Império Bizantino sob as dinastias constantina e valentiniana: diferenças entre revisões

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=== Crise econômica ===
 
No [[século III]], o [[Império Romano]] sofreu preocupantes dificuldades econômicas que se espalharam sobre grande porção das províncias. A diminuição drástica da população em toda a parte ocidental do império juntamente com a degradação geral da sociedade dentro das cidades exacerbou a crise, levando a uma escassez da mão-de-obra. Os latifúndios, ou grandes propriedades, adicionaram mais problemas a crise, pois em decorrência da grande extensão de tais terras a mão-de-obra necessária para a sua manutenção destas propriedades era muito grande o que gerava um déficit de mão-de-obra para as pequenas propriedades.
 
No oriente, embora tenha havido um problemas de escassez de mão-de-obra, o problema da população não foi tão agudo, tornando-o mais forte e mais capaz de resistir a uma crise grave.<ref>{{citar livro|sobrenome=Ostrogorsky|nome=George|título=History of the Byzantine State|editora=Rutgers University Press|ano=1997| páginas=29–30|ISBN=9780813511986}}</ref> O ocidente, em sua reação contra as dificuldades econômicas acabou por elevar muito os preços, o que tornou o sistema de escambo necessário para a sobrevivência imperial. Em contraste, o Oriente optou por depender de moedas de ouro, criando um meio mais rentável e confiável de sobrevivência.<ref>{{citar livro|sobrenome=Ostrogorsky|nome=George|título=History of the Byzantine State|editora=Rutgers University Press|ano=1997| páginas=41|ISBN=9780813511986}}</ref>
 
=== Reformas administrativa ===
 
Os imperadores romanos [[Diocleciano]] e [[Constantino I]] ambos tiveram um importante papel na reforma da organização de todo o império. O império em sua totalidade tornou-se difícil de controlar, e Diocleciano resolveu isso criando uma [[tetrarquia]] que permitiu que [[Augusto (título)|Augustos]] governassem em cada uma das metades do império, enquanto dois Césares[[César (título)|césares]] seriam os governantes adjuntos.<ref name="B1">{{citar livro|sobrenome=Bury|nome=John Bagnall|autorlink=J. B. Bury|título=History of the Later Roman Empire|editora=Macmillan & Co|ano=1923|url=http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/BURLAT/home.html|página=1|isbn=0-7905-4544-6|ref=harv}}</ref><ref name=imperio>{{Referência a livro|Título = As grandes batalhas da história||Edição = 1|Local de publicação = São Paulo|Editora = Larousse|Ano = 2009|Páginas = 34|ID = ISBN 978-85-7635-469-7}}</ref><ref name=imperio2>{{Referência a livro|Autor = SALLES, Catherine|Título = Larousse das Civilizações Antigas|Subtítulo = Vol. III - Das Bacanais a Ravena (O Império Romano do Ocidente)|Edição = 1|Local de publicação = São Paulo|Editora = Larousse|Ano = 2008| Páginas = 304-305|Volume = 3|ID = ISBN 978-85-7635-445-1}}</ref> Em caso de perda do Augusto''augusto'', o César''césar'' iria tomar o seu lugar, e um novo César''césar'' seria selecionado. Após a abdicação de Diocleciano e [[Maximiano]], no entanto a tetrarquia entrou em colapso, e [[Constantino I]], substituiu-a com o princípio dinástico de sucessão hereditária.<ref name="BG">{{citar livro|sobrenome=Gibbon|nome=Edward|autorlink=Edward Gibbon|título=The Decline and Fall of the Roman Empire (Volumes II, III, and IX)|editor=J. B. Bury (with an Introduction by W. E. H. Lecky) |local=New York|editora=Fred de Fau and Company|ano=1906|página=200|url=http://oll.libertyfund.org/Home3/Set.php?recordID=0214#vol01|ref=harv}}</ref><ref>{{citar livro|sobrenome=Ostrogorsky|nome=George|título=History of the Byzantine State|editora=Rutgers University Press|ano=1997| páginas=34|ISBN=9780813511986}}</ref>
 
Para aliviar as preocupações da administração territorial, Diocleciano dividiu todo o Impérioimpério em cem [[Províncias romanas|províncias]] distintas. O controle administrativo foi levado sob os auspícios do imperador, e a [[Itália (província romana)|Itália]] foi relegada ao status de uma província regular, agora também obrigada a pagar impostos. Cada província foi dividida em dioceses, doze no total.
 
Constantino baseou-se nas reformas administrativas introduzidas por Diocleciano.<ref name="B1"/><ref name="esler-1081">{{harvnb|Esler|2004|p=1081}}.</ref> Organizou as províncias ainda mais, criando prefeituras, cada uma consistindo de várias dioceses, e cada diocese consistindo de várias províncias. Isso permitiu que o Império aproveitasse o controle de cada prefeitura, proporcionando uma diferença distinta entre a administração civil e militar.<ref>{{citar livro|sobrenome=Ostrogorsky|nome=George|título=History of the Byzantine State|editora=Rutgers University Press|ano=1997| páginas=34-35|ISBN=9780813511986}}</ref>
 
Constantino também conseguiu estabilizar a moeda (o ''[[Soldo (moeda)|solidus]]'' de ouro que introduziu tornou-se uma moeda altamente valorizada e estável),<ref name="esler-1081"/> e fazer alterações na estrutura do exército.<ref name=constantino>[http://www.roman-emperors.org/conniei.htm Constantino I]</ref> Sob Constantino, o império tinha recuperado muito de sua força militar e viveu um período de estabilidade e prosperidade.
 
Sob Constantino, o [[cristianismo]] não se tornou a religião oficial do Estado, mas gozava da preferência imperial, porque o imperador apoiou com privilégios generosos.<ref name=imperio/> Constantino estabeleceu o princípio de que os imperadores não devem resolver questões de doutrina, mas devem convocar concílios eclesiásticos gerais para esse efeito. O [[Concílio de Arles|Sínodo de Arles]] foi convocado por Constantino, e o [[Primeiro Concílio de Niceia]] apresentou sua reivindicação para ser a cabeça da Igreja.
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=== Ameaças militares e divisão do Império ===
 
A situação defensiva sob Diocleciano, no entanto, mudou consideravelmente no Oriente. Os persas sassânidas haviam expandido ainda mais as suas fronteiras o que gerou uma ameaça em decorrência da constante busca de novos territórios por parte dos persas, além disso, os bárbaros estavam se tornando um problema mais sério ao longo do curso inferior do Danúbio. A julgar as ameaças como sendo de importância extrema, Diocleciano passou a residir na [[Nicomédia]], onde estabeleceu sua capital, deixando Maximiano, seu co-imperador, a cargo do Ocidente.<ref>{{citar livro|sobrenome=Ostrogorsky|nome=George|título=History of the Byzantine State|editora=Rutgers University Press|ano=1997| páginas=44|ISBN=9780813511986}}</ref>
 
Constantino mudou a sede do império e introduziu importantes alterações em sua constituição civil e religiosa.<ref name="G168">{{citar livro|sobrenome=Gibbon|nome=Edward|autorlink=Edward Gibbon|título=The Decline and Fall of the Roman Empire (Volumes II, III, and IX)|editor=J. B. Bury (with an Introduction by W. E. H. Lecky) |local=New York|editora=Fred de Fau and Company|ano=1906|página=168|url=http://oll.libertyfund.org/Home3/Set.php?recordID=0214#vol01|ref=harv}}</ref> Em 324, mudou a capital da [[Nicomédia]] (na [[Anatólia]]) para Bizâncio no [[Bósforo]].<ref>{{citar livro|título=The Eastern Orthodox Church: Its Thought and Life|sobrenome=Benz|nome=Ernst|autorlink=Ernst Benz|local=Piscataway|editora=Aldine Transaction (Transaction Publishers)|ano=1963|página=176|isbn=978-0-202-36298 4|url=http://books.google.com/?id=Q5Z_evECb1UC|ref= harv}}</ref> Em [[330]], fundou [[Constantinopla]] como segunda [[Roma]] no local de [[Bizâncio]], que estava bem posicionada nas rotas comerciais que passavam pelo [[Mar Báltico|Báltico]] e [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]], ligando Oriente e Ocidente.
 
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