Transtorno de pânico: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
bot: revertidas edições de Carlosnagaoka ( modificação suspeita : -88), para a edição 33339413 de Junius
Linha 69:
 
Em adição, pessoas com transtorno do pânico podem precisar de tratamento para outros problemas emocionais. A [[depressão nervosa|depressão]] geralmente está associada ao transtorno do pânico, assim como pode haver [[alcoolismo]] e uso de outras [[droga]]s. Pesquisas sugerem que tentativas de [[suicídio]] são mais freqüentes em indivíduos com transtorno do pânico, embora tais pesquisas ainda sejam bastante controversas.
 
Aconselhando pessoas com ataque de pânico
 
Robert Smith
 
Dr. Daniel Wickert, médico cristão que fez uma extensa pesquisa na área de ataques de pânico, mostrou em seu artigo Pânico, Genes e Farmacoterapia que não há evidência conclusiva na medicina de que tais ataques tenham base orgânica ou sejam herdados geneticamente. Seus comentários nos ajudam abrindo o caminho para uma discussão sobre a resposta de Deus para aqueles que vivem a condição atualmente identificada como “transtorno do pânico”.
Nos encontros iniciais, é especialmente importante que o conselheiro ofereça esperança bíblica. É comum que os aconselhados descrevam esses episódios como “Fiquei aterrorizado” “Fiquei paralisado de medo” “Eu estava fora de controle” ou “Não podia fazer nada”. Como resultado, muitos concluem que não há esperança para eles, que qualquer mudança é apenas ilusória e, muito provavelmente, inatingível.
Situações como essas são oportunidades maravilhosas para ministrar as Escrituras que falam do “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação. É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação” (2 Co 1.3,4). Além de ouvir as verdades bíblicas que dão esperança, os aconselhados podem também se beneficiar dos testemunhos escritos ou gravados de outros irmãos ou irmãs em Cristo que superaram o mesmo problema com a ajuda de Deus e Sua Palavra.
O conselheiro pode dar esperança ensinando também que a frase “ataque de pânico” é um termo relativamente novo para uma condição que não é causada por alguma doença do corpo. Trata-se apenas uma descrição de sintomas. O uso do termo “ataque de pânico” pode levar a algumas conclusões erradas. O aconselhado pode pensar que se trata de um problema médico, que precisa ser tratado com remédios. Também faz com que o ataque pareça ser alguma coisa que “sobrevém” à pessoa sem que possa ser por ela controlado. A Bíblia chama esses sintomas de “medo” e “ansiedade”. Usar uma terminologia bíblica dá esperança e permite ao aconselhado procurar e receber ajuda para encontrar respostas bíblicas.
Como os conselheiros bíblicos trabalham no contexto de uma igreja local, eles podem ajudar o aconselhado a ganhar esperança envolvendo-o com outras pessoas dentro do corpo de Cristo que possam orar por ele e com ele, que possam ajudá-lo a cumprir tarefas práticas e encorajá-lo a caminhar no processo do aconselhamento. Sem dúvida, para ter esperança é preciso que o aconselhado seja salvo. Faz-se necessário verificar seu relacionamento com Deus mediante Cristo na fase inicial do aconselhamento. A combinação dessas fontes de esperança promove o contexto ideal no qual o aconselhado será capaz de combater seu medo e ansiedade com a verdade bíblica.
Em seguida, como em todos os casos de aconselhamento, deve haver muita coleta de dados. O conselheiro deve descobrir quando a pessoa fica amedrontada e ansiosa. Para isso, ele pode solicitar que o aconselhado registre todas as vezes que passa pela experiência de pânico e responda quatro perguntas:
l. O que desencadeou o episódio?
2. O que você pensou?
3. O que você fez?
4. O que você queria ou desejava?
Depois que essas informações forem colhidas, é hora de ajudar o aconselhado a comparar seus hábitos mentais com as verdades bíblicas. Quase sempre, muitos padrões errados de pensamento aparecem. Por exemplo, o aconselhado pode ter pensamentos como:
- “Eu sei que vou bater o carro.”
- “Não vou sair de casa porque não tem nada pior do que ficar envergonhado.”
- “Não suporto a idéia de morrer.”
- “Eu sei que meu filho vai se machucar.”
É possível que o aconselhado não veja nada de errado em tais pensamentos nem perceba sua ligação com os “ataques de pânico”.
Como o conselheiro bíblico ouviu com cuidado o aconselhado, ele pode agora ajudá-lo a avaliar biblicamente seus pensamentos habituais e chegar a algumas conclusões.
Primeiro, pensamentos como esses são mentiras e não estão de acordo com passagens bíblicas como Filipenses 4.8 “tudo que é verdadeiro, tudo que é puro...seja isso que ocupe o vosso pensamento.” Segundo, esses pensamentos são egoístas. 1 João 4.18, uma passagem importante para aqueles que têm medo e ansiedade, afirma que “o amor lança fora o medo”. O medo coloca o foco no “eu” enquanto o amor centraliza-se em servir a Cristo e aos outros.
Em geral, as pessoas que apresentam ataques de pânico não controlam seus pensamentos com a verdade bíblica. Elas precisam confessar essa “mordomia deficiente da mente” como pecado, pedindo a Deus que as ajude enquanto procuram mudar nessa área tão importante.
A essa altura, o aconselhamento atinge uma fase crítica. O aconselhado agora tem esperança, aceitou a responsabilidade pessoal pelo problema e até mesmo confessou pensamentos errados e os reconheceu como pecado. Agora ele precisa de respostas bíblicas sólidas para a pergunta: “Como posso mudar?” Muitos aconselhados têm um entendimento deficiente da doutrina da santificação progressiva. Se o conselheiro ministrar a Palavra de Deus sabiamente, ele não somente ajudará seu aconselhado a superar os “ataques de pânico”, mas também a estabelecer um hábito de busca pela mudança e crescimento bíblicos em outras áreas da sua vida também.
O conselheiro pode agora escolher uma entre várias direções bíblicas. Uma abordagem bastante usada e sempre proveitosa seria ensinar o aconselhado o princípio do “despojar-se e revestir-se” de Efésios 4:22-24. O gráfico ilustra como esta verdade pode ser implementada.
 
ÁREA DE MUDANÇA DESPOJAR-SE REVESTIR-SE
Respostas erradas diante de situações que despertam medo O que penso
Sei que se dirigir um carro irei me envolver em um acidente.
O que quero
Devo estar seguro (dentro da minha definição de segurança)
O que faço
Não vou dirigir um carro. O que penso
Eu não conheço o futuro, mas o Pai de amor o conhece.
O que quero
Quero agradar a Deus acima de qualquer outra coisa.
O que faço
Vou voltar a dirigir um carro para poder servir melhor a Deus.
 
Outra ferramenta útil no processo de aconselhamento pode ser o livro In the Arena of the Mind, de John Vandergrift (Ask, Seek, and Knock Publishing, Howell, NJ), que trata de assuntos como controle do pensamento, egoísmo, preocupação e medo.
Para ajudar no processo de adquirir novos hábitos, o conselheiro pode pedir ao aconselhado para fazer alguns cartões com “pensamentos a cultivar”, nos quais escreverá versículos bíblicos, uma lista de bênçãos concedidas por Deus ou outras verdades apropriadas. Os cartões devem estar sempre à mão para que quando o medo chegar, o aconselhado possa conscientemente escolher “substituir” os pensamentos pecaminosos por pensamentos que agradam a Deus.
Com freqüência, é também necessário ajudar o aconselhado a lidar com os desejos do coração. O “paradigma do pecado” em Tiago 1:14-15 ensina que os desejos do homem (cobiça) podem enganá-lo e seduzi-lo a praticar atos pecaminosos. A analogia que Tiago faz aplica-se perfeitamente àqueles que lutam com o medo e o pânico. O aconselhado precisa ser ajudado a considerar quais desejos o motivam a pensar e a se comportar de determinada maneira nas situações que resultam em pânico. É bem possível que ele descubra que o desejo inicial não é intrinsecamente errado (por exemplo, “Eu quero evitar ferimentos”), mas se torna errado quando ele permite que tal desejo tome conta do seu coração e tenha prioridade sobre o alvo de agradar a Deus.
Geralmente esses ídolos que dominam a vida do aconselhado tomam a forma de “Eu necessito...” ou “Eu tenho que...”. Uma vez que os ídolos são expostos, não é raro que o aconselhado perceba que em muitas outras áreas da sua vida ele também os está “adorando”. Ao lidar com seus desejos pela perspectiva bíblica, é provável que o aconselhado veja mudanças em uma variedade de áreas da sua vida, aparentemente pouco relacionadas ao problema inicial com pânico.
Finalmente, é essencial que o conselheiro dê várias tarefas para que o aconselhado seja responsável pela mudança. Cada semana a pessoa deve ser indagada sobre as circunstâncias e lutas que enfrentou e como escolheu conscientemente implementar a verdade bíblica que aprendeu. O conselheiro e o aconselhado podem aproveitar a oportunidade para louvarem juntos ao Senhor por sua graça e verdade.
Que Deus possa nos abençoar enquanto procuramos ajudar Seu povo a lidar com o pânico e o medo de maneira que agrade e engrandeça a Ele.
 
1 Tradução e adaptação de “Counseling People with Panic Attacks”, publicado em The Biblical Counselor, Março, 1994
Robert Smith é médico e atua no ministério de aconselhamento na Faith Baptist Church em Lafayette, Indiana.
2 “Panic, Genes, and Drugs”, publicado em The Biblical Counselor, Janeiro, 1994
 
=={{Ver também}}==