História da Federação Russa: diferenças entre revisões

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{{História da Rússia}}
A '''História da Federação Russa''' inicia-se com a sua independência após a [[dissolução da União Soviética]] em dezembro de [[1991]]. A [[Rússia]] era a maior das 15 repúblicas que formavam a [[União Soviética]], acumulava mais de 60% do [[PIB]] e mais da metade da população. Os [[russo]]s dominaram o [[Exército Vermelho|exército soviético]] e o [[PCUS|Partido Comunista]]. Assim, a Rússia foi amplamente aceita como o [[Sucessão de Estados|estado sucessor]] da ex-URSS nos assuntos diplomáticos e torno-se membro permanente do [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]].
 
Apesar dessa aceitação, a '''Rússia pós-soviética''' carecia do poder militar, político e econômico da URSS. A Rússia conseguiu fazer com que as ex-repúblicas soviéticas entregassem voluntariamente as armas nucleares, concentrando-as assim sob o comando da força aérea ainda ativa, mas a maioria do [[Forças Armadas da Rússia|exército e marinha russa]] foram imersas na confusão em 1991. Antes da dissolução formal da União Soviética, [[Boris Yeltsin]] é eleito [[presidente da Rússia]] em Junho de 1991 na primeira eleição direta presidencial na história russa. Em outubro de 1991, quando a Rússia estava à beira da independência, Yeltsin anunciou que o país iria avançar com uma reforma radical rumo a uma [[economia de mercado]] ao longo das linhas do "''big bang''" polaco, também conhecido como ''[[Terapia de choque (economia)|terapia de choque]]''.
 
Hoje, a Rússia ainda tem um pouco da cultura política e estrutura social de seu passado soviético.
 
== O desmantelamento do comunismo ==
=== Terapia de choque ===
[[FicheiroImagem:Boris Yeltsin 1993.jpg|thumb|150px|[[Boris Yeltsin]]]]
A conversão da maior economia do mundo controlada por um Estado em uma [[economia de mercado]] foi extremamente difícil, independentemente das políticas escolhidas. As políticas escolhidas para essa transição foram estabilização, liberalização e [[privatização]]. Essas políticas foram baseadas no programa [[neoliberal]] do "[[Consenso de Washington]]", do [[FMI]], do [[Banco Mundial]] e do [[Departamento do Tesouro dos Estados Unidos]].
 
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=== Depressão econômica e decadência social ===
[[ImageImagem:Russian economy since fall of Soviet Union.PNG|thumb|leftesquerda|Economia russa desde a queda da União Soviética]]
A economia russa afundou em uma profunda depressão em meados dos [[anos 1990]], que se tornou maior, devido ao colapso de [[1998]], e começou a se recuperar entre [[1999]]-[[2000]]. O declínio da economia russa foi mais grave que a [[Grande Depressão]] nos Estados Unidos em termos de [[Produto Interno Bruto]].<ref>{{cite web|url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ru0119) |title=Russia |publisher=Lcweb2.loc.gov |date= |accessdate=2008-11-26}}</ref>, que quase paralisou o capitalismo mundial depois de [[1929]]. Isso é quase metade da grave queda catastrófica após a [[Primeira Guerra Mundial]], a queda do [[czarismo]] e a [[Guerra Civil Russa]] <ref>Ainda se debate acaloradamente entre os economistas ocidentais, os sociólogos e os políticos, se o respaldo do FMI, do Banco Mundial e do Departamento de Tesouraria dos Estados Unidos a reformas políticas adotadas pela Rússia, como a "terapia de choque", foi o responsável pela situação de pobreza da Rússia nos anos 90. Um programa de reforma similar havia sido adotado na Polônia em janeiro de 1990, com resultados em geral favoráveis. Em qualquer caso, os críticos ocidentais da reforma de Yeltsin, como Marshall Goldman, Stephen Cohen e [[Joseph E. Stiglitz|Joseph Stiglitz]] (que havia estado a favor de una transição mais "gradual" para o capitalismo), consideram que as políticas adotadas pela Polônia como inapropriadas para a Rússia, dado que o impacto do comunismo na economia e cultura política polonesas foi muito mais suave.</ref>
 
A consequência mais importante da reforma econômica foi o aumento acentuado nas taxas de [[pobreza]] e [[desigualdade econômica]], que cresceram consideravelmente desde o fim da era soviética .<ref>A linha de pobreza se colocou em 1993 no equivalente a 25$ por mês. A diferença de estimação se deve à diferença na metodologia de cálculo. A taxa maior de pobreza se baseia no cálculo da renda de uma família. A mais baixa se baseia no consumo de una família, já que as familias tendiam a não informar algumas de suas rendas mensais.</ref> Estimativas do [[Banco Mundial]] com base em dados macroeconômicos e levantamentos de rendimentos e despesas familiares indicaram que, embora em [[1988]] apenas 1,5% da população vivia em situação de pobreza (definida com rendimentos abaixo do equivalente a US$ 25 por mês), em meados de [[1993]], se situava entre 39% e 49% da população vivendo na pobreza..<ref>Branko Milanovic, ''Income, Inequality, and Poverty During the Transformation from Planned to Market Economy'' (Washington DC: The [[World Bank]], 1998), pp.186–90.</ref> O rendimento médio mensal domiciliar ''per capita'' caiu de $72 a $32. A renda ''per capita'' caiu mais 15% em 1998, segundo dados do governo.
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Os indicadores de saúde pública mostraram um declínio dramático. Em 1999, a população total caiu cerca de três quartos de um milhão de pessoas. Enquanto isso, a [[expectativa de vida]] dos homens caiu de 64 em [[1990]] para 57 em [[1994]] e das mulheres de 75 a 71. Os fatores de saúde e o aumento do número de mortes não naturais (como [[homicídios]], [[suicídio]]s e acidentes causados por um aumento do desrespeito à segurança), principalmente nos jovens contribuiu para esta tendência. Em [[2004]], a expectativa de vida foi maior do que depois da crise em 1994, mas ainda permaneceu abaixo do nível de 1990.
 
As mortes relacionadas ao [[alcoolismo]] aumentaram 60% em [[1990]]. Mortes por doenças infecciosas e parasitárias cresceram 100%, principalmente porque os medicamentos não estavam mais acessíveis para os pobres. Atualmente, existem aproximadamente 1,5 vezes mais mortes do que nascimentos por ano na Rússia.
 
Embora a escassez da oferta de bens de consumo característico da [[década de 1980]] deixou de existir, não só devido à abertura do mercado russo às importações no início dos anos 1990, mas também devido ao empobrecimento da população russa na década de 1990. Os russos em rendas fixas (a grande maioria dos trabalhadores), viram seu poder aquisitivo reduzido drasticamente, de modo que não podiam comprar quase nada.
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Em [[2 de janeiro]] de [[1992]], Yeltsin, atuando como seu próprio primeiro-ministro, aprovou por [[decreto]] os aspectos mais controversos da reforma econômica, contornando assim o [[Soviete Supremo da Rússia]] e o [[Congresso dos Deputados do Povo]], que foram eleitos em Junho de [[1991]], antes da [[dissolução da União Soviética]]. Isto salvou Yeltsin de ter que discutir e acordar sobre as perspectivas dos parlamentares, e acabou com as esperanças de qualquer conversa significativa sobre o caminho que deveria tomar o país. Em retrospecto, além do grande preço pago pelos russos por causa dessas decisões autoritárias, estas nem seguer ajudaram o país na transição para [[economia de mercado]].
 
Em qualquer caso, a reforma radical teve que enfrentar algumas críticas barreiras políticas. Na era soviética, o Banco Central ainda era subordinado ao conservador Soviete Supremo em oposição à presidência. No auge da [[hiperinflação]] nos anos [[1992]]-[[1993]], o Banco Central tentou realmente atrapalhar as reformas com a impressão de dinheiro em um período inflacionário. Afinal, o governo russo ficou curto de receitas e foi obrigado a imprimir dinheiro para financiar sua dívida. Como resultado, a inflação tornou-se uma hiperinflação, e a economia russa prosseguiu em uma grave recessão.
 
== Confronto de poderes, 1993-1996 ==
=== A crise constitucional de 1993 ===
{{APArtigo principal|[[Crise constitucional russa de 1993]]}}
[[Imagem:Evstafiev-alexander-rutskoy-w.jpg|thumb|leftesquerda|[[Alexander Rutskoy]].]]
A luta para o centro do poder na Rússia pós-soviética e a natureza das reformas econômicas culminaram com uma crise política e derramamento de sangue de [[1993]]. A Yeltsin, que representava a [[privatização]] radical, estava em oposição o parlamento. Confrontado com a oposição e ameaçado de ''[[impeachment]]'', Yeltsin "dissolveu" o parlamento, no que poderia ser descrito como um [[golpe de Estado]] em [[21 de setembro]] e ordenou novas eleições e um referendo sobre uma nova Constituição. O parlamento declarou Yeltsin fora de seu cargo e [[Aleksandr Rutskoi]] foi nomeado como presidente no dia 22 de Setembro. A tensão cresceu rapidamente e os problemas vieram à tona após os motins nas ruas de 2 e 3 de Outubro. Em 4 de outubro, Yeltsin ordenou que as forças especiais e de elite do Exército tomasse o edifício do parlamento, a "Casa Branca", como era conhecido. Com tanques opondo as poucas armas de fogo dos defensores parlamentares, e uma multidão de manifestantes desarmados, não houve dúvidas sobre o resultado. Rutskoi, [[Ruslan Khasbulatov]] e outros parlamentares se renderam e foram imediatamente detidos e encarcerados. Números oficiais apontam 187 mortos e 437 feridos (com vários homens mortos e feridos do lado do presidente).
 
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=== Primeira Guerra da Chechênia ===
{{Ver artigoArtigo principal|[[Primeira Guerra da Chechênia]]}}
 
[[FicheiroImagem:Evstafiev-helicopter-shot-down.jpg|thumb|300px|Um helicóptero russo aterrissando em [[Grozni]] em dezembro de [[1994]].]]
Em [[1994]], Yeltsin enviou 40.000 soldados para impedir que a [[Chechênia]], região produtora de petróleo localizada no [[Cáucaso]], se separa-se da Rússia. Os chechenos, que viviam a 1.600 km ao sul de [[Moscou]], e era predominantemente muçulmana, se gabava de séculos de ser capaz de desafiar os russos. [[Dzhokhar Dudayev]], o Presidente Nacional da República da Chechênia, foi levado a tomar a sua república da [[Federação Russa]] e declarou a independência da Chechênia em 1991. A Rússia viu-se envolvida rapidamente em um atoleiro como os [[Estados Unidos]] na [[Guerra do Vietnã]]. Quando os russos atacaram a capital chechena de [[Grozny]], durante as primeiras semanas de janeiro de [[1995]], cerca de 25.000 civis foram mortos durante os ataques aéreos e fogos de artilharia. O uso maciço de artilharia e ataques aéreos foi a estratégia dominante da campanha russa. Ainda assim, os rebeldes chechenos tomaram centenas de reféns russos, enquanto causam perdas humilhantes contra as tropas desmoralizadas e mal equipadas da Rússia. No final do ano, as tropas russas não tinham conseguido capturar a capital chechena.
 
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== Os projetos de "empréstimos por ações" e a ascensão dos "oligarcas" ==
{{APArtigo principal|[[Oligarcas russos]]}}
As novas oportunidades capitalistas apresentadas pela abertura da economia russa no final dos [[anos 1980]] e início de [[1990]] afetaram os interesses de muitas pessoas. Enquanto o sistema soviético estava sendo desmontado, chefes bem colocados e tecnocratas do [[PCUS|Partido Comunista]], da [[KGB]], e do [[Komsomol]] (Liga da Juventude Soviética) estavam lucrando com o seu poder e os privilégios que na era soviética. Alguns silenciosamente liquidaram os bens de sua organização e esconderam em contas no exterior as receitas e investimentos.<ref>The purported suicide of [[Nikolai Kruchina]], who managed the Communist Party's financial affairs, following the collapse of the August 1991 coup attempt, deprived future researchers of the opportunity to discover where many of the party's assets disappeared.</ref> Outras criaram bancos e outros negócios na Rússia, aproveitando as suas posições privilegiadas para ganhar contratos exclusivos com o governo e licenças para aquisição de créditos financeiros e materiais a preços artificialmente baixos, os subsidiados pelo estado, a fim de realizar negócios na alta dos preços, no valor de mercado. Grandes fortunas foram feitas quase de noite para o dia.
 
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== A crise de 1998 ==
{{APArtigo principal|[[Crise russa de 1998]]}}
 
=== Colapso financeiro ===
A recessão mundial de [[1998]], que começou com a [[crise financeira asiática]] em julho de [[1997]], agravaram a crise econômica na Rússia. Dado o subseqüente declínio nos preços mundiais de materias-primas, principalmente das cidades dependentes de sua exportação (ou seja, de exportação de petróleo) estiveram entre as mais atingidas. O declínio acentuado dos preços do petróleo teve graves consequências para a Rússia. A crise política atingiu o pico em março, quando Yeltsin de repente demitiu o primeiro-ministro [[Viktor Chernomyrdin]] e todo o seu gabinete em 23 de março. Yeltsin nomeou como primeiro-ministro um tecnocrata praticamente desconhecido, o ministro de Energia, [[Sergei Kiriyenko]] de 35 anos. Em um esforço para apoiar a moeda e conter a perda de capital, Kiriyenko subiu as taxas de juros até 150%. O [[FMI]] aprovou um empréstimo de emergência de 22,6 bilhões de dólares em 13 de Julho. Apesar disso, os pagamentos de juros mensais na Rússia ainda era muito superior dos recursos fiscais mensais. Percebendo que a situação era insustentável, os investidores continuaram a fugir da Rússia. Semanas após, a crise financeira foi retomada quando o valor do rublo caiu novamente. Em 17 de agosto, o governo Kiriyenko e o banco central foram obrigados a suspender os pagamentos da [[dívida externa]] da Rússia por 90 dias, a reestruturação da dívida de toda a nação, e desvalorizar o rublo. O rublo iniciou uma queda livre, e os russos procuraram freneticamente comprar dólares. O investimento estrangeiro caiu para fora do país, e a crise financeira causou uma fuga de capitais sem precedentes na Rússia.
 
=== Crise Política ===
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== Crise de sucessão, 1999-2000 ==
[[Yevgeni Primakov]] não ficou muito tempo no cargo. A administração de Yeltsin começou a suspeitar que Primakov não estava usando uma política pró-ocidental, tornando-se popular, e despediu-o em maio de [[1999]], após apenas oito meses no cargo. Então, nomeou em seu lugar [[Sergei Stepashin]], que tinha sido chefe do [[FSB]] (agência sucessora da [[KGB]] dos Assuntos Internos) e mais tarde, Ministro do Interior. A [[Duma]] confirmou a nomeação, na primeira votação por uma larga margem.
 
O mandato de Stephashin foi ainda menor do que Primakov. Em agosto de 1999, Yeltsin novamente indeferiu o primeiro-ministro e nomeou [[Vladimir Putin]] como candidato. Como Stephasin, Putin teve uma formação no serviço de inteligência, fez sua carreira no serviço exterior e mais tarde foi chefe do FSB. Yeltsin estava tão certo de que Putin continuaria a sua política que inclusive chegou a decidir que poderia ser seu sucessor como presidente. A Duma deu uma votação apertada para Putin.
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== Governo Putin, 2000-2008 e 2012-presente ==
{{Ver artigoArtigo principal|[[Putinismo]]}}
[[ImageImagem:Putin (cropped).jpg|thumb|upr ight|Vladimir Putin]]
Em agosto de 2000, o [[Submarino K-141 Kursk|submarino russo Kursk]] explodiu e afundou no [[Mar de Barents]]. A Rússia organizou uma vigorosa tentativa de salvar a tripulação, e todo o esforço foi completamente inútil e foi cercado por segredo profissional, sem explicação. Esta reação lenta para o evento e, especialmente, a ajuda externa oferecida para resgatar a tripulação, fez crescerem muitas críticas contra o governo e especificamente contra o presidente Putin.
 
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A política do governo neste período de luta contra a [[corrupção]] tem levado a várias investigações criminais de alguns oligarcas muito influentes ([[Vladimir Gusinsky]], [[Boris Berezovsky]] e [[Mikhail Khodorkovski]], em particular) que obtiveram grandes valores do Estado, de forma totalmente ilegal, durante o processo de privatização. Gusinsky e Berezovsky foram forçados a abandonar a Rússia, deixando parte dos seus recursos. Khodorkovski foi condenado por [[evasão fiscal]] e preso com a conseqüente perda de seus bens, incluindo a empresa [[YUKOS]], a maior produtora de petróleo da Rússia. Ninguém pode afirmar que a posição de Putin é geralmente avessa aos oligarcas, pois também trabalha em estreita colaboração com outros oligarcas, como é o caso de [[Roman Abramovich]].
 
Esses confrontos também levaram Putin a estabelecer o controle sobre os meios de comunicação, antes de possuído pelos oligarcas. Em [[2001]] e [[2002]], o canal de televisão [[NTV (Rússia)|NTV]] (anteriormente pertecente a Gusinsky), [[TV6]] e [[TVS]] (pertencentes a Berezovsky) foram tomadas por grupos de comunicações leais a Putin. Contratos semelhantes aconteceram com a mídia impressa..<ref>{{cite news|last=Andrew |first=By |url=http://www.nytimes.com/2007/04/22/world/europe/22russia.html?ex=1334980800&en=e78329317e370553&ei=5124&partner=permalink&exprod=permalink |title=50% Good News Is the Bad News in Russian Radio&nbsp;— New York Times |doi=Russia |publisher=Nytimes.com |date=April 22, 2007 |accessdate=2008-11-26}}</ref>
 
O governo Putin exerce um controle significativo sobre os meios de comunicação sociais russos. Muitos editores e diretores estão dispostos a remover um artigo ou despedir um jornalista a um pedido informal da administração presidencial. Embora muitos dos problemas da era Yeltsin (como a guerra na Chechênia e as greves de pagamento de salários) ainda existem, agora os repórteres são "convidados" a ignorar ou minimizar, produzindo assim uma imagem positiva da Rússia.
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No segundo mandato do Presidente Putin, a Rússia aumentou consideravelmente o seu prestígio internacional e da sua economia, retornando ao seu ''status'' tradicional de potência mundial abandonado na última década, apesar do potencial bélico desastroso se manter praticamente inalterado. Muitos oligarcas que tinham tomado posse dos imensos recursos nas mãos da ex-república soviética foram eliminados do cenário econômico, recuperando o capital do estado, especialmente no gigante setor de energia. Várias empresas de petróleo e gás foram nacionalizadas, racionalizada como a [[Gazprom]] e posto uma grande confiança no serviço da política ambiciosa do Presidente.
 
Alguns pesquisadores afirmam que a maioria dos russos lamentam hoje a [[dissolução da União Soviética]] em [[1991]]. <ref>{{cite web|url=http://jamestown.org/publications_details.php?volume_id=2&&issue_id=21 |title=The Jamestown Foundation |publisher=Jamestown.org |date= |accessdate=2008-11-26 |archiveurl = http://web.archive.org/web/20071101100123/http://jamestown.org/publications_details.php?volume_id=2&&issue_id=21 |archivedate = November 1, 2007}}</ref> Em várias ocasiões, incluindo Vladimir Putin - o sucessor nomeado por Boris Yeltsin - disse que a queda do governo soviético levou a poucos ganhos e muitos problemas para muitos cidadãos russos. Em um comício em fevereiro de 2004, por exemplo, Putin chamou o desmantelamento da União Soviética de uma "tragédia nacional em grande escala" que "apenas as [[elites]] e os nacionalistas aproveitaram". E acrescentou: "Acho que os cidadãos comuns da antiga União Soviética e o espaço pós-soviético não ganharam nada com isso. Ao contrário, as pessoas tiveram que enfrentar muitos problemas."<ref>{{cite web|url=http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20040212.wsovi0212/BNPrint/Front |title=globeandmail.com: Front |publisher=Theglobeandmail.com |date= |accessdate=2008-11-26 |archiveurl = http://web.archive.org/web/20070930035330/http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20040212.wsovi0212/BNPrint/Front |archivedate = September 30, 2007}}</ref>
 
O prestígio internacional de Putin sofreu um duro golpe para o Ocidente durante a disputada eleição presidencial ucraniana de 2004. Putin visitou a [[Ucrânia]] duas vezes antes das eleições para mostrar seu apoio ao candidato pró-russo [[Viktor Yanukovych]] contra o líder da oposição, [[Viktor Yushchenko]], um economista liberal pró-ocidental. Putin também parabenizou Yanukovich, seguido logo depois pelo presidente bielorrusso [[Alexander Lukashenko]], pela sua vitória antes que os resultados da eleição fossem oficiais <ref>{{cite web|url=http://www.kvali.com/kvali/index.asp?obiektivi=show&n=195 |title=Kvali Online Magazine |publisher=Kvali.com |date= |accessdate=2008-11-26}}</ref> e fez declarações se opondo a uma segunda volta da disputada eleição, Yanukovich venceu, em meio a denúncias de fraude em grande escala. A segunda rodada foi finalmente repetida; Yushchenko venceu a etapa e acabou por ser declarado o vencedor em [[10 de janeiro]] de [[2005]]. No Ocidente, a reação à movimentação da Rússia, ou talvez interferência, na eleição ucraniana evocaram ecos da [[Guerra Fria]], mas as relações com os EUA mantiveram-se estáveis.
 
Em 2005, o governo russo substituiu as grandes benefícios em espécie era soviética, tais como transporte gratuito e subsídios para os grupos socialmente vulneráveis, através de pagamentos em dinheiro. A reforma, conhecida como [[monetização]], tem sido impopulares e causaram uma onda de manifestações em várias cidades russas, com milhares de pessoas em protesto contra a perda de seus benefícios. Esta foi a primeira vez que uma onda de protestos ocorreram durante o governo Putin. A reforma enfraqueceu a popularidade do governo russo, mas Putin ainda é popular, pessoalmente, com índice de aprovação de 77%..<ref>Levada Center poll of Sept. 2006</ref>
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Durante seu governo, designou Putin para o cargo de Primeiro Ministro.
 
Medvedev ficou no poder até 2012, ano em que Putin foi eleito para assumir seu cargo
 
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De qualquer modo, embora os líderes da Rússia, descreviam o Ocidente como seu aliado natural, tentaram resolver o nascimento de novas relações com os Estados na [[Europa Oriental]], formada a partir da [[desintegração da Iugoslávia]]. A Rússia se opôs à expansão da [[OTAN]] para ex-bloco soviético, na [[República Checa]], [[Polônia]] e [[Hungria]] em [[1997]] e, particularmente, a segunda expansão da OTAN para os [[Países Bálticos]] em [[2004]]. Em [[1999]], a Rússia se opôs ao [[Operação Força Aliada|bombardeio da OTAN a Iugoslávia]] durante mais de dois meses (''ver: [[Guerra do Kosovo]]''), mas esteve junta mais tarde com as forças de paz da OTAN nos [[Balcãs]] em Junho de 1999.
 
As relações com o Ocidente também têm sido marcadas pelas relações da Rússia com a [[Bielorrússia]]. O Presidente da Bielorrússia, [[Aleksandr Lukashenko]], um autoritário líder estilo soviético, tem mostrado grande interesse em alinhar o seu país com a Rússia, e nenhum interesse em reforçar os laços com a OTAN e realizar reformas econômicas liberais. Um acordo de união entre a Rússia e a Bielorrússia foi constituído em [[2 de abril]] de [[1996]]. O acordo foi intensificado, tornando-se a [[União da Rússia e Bielorrússia]], em [[3 de abril]] de 1997. Em [[25 de dezembro]] de [[1998]] a união foi reforçada, assim como em [[1999]].
 
Sob Putin, a Rússia tem laços com a [[República Popular da China]] pelo Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amistosa assim como construir um oleoduto da transiberiano adaptado às necessidades crescentes de energia na China.
 
== Ver Tambémtambém ==
* [[Colapso da União Soviética]]
* [[Política da Rússia]]
* [[Economia da Rússia]]
 
{{referências}}