Novo Cinema: diferenças entre revisões

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* [[1964]] [[Fernando Lopes]] – ''[[Belarmino]]'', longa-metragem
* [[1973]] [[Manuel Costa e Silva]] – ''[[Festa, Trabalho e Pão]] em Grijó da Parada'', curta-metragem
* [[1974]] [[António Reis]] e [[Margarida Cordeiro]] – ''[[Jaime (filme)]]'', curta-metragem
* [[1975]] [[Ricardo Costa]] – ''[[Avieiros]]'', longa-metragem
* [[1976]] [[Noémia Delgado]] – ''[[Máscaras]]'', longa-metragem
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A querela ganha corpo nos anos que hão-de vir e, mantendo-se irredutível, dará origem, mais de uma década depois, a duas associações rivais de realizadores, que só se manifestam quando o rei faz anos, quando alguma ameaça aperta. A divergência não deriva apenas de questões teóricas ou de princípio, mas em boa parte de questões de ordem ética que têm a ver com os métodos que determinam, mediante a decisão de júris nomeados por instituições do Estado, a atribuição de subsídios à produção de filmes.
 
A contenda só relativamente afecta o documentário, visto estar contaminada por pressupostos de ordem política e ideológica. O cinema militante, excluído do debate teórico, pouco sensível aos problemas de expressão (é puro [[cinema directo]]) tende a ser avaliado em função da ideologia a que se vincula, em função da corrente partidária que o inspira. O filme antropológico (ver [[antropologia visual]]), aquele que vê o homem em sentido lato e não restrito (o operário ou o camponês) mantém-se intocável, apostado que está em ver as coisas fora da dialéctica da luta de classes ([[Manoel de Oliveira]], que não sendo um afiliado do novo cinema não deixa de o ser, [[António Campos]], [[António Reis]] e [[Margarida Cordeiro]], [[Ricardo Costa]], entre outros).
 
Na ficção, na frente de combate vanguardista, pura e dura, alinham Alberto Seixas Santos, João César Monteiro, Paulo Rocha, António Reis. Na vanguarda ''impura'' alinham António Pedro Vasconcelos, José Fonseca e Costa, [[António de Macedo]], [[António da Cunha Telles]], [[Fernando Lopes]]. A década de setenta trará novos afiliados. As influências do movimento mantêm-se nos anos seguintes.
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* [[1975]] – ''[[A Procissão dos Bêbados]]'' de [[Luís Galvão Teles]]
* 1976 – ''[[Máscaras]]'' de [[Noémia Delgado]]
* 1976 – ''[[Trás-os-Montes (filme)]]'', [[docuficção]] de [[António Reis]] e [[Margarida Cordeiro]]
* [[1977]] – ''[[Argozelo (filme)]]'' de [[Fernando Matos Silva]]
* 1977 – ''[[Gente do Norte]]'' de [[Leonel Brito]]
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Caracteriza-se a década de oitenta pelo abandono da prática do documentário por alguns dos seus ilustres representantes, que tentam explorar o tema antropológico pelo lado da ficção. [[Ricardo Costa]], que, mantendo-se activo no documentário antropológico e realizando a sua segunda [[docuficção]], filma uma estranha [[ficção]] e um longo documentário histócico, que serão manchete nos jornais: ''[[Verde por Fora, Vermelho por Dentro]]'' ([[1980]]) e ''[[O Nosso Futebol]]'' ([[1985]]).
 
[[Trás-os-Montes|Trás-os-Montes e Alto Douro]], universo mítico, torna-se referência no cinema da identidade nacional, num retrato seco. Todos os personagens que lá se vêem têm traços dos rostos de [[Miguel Torga]], por certo o rosto dos nossos avós. ''[[Rosa de Areia]]'' ([[1989]]) e ''[[Ana (filme)]]'' ([[1984]]), de [[António Reis]] e [[Margarida Cordeiro]] tentam, em tons expressionistas, acentuar certos desses traços, revelar esse mesmo rosto, ficcionando, tal como Torga o fez escrevendo. Paisagens míticas como essa, em Portugal, só as do [[Alentejo]]: as planuras invocadas no cântico de uma Verónica em transe, as terras secas, ardentes, que se vêem em ''[[O Pão e o Vinho]]'', a segunda docuficção de (Ricardo Costa - [[1981]]), um filme sobre a Paixão. Terras que perderam o maravilhoso que tinham porque os seus agentes se foram: os homens.
 
Ressente-se disso também a ficção. Os cenários tornam-se urbanos, o português está na cidade. Há outra gente que interessa agora mostrar, há temas mais sedutores. O mercado de exibição está submetido ao domínio americano, complicam-se as possibilidades de exibição de filmes independentes. Certos, os da velha guarda do Novo Cinema, renunciando ao diktat da inovação, tentam outros caminhos. Esmorece o documentário independente. À RTP interessa-lhe agora outras coisas. Espraia-se a vaga.
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Como tinha força, porém, no refluxo forma-se a onda de uma nova geração, na década de noventa. O grupo é em grande parte constituído por ex-alunos da escola oficial de cinema [[Escola Superior de Teatro e Cinema]]. A nova geração traz consigo novidades: novidades cultivadas pelo trabalho do professor [[Alberto Seixas Santos]], fã de [[Jean-Luc Godard]] e de [http://en.wikipedia.org/wiki/Jean-Marie_Straub Jean-Marie Straub] (en - Wiki).
 
== {{Ver também}} ==
* [[Cinema de Portugal]] (ver ''anos 60 e 70'')
* [[Centro Português de Cinema]]
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* O Novo Cinema e o [http://d1113048.dotsterhost.com/paulo-cunha_museu-da-imagem-e-do-som.pdf Museu da Imagem e do Som] texto de Paulo Cunha ([[PDF]])
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{Link||2=http://www.rizoma.net/interna.php?id=219&secao=camera |3=O Cinema Militante de Godard |4=- artigo de Moacy Cirne}}
* {{Link||2=http://www.bocc.ubi.pt/pag/monteiro-filipe-margem-novo-cinema.pdf |3=Uma margem no centro:a arte e o poder do ''novo cinema'' |4=- artigo de Paulo Filipe Monteiro ([[PDF]])}}