Ditadura militar brasileira: diferenças entre revisões

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|nome_oficial = República Federativa do Brasil
'''Regime militar no Brasil''' foi um período da [[História do Brasil|História política brasileira]] iniciado com o [[Golpe de 1964|golpe militar]] de [[31 de março]] de [[1964]], que resultou no afastamento do [[Presidente da República]] ''[[de jure]]'' e ''[[de facto]]'', [[João Goulart]], assumindo provisoriamente o presidente da Câmara dos Deputados [[Ranieri Mazzilli]] e, em definitivo, o [[Marechal Castelo Branco]].<ref>FAUSTO, Boris. - 13. ed., 1 reimprt. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009. (Didática, 1) p. 461-468</ref> O regime militar teve ao todo cinco presidentes e uma junta governativa, estendendo-se do ano de [[1964]] até [[1985]], com a eleição do civil [[Tancredo Neves]].<ref>{{citar web|url=http://www.suapesquisa.com/ditadura/|autor=Suapesquisa|acessodata=03-04-2011|Título=História do Regime Militar no Brasil}}</ref>
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O '''regime militar no Brasil''' foi um período da [[História do Brasil|história política brasileira]] iniciado com o [[Golpe de 1964|golpe militar]] de [[1 de abril]] de [[1964]], que resultou no afastamento do [[presidente do Brasil]] ''[[de jure]]'' e ''[[de facto]]'', [[João Goulart]], assumindo provisoriamente o presidente da [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados brasileira]], [[Ranieri Mazzilli]] e, em definitivo, o [[marechal Castelo Branco]].<ref>FAUSTO, Boris. - 13. ed., 1 reimprt. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009. (Didática, 1) p. 461-468</ref> Tal regime ditatorial contou ao todo com cinco presidentes e uma junta governativa, estendendo-se do ano de [[1964]] até [[1985]], ano da eleição indireta do civil [[Tancredo Neves]] para a Presidência da República.<ref>{{citar web|url=http://www.suapesquisa.com/ditadura/|autor=Suapesquisa|acessodata=03-04-2011|Título=História do Regime Militar no Brasil}}</ref>
 
O regime pôs em prática vários [[Ato Institucional|Atos Institucionais]], culminando com o [[AI-5]], de 1968, que vigorou atéa 1978.suspensão Ada [[Constituição de 1946]] foi substituída pela [[Constituição de 1967]], e, ao mesmo tempo, ocorreram a dissolução do [[Congresso Brasileiro]], a supressão de liberdades individuais e a criação de um [[Código de Processo Penal Brasileiro|código de processo penal]] militar que permitiu que o [[Exército brasileiro]] e a [[polícia militar]] do Brasil pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas "suspeitas", além de impossibilitar qualquer revisão judicial.<ref name=Robin18>{{Ref-Robin-Escadrons}}, chap. XVIII, « Les États de sécurité nationale », pp.275-294</ref>
 
==Motivações ideológicas==
{{Anos de Chumbo}}
 
O [[golpe de estado]] de 1964, qualificado por seuspersonagens apoiadoresafinados como uma ''[[revolução]]'', instituiu uma [[regimeditadura militar]], que durou até 1985. Os militares eentão os governadores quejustificaram o apoiaram afirmavam que era necessário derrubar João Goulartgolpe, que eclodiu cinco anos após o [[Revolução Cubana|alinhamento cubano à União Soviética]], governado por [[Nikita Khrushchev]], sob alegação de que havia no Brasil uma [[ameaça comunista.]], Algunsafirmando apoiadorester ainda dizem que o acontecido,eclodido no caso, teria sido uma [[contrarrevolução]], o que é fortemente contestada principalmente pela ''[[historiografia marxista]]''.<ref>de Almeida Neves Delgado, Lucilia. ''Tempo - Revista do Departamento de Historia da [[UFF]]''[http://www.scielo.br/pdf/tem/v14n28/a06v1428.pdf O Governo João Goulart e o golpe de 1964: memória, história e historiografia]</ref><ref>[[Roberto de Oliveira Campos]] (Cuiabá, 17 de abril de 1917 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2001) afirmou em um [[talk-show]] no [[Roda Viva (programa)|Roda Viva]], exibido pela [[TV Cultura]] que o golpe militar de 1964 foi uma contrarrevolução.</ref> [[Luís Mir]], porém, em seu livro "''A Revolução Impossível''", da Editora Best Seller, mostradeixa claro que Cuba já financiava e treinava guerrilheiros brasileiros desde [[1961]], durante o governo [[Jânio Quadros]]., Oo mesmo diz a Denise Rollemberg em seu livro "''O apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil''", publicado pela Editora Muad, em 2001.
 
Ainda na atualidade diz-se [[Ditadura militar|ditadura militar de 1964 a 1984]].{{Carece de fontes|br|data=abril de 2011}} Alegam alguns autores ser uma [[ditadura]], mas não exclusivamente militar.{{Carece de fontes|br|data=abril de 2011}} Pelo menos no início, diversos segmentos da [[sociedade]], a maioria formada por civis que dominavam o [[Brasil]] havia séculos, além da classe média que era torno de 35% da população total do país, e o restante, a classe mais pobre da população, em sua maioria analfabeta funcional, manteve-se inerte e distanciada da política nacional, uns por comodismo, outros por ignorância.{{Carece de fontes|br|data=abril de 2011}}
Tendo havido apoio cubano a movimentos guerrilheiros brasileiros antes de 1964 ou não, o caminho do Golpe Militar, ditadura, suspensão de liberdade de imprensa, de eleições e cassações e prisões por posicionamento político não era o único seguido no mundo para combater movimentos armados de esquerda. Em países da Europa Ocidental havia [[guerrilha urbana|guerrilhas comunistas]] financiadas pelo bloco soviético e nem por isso [[Brigadas Vermelhas|Itália]], Inglaterra ou [[Baader-Meinhof|Alemanha]] sofreram golpes militares ou regimes de exceção durante a Guerra Fria. Assim sendo, muitos autores, mesmo não marxistas, dão conta da possível inclinação conservadora ou alinhamento aos discursos lacerdistas ([[UDN|udenistas]]) das forças golpistas lideradas por [[Castelo Branco]] e com apoio militar e logístico dos [[EUA]]. Outros falam na vontade de extirpar à força os herdeiros do trabalhismo populista varguista, como [[Jango]] e o próprio [[PTB]].
 
A [[Igreja Católica]] organizou a [[Marcha da Família com Deus pela Liberdade]], realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, no dia de [[19 de março]]. Entretanto, a partir de outubro de 1964, especialmente quando ativistas católicos de esquerda foram presos, certos setores da chamada "ala progressista da Igreja Católica" da [[Teologia da Libertação]], passaram a denunciar a violência do governo militar.{{Carece de fontes|br|data=abril de 2011}} A historiadora Denise Rolemberg, no seu livro "O apoio de Cuba à guerrilha no Brasil", mostra que Cuba desde 1961 já treinava guerrilheiros brasileiros. Vivia-se, naquela época, a [[Guerra Fria]] quando os EUA procuravam no chamado "mundo livre" frear a expansão do comunismo.
Alguns autores afirmam que a [[ditadura]], não foi exclusivamente militar, sendo, em realidade, civil-militar.<ref>{{citar web |url=http://www.jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/historiador-diz-que-ditadura-foi-civil-e-militar |título=Historiador diz que ditadura foi civil e militar |acessodata= 22/06/2012 |autor= Euler de França Belém|obra= Jornal Opção}}</ref>. Pelo menos no início, houve apoio ao golpe de alguns segmentos minoritários da [[sociedade]]: a elite que dominava o [[Brasil]] havia séculos, uma grande parte da classe média (que na época girava em torno de 35% da população total do país) e o setor conservador e anticomunista da Igreja Católica, na época majoritários dentro da Igreja, como o que promoveu a [[Marcha da Família com Deus pela Liberdade]], em 19 de abril de 1964<ref name="oab">{{citar web |url=http://www.oab.org.br/historiaoab/estado_excecao.htm |título= O Estado de Exceção|acessodata= 22/06/2012 |autor= |obra= História da OAB}}</ref>. Já o restante da população, suas camadas mais pobres (em sua maioria analfabeta funcional) manteve-se inerte e distanciada da política nacional, uns por comodismo, outros por ignorância.{{Carece de fontes|br|data=abril de 2011}} O apoio clerical, no entanto, não era completo. A partir de outubro de 1964, especialmente quando ativistas católicos de esquerda foram presos, certos setores da chamada "ala progressista da Igreja Católica" da [[Teologia da Libertação]], passaram a denunciar a violência do governo militar.<ref>{{citar web |url=http://revistas.unipar.br/akropolis/article/viewFile/390/355 |título=A IGREJA CATÓLICA E O GOLPE DE 1964|acessodata=22/06/2012 |autor=Angelo Barreiro Gonçalves |formato= PDF|obra= Revista Akropolis nº 12 vol. 1|publicado= jan. 2004|páginas= 44 - 55}}</ref>
 
Vivia-se, naquela época, a [[Guerra Fria]] quando os [[Estados Unidos]] procuravam justificar sua política externa intervencionista com sua suposta missão de liderar o "mundo livre" e frear a expansão do comunismo. Assim sendo, a violenta luta internacional entre Estados Unidos e [[União Soviética]], capitalistas e [[comunistas]] encontrou eco nos discursos da política brasileira. Os Estados Unidos apoiaram os setores que organizavam um golpe de estado contra o presidente [[João Goulart]], que fora democraticamente eleito como vice-presidente do Jânio Quadros.
 
Goulart procurava impulsionar o [[nacionalismo]] [[trabalhismo|trabalhista]] através das [[reformas de base]]<ref>{{citar web |url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882004000100002&script=sci_arttext|título=1964: O golpe contra as reformas e a democracia |acessodata=22/06/2012 |autor=Caio Navarro de Toledo |obra= Revista Brasileira de História vol.24 no.47|publicado= 2004|}}</ref>. Os setores mais conservadores, contudo, se opunham a elas. Um evento que aumentou a insatisfação entre setores conservadores militares ocorreu quando Jango decidiu apoiar os militares revoltosos de baixa patente da ''Revolta dos Marinheiros'', os quais pleiteavam aumentos, fim de punições humilhantes e direito a voto. Oficiais de patentes mais altas das Forças Armadas aumentaram sua oposição a Jango, pelo que chamaram de quebra de hierarquia.
 
O governo dos Estados Unidos não aprovava os rumos que a política externa brasileira tomava, de não alinhamento e contatos com ambos os polos de poder (capitalista e comunista). No governo [[Jânio Quadros]], Jango, então vice-presidente, havia visitado, a mando do presidente, a [[China]] comunista. Quadros, mesmo que sem nenhuma ligação com setores de esquerda, condecorara o revolucionário e então funcionário do governo cubano, [[Ernesto Che Guevara]]. Isto motivou os americanos a fornecerem aos militares brasileiros apoio ao golpe. De lá veio ainda o aparato ideológico do [[anticomunismo]], que já era pregado pela [[Escola Superior de Guerra]] das [[Forças Armadas do Brasil]], através da doutrina de "Segurança Nacional".
 
Apesar de Jango ser latifundiário, filho de empresários e milionário, de inclinação trabalhista e não comunista, e de suas reformas serem ideologicamente identificadas com a centro-esquerda, existia a necessidade econômica e política por parte dos Estados Unidos de controlar os países de economia menos desenvolvida, impedindo-os de se ligarem ao bloco comunista.
 
==Decretos polêmicos de João Goulart em março de 1964==
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Esses decretos de 13 de março foram usados como pretexto pelos conservadores para deporem João Goulart:
 
-Decreto Nº 53.700: ''Declara de interesseinterêsse social para fins de desapropriação as áreas rurais que ladeiam os eixos rodoviários federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade, e dá outras providências.''<ref name="www6.senado.gov.br">http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=185686</ref>
 
-Decreto Nº 53.701: ''Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação em favor da Petróleo Brasileiro S A - [[PETROBRÁS]], em caráter de urgência, as ações da companhias permissionárias do refino de petróleo.''<ref name="www6.senado.gov.br"/>
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{{Quote2|Com as desavenças que grassavam na corrente outubrista, o [[tenentismo]] vem a se desintegrar. Tal fato se dá após a [[Revolução de 1932]], mormente durante o ano de 1933, quando se formava a [[Assembleia Nacional Constituinte]]. Parcelas das [[Forças Armadas]] se desgarraram para a [[esquerda]] e para a [[direita]], incorporando-se à [[Aliança Nacional Libertadora]] e à [[Ação Integralista Brasileira]], que apregoavam ideologias importadas, não condizentes com a idiossincrasia de nosso povo.|[[Manuel Soriano Neto]]}}
 
{{História do Brasil}}
 
Portanto, dentro das forças armadas brasileiras, existia uma grave cisão interna de ordem ideológica e, ainda havia outra divisão entre os moderados e a linha dura.
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Os grupos concorrentes entre si defendiam pontos de vistas diferentes: um grupo defendia medidas rápidas diretas e concretas contra os chamados ''subversivos'', ou ''inimigos internos'', estes militares apoiavam sua permanência no poder pelo maior tempo possível; ao contrário do grupo anterior, o segundo era formado por militares que tinham por doutrina a tradição de intervenções ''moderadoras''. Estes procuravam permanecer no poder somente o tempo necessário até se formar um governo aceito pelo grupo a exemplo de 1930, 1945 e 1954. Quando passado o período de ''maior risco institucional'' houve o rápido retorno do poder para os civis.
 
Para os dois grupos era necessário salvaguardar o Brasil contra o poder do [[comunismo]] internacional (além do anti-getulismo, leia-se ''[[antipopulismoanti-populismo|populismo]]'').
 
Segundo a doutrina dos militares, o inimigo devia ser extirpado a todo custo e os governos populistas seriam uma porta de entrada para a desordem, subversão e propiciariam a entrada de ideologias nocivas à nação.
 
As facções contrárias internamente nas forças armadas acabaram se unindo apesar da não concordância metodológica. Desta forma, os militares mais radicais se aglutinaram ao general [[Costa e Silva]], e os mais estratégicos ao marechalgeneral [[Humberto de Alencar Castelo Branco]].
 
Muitos militares da época afirmam que se a orientação filosófico-ideológica das forças armadas fosse para a esquerda, estas defenderiam da mesma forma a linha de pensamento, somente o inimigo que mudaria de lado, o que importava era a segurança da Nação.
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==Golpe contra o governo de João Goulart==
{{Artigo principal|[[Golpe Militar de 1964]]}}
Tropas militares, na madrugada do dia [[31 de março]] de 1964, sob o comando do general [[Olympio Mourão Filho]] marcharam de [[Juiz de Fora]] para o [[Rio de Janeiro]] com o objetivo de depor o governo constitucional de [[João Goulart]]. O presidente encontrava-se no [[Rio de Janeiro]] quando recebeu um manifesto exigindo sua renúncia. O chefe da [[Casa Militar]], general [[Assis Brasil]], não conseguiu colocar em prática um plano que teria a função de impedir um possível golpe. Os partidos de sustentação do governo ficaram aguardando a evolução dos acontecimentos. O presidente, de [[Brasília]], seguiu para [[Porto Alegre]] e se refugiou numa estância de sua propriedade, e depois rumou para o [[Uruguai]], o que levou o presidente do Senado Federal a declarar vagas a presidência e a vice-presidência da república e empossar o presidente da Câmara dos Deputados, [[Ranieri Mazzilli]], na presidência da república.
{{Mais informações|Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA|Atividades da CIA no Brasil}}
Tropas militares, na madrugada do dia [[31 de março]] de 1964, sob o comando do general [[Olympio Mourão Filho]] marcharam de [[Juiz de Fora]] para o [[Rio de Janeiro]] com o objetivo de depor o governo constitucional de [[João Goulart]]. O presidente encontrava-se no [[Rio de Janeiro]] quando recebeu um manifesto exigindo sua renúncia. O chefe da [[Casa Militar Brasileira|Casa Militar]], general [[Assis Brasil]], não conseguiu colocar em prática um plano que teria a função de impedir um possível golpe. Os partidos de sustentação do governo ficaram aguardando a evolução dos acontecimentos. O presidente, de [[Brasília]], seguiu para [[Porto Alegre]] e se refugiou numa estância de sua propriedade, e depois rumou para o [[Uruguai]], o que levou o presidente do Senado Federal a declarar vagas a presidência e a vice-presidência da república e empossar o presidente da Câmara dos Deputados, [[Ranieri Mazzilli]], na presidência da república.
 
No dia [[2 de abril]] ocorre a [[Marcha da Vitória]], na cidade do Rio de Janeiro, garantindo apoio popular à deposição do presidente João Goulart.<ref>{{citar web|url=http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_286878.shtml|Autor=Abril|titulo=Quais foram as manifestações políticas que reuniram as maiores multidões no Brasil?|acessodata=25-04-2011}}</ref>
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Segundo a [[Fundação Getúlio Vargas]], "''(…) o golpe militar foi saudado por importantes setores da sociedade brasileira. Grande parte do empresariado, da [[imprensa]], dos proprietários rurais, vários governadores de estados importantes (como [[Carlos Lacerda]], da [[Guanabara]], [[Magalhães Pinto]], de [[Minas Gerais]], e [[Ademar de Barros]], de [[São Paulo]]), além de setores da classe média, pediram e estimularam a intervenção militar, como forma de pôr fim à ameaça de esquerdização do governo e de controlar a crise econômica."
 
Os Estados Unidos, que já vinham patrocinando organizações e movimentos contrários ao presidente e à esquerda no Brasil durante o governo de João Goulart, participaram da tomada de poder, principalmente através de seu embaixador no Brasil, [[Lincoln Gordon]], e do adido militar, [[Vernon Walters]], e haviam decidido dar apoio armado e logístico aos militares golpistas, caso estes enfrentassem uma resistêncialonga armadaresistência por parte de forças leais a [[João Goulart|Jango]]: em [[Washington, DC|Washington]], o vice-diretor de operações navais, [[John Chew]], ordenou o deslocamento para costa brasileira (entre [[Santos e Rio de Janeiro) ]] de uma força-tarefa da US Navy (incluindo o [[porta-aviões]] [[USS Forrestal (CVA-59)|Forrestal]], seis [[contratorpedeiro]]s, um [[porta-helicóptero]] e quatro [[petroleiro]]s), operação que, embora não completada, ficou conhecida como "[[Brother Sam]]".<ref name="ReferenceA">{{citar periódico| jornal = Revista História Viva | titulo = O Golpe de 1964 | paginas = 20 | mes = março | ano = 2005}}</ref>
 
Após a deposição de João Goulart, vieram os [[Atos Institucionais]] (AI), mecanismos jurídicos autoritários criados para dar legitimidade a ações políticas contrárias à [[Constituição Brasileira de 1946]] que consolidaram o novo regime militarpolítico implantado.<ref>{{citar web|url=http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=4&ved=0CDcQFjAD&url=http%3A%2F%2Fwww.brasilescola.com%2Fhistoriab%2Fatos-institucionais.htm&rct=j&q=ato%20institucional&ei=9SO2TZWzIsbJgQfEkJB5&usg=AFQjCNHv3slHHHDqVkx1oFjGxG9CELwBSw&cad=rja|Autor:Brasil Escola|titulo=Os Atos Institucionais|acessodata=25-04-2011}}</ref>
 
O presidente João Goulart permaneceu em território brasileiro até o dia 2 de abril. Nesse dia, em um golpe parlamentar,<ref group="nota">Pela Constituição de 1946 (artigos 66, 88 e 89) a declaração de vacância do Presidente da República tinha amparo legal apenas nas três formas: por renúncia, por impedimento votado pelo Congresso, ou por se afastar do país sem aprovação legislativa.</ref> o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] declarou que a Presidência da República estava vaga e deu posse ao Presidente da Câmara dos Deputados, [[Ranieri Mazzili]], que permaneceu no cargo até 15 de abril de 1964, embora representasse um papel meramente decorativo: o governo era exercido pelos ministros militares. Em uma inversão constitucional - os militares passando de defensores da Constituição a subversivos dela e causadoresárbitros de uma crise política - acabou predominando a força das armas e o Presidente da República foi deposto. Goulart partiu para o exílio no Uruguai, morrendo na [[Argentina]], em 1976.<ref>{{citar web|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/governo-joao-goulart/governo-joao-goulart-1.php|autor=Portal São Francisco|titulo=Governo João Goulart|acessodata=25-04-2011}}</ref>
 
==Governando por Atos Institucionais==
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Em seus primeiros quatro anos, o governo militar foi consolidando o regime. O período compreendido entre [[1968]] e [[1975]] foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como "''anos de chumbo''". Os Atos Institucionais restringiram os direitos de cerca de dezoito milhões de eleitores brasileiros,{{carece de fontes|data=fevereiro de 2010}} que cancelavam a validade de alguns pontos da [[Constituição Brasileira]], criando um [[Estado de exceção]] e suspendendo a [[democracia]] plena. Foram cassados os direitos políticos de praticamente todos os políticos e militares tidos como simpatizantes do comunismo, ou que se suspeitava receber apoio dos comunistas.
 
Ao longo dos governos dos generais [[Humberto de Alencar Castelo Branco]] (1964-1967) e [[Artur da Costa e Silva]] (1967-1969), os Atos Institucionais foram promulgados e emendaram a [[Constituição]] durante todo o período da ditadura. Foi o fim do [[Estado de direito]] e das instituições democráticas. A partir de 1º de abril, na prática uma [[junta militar]] governava o Brasil, porém formalmente foi declarado vago o cargo de presidente da república, pelo senador [[Auro de Moura Andrade]], presidente do Senado Federal, que empossou o presidente da Câmara dos Deputados, [[Ranieri Mazzilli]] na presidência, e com a eleição de [[Humberto de Alencar Castelo Branco]] presidente da república pelo Congresso Nacional em 11 de abril, este toma posse na presidência em 15 de abril de 1964 para completar o mandato de Jânio Quadros, que iria de 31 de janeiro de 1961 até 31 de janeiro de 1966.
 
A 9 de abril, foi baixado o "Ato Institucional", redigido por [[Francisco Campos]], e que era para ser o único ato institucionalizador da "revolução de 1964". Porém, depois da edição do [[AI-2]], o "Ato Adicional" inicial foi numerado como [[AI-1]]. O "Ato Institucional" transferia poderes excepcionais para o executivo, ao mesmo tempo em que subtraia a autonomia do legislativo. O AI-1 marcava eleições presidenciais para outubro de 1965 e concedia à Junta, entre outros tantos, o poder de cassar mandatos parlamentares. Dois dias depois, o marechal Castelo Branco - chefe do [[Estado-Maior]] e coordenador do golpe contra Jango - foi eleito presidente pelo Congresso.
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===Expurgos===
[[Ficheiro:Janio1.jpg|200px|right|thumb|[[Jânio Quadros]], ex-presidente, um dos expurgados da vida políticadeposto pelo [[golpe militar de 1964]].]]
 
No dia [[10 de abril]] de 1964, a junta militar divulgou o Ato do Comando Revolucionário Nº 1, com a lista de cem nomes de suspeitos de serem comunistas, cujos direitos políticos foram suspensos, entre eles o ex-presidente [[João Goulart]], o ex-presidente [[Jânio Quadros]], o secretário-geral do proscrito [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB) [[Luís Carlos Prestes]], os governadores depostos [[Miguel Arraes]], de [[Pernambuco]], o deputado federal e ex-governador do [[Rio Grande do Sul]] [[Leonel Brizola]], o deputado federal por [[Roraima]] e ex-governador do [[Amazonas]] [[Gilberto Mestrinho]], o desembargador [[Osni Duarte Pereira]], o economista [[Celso Furtado]], o embaixador [[Josué de Castro]], o ministro deposto da Justiça, [[Abelardo Jurema de Araújo]], os ex-ministros [[Almino Monteiro Álvares Afonso|Almino Afonso]], do Trabalho, e [[Paulo de Tarso]], da Educação, o presidente deposto da Superintendência da Política Agrária (Supra) [[João Pinheiro Neto]], o reitor deposto da [[Universidade de Brasília]], [[Darcy Ribeiro]], o assessor de imprensa de Goulart [[Raul Riff]], o jornalista [[Samuel Wainer]] e o presidente deposto da [[Petrobrás]], marechal [[Osvino Ferreira Alves]].
A lista ainda incluía 29 líderes sindicais, como o presidente do então extinto [[Comando Geral dos Trabalhadores]] ([[Comando Geral dos Trabalhadores|CGT]]), [[Clodesmidt Riani]], além de [[Hércules Correia]], [[Dante Pellacani]] vice-presidente da CNTI e do CGT, [[Osvaldo Pacheco]] secretário-geral do CGT e [[Roberto Morena]].
Linha 214 ⟶ 93:
No mesmo dia, foi publicado Ato do Comando Revolucionário Nº 2, [[AI-2]], cassando o mandato de 40 membros do Congresso Nacional, que já haviam sido incluídos no ato de suspensão dos direitos políticos.
 
[[m:Wikisource:A1 Cassados pelo AI-1 em 09/04/64|Cento e vinte e dois oficiais de alta patente das forças armadas foram também expulsos]], além de sargentos, cabos, etc. Em [[14 de Abril]], otodo Atoe Complementarqualquer Númerotraidor Noveé transformaconsiderado inimigo de estado e passa a oposiçãoser emconsiderado inimigacriminoso, dapelo Naçãogoverno. [[m:Wikisource:A9 Transforma oposição em Inimiga da Nação|Ato Complementar Número Nove]]. Quem não era a favor, era contra, e quem era contra, era inimigo do Estado, pois assim o governo se expressara no Ato Institucional, redigido por [[Francisco Campos]] depois chamado de AI-1:
 
"''É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma autêntica revolução. '''A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação'''.
A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte. Este se manifesta pela eleição popular ou pela revolução. Esta é a forma mais expressiva e mais radical do Poder Constituinte. Assim, a revolução vitoriosa, como Poder Constituinte, se legitima por si mesma. Ela destitui o governo anterior e tem a capacidade de constituir o novo governo. Nela se contém a força normativa, inerente ao Poder Constituinte. Ela edita normas jurídicas sem que nisto seja limitada pela normatividade anterior à sua vitória. Os Chefes da revolução vitoriosa, graças à ação das Forças Armadas e ao apoio inequívoco da Nação, representam o Povo e em seu nome exercem o Poder Constituinte, de que o Povo é o único titular''."
 
==Governo CastelloCastelo Branco==
{{Artigo principal|[[Humberto de Alencar CastelloCastelo Branco]]}}
[[Ficheiro:Castelobranco.jpg|thumb|200px|left|[[Humberto de Alencar CastelloCastelo Branco]], o primeiro presidente do regime militar.]]
No dia 11, o Congresso Nacional ratificou a indicação do comando militar, e elegeu o marechal [[Humberto de Alencar CastelloCastelo Branco]], chefe do Estado-Maior do Exército. Como vice-presidente foi eleito o deputado pelo [[Partido Social Democrático (1945-2003)|PSD]] [[José Maria Alkmin]], secretário de finanças do governo de [[Minas Gerais]], do governador [[Magalhães Pinto]], que ajudou a articular o golpe. A posse de CastelloCastelo Branco ocorreu em [[15 de Abril]] de 1964, ele governou o Brasil até Março 1967.
 
O presidente CastelloCastelo Branco iniciou o governo militar. Compôs o seu governo com predominância de políticos da [[UDN]]. Dizia que a intervenção tinha caráter corretivo e era temporária. Porém, as [[Forças Armadas]], lideradas pelo general [[Costa e Silva]], não tinham interesse no papel de moderador, mas sim em ''"estabelecer a Linha Dura"'' de repreensão às atividades políticasditas de esquerda consideradas pelos militares golpistas como "terroristas".
 
CastelloCastelo Branco morreu, logo após deixar o poder, em um acidente aéreo, mal explicado nos inquéritos militares, ocorrido em [[18 de julho]] de [[1967]]. Um [[Lockheed T-33|caça T-33]] da [[Força Aérea Brasileira|FAB]] atingiu a cauda do ''Piper Aztec PA 23'', no qual CastelloCastelo Branco viajava, fazendo com que o PA-23 caísse deixando apenas um sobrevivente.<ref>{{Citar web |url=http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/morte_castello.htm |título=A segunda morte de Castello Branco. Revista [[IstoÉ]] Online. [[13 de dezembro]] de [[2006]]. |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=[[16 de julho]] de [[2011]]. }}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.opovo.com.br/extras/80anos/capas/19670718-morte-castellocastelo-branco.pdf |título=CastelloCastelo Branco morre em acidente aéreo, Jornal [[O Povo]], [[14 de julho]] de [[1967]] |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> No processo sucessório, Castello foi pressionado a passar a faixa presidencial para o general da linha dura [[Arthur da Costa e Silva]] mas estava organizando com o Senador [[Daniel Krieger]] um movimento contra o endurecimento do regime.<ref>{{Citar web |url=http://www.politicaparapoliticos.com.br/interna.php?t=756327 |titulo= Política para Políticos » O último diálogo de Castello com seu ex-líder foi de advertência diante da articulação da “linha dura”. Mas não houve tempo ... |acessodata= [[16 de julho]] de [[2011]] }}</ref>
 
===Atos Complementares===
CastelloCastelo Branco, apesar das promessas de retorno ao regime democrático, inaugurou a adoção de Atos Institucionais como instrumentos de repressão aos opositores. Com isso, fechou associações civis, proibiu greves, interveio em sindicatos e cassou mandatos de políticos por dez anos, inclusive o do ex-presidente [[Juscelino Kubitschek]].
 
Em novembro de 1965, foi mandado cumprir o Ato Complementar Número 4, que institucionalizou o sistema bipartidário no Brasil. Foram criados dois partidos, um situacionista e um oposicionista, sendo que o segundo jamais poderia ter quórum superior ao primeiro.
Linha 266 ⟶ 145:
De acordo com uma organização de ex-militares e simpatizantes do regime militar, no total 118 brasileiros, civis e militares foram mortos por organizações de extrema esquerda, durante o regime militar. Havia dezenas destas organizações, cada uma seguindo uma diferente orientação do movimento comunista <ref>[http://www.ternuma.com.br/capalberto.htm]</ref>
 
Por volta de 1967, vários grupos esquerdistas, escolhem a [[luta armada]] como forma mais eficaz de reagir aos setores civis e militares que haviam derrubado o presidente João Goulart e que implantaram uma [[ditadura]] no Brasil <ref>http://imprensaelutaarmada.blogspot.com/</ref><ref>http://www.jornalorebate.com/colunistas2/van11.htm</ref>. [[Carlos MarighellaMarighela]] rompe com a estratégia do PCB de se abrigar no MDB, e, em 17 de agosto de 1967, Marighella enviou uma carta ao Comitê Central do PCB, rompendo definitivamente com o partido.
 
Em seguida, deu total apoio e solidariedade às resoluções adotadas pela OLAS. Nesse documento ele escrevia:
Linha 292 ⟶ 171:
O crime de opinião, o crime político, o crime de subversão, o enquadramento de qualquer cidadão à Lei de Segurança Nacional, sua expulsão do Brasil e a vigilância de seus familiares, bem como a indisponibilidade dos seus bens, estavam agora institucionalizados e eram legais.
 
Com a nova constituição promulgada em 24 de Janeiro de 1967, CastelloCastelo Branco faz a ditadura militar ser legalizada e a implantação do estado de exceção passa a ser constitucional.
 
Em [[29 de dezembro]] de [[1978]], é sancionada a nova lei de segurança nacional, que prevê penas mais brandas, possibilitando a redução das penas dos condenados pelo regime militar. Decreto possibilita o retorno de banidos pelo regime.
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{{Artigo principal|[[Artur da Costa e Silva]]}}
 
[[Ficheiro:Costa e Silva.jpg|thumb|left|200px|[[Artur da Costa e Silva|MarechalGeneral Costa e Silva]].]]
 
Ex-ministro da Guerra, o marechal Costa e Silva teve o seu nome indicado pelas Forças Armadas e referendado pelo Congresso Nacional. No dia [[15 de Março]] de 1967, o marechal [[Artur Costa e Silva]] é empossado no cargo de Presidente da República, tendo como vice [[Pedro Aleixo]]. Com sua posse começa a vigorar a [[Constituição de 1967]]. O Presidente deixa o cargo no dia [[31 de Agosto]] de [[1969]].
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Com predominância de ministros militares e civis - o paulista [[Antônio Delfim Netto]] era o ministro da Fazenda - o novo presidente organizou o seu ministério. As taxas de inflação caíram nos primeiros anos de governo reaquecendo a economia e aumentando a presença de investimento estrangeiro no país.
 
No campo político, porém, não havia sinal de retorno à democracia plena. Os militares defendiam um endurecimento maior do regime, a chamada "linha dura". Vieram as perseguições políticas, em missões organizadas pelos órgãos de segurança do governo. Uma onda de protestos surgiu em todo o país, com enfrentamento direto entre as forças de segurança contra os manifestantes pró-comunismo, militantes de esquerda e estudantes cooptado por organizações subversivas, crescendo para grandes manifestações reivindicatórias e de contestação ao regime e a intolerância e as desavenças eram comuns, as [[patrulha ideológica|patrulhas ideológicas]] organizadas pelos comunistas agiam nas escolas, clubes e sindicatos.
Na esteira dos acontecimentos, os que apoiaram o golpe militar, como [[Carlos Lacerda]], se sentiram excluídos do processo e passaram a se opor ao governo. Lacerda tentou se unir a Juscelino e Jango, que se encontravam exilados, num movimento que ficou conhecido como [[Frente Ampla]].
 
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[[Ficheiro:Juntagovernativa1969.png|thumb|[[Junta militar brasileira|Junta governativa provisória de 1969]]: [[Aurélio Lira]], [[Augusto Rademaker]] e [[Márcio Melo]].]]
 
A violência da [[ditadura militar]] começa a fazer suas vítimas, sobretudo contra o lado opositor ao regime - guerrilheiros(guerrileiros, comunistas, estudantes e liberais), porém a intolerância e as desavenças eram comuns, as [[patrulha ideológica|patrulhas ideológicas]] organizadas pelos comunistas agiam nas escolas, clubes e sindicatos. Os confrontos entre grupos antagônicos se intensificamintensifica, com revoltosos de um lado e apoiadores do regime militar de outro.
 
É provável que a quantidade de vítimas fatais da repressão militar chegue a casa dos milhares, somente durante o governo do general Médici.<ref>http://www.lab.org.uk/index.php/blogsystem/os-arquivos-secretos-da-ditadura-militar-brasileira-a-anistia-perpetua.html</ref><ref>http://www.blogcidadania.com.br/2011/03/pedido-de-edificacao-de-memorial-das-vitimas-da-ditadura/</ref><ref>http://acertodecontas.blog.br/artigos/ditadura-militar-47-anos-depois-a-anistia-perpetua/</ref> Essas vítimas também incluiu mulheres grávidas, como o caso de [[Soledad Viedma]], que foi morta após ser torturada pelo delegado [[Sérgio Paranhos Fleury]] e sua equipe. Soledad foi delatada pelo próprio companheiro, [[José Anselmo dos Santos]], conhecido por [[Cabo Anselmo]].<ref>http://globolivros.globo.com/busca_detalhesprodutos.asp?pgTipo=AUTORES&idProduto=201</ref><ref>http://contramachismo.wordpress.com/2011/02/18/a-mulher-gravida-que-o-marido-entregou-aos-torturadores/</ref>
No governo estavam oficiais da linha dura, e as ruas eram dominadas pelas greves dos operários e movimentos estudantis, organizações essas lideradas por membros de esquerda. Neste clima, iniciou-se a controvertida batalha entre o Estado e manifestantes que reivindicavam o fim do regime. Como consequência, as liberdades individuais foram suprimidas e o país definitivamente entrou em um processo de radicalização entre os militares e a oposição, que gerou o gradual fechamento do [[política|regime]], até culminar com o [[AI-5]].
 
No governo estavam oficiais da linha dura, e as ruas eram dominadas pelas greves dos operários e movimentos estudantis, organizações essas infiltradas por membros de esquerda. Neste clima se iniciou a controvertida batalha entre o Estado e os manifestantes pró-comunismo, que reivindicavam o fim do regime. Como consequência, as liberdades individuais foram suprimidas e a [[Nação]] definitivamente entrou em um processo de radicalização entre os militares e a oposição, que gerou o gradual fechamento do [[política|regime]], até culminar com o [[AI-5]].
No dia [[28 de Agosto]] de 1969, o presidente Costa e Silva é acometido por [[trombose]] grave. Devido à doença, no dia [[31 de Agosto]] de [[1969]] uma [[Junta militar brasileira|junta militar]] substituiu o [[Presidente da República]] e se confirmou no poder, para evitar que o Vice-Presidente [[Pedro Aleixo]] assumisse, pois esse se opora à implantação do AI-5, sendo o único a votar contra o AI-5 na reunião do Conselho de Segurança Nacional que decidiu pela implantação do AI-5.
 
No dia [[28 de Agosto]] de 1969, o presidente Costa e Silva é acometido por [[trombose]] grave.
Devido à doença, no dia [[31 de Agosto]] de [[1969]] uma [[Junta militar brasileira|junta militar]] substituiu o [[Presidente da República]] e se confirmou no poder, para evitar que o Vice-Presidente [[Pedro Aleixo]] assumisse, pois esse se opora à implantação do AI-5, sendo o único a votar contra o AI-5 na reunião do Conselho de Segurança Nacional que decidiu pela implantação do AI-5.
 
A Junta Militar era composta pelos ministros do Exército ([[Aurélio de Lira Tavares]]), Força Aérea ([[Márcio de Sousa e Melo]]) e Marinha ([[Augusto Hamann Rademaker Grünewald]]). No dia [[1 de Setembro]] de 1969, o [[Ato Institucional Número Doze|AI-12]], foi baixado informando à nação brasileira o afastamento do presidente e o controle do governo do Brasil pelos ministros militares.
 
===1968 - Reações ao regime===
Em julho, ocorreu a primeira greve no período dado ditaduragoverno militar, em [[Osasco]]. A linha dura, representada, entre outros, pelo general-de-exército [[Aurélio de Lira Tavares]], Ministro do Exército, e pelo general-de-exército [[Emílio Garrastazu Médici]], chefe do [[SNI]], começou a exigir medidas mais repressivas e combate às ideias consideradas subversivas pelo regime.
 
A repressão aos estudantes de tendências esquerdistas nas universidades se intensificou. Eme em [[30 de agosto]], a [[Universidade Federal de Minas Gerais|Universidade Federal de Minas]] foi fechada e a [[Universidade de Brasília]] invadida pela polícia. O AI-5 se transformou num instrumento para o aumento da violência, intensificandopor tambémparte ada atividade"guerra deirregular" organizaçõesdeflagrada guerrilheiras.pela Comoresistência consequênciaà diretaditadura, doque realizavam Atosequestros, foramtorturas, roubos, homicídios e os chamados "justiçamentos", julgamento sumário e execução de supostos delatores ou traidores das organizações guerrilheiras. Foram presos jornalistas e políticos que haviam em algum momento se manifestado contra a ditadura militar, entre eles o ex-presidente Juscelino Kubitschek, e ex-governador Carlos Lacerda, além de deputados estaduais e federais do MDB e mesmo da ARENA. Lacerda foi preso e conduzido ao Regimento Marechal Caetano de Farias, da Polícia Militar do Estado da Guanabara, sendo libertado por estar com a saúde debilitada, após uma semana defazendo greve de fome.
 
No dia [[30 de dezembro]] de 1968, foi divulgada uma lista de políticos cassados: onze11 deputados federais, entre os quais o comunista Márcio Moreira Alves. Até mesmo Carlos Lacerda, que tramou diversos golpes nos anos 1950 e 60, teve os direitos políticos suspensos. No dia seguinte, o presidente [[Costa e Silva]] falou em rede de rádio e TV, afirmando que o AI-5 havia sido não a melhor, mas a única solução e que havia salvado a democracia e estabelecido a volta às origens do regime. Segundo ele, para "evitar a desagregação do regime", era necessário cercear os direitos políticos dos cidadãos e aumentar em muito os poderes do presidente, mesmo sem o aval popular.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/hotsites/ai5/personas/arthurDaCostaESilva.html|título=Arthur da Costa e Silva|publicado=Folha de S. Paulo|acessodata=8 de setembro de 2012}}</ref> Em [[16 de janeiro]], de 1969 foi divulgada nova lista de quarenta e três43 cassados, com trinta e cinco35 deputados, dois2 senadores e um1 ministro do STF, Peri Constant Bevilacqua. O Poder Judiciário passou a sofrer intervenções do Poder Executivo quando de seus julgamentos.
 
A esquerda alega ter iniciado as guerrilhas como reação ao [[AI-5]]. Segundoporém [[Reinaldo19 Azevedo]]brasileiros, jornalista dahaviam [[revista Veja]], dezenove brasileiros foramsido mortos por guerrilheiros antes ter sidode baixado o AI-5., Entreentre eles, estava o soldadoSoldado [[Mário Kozel Filho]] morto em junho de 1968 em ação da [[VPR]], e os mortos do [[Atentado do Aeroporto dos Guararapes]], supostamente por ação da [[Ação Popular (esquerda cristã)]], em 1966.<ref>http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/todas-as-pessoas-mortas-por-terroristas-de-esquerda-1-%E2%80%93-os-19-assassinados-antes-do-ai-5/</ref> ConcomitantementeAssim aque umaterminaram tímidaos abertura política, no governo Geisel, na mesma épocaatentados em que a "resistência democrática" do MDB saia vitoriosa nas eleições de 15 de novembro de 1974 fazendo 16 das 21 cadeiras de senador em disputa, as guerrilhas acabaram perdendo força. Isso também iniciou-se deveu a operaçõesabertura repressivaspolítica governamentaispromovida quepelo visavam eliminar a oposição (fosse armada, ou não armada que apoiasse a guerrilha), e que ocasionou o fim dapresidente [[Guerrilha do AraguaiaGeisel]], ocorrido entre 1973 e 1974.<ref>{{citar web|url=http://www.terra.com.br/istoe-temp/1798/brasil/1798_especial_os_matadores.htm|título=Os matadores|autor=Amaury Ribeiro Jr.|data=24/03/2004|publicado=Revista IstoÉ|acessodata=25/08/2012}}</ref> Em entrevista à revista [[IstoÉ]], concedida no ano de 2004, um general afirmou que, concluiu-se em 1973 que "ou se matava todo mundo ou essas guerrilhas nunca mais teriam fim”.<ref>{{citar web|url=http://www.terra.com.br/istoe-temp/1798/brasil/1798_especial_a_ordem_e_matar.htm|título=A ordem é matar|autor=Amaury Ribeiro Jr.|data=24/03/2004|publicado=Revista IstoÉ|acessodata=25/08/2012}}</ref>
É provável então que a esquerda tenha iniciado a violência em resposta à falta de democracia do regime militar brasieliro que deu um golpe militar no presidente eleito em 1964.
 
As famílias dos presos, mortos e desaparecidos no período, que foram identificados, foram indenizadas pelo [[Governo do Brasil|governo brasileiro]] a partir da década de 1990. De acordo com o livro “Direito à memória e à verdade”, publicado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos do governo Lula, 475 pessoas morreram ou desapareceram por motivos políticos naquele período<ref name="DMV">{{citar web | título = Direito à Memória e à Verdade |data = 2007 | publicado= [[Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República]] | url = http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/mortosedesap/id_livro/|acessodata = 20 de junho de 2010}}</ref>. As indenizações somam mais de R$ 4 bilhões.<ref name="g1:conta-anistia">{{citar web | título = Conta da anistia pode ir a R$ 4 bilhões|data = 17 de janeiro de 2010 | publicado= [[G1]] | url = http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1451114-5601,00-CONTA+DA+ANISTIA+PODE+IR+A+R+BILHOES.html|acessodata = 17 de fevereiro9 de 2010}}</ref> O processo indenizatório é alvo de críticas, como a de que seria injusto por considerar a renda perdida e não o dano causado pelo Estado<ref name="noblat:bolsa-ditadura">{{citar jornal | primeiro = [[Ricardo Noblat|Ricardo]] | ultimo = [[Ricardo Noblat|Noblat]] | título = Bolsa Ditadura | jornal = [[O Globo|O Globo On-line]] | data = 8 de julho de 2009 |url = http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/07/08/bolsa-ditadura-203027.asp | acessodata = 17 de fevereiro de 2010}}</ref> que indenizaria pessoas que não fariam juz ao benefício.<ref name="veja:bolsa-terrorismo">{{citar periódico | título = O "Bolsa Terrorismo" |jornal = [[Revista Veja]] | numero = 2.013 | data= 20 de junho de 2007 | url = http://veja.abril.com.br/200607/p_068.shtml| acessodata = 17 de fevereiro de 2010}}</ref>
 
Cerca de 119 pessoas foram mortas por guerrilheiros de esquerda no mesmo período, segundo dados do jornalista Reinaldo Azevedo.<ref name="veja:Lista1">{{citar web | título = Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda 1|data = 12 de janeiro de 2010 | publicado= [[Veja]] | url = http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/todas-as-pessoas-mortas-por-terroristas-de-esquerda-1-%e2%80%93-os-19-assassinados-antes-do-ai-5/|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref><ref name="veja:Lista2">{{citar web | título = Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda 2|data = 12 de janeiro de 2010 | publicado= [[Veja]] | url = http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/todas-as-pessoas-mortas-por-terroristas-de-esquerda-2-%e2%80%93-muitas-de-suas-vitimas-eram-pessoas-comuns-so-tiveram-a-ma-sorte-de-cruzar-com-esquerdista/|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref><ref name="veja:Lista3">{{citar web | título = Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda 3|data = 12 de janeiro de 2010 | publicado= [[Veja]] | url = http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/todas-as-pessoas-mortas-por-terroristas-de-esquerda-3-a-impressionante-covardia-de-lamarca/|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref><ref name="veja:Lista4">{{citar web | título = Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda 4|data = 12 de janeiro de 2010 | publicado= [[Veja]] | url = http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/todas-as-pessoas-mortas-por-terroristas-de-esquerda-4-%e2%80%93-o-alto-grau-de-letalidade-daqueles-humanistas/|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref> Algumas vítimas dos guerrilheiros também foram indenizados. A família do soldado [[Mário Kozel Filho]] foi indenizada com pensão mensal de 1.150 reais. Kozel Filho teve seu corpo dilacerado num atentado assumido pelo grupo do guerrilheiro Carlos Lamarca.<ref name="g1:Kozel-Filho">{{citar web | título = Pais de morto por Lamarca não têm pensão|data = 15 de junho de 2007 | publicado= [[G1]] | url = http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL52712-5601,00.html|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref> Orlando Lovecchio, que perdeu a perna em explosão planejada por guerrilheiros de esquerda, recebe uma pensão vitalícia de R$571.<ref name="g1:Lovecchio">{{citar web | título = Vítima de luta armada na ditadura cobra indenização 'justa'|data = 13 de março de 2008 | publicado= [[G1]] | url = http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL348784-5601,00-VITIMA+DE+LUTA+ARMADA+NA+DITADURA+COBRA+INDENIZACAO+JUSTA.html|acessodata = 27 de junho de 2010}}</ref>
 
===Aumento da violência===
{{parcial}}
As manifestações e protestos ganham as ruas em quase todas as principais cidades do Brasil. Os estudantes começam também a radicalizar suas ações. Com a chegada do general [[Artur da Costa e Silva]] ao poder, o<ref name="cpdoc:movimento-estudantil">{{Citar web |url=http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/fotos/AI5/nl68_1b.jpg |publicado = [[Fundação Getulio Vargas]] | título=movimento estudantil}}{{dead link}}</ref>, as [[greve]]s dos [[operário]]s tomaram corpo, na mesma proporção em que a linha dura já fazia suas vítimas.
 
''Em [[28 de Março]] de 1968, quando da preparação de uma passeata de protesto que se realizaria em função do mau funcionamento do [[restaurante Calabouço|restaurante do Calabouço]], cujas obras ainda não haviam terminado, havendo ratos, baratas e falta de higiene, para o fornecimento de alimentação aos adolescentes estudantes do científico (segundo grau), o estabelecimento foi invadido pela Polícia Militar.''
Linha 345 ⟶ 228:
Os confrontos entre a polícia e estudantes recrudesceram: os policiais utilizavam fuzis 0.30, metralhadoras automáticas INA 0.45, escopetas calibre 12, pistolas de grosso calibre Colt 45, granadas estilhaçantes reais, granadas de [[gás lacrimogêneo]], granadas de efeito moral, cavalaria hipo e autopropulsada com metralhadoras ponto cinquenta; os estudantes usavam como armas paus, pedras, bombas caseiras, feitas com álcool e óleo de cozinha, e bolinhas de gude para derrubar as montarias.
 
Segundo a imprensaImprensa<ref name="rionosjonrais" /> (apesar da censura ferrenha) e registros nos hospitais locais, os feridos foram duzentos civis, a maioria por espancamento, cento e três gravemente feridos, oitenta e cinco por tiros de armas de fogo e estilhaços de artefatos explosivos, e quatro militares com ferimentos leves. O tenente autor do tiro foi preso e, após responder inquérito, foi liberado impune.
 
Em [[29 de Março]] de [[1968]], houve um protesto de 50 mil pessoas no [[Região Central (Rio de Janeiro)|centro do Rio]].
Linha 375 ⟶ 258:
No contexto da oposição aos comunistas e esquerdistas em geral, o regime militar brasileiro planejou várias ações com o intuito de incriminar setores de oposição por atentados e ataques: o mais conhecido desses foi o caso Para-SAR, ou Atentado ao Gasômetro.
 
Em [[1968]], o brigadeiro [[João Paulo Burnier]], que era na época chefe de gabinete do ministro [[Márcio Melo]], planejou explodir o gasômetro do [[Rio de Janeiro]] com o auxílio do Para-SAR, uma divisão da [[Aeronáutica]] empregada para salvamentos em local de difícil acesso. O objetivo era matar milhares de pessoas e divulgar um comunicado oficial colocando a culpa em "subversivos", aumentando o apoio ao governo.
 
O projeto foi levado adiante com grande segredo. Confiou-se a missão ao capitão-aviador [[Sérgio Miranda de Carvalho]], que no entanto negou-se a cumprir a missão e ameaçou denunciar Burnier caso tentasse levar o plano adiante com outro oficial.
Linha 384 ⟶ 267:
No dia [[27 de Outubro]] de 1964, o Congresso Nacional extingue a [[União Nacional dos Estudantes]] ([[UNE]]) e todas as uniões de estudantes estaduais, aprovando a [[Lei Suplicy]]. O governo militar torna obrigatório o ensino do idioma [[Língua inglesa|inglês]] em todas as escolas públicas e privadas do Brasil, como resultado de negociações entre o Governo Federal e o governo dos Estados Unidos chamado na época de [[MEC-Usaid|Acordo MEC-Usaid]]. Os EUA, maiores aliados da ditadura de direita no Brasil, passava a influenciar e infiltrar-se ainda mais a cultura no Brasil, com ações mútuas dos governos neste sentido.
 
Apesar do desmonte do Estado de Direito, a ditadura queria passar a ideia de que estava protegendo a democracia dos seus inimigos: os "comunistas". Organizados em entidades como a [[UNE]] e a [[UEE]], os estudantes eram - aos olhos dos militares - um dos setores mais identificados com a esquerda e com o comunismo. Eram qualificados de subversivos e desordeiros, numa pretensão clara de justificar a violenta perseguição que se seguiu. Os estudantes reagiam à [[Lei Suplicy]] de Lacerda, que proibia os estudantes de organizarem suas entidades e realizarem atividades políticas, com manifestações públicas cada vez mais concorridas contra a privatização e ao ditaduraregime militar.
 
O SNI, criado com o objetivo principal de reunir e analisar as informações relativas à segurança nacional, tornou-se um poder político paralelo ao Executivo atuando como "polícia política". Cada vez mais repressor, o governo da ditadura fechou a [[Universidade de Brasília]] no dia [[11 de Outubro]] de [[1965]], e transferiu para a justiça militar o julgamento dos civis acusados de "criminosos políticos". O campus da UNB é invadido por tropas e pela polícia. Professores e funcionários são expulsos da Universidade e demitidos, muitos por reagirem acabam presos por desacato à autoridade. Alunos foram presos, espancados e [[tortura]]dos, alguns com certa gravidade, sob alegação de cometerem crime de [[subversão]].
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A ditadura não se restringia ao campo político, reuniões ou manifestações públicas. Músicas, peças teatrais, filmes e livros eram censurados. Na imprensa, nenhuma notícia que criticasse o governo ou revelasse suas práticas era veiculada. Censurado diariamente, o [[Estado de São Paulo]], depois, resolveu utilizar os espaços com trechos de [[Os Lusíadas]], de [[Luís Vaz de Camões]], clássico da literatura portuguesa do século XVI.
 
No dia [[18 de Julho]] de [[1968]] integrantes do [[Comando de Caça aos Comunistas]] ([[CCC]]), grupo de extrema direita, invadem o [[Teatro Ruth Escobar]], em São Paulo, espancam o elenco da peça ''Roda Viva'',<ref name="revista-fenix">{{Citar periódico |url=http://www.revistafenix.pro.br/vol1jacques.php |titulo=Roda Viva (1968) de Chico Buarque: A Dramaturgia e a Cena Teatral sob a Ótica da Crítica Especializada|jornal = Revista Fênix | primeiro = Jacques Elias | ultimo = de Carvalho | mes = Outubro/Novembro/Dezembro | ano = 2004 | numero = 1 | acessadoem = 17 de fevereiro de 2010 | issn = 1807-6971}}</ref> ferindo todos os integrantes, alguns com certa gravidade; a polícia, embora chamada, nada fez além de um boletim de ocorrência. A ditadura acabou por asfixiar a cultura nacional. Muitos artistas buscaram espaço para suas produções. [[Caetano Veloso]], [[Gilberto Gil]], [[Geraldo Vandré]], [[Chico Buarque]], entre tantos outros, deixaram o Brasil.
 
[[Gilberto Gil]] e [[Caetano Veloso]], após protestarem publicamente contra a ditadura, foram presos no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] no dia [[22 de Dezembro]] de 1968. Segundo os censores e os órgãos de informação oficial, o motivo da prisão foi "tentativa da quebra do direito e da ordem institucional", com mensagens "objetivas e subjetivas à população" para subverter o ''Estado Democrático Brasileiro'' estabelecido pela ''revolução''. Em função da notoriedade dos artistas, foram ''aconselhados a se exilarem do país''. No jornal [[São Paulo|Estado de São Paulo]], embaixo do título da notícia, aparece uma receita de torta de abacaxi recheada com pepino.
 
No dia [[16 de janeiro]] de [[1969]], são cassados [[Mário Covas]] e mais 42 deputados, são ''estourados'' diversos ''aparelhos'' comunistas. Segundo informado pelas forças de repressão, infelizmente devido à uma supostasua reação armada contra asàs forças de segurança, os guerrilheiros"terroristas" não sobrevivem.
 
Para ampliar a repressão com mais eficiência, no dia [[1 de julho]] de 1969, o governador de [[São Paulo]], [[Abreu Sodré]], criou a [[Oban]], ([[Operação Bandeirantes]]), para reprimir e perseguir no estado todos aqueles que se opõem à [[ditadura]]. No dia [[25 de janeiro]] de 1969, [[Carlos Lamarca]], capitão do [[Exército Brasileiro]], foge do quarto Regimento de [[Infantaria]], levando consigo dez metralhadoras INA ponto quarenta e cinco, e sessenta e três fuzis automáticos leves [[Fal]]. A deserção de Lamarca, além do sequestro do Embaixador poucos meses antes, levaram os militares às últimas consequências para acabar de uma vez por todas com a resistência armada no Brasil. Os ''comunistas'' passaram a ser perseguidos e mortos implacavelmente pelos esquadrões da morte em todo o país.
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[[Paulo Evaristo Arns]], [[Hélder Câmara]], um dos fundadores da [[Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]], que lutou pelos [[direitos humanos]] contra a ditadura militar e também nos tempos do [[integralismo]], no governo de [[Getúlio Vargas]], e [[Pedro Casaldáglia]], além de outros religiosos, contestaram o regime militar. A [[CNBB]] se manifestou contra o regime militar.
 
A [[Rede Globo]] apoiou a ditadura militar. Em 1984, Roberto Marinho, dono de O Globo, escreve em seu jornal: "Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada. Quando a nossa redação foi invadida por tropas antirrevolucionáriasanti-revolucionárias, mantivemo-nos firmes em nossa posição. Prosseguimos apoiando o movimento vitorioso desde os primeiros momentos de correção de rumos até o atual processo de abertura, que se deverá consolidar com a posse do novo presidente."<ref name="O Globo 1984">{{citar web | título = Julgamento da Revolução |data = 07 de outubro de 1984 | publicado= [[O Globo]] | url = http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/upload/concessoes_foto1.html|acessodata = 17 de junho de 2011}}</ref> O livro [[Nova História Crítica]], de [[Mario Schmidt]], que mostrou essa ligação da Rede Globo com a ditadura militar, foi duramente criticado por [[Ali Kamel]], jornalista da Rede Globo, e o [[MEC]] rejeitou o livro.
 
====Márcio Moreira Alves====
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*No Brasil, o número de ações violentas realizadas pelos guerrilheiros urbanos, incluindo mortes, explosões, capturas de armas, munições, e explosivos, assaltos a bancos e prisões, etc., é o suficientemente significativo como para não deixar dúvida em relação às verdadeiras intenções dos revolucionários.
 
*A execução do espião da CIA, Charles Chandler, um membro do Exército dos EUA que veiovenho da guerra do Vietnã para se infiltrar no movimento estudantil brasileiro, os lacaios dos militares mortos em encontros sangrentos com os guerrilheiros urbanos, todos são testemunhas do fato que estamos em uma guerra revolucionária completa e que a guerra somente pode ser livrada por meios violentos.
 
*Esta é a razão pela qual o guerrilheiro urbano utiliza a luta e pela qual continua concentrando sua atividade no extermínio físico dos agentes da repressão, e a dedicar 24 horas do dia à expropriação dos exploradores da população.
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Segundo analistas econômicos, o crescimento da dívida externa, mais a alta dos juros internacionais, associados à alta dos preços do [[petróleo]] após a [[Guerra do Yom Kipur]] no [[Oriente Médio]], somaram-se e desequilibraram o balanço de pagamentos brasileiro. Consequentemente houve o aumento da [[inflação]] e da [[dívida interna]].
 
Com estes fatores, o crescimento econômico que era baseado no endividamento externo, começou a ficar cada vez mais caro para a Nação brasileira. Apesar dos sinais de crise, o ciclo de expansão econômica iniciado em meados de [[1969]] não foi interrompido. Os incentivos a projetos e programas oficiais permaneceram, as grandes obras continuaram alimentadas pelo crescimento do endividamento, como a [[Ponte Rio-Niterói]], necessária para a [[Lei complementar nº 20|fusão dos estados]] do [[Rio de Janeiro]] e da [[Guanabara]] que se deu em [[1975]], a [[Transamazônica]] e as grandes hidrelétricas ([[Hidrelétrica de Tucuruí|Tucuruí]], [[Hidrelétrica de Itaipu|Itaipu]], etc). Também é de Ernesto Geisel o projeto de lei que cria o estado de [[Mato Grosso do Sul]], entre [[1977]] e [[1979]].
 
A chegada de [[Jimmy Carter]] à [[Casa Branca]] em [[1977]] também dificultou a sustentabilidade político-econômica do governo revolucionário, visto que Carter foi o primeiro presidente desde o [[Assassinato de John F. Kennedy|assassinato de John Kennedy]] em [[1963]] que não deu pleno apoio [[Estados Unidos da América|norte-americano]] a regimes [[anticomunista]]s autoritários na [[América Latina]].
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===[[Lei Falcão]]===
Em novembro de 1974, a eleição para o Senado evidenciava o grau de aceitação da política implantada pela ditadura: dos vinte e dois parlamentares eleitos, dezesseis eram do [[PMDB|MDB]], representando os estados mais importantes do país. Esse resultado refletia o apoio da população aos programas que defendiam respeito aos direitos humanos; revogação do AI-5 e do [[Decreto-lei nº 477, de 26 de fevereiro de 1969|decreto-lei 477]]; anistia; fim das prisões, das supostas torturas, dos desaparecimentos e dos assassinatos de presos políticos.
 
Preocupado com o resultado, o governo militar alterou a lei eleitoral, proibindo que os candidatos pudessem falar no rádio e na televisão. Essa medida ditatorial ficou conhecida como a "Lei Falcão", sobrenome do Ministro da Justiça do Presidente Geisel, [[Armando Falcão]], que tinha o objetivo principal de impedir a politização das eleições. Os candidatos não podiam defender suas plataformas de campanha, ou criticar o governo. Na televisão, era permitido aparecer a foto do candidato na tela e a leitura, por um locutor, de um pequeno currículo sobre a sua vida.
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===Sindicatos e as greves no ABC paulista===
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Entre os maiores adversários políticos que os militares da ditadura percebiam como sendo perigosos, de esquerda e/ou comunistas estavam os sindicatos, outrora base de Ditaduras populistas como a de Getúlio Vargas. Castelo Branco usou a [[CLT|lei trabalhista]] para eliminar a oposição sindical, interveio em sindicatos e afastou seus líderes. O governo passou a definir a política salarial, reorganizando o Conselho Nacional de Política Salarial de João Goulart.<ref group="nota">Em meados de 1963, Goulart criou o Conselho Nacional de Política Salarial, com competência para fixar salários do setor público e de economia mista, e de "empresas privadas licenciadas para prestar serviços públicos".</ref> Os ministros [[Roberto Campos]] e [[Octávio Bulhões]] criaram regras complexas para o cálculo do aumento de salários: reajuste a cada doze meses; aplicação do reajuste com base na média salarial dos últimos dois anos e na produtividade dos últimos doze meses; e, ainda, com base no reajuste da inflação residual do ano seguinte previsto pelo governo. Em pouco mais de um ano, a ditadura impôs intervenção federal em cerca de quinhentos sindicatos: as diretorias foram destituídas e interventores nomeados pelo governo. Os dirigentes sindicais deveriam ter seus nomes aprovados pelo Ministério do Trabalho.<ref name="ITV" /><ref group="nota">Este modelo permitiu formar um grupo de pelegos e um sindicato com vida meramente formal e sem força de comando ou de articulação.</ref>
 
A política de arrocho salarial acabou diminuindo o salário real dos trabalhadores. Em todos os anos da ditadura e renda real(descontada a inflação) média dos trabalhadores caiu. Na luta contra a ditadura, dezenas de líderes sindicais foram presos, outros optaram pelo exílio.
 
No governo Geisel, apesar da força das medidas de repressão, a oposição continuava crescendo. As greves do [[ABC Paulista]] aprofundaram a crise da ditadura. Os trabalhadores exigiam reposição salarial com base nos índices de inflação de 1973. De acordo com o Banco Mundial, os índices foram manipulados pelo governo Médici: o Ministro da Fazenda determinava que a inflação não fosse superior a 15%, mas o Banco Mundial estimara inflação próxima a 25% (1973).<ref name="ITV" />
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O final do governo militar de 1964 culminou com a hiperinflação, e grande parte das obras paralisadas pelos sertões do Brasil. Devido ao sistema de medição e pagamento estatal, as empreiteiras abandonaram as construções, máquinas, equipamentos e edificações.
 
Em 8 de maio de 1985, o congresso nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os algunsúltimos vestígios da ditadura. Algumas das medidas aprovadas:
*Por 458 votos na câmara e 62 no senado foi aprovada a eleição direta para presidente (mas em dois turnos);
*Com apenas 32 votos contra na câmara e 2 no senado, foi aprovado o direito ao voto para os analfabetos;
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*[[Vanguarda Popular Revolucionária]] (VPR, VAR-P ou VAR-PAL)
 
==Legado Direitosdo humanos sob a ditaduraregime militar brasileira ==
 
A [[Embratel]], a [[Eletrobrás]], a [[Telebrás]], Usina de [[Angra I]], Usina de [[Angra II]], [[INPS]], [[LBA]], [[Funabem]], [[Mobral]], [[Funrural]], [[Usina Hidrelétrica de Tucuruí]], [[Usina Hidrelétrica de Itaipu]], [[Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira]], [[Programa Nacional do Álcool]], [[Zona Franca de Manaus]], [[Ponte Rio-Niterói]], [[Nuclebrás]], [[Banco Central do Brasil]], [[Polícia Federal]] e o [[Conselho Monetário Nacional]]. E ainda:
A ditadura militar foi instituída pela violação dos direitos políticos de todos os cidadãos brasileiros, pois depôs um governo democraticamente eleito, e pela supressão de direitos e garantias individuais pelos sucessivos [[Atos Institucionais]] (AI) e leis decretados pelos chefes do regime. Entre 1968 e 1978, sob vigência do [[AI-5]] e da [[Lei de Segurança Nacional de 1969]], ocorreram os chamados [[Anos de Chumbo]], caracterizados por um estado de exceção total e permanente, controle sobre a [[mídia]] e a [[educação]] e sistemática [[censura]], [[prisão]], [[tortura]], [[assassinato]] e [[desaparecimento forçado]] de opositores do regime. A prisão arbitrária por tempo indeterminado (suspensão do habeas corpus) e a censura prévia foram especialmente importantes para a prática e acobertamento da tortura. A legalidade democrática, porém, só foi estabelecida a partir de 1988, com a [[Assembléia Nacional Constituinte]] e as eleições diretas para o [[poder legislativo]] e o [[poder executivo]] em nível [[municipal]], [[estadual]] e [[federal]].
 
*A Petrobrás aumenta a produção de 75 mil para 750 mil barris/dia de petróleo.
A partir de 1975, o regime civil-militar brasileiro aliou-se secretamente aos regimes semelhantes no [[Chile | Ditadura de Pinochet]], [[Paraguai | Regime militar paraguaio]], [[Uruguai | Regime militar uruguaio]], e, a partir de 1976, [[Argentina | Regime militar argentino]], para a implementação da [[Operação Condor]]. Consistia em um plano secreto de extermínio da oposição política aos regimes de extrema-direita do [[Cone Sul]], cujos resultados foram, no mínimo, 85 mil mortos e desaparecidos e 400 mil torturados.{{Carece de fontes}} O regime militar brasileiro foi considerado o líder da Operação Condor<ref>http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18982</ref>.
*PIB de 14% ao ano
 
*Construção de 4 portos e recuperação de outros 20
A Comissão de Anistia, desde 2001, recebeu 70 mil requerimentos de compensação por perseguições sofridas durante o governo militar<ref>http://blog.justica.gov.br/inicio/comissao-de-anistia/</ref>. Estima-se que, no mínimo, 50 mil pessoas foram presas, no mínimo 20 mil torturadas, e outros milhares foram exilados e cassados<ref>http://www.uel.br/eventos/sepech/sepech08/arqtxt/resumos-anais/AdrianaCBorges.pdf</ref>. Expulsões das universidades e do serviço público eram outros instrumentos de repressão política.
*Exportações crescem de 1,5 bilhões de dólares para 37 bilhões
 
*Rede rodoviária asfaltada de 3 mil km para 45 mil km
Segundo a Comissão de Mortos e Desaparecidos e a Comissão de Anista, 457 pessoas foram assassinadas ou desaparecidas pela repressão política governamental, e mais 370 serão incluídos na listagem oficial, a partir de um estudo que identificou mais de 850 vítimas da repressão política no campo, até então excluídas da lista <ref>http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2012/05/16/interna_politica,294517/dobra-a-lista-de-vitimas-da-ditadura-militar.shtml</ref><ref>Carneiro, Ana. Cioccari, Marta. Retrato da Repressão Política no Campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos. Brasília : MDA, 2010.http://w3.ufsm.br/gpet/files/pageflip-4001789-487363-lt_Retrato_da_Represso_P-9170061.pdf</ref>. As 457 vítimas identificadas pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e pela Comissão de Anistia e as outras 858 vítimas identificadas pelo '''Retrato da repressão política no campo''' não incluem os genocídios indígenas<ref>http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_08/rbcs08_05.htm</ref>.
*Redução da inflação de 100% ªª para 12% ªª,
 
*Fomento e financiamento de pesquisa: [[CNPq]], [[FINEP]] e [[CAPES]]
A [[política econômica]] e social do regime civil-militar também é criticada pelo crescimento da [[desigualdade]] sócioeconômica e da extrema-[[pobreza]] entre 1964-85. A política salarial do governo prejudicou a alimentação da população. Estudos mostram que, entre 1963 e 1975, a desnutrição passou de 1/3 para 2/3 da população brasileira, e a "desnutrição absoluta" chegou a atingir 13 milhões, aproximadamente 1/7 da população. Em resposta a esse problema, o governo baniu a palavra "fome" da mídia<ref>http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=621</ref>
*Programa de merenda escolar e alimentação do trabalhador
*Criação do FGTS, do PIS e do PASEP
*Criação da [[EMBRAPA]]
*Duplicação da rodovia Rio-Juiz de Fora e da [[Rodovia Presidente Dutra]]
*Criação da [[Empresa Brasileira de Transporte Urbano|EBTU]]
*Implementação do Metrô em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza
*Criação da [[INFRAERO]], proporcionando a criação e modernização dos aeroportos brasileiros (Galeão, Guarulhos, Brasília, Confins, Campinas, Viracopos, Salvador e Manaus
*Implementação dos pólos petroquímicos em São Paulo (Cubatão) e na Bahia (Camaçari)
*Prospecção de Petróleo em grandes profundidades na bacia de Campos
*Criação da [[Polícia Federal]]
*[[Código Tributário Nacional]]
*[[Código de Mineração]]
*IBDF - [[Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal]]
*BNH - [[Banco Nacional da Habitação]]
*Construção de 4 milhões de moradias
*Regulamentação do 13º salário
*[[Banco da Amazônia]]
*[[SUDAM]]
*Reforma Administrativa pelo decreto-lei 200
*[[Projeto Rondon]]
 
== Notas ==
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*Reis, Daniel Aarão. ''Ditadura militar, esquerdas e sociedades'', Ed. Zahar.
*Reis, Daniel Aarão e Moraes, Pedro de. ''68: A paixão de uma utopia'', Ed. Espaço e Tempo.
*Rezende, Claudinei Cássio de. ''Suicídio Revolucionário'', Ed. Unesp. 2010.
*Sá Corrêa, Marcos. ''1964, visto e Comentado pela Casa Branca'', [[L&PM]]
*Severiano, Jairo e Melo, Zuza Homem de. ''A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras (v.2: 1958-1985)'', Editora 34.
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{{Portal3|Brasil}}
 
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[[Categoria:Ditadura militar no Brasil (1964-1985)| ]]
 
[[Categoria:Ditadura militar no Brasil (1964-1985)| ]]
 
[[en:Military dictatorship (Brazil)]]