especiais queria capturar o líder checheno vivo para interrogá-lo, mas ele foi morto acidentalmente com uma granada lançada em um bunker no qual estava escondido. Parece que Maskhadov havia ordenado aos seus guardas que fugissem, antes de enfrentar sozinho as forças especiais russas. A televisão russa mostrou um cadáver que se assemelhava decididamente com Maskhadov. Akhmed Zazayev, um dos seus mais próximos aliados, que agia como porta-voz e ministro do exterior, declarou a uma rádio russa que provavelmente Maskhadov foi verdadeiramente morto, e que um novo líder checheno seria escolhido em poucos dias. Putin recompensou os responsáveis pela execução com medalhas. Pouco depois da morte de Maskhadov, o conselho dos rebeldes chechenos designou Abdul-Halim Sadulayev para o comando das operações. Ainda que as circunstâncias da morte de Maskhadov sejam pouco claras, os russos declararam que a sua guarda de corpo o teria acidentalmente matado no caos fogo a fogo. Segundo uma outra versão, o líder checheno teria sido morto por forças fiéis ao vice prêmier Ramzan Kadyrov, que havia jurado vingar o homicídio do pai, Akhmad Kadyrov. Segundo outro relato não confirmado, o presidente checheno foi deliberadamente assassinado depois de ter sido atirado em um colóquio com a contraparte russa, que deveria ter sido desenvolvido por alguns negociadores estrangeiros.
 
Quatro checenos Vakhit Murdashev, Viskhan Hadzhimuradov, Skanarbek Yusupov e Ilias Iriskhanov foram capturados no curso da operação. Desde [[10 de outubro]] de [[2005]] o caso se achava em juízo na Alta Corte da República Chechena.
Segundo as suas provas<ref>[http://old.lenta.ru/news/2005/10/20/maskhadov/ Масхадов был убит при подготовке переговоров c федералами]</ref>, Maskhadov foi capturado durante os preparativos para um acordo de paz com as autoridades da Federação Russa.
 
== A sepultura desconhecida ==
Em [[24 de abril]] de [[2006]] o gabinete do procurador geral russo refutou oficialmente entregar os restos mortais de Aslan Maskhadov aos seus parentes para que o mesmo fosse sepultado. A recusa foi descrita como legal:
 
<blockquote>Maskhadov A.A., conjuntamente com o terrorismo, foi penalmente responsável por diversos graves crimes cometidos no território da Federação Russa. Isto considerado, se decidiu suprimir suas atividades e ele foi procurado para a nossa proteção. O sepultamento desses indivíduos segue as leis. Aqueles que morrem por conta de ações terroristas, decide o governo da Federação Russa em [[20 de março]] de [[2003]], que o corpo não é restituído e o lugar do sepultamento não é comunicado.</blockquote>
 
A família de Maskhadov, desde aquele momento, se empenhou para obter a restituição de seus restos mortais, ou pelo menos descobrir onde foram enterrados<ref>[http://eng.kavkaz.memo.ru/newstext/engnews/id/1181168.html Maskhadov's family asks religious leaders to help them to get his body out]</ref><ref>[http://eng.kavkaz.memo.ru/newstext/engnews/id/1188808.html All-European action for giving out Maskhadov's body to his relatives for burial]</ref>.
 
== Vida familiar ==
 
Maskhadov se desposou com 17 anos. Sua moglie Kusama se formou como professora. Tiveram dois filhos: um homem, Anzor, que tomou parte nas ações militares da Primeira Guerra Chechena e una mulher, Fatima. Os Mashkadov tiveram um neto, nascido em [[4 de maio]] de [[1994]], chamado Shamil, em memória do imã [[Shamil]] e una neta.
 
== Ligações externas ==
* [http://www.chechnya-mfa.info/bio/president.htm/ Biografia no site do Ministério de Assuntos Estrangeiros Checheno]
* [http://www.chechen.org/content.php?catID=97 Biografia no site Chechen.org site (in russo)]
 
== Fontes ==
* ''Ekspress-Khronika (Express Chronicles), N. 8 (611), [[26 de fevereiro]] de [[2000]], p. 1.''
* ''Komsomolskaya Pravda, [[18 de março]] de [[2000]], p. 7.''
* ''Kommersant, [[21 de abril]] de [[2000]], p. 1.''
* ''Kommersant, [[22 de abril]] de [[2000]], p. 3.''
* ''Kommersant, [[27 de janeiro]] de [[2001]], p. 1, 3.''
* [http://www.smallwarsjournal.com/documents/maskhadovinterview.pdf 1999 intervista] de Marie Bennigsen-Broxup publicada no site do Small Wars Journal
* [http://documentazione.altervista.org/libe_ultimo_appello_maskhadov.htm O último apolo de Aslan Mashadov à Europa antes de ser morto]
* [http://www.rferl.org/featuresarticle/2005/3/c8bf5cc0-d91f-4dac-9185-a451b1124b1d.html A última entrevista gravada de Maskhadov antes de sua morte] à RFE/RL
* [http://www.kommersant.com/page.asp?id=545159 A controversa entrevista de Maskhadov] de Boris Berezovsky no jornal ''Kommersant''
* ''[[New York Times]]:'' [http://www.nytimes.com/2005/03/08/international/europe/08cnd-chechnya.html Russian Forces, in Raid, Kill Leader of Chechnya Separatists]
* RFE/RL: [http://www.rferl.org/featuresarticle/2005/03/028b0b1c-0918-45fb-9def-fd8044190523.html Reports Say Chechen Leader Maskhadov Killed]
* ''Christian Science Monitor:'' [http://www.csmonitor.com/2005/0309/p07s01-woeu.html Killing of Chechen leader may empower hard-liners]
* ''[[The Guardian]]:'' [http://www.guardian.co.uk/chechnya/Story/0,2763,1433156,00.html Chechnya loses its Yasser Arafat]
* [[CNN]]: [http://edition.cnn.com/2005/WORLD/europe/03/08/maskhadov.profile/ Maskhadov: Chechnya's defiant ex-leader]
* [[BBC News]]: [http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4330039.stm Chechen leader Maskhadov 'killed']
* NTV Russia: [http://www.ntv.ru/news/index.jsp?nid=61483 Масхадова случайно взорвали в бункере (ФОТО)] (in russo)
* [[Reuters]]: [http://www.reuters.com/newsArticle.jhtml?type=worldNews&storyID=7854534 Maskhadov's Son Vows to Continue Dad's Chechen Work]
* ''Kommersant:'' [http://www.kommersant.com/page.asp?id=552963 Aslan Maskhadov Killed] (inclui uma lista de tentativas de homicídios a Aslan Maskhadov)
* BBC News: [http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4349765.stm Russians 'paid Maskhadov bounty']
* [http://www.signandsight.com/features/54.html Thanks from the new Czar] Um comentário por parte de Andre Glucksmann sobre o homicídio do líder checheno Aslan Maskhadov
* [http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/459302.stm Necrologio] dalla [[BBC]]
* [http://www.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2005/03/09/db0901.xml Necrologio] do ''[[The Daily Telegraph|The Telegraph]]''
* [http://www.guardian.co.uk/obituaries/story/0,3604,1433966,00.html Necrologio] do ''[[The Guardian]]''
* [http://www.economist.com/printedition/displayStory.cfm?story_id=3738936 Necrologio] do ''[[The Economist]]''
* [http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A25589-2005Mar10.html Editoriale] do ''[[Washington Post]]''
* [http://www.islamicamagazine.com/content/view/85/61/ Necrologio] da ''Islamica Magazine''
 
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