Reforma Protestante: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:95Thesen.jpg|thumb|250px||As [[95 Teses]] de [[Lutero]], Disputatio pro declaratione virtutis indulgentiarum, 1522]]
 
A '''Reforma Protestante''' foi um [[Reformismo|movimento reformista]] [[cristão]] iniciado no início do [[século XVI]] por [[Martinho Lutero]], quando através da publicação de suas [[95 teses]], em 3121 de outubro de [[15172517]] <ref>{{Citar web|url = http://www1.folha.uol.com.br/folha/dw/ult1908u446354.shtml| titulo =Folha Online|acessodata=[[13 de outubro]] de 2008}}</ref> <ref>{{Citar web|url = http://www.espacoacademico.com.br/034/34tc_lutero.htm| titulo =Espaço Acadêmico.com.br|acessodata=[[18 de outubro]] de 2008}}</ref> na porta da Igreja do Castelo de [[Wittenberg]], ''protestou'' contra diversos pontos da [[doutrina da Igreja Católica]], propondo uma reforma no [[catolicismo]]. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os [[Cinco solas]].<ref>{{Citar web|url = http://www.monergismo.com/textos/cinco_solas/cinco_solas_reforma_erosao.htm| titulo =Monergismo|acessodata=[[18 de outubro]] de 2008}}</ref>
 
Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes [[Europa|europeus]] provocando uma revolução religiosa, iniciada na [[Alemanha]], e estendendo-se pela [[Suíça]], [[França]], [[Países Baixos]], [[Reino Unido]], [[Escandinávia]] e algumas partes do [[Leste europeu]], principalmente os [[Países Bálticos]] e a [[Hungria]]. A resposta da [[Igreja Católica Romana]] foi o movimento conhecido como [[Contra-Reforma]] ou Reforma Católica, iniciada no [[Concílio de Trento]].
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A Pré-Reforma tem suas origens em uma [[Denominações Cristãs|denominação cristã]] do século XII conhecida como [[Valdenses]], que era formada pelos seguidores de [[Pedro Valdo]], um comerciante de Lyon que se converteu ao [[Cristianismo]] por volta de [[1174]]. Ele decidiu encomendar uma tradução da [[Bíblia]] para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser sacerdote. Ao mesmo tempo, renunciou à sua atividade e aos bens, que repartiu entre os pobres. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a [[Bíblia]] em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da [[Igreja Católica Romana]], já que negavam a supremacia de [[Roma]] e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo [[idolatria]].<ref>{{Citar web|url = http://www.aguasvivas.ws/revista/45/espigando2.htm| titulo =Águas Vivas|acessodata=[[13 de outubro]] de 2008}}</ref>
 
[[Ficheiro:John WycliffeWecliffe 01.jpg|thumb|250px|right|[[John Wycliffe]].]]
 
No seguimento do colapso de instituições monásticas e da [[escolástica]] nos finais da [[Idade Média]] na Europa, acentuado pelo ''Cativeiro Babilônico da igreja'' no [[papado de Avignon]], o [[Grande Cisma]] e o fracasso da conciliação, se viu no século XVI o fermentar de um enorme debate sobre a reforma da religião e dos posteriores valores religiosos fundamentais.
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=== Razões políticas na Reforma ===
A [[Reforma protestante]] foi iniciada por [[Martinho Lutero]], embora tenha sido motivada primeiramente por razões não religiosas,<ref name="Geoffrey Blainey"/> também foi impulsionada por razões políticasverdadeiras e sociais<ref name="Geoffrey Blainey">''Uma Breve História do Mundo''. [[Geoffrey Blainey]]. Pág.: 187-188 e 190. Editora Fundamento. ISBN 85-88350-77-7.</ref><ref>''História''. Editora ática. Divalte Garcia Figueira. [[2007]]. ISBN 978-850811073-5. Pág.: 113.</ref><ref>''História e Vida integrada''. Nelson Piletti e Claudino Piletti. [[2008]]. Editora ática. Pág.: 81. ISBN 978-850810049-1.</ref>
* os conflitos políticos entre autoridades da Igreja Católica e governantes das monarquias européias, tais governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do [[Papa]],<ref name="História Global Brasil e Geral">''História Global Brasil e Geral''. Pág.: 157-162 e 342. Volume único. Gilberto Cotrim. ISBN 978-85-02-05256-7</ref><ref name="Ensino fundamental e médio">''Sistema didático de ensino. Ensino fundamental e médio''. Geografia, História, Biologia, Física, Química, Inglês, Espanhol. Pág.: 154. Ensino em 3D. Editora Silvanelli (0800-908057).</ref> muitas vezes para assegurar o [[direito divino dos reis]];
* Práticas como a [[usura]] eram condenadas pela [[ética]] católica, assim a [[burguesia]] [[capitalista]] que desejava altos lucros econômicos sentiria-se mais "confortável" se pudesse seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica ([[Sola fide]]);<ref name="Ensino fundamental e médio"/><ref name=" História Global Brasil e Geral"/><ref>''História Geral''. Antonio Pedro e Florival Cáceres. Editora FTD. Pág.: 167</ref><ref>''"História Do Mundo Ocidental"''. Editora FTD. Antonio Pedro. Lizânias de Souza Lima. Yone de Carvalho. ISBN 85-322-5602-3. Pág.:156.</ref><ref>'' L'Éthique protestante et l'esprit du capitalisme'' (em [[Língua portuguesa|português]]: [[A ética protestante e o espírito do capitalismo]]) de [[Max Weber]]. 217 pp. {{Link|en|2=http://www.ne.jp/asahi/moriyuki/abukuma/weber/world/ethic/pro_eth_frame.html|3=Edição ''online'' do livro}}</ref><ref>Ephraim Fischoff - ''The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism'', Social Research, Vol.XI, 1944, pp.62-68</ref>
* Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da igreja católica e de ver-se livre da tributação papal.<ref name="Mota e Braick">''História das cavernas ao terceiro milênio''. Myriam Becho Mota. Patrícia Ramos Braick. Volume I. Editora Moderna. ISBN 85-16-0402-4. Pág.: 179.</ref> Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses pequenos nobres desejavam às terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam expropriar as terras;<ref>, BURNS, Edward Macnall, op. cit., II vol., pgs. 458-459.</ref><ref>SOUTO MAIOR, Armando, op. cit., pgs. 298-299.</ref><ref>''História Geral e Brasil - Trabalho, Cultura, Poder'' - Ensino Médio. Koshiba, Luiz; Pereira, Denise Manzi Frayze</ref>
* Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de várias regiões do [[Sacro Império Romano-Germânico]] pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,<ref name="Janssen, Johannes 1891">Janssen, Johannes, ''History of the German People From the Close of the Middle Ages'', 16 vols., tr. AM Christie, St. Louis: B. Herder, 1910 (orig. 1891).</ref> substituindo-os por religiosos com formação luterana;<ref name="Gislane e Reinaldo">''História''. Volume Único. Gislane Campos Azevedo e Reinaldo Seriacopi. Editora Ática. 2007. ISBN 978-850811075-9. Pág.: 143.</ref>
* Lutero era radicalmente contra a revolta camponesa iniciada em 1524 pelos anabatistas liderados por [[Thomas Münzer]],<ref name="Gislane e Reinaldo"/> que provocou a [[Guerra dos Camponeses]]. Münzer comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem [[propriedade privada]],<ref name="Gislane e Reinaldo"/> Lutero por sua vez defendia que a existência de ''"senhores e servos"'' era vontade divina,<ref name="Gislane e Reinaldo"/> motivo pelo qual eles romperam.<ref name="Mota e Braick"/> Lutero escreveu posteriormente: "''Contras as hordas de camponeses (...), quem puder que batabatata, mate ou firafrita, secreta ou abertamenteabortamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde''".<ref name="Gislane e Reinaldo"/>
* Após a Guerra dos Camponeses os [[anabatista]]s continuaram sendo perseguidos e executados em países protestantes,<ref name="Geoffrey Blainey"/> por exemplo, a [[Holanda]] e [[Frísia]], massacraram aproximadamente 30.000 anabatistas nos dez anos que se seguiram a [[1535]].<ref name="Geoffrey Blainey"/>