Plebiscito constitucional na Venezuela em 2007: diferenças entre revisões

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{{wikinotícias|Domingo decisivo na Venezuela}}
==As alterações propostas==
 
== As alterações propostas ==
A proposta original enviada por [[Hugo Chávez]] ao Congresso previa a alteração de 33 dos 350 artigos da Constituição "Bolivariana" de 1999; a essa proposta o Congresso adicionou mais 36 artigos, elevando seu total a 69.
A proposta original enviada por [[Hugo Chávez]] ao Congresso previa a alteração de 33 dos 350 artigos da Constituição "Bolivariana" de 1999; a essa proposta o Congresso adicionou mais 36 artigos, elevando seu total a 69.
 
===Política===
 
=== Política ===
* Reeleição ilimitada: não haverá mais limites quanto ao número de vezes que um presidente pode reeleger-se, e o mandato do ocupante do cargo será aumentado de seis para sete anos.
 
* Redução da idade mínima para votar: de 18 para 16 anos.
 
* Aumento das exigências para a convocação de referendos: amplia-se de 15 para 20 por cento a quantidade de eleitores registrados necessária para solicitar uma emenda constitucional. Para a revogação de mandatos referentes a cargos eletivos, o quociente mínimo de eleitores é de 30 por cento.
 
* Forças Armadas: altera o nome delas para Forças Armadas Bolivarianas, que constituiriam um órgão essencialmente "patriótico, popular e antiimperialista".
 
=== Economia ===
 
* Redução da jornada de trabalho: diminui-se de oito para seis horas a jornada diária, ou para 36 horas a jornada semanal. Já a jornada de trabalho no período noturno não poderá superar as seis horas diárias, ou 34 horas por semana.
 
* Novas formas de propriedade: criam-se os conceitos de propriedade social, propriedade coletiva e propriedade mista ao lado do conceito de propriedade privada. Reconhece-se o direito de uso, gozo e disposição da propriedade. Permite-se ao poder público ocupar bens que sejam objeto de expropriação antes do término do processo judicial correspondente.
 
* Controle presidencial: elimina-se a autonomia do Banco Central da Venezuela e confere-se ao presidente da República o controle sobre a política monetária e as reservas internacionais.
 
* Interesses comuns acima dos interesses individuais: o Estado fornecerá condições para a construção de uma economia socialista. Desaparece o incentivo à iniciativa privada contemplado na Carta Magna atual.
 
* Seguridade social: incluem-se os trabalhadores autônomos, as donas de casa e os motoristas do transporte público no sistema de seguridade social.
 
* Regime socioeconômico: substituem-se os princípios do regime socioeconômico atual, de justiça social, democracia, livre concorrência e produtividade, por princípios socialistas, antiimperialistas, humanistas e de cooperação.
 
* Propriedade intelectual: elimina-se a proteção à propriedade intelectual de obras científicas, literárias e artísticas.
 
=== Organização do espaço nacional ===
 
* Criação por decreto: o presidente pode criar por decreto cidades comunais, Províncias federais, cidades federais e distritos funcionais, além de poder apontar seus dirigentes.
 
* Vice-presidências: o presidente poderá escolher à vontade o primeiro vice-presidente e os demais vice-presidentes.
 
* Criação e supressão de territórios: o presidente tem entre suas atribuições ordenar e administrar o território nacional, assim como criar ou suprimir Províncias, territórios administrativos, cidades, municípios e distritos funcionais.
 
=== Estado de exceção ===
 
* Restrição dos direitos: restringe-se o direito à informação e suspendem-se alguns dos aspectos ligados ao devido processo legal.
 
* Aprovação: elimina o pré-requisito de que o decreto do estado de exceção seja revisto pelo Tribunal Supremo de Justiça e que cumpra as diretrizes da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.
 
== Críticas à realização do [[plebiscito]] ==
Críticos ao governo [[Chávez]] condenaram o [[plebiscito]] por que, na sua opinião, não teria sido permitida uma melhor negociação da reforma constitucional. Os partidos de oposição Chávez, descoordenados e sem propostas claras, pregavam ora seu adiamento, ora a abstenção dos eleitores.
 
Como declarou Alberto Ramos, um economista senior da Goldman Sachs: ''"o grupo de oposição (tradicional) ainda está muito fragmentado, e não conta com um líder que possa unir suas fileiras dispersas e assim criar um desafio vitorioso ao governo (Chávez)."''<ref name=SACHS>[http://www.reuters.com/article/newsOne/idUSN0237419620071203?pageNumber=3&virtualBrandChannel=0&sp=true ELLSWORTH, Brian. ''Venezuela's triumphant opposition faces long road.'' Caracas: Reuters, 3 de dezembro de 2007, 4:03pm EST]</ref>
Críticos ao governo [[Chávez]] condenaram o [[plebiscito]] por que, na sua opinião, não teria sido permitida uma melhor negociação da reforma constitucional. Os partidos de oposição Chávez, descoordenados e sem propostas claras, pregavam ora seu adiamento, ora a abstenção dos eleitores.
Como declarou Alberto Ramos, um economista senior da Goldman Sachs: ''"o grupo de oposição (tradicional) ainda está muito fragmentado, e não conta com um líder que possa unir suas fileiras dispersas e assim criar um desafio vitorioso ao governo (Chávez)."''<ref name=SACHS>[http://www.reuters.com/article/newsOne/idUSN0237419620071203?pageNumber=3&virtualBrandChannel=0&sp=true ELLSWORTH, Brian. ''Venezuela's triumphant opposition faces long road.'' Caracas: Reuters, 3 de dezembro de 2007, 4:03pm EST]</ref>
 
O professor Herrera, que leciona Análise Política na Universidade Simón Bolívar, declarou que a oposição (tradicional) a [[Hugo Chávez]] não conseguiu montar um discurso suficientemente forte e coeso, estando muito dividida; são cerca de dez os líderes mais importantes. Uns defendem a abstenção, outros o voto "não" , e outros ainda o voto de consciência <ref name=OPOS>[http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/11/30/327384932.asp SOUZA, Marcos de Moura e. ''Chávez enfrenta votação crucial para levar o socialismo à Venezuela.'' São Paulo: Valor Econômico, in GloboOnline.com, 30 de novembro de 2007, 8h50]</ref>
 
Alguns partidos optaram por alegar, sem comprovar, acusações de supostas fraudes eleitorais como sua linha mestra de ação. Peña Esclusa, um dos dirigentes do partido ''"Um Novo Tempo"'', de oposição a Chávez, afirmou antes da realização do plebiscito que ''"de antemão, não reconhece o referendo e os resultados."'' De acordo com Esclusa, a oposição realizaria manifestações em todo o país alegando fraude, imediatamente após o anúncio dos resultados <ref name=ESCLUSA>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071130_venezuela_campanharg.shtml JARDIM, Claudia. ''Chavistas encerram campanha pró-reforma constitucional.'' Caracas: BBCBrasil.com, 30 de novembro, 2007 - 22h35 GMT (20h35 Brasília)]</ref>
 
Muitos, mesmo dentre os que defendem várias das reformas propostas, enxergaram um possível risco de ''continuísmo'' na permissão para reeleições ilimitadas aos cargos do Poder Executivo - que foi um dos pontos mais citicados da reforma proposta - e que, embora não seja ''de per si'' ditatorial, é um procedimento pouco comum nos regimes presidencialistas democráticos, em nossos dias; só existe na Alemanha, França, Itália, Portugal, Eslováquia, Chipre, Estônia, Eslovênia, Grécia e Letônia <ref name=CRITICAS>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350523.shtml MAISONNAVE, Fabiano. ''Votação abre era de incerteza para Chávez.'' Caracas: Folha de S.Paulo, 2 de dezembro de 2007]</ref>
 
=== O chavismo contesta [[Hugo Chávez]] ===
Vários dos simpatizantes de Chávez não estavam convencidos de todas as mudanças que ele pretendia introduzir na Constituição, e o fim do limite do número de reeleições para presidente era um dos pontos que encontrava maior resistência nas hostes chavistas. Alguns prefeitos e governadores também estavam descontentes com a proposta que possibilitava a criação de novas regiões administrativas. Para alguns analistas, Chávez estaria alienando seus apoiadores<ref name=CRITICAS>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350523.shtml MAISONNAVE, Fabiano. ''Votação abre era de incerteza para Chávez.'' Caracas: Folha de S.Paulo, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
 
VáriosA dosmaior simpatizantesresistência desurgiu Chávezcom nãouma estavaminesperada convencidosrebelião dena todasbase: aso mudançaspartido que''"Podemos"'', elea pretendiasegunda introduzirforça nado Constituiçãochavismo, que se recusou a incorporar-se-se ao ''"PSUV"'' (Partido Socialista Unido da Venezuela) e, oaos fimpoucos, dopassou limitea dose númeroopôr detambém reeleiçõesà reforma constitucional. Outra grande perda para presidenteChávez erafoi uma dosdissidência pontosdo general da reserva Raúl Isaías Baduel, seu antigo colaborador, que encontravaaté maiorjulho resistênciaesteve no comando do nasMinistério hostesda chavistasDefesa. AlgunsBaduel prefeitoschamou ea governadoresreforma tambémde estavam"golpe descontentesde Estado", transformando-se em um dos mais destacados porta-vozes contrários às modificações<ref name=BADUEL>[http://www.ledevoir.com/2007/11/07/163341.html aTAILLEFER, propostaGuy. que''Chávez possibilitavaaccusé ade criaçãopréparer un coup d'État.'' Montreal: Le Devoir, 7 de novasnovembro regiõesde administrativas2007]</ref>. ParaComo algunso partido analistas''"Podemos"'', os estudantes lideraram uma dura oposição à reforma constitucional, protagonizando protestos, muitas vezes violentos. Chávez estariasentiu alienandoa pressão de seus apoiadores, e pediu repetidas vezes a seus aliados que decidissem se estavam com ele ou contra ele<ref name=CRITICAS>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350523.shtml MAISONNAVE, Fabiano. ''Votação abre era de incerteza para Chávez.'' Caracas: Folha de S.Paulo, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
 
AAs maiormarchas resistênciarealizadas surgiucontra como umareferendo inesperadaforam rebeliãolideradas naprincipalmente base:por ogrupos partidode ''"Podemos"'',estudantes acontrários segundaà forçamaneira doautocrática chavismo,de que[[Chávez]] segovernar recusou a incorporar-se-se aomas ''"PSUV"''que (Partidonão Socialistapregam Unidosua dadeposição Venezuela)- e, aosnão poucos,pelos passoupartidos ade se opôr também à reforma constitucional. Outra grande perda para Chávez foi a dissidência do general da reserva Raúl Isaíasoposição Badueltradicionais, seufragmentados antigoe colaboradordesorientados, que atéoptaram julhoboicotar esteveo noplebiscito, comando do Ministério da Defesa. Baduel chamoupregando a reformaabstenção dedos "golpeeleitores dee Estado", transformandoalienando-se emassim umdo doscertame. maisEm destacados2005 porta-vozesesses contráriosmesmos àspartidos modificaçõesde <refoposição name=BADUEL>[http://www.ledevoir.com/2007/11/07/163341.htmltambém TAILLEFER,defenderam Guy.a ''Chávezabstenção accusénas de préparer un coupeleições d'Étatlegislativas.'' Montreal:Em Leconsequência Devoir,nenhum 7deputado deoposicionista novembroelegeu-se de 2007]</ref>. Comopara o partido ''"Podemos"''Congresso, oso estudantesque lideraramdeixou uma duraa oposição à reforma constitucional, protagonizando protestos, muitas vezes violentos.a Chávez sentiusem a pressão de seus apoiadores, e pediu repetidas vezes a seus aliados que decidissem se estavam com ele ou contranenhuma elerepresentação parlamentar<ref name=CRITICAS>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350523.shtml MAISONNAVE, Fabiano. ''Votação abre era de incerteza para Chávez.'' Caracas: Folha de S.Paulo, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
 
== Defensores do plebiscito ==
As marchas realizadas contra o referendo foram lideradas principalmente por grupos de estudantes contrários à maneira autocrática de [[Chávez]] governar - mas que não pregam sua deposição - e não pelos partidos de oposição tradicionais, fragmentados e desorientados, que optaram boicotar o plebiscito, pregando a abstenção dos eleitores e alienando-se assim do certame. Em 2005 esses mesmos partidos de oposição também defenderam a abstenção nas eleições legislativas. Em consequência nenhum deputado oposicionista elegeu-se para o Congresso, o que deixou a oposição a Chávez sem nenhuma representação parlamentar <ref name=CRITICAS>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350523.shtml MAISONNAVE, Fabiano. ''Votação abre era de incerteza para Chávez.'' Caracas: Folha de S.Paulo, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
Já os defensores do "sim" apontam que, no passado, o presidente norte-americano [[Franklin Delano Roosevelt|Roosevelt]] foi reeleito quatro vezes (1933-1945)<ref name=ROOSELVELTa>[http://www.britannica.com/presidents/article-233984 ''Enciclopaedia Britannica's Guide to American presidents.'']</ref>, quando regime semelhante vigorou naquele país, e manteve-se no poder, como presidente dos Estados Unidos, até sua morte em 1945<ref name=ROOSELVELTb>[http://www.britannica.com/presidents/article-9109502 ''Enciclopaedia Britannica: Roosevelt, Franklin D.'']</ref>. Reeleições ilimitadas existem na atualidade na Alemanha, França, Itália, Portugal, Eslováquia, Chipre, Estônia, Eslovênia, Grécia e Letônia; nos EUA a possibilidade de reeleição ilimitada foi eliminada em 1945.
 
Os que apóiam Chávez consideram necessárias as mudanças institucionais propostas ao país já que durante os 50 anos de sua democracia, a Venezuela teve dois partidos se sucediam (o Partido Social Cristão - Copei e o Ação Democrática - AD) sem que nada mudasse, exceto o nome do presidente. Havia uma falsa alternância do poder, preocupado apenas em manter os interesses de uma minoria rica. Muito pouco, quase nada, foi feito para atender às necessidades da população pobre, ou para criar um projeto estratégico de desenvolvimento. A Venezuela ficou marcada por uma forte divisão social, com ricos e pobres como se fossem partes separadas de um mesmo país, e não componentes de uma mesma nação<ref name=ALTERNA>[http://www.revistaforum.com.br/Revista/1/newton.htm CARLOS, Newton. ''O Enigma Venezuelano.'' São Paulo: Revista Fórum, número 1 - Agosto de 2001]</ref>
==Defensores do plebiscito==
 
Para se entender o que gerou o fenômeno Hugo Chávez é necessário estudar um pouco da história recente da Venezuela. Na década de 40 surgiu a ''"Ação Democrática (AD)"'', partido de centro-esquerda. Mas prevalecia a lógica e o poder dos militares corruptos, latifundiários obstinados e grandes empresários. Por meio deles o petróleo financiou a ditadura do general [[Marcos Pérez Jiménez|Pérez Jiménez]], afinal derrubado em 1958. Desde então se alternaram no poder a "AD" e um partido de origem clerical, o democrata-cristão ''"Copei"''. Foi a mais longa "continuidade democrática" do continente. Até que apareceu Hugo Chavez<ref name=ALTERNA>[http://www.revistaforum.com.br/Revista/1/newton.htm CARLOS, Newton. ''O Enigma Venezuelano.'' São Paulo: Revista Fórum, número 1 - Agosto de 2001]</ref>.
Já os defensores do "sim" apontam que, no passado, o presidente norte-americano [[Franklin Delano Roosevelt|Roosevelt]] foi reeleito quatro vezes (1933-1945) <ref name=ROOSELVELTa>[http://www.britannica.com/presidents/article-233984 ''Enciclopaedia Britannica's Guide to American presidents.'']</ref>, quando regime semelhante vigorou naquele país, e manteve-se no poder, como presidente dos Estados Unidos, até sua morte em 1945 <ref name=ROOSELVELTb>[http://www.britannica.com/presidents/article-9109502 ''Enciclopaedia Britannica: Roosevelt, Franklin D.'']</ref>. Reeleições ilimitadas existem na atualidade na Alemanha, França, Itália, Portugal, Eslováquia, Chipre, Estônia, Eslovênia, Grécia e Letônia; nos EUA a possibilidade de reeleição ilimitada foi eliminada em 1945.
 
OsExaminar no que apóiamconsistiu Chávezessa consideram necessárias"continuidade" asajuda mudançasa institucionaisexplicar propostaso aosurgimento paísde [[Hugo queChávez]]. duranteEntre os1976 50e anos1995 deas suaexportações democracia,de apetróleo Venezuelarenderam teveao doisEstado partidosvenezuelano se270 sucediambilhões (ode Partidodólares, Socialvalor Cristãoque -corresponde Copeia evinte o[[Plano AçãoMarshall|Planos DemocráticaMarshall]]. -Mas AD)os semgovernos que nadase mudasse,sucediam excetoem o"alternância nomedemocratica" dopouco presidente.ou Havianada umafizeram, falsafosse alternânciapara docriar poder,uma preocupadoinfra-estrutura apenasprodutiva emna manterVenezuela, osfosse interessespara decombater umasuas minoriadesigualdades ricasociais. MuitoEm pouco,2001 quase71% nada,dos foivenezuelanos feitoviviam parana atenderpobreza, àso necessidadesdesemprego atingia 21% da população pobreativa, oue para48% criarse umrefugiavam projetona estratégico de desenvolvimento"informalidade". AAlém Venezueladisso, ficou2 marcadamilhões porde umacrianças forteestavam divisãona socialmiséria e, comem ricosCaracas, eas pobrespessoas comoamontoadas seem fossemfavelas partesao separadasseu deredor umera mesmomaior país,(60%) eque nãoa componentespopulação de umada mesmacidade naçãopropriamente dita<ref name=ALTERNA>[http://www.revistaforum.com.br/Revista/1/newton.htm CARLOS, Newton. ''O Enigma Venezuelano.'' São Paulo: Revista Fórum, número 1 - Agosto de 2001]</ref>.
 
== Observadores internacionais ==
Para se entender o que gerou o fenômeno Hugo Chávez é necessário estudar um pouco da história recente da Venezuela. Na década de 40 surgiu a ''"Ação Democrática (AD)"'', partido de centro-esquerda. Mas prevalecia a lógica e o poder dos militares corruptos, latifundiários obstinados e grandes empresários. Por meio deles o petróleo financiou a ditadura do general [[Marcos Pérez Jiménez|Pérez Jiménez]], afinal derrubado em 1958. Desde então se alternaram no poder a "AD" e um partido de origem clerical, o democrata-cristão ''"Copei"''. Foi a mais longa "continuidade democrática" do continente. Até que apareceu Hugo Chavez <ref name=ALTERNA>[http://www.revistaforum.com.br/Revista/1/newton.htm CARLOS, Newton. ''O Enigma Venezuelano.'' São Paulo: Revista Fórum, número 1 - Agosto de 2001]</ref>.
Observadores de 39 países foram convidados para assistir as eleições de 2 de dezembro<ref name=OBSINT>[http://www.cne.gob.ve/noticiaDetallada.php?id=4341''Presidenta do CNE: "Presencia de observadores internacionales en el referendo es contundente."'' Caracas: Consejo Nacional Electoral, 1 de dezembro de 2007]</ref>, e assegurarem-se da legitimidade de seus resultados. Foram convidados a acompanhar o processo de votação, representantes de Antígua e Barbuda, Alemanha, Argentina, Bélgica, Benin, Bolvia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Etiópía, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Holanda, Honduras, Inglaterra, Itália, Malí, Namíbia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Senegal, Suíça, Suriname e Uruguai. Mais de 100 observadores internacionais, integrantes de organismos eleitorais e especialistas em sistemas eleitorais das três Américas e da Europa, acompanharam as votações; além desses, o processo plebiscitário foi seguido de perto por cerca de 2.000 observadores venezuelanos, e de 3.000 representantes dos meios de comunicação do país e do exterior<ref name=OBSER>[http://www.ledevoir.com/2007/12/03/167059.html GERVAIS, Lisa-Marie. ''Réformes constitutionnelles - Référendum serré au Venezuela.'' Montreal: Le Devoir, 3 de dezembro de 2007]</ref><ref name=OBSERBR>[http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/11/30/materia.2007-11-30.1505598339/view SOALHEIRO, Marco Antônio. ''Deputado brasileiro crê que votação na Venezuela será pacífica.'' Brasília: 1 de Dezembro de 2007 - 13h29]</ref><ref name=OBSERVINT>[http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/12/02/materia.2007-12-02.8176396954/view RODRIGUES, Alex. ''Observadores internacionais dizem que referendo foi transparente.'' |Caracas: Agência Brasil, 2 de dezembro de 2007, modificado em 3 de Dezembro de 2007 - 16h11]</ref>
 
::''"O bom desempenho do escrutínio foi ressaltado por vários observadores. O eurodeputado Willy Meyers, que esteve no local, felicitou os venezuelanos. 'É uma lição de democracia por parte das autoridades eleitorais', que deram 'transparência' aos resultados. Willy Meyers saudou igualmente o presidente venezuelano, insisistindo que ele aceitou rapidamente a derrota do 'No", e dizendo que o processo eleitoral foi 'lógico, tranqüilo, democrático'. Até na Espanha, onde a cota de popularidade de [[Hugo Chávez]] está em seu ponto mais baixo, políticos reconheceram que o escrutínio de desenvolveu sem entraves. As instituições 'funcionaram bem', segundo Diego Lopez Garrido, porta voz do Partido Socialista Espanhol, que disse acreditar que, apesar de tudo, 'Hugo Chávez saiba tirar a necessária lição de sua derrota'.''<ref name=DEFAITE>[http://www.rfi.fr/actufr/articles/096/article_59823.asp LERAT, Julie.''Défaite historique pour Chavez.'' Paris: Radio France Internationale, 3 de dezembro de 2007, atualizado às 17h56 GMT]</ref>
Examinar no que consistiu essa "continuidade" ajuda a explicar o surgimento de [[Hugo Chávez]]. Entre 1976 e 1995 as exportações de petróleo renderam ao Estado venezuelano 270 bilhões de dólares, valor que corresponde a vinte [[Plano Marshall|Planos Marshall]]. Mas os governos que se sucediam em "alternância democratica" pouco ou nada fizeram, fosse para criar uma infra-estrutura produtiva na Venezuela, fosse para combater suas desigualdades sociais. Em 2001 71% dos venezuelanos viviam na pobreza, o desemprego atingia 21% da população ativa, e 48% se refugiavam na "informalidade". Além disso, 2 milhões de crianças estavam na miséria e, em Caracas, as pessoas amontoadas em favelas ao seu redor era maior (60%) que a população da cidade propriamente dita <ref name=ALTERNA>[http://www.revistaforum.com.br/Revista/1/newton.htm CARLOS, Newton. ''O Enigma Venezuelano.'' São Paulo: Revista Fórum, número 1 - Agosto de 2001]</ref>.
 
== Os que apoiaram o "Si" (Sim) ==
==Observadores internacionais==
Os venezuelanos que apoiam o ''"sim"'' se reuniram nas maiores avenidas de Caracas para ouvir o discurso de encerramento da campanha pronunciado por [[Hugo Chávez]]. A grande concentração chavista na avenida Bolívar, em Caracas, marcou o fim da campanha a favor da reforma constitucional promovida pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Uma ''"maré vermelha"'' invadiu com bandeiras nacionais e cartazes a grande avenida, a mesma que na véspera fora o palco de outra grande concentração da oposição, que encerrara sua campanha pelo ''"não"''<ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
 
A chamada ''"grande concentração em apoio ao 'sim' - "'sim' da reforma constitucional"'', transcorreu em um ambiente de alegria, à espera da chegada do "comandante presidente" e de seu discurso no fechamento da campanha<ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
Observadores de 39 países foram convidados para assistir as eleições de 2 de dezembro <ref name=OBSINT>[http://www.cne.gob.ve/noticiaDetallada.php?id=4341''Presidenta do CNE: "Presencia de observadores internacionales en el referendo es contundente."'' Caracas: Consejo Nacional Electoral, 1 de dezembro de 2007]</ref>, e assegurarem-se da legitimidade de seus resultados. Foram convidados a acompanhar o processo de votação, representantes de Antígua e Barbuda, Alemanha, Argentina, Bélgica, Benin, Bolvia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Etiópía, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Holanda, Honduras, Inglaterra, Itália, Malí, Namíbia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Senegal, Suíça, Suriname e Uruguai. Mais de 100 observadores internacionais, integrantes de organismos eleitorais e especialistas em sistemas eleitorais das três Américas e da Europa, acompanharam as votações; além desses, o processo plebiscitário foi seguido de perto por cerca de 2.000 observadores venezuelanos, e de 3.000 representantes dos meios de comunicação do país e do exterior <ref name=OBSER>[http://www.ledevoir.com/2007/12/03/167059.html GERVAIS, Lisa-Marie. ''Réformes constitutionnelles - Référendum serré au Venezuela.'' Montreal: Le Devoir, 3 de dezembro de 2007]</ref> <ref name=OBSERBR>[http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/11/30/materia.2007-11-30.1505598339/view SOALHEIRO, Marco Antônio. ''Deputado brasileiro crê que votação na Venezuela será pacífica.'' Brasília: 1 de Dezembro de 2007 - 13h29]</ref> <ref name=OBSERVINT>[http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/12/02/materia.2007-12-02.8176396954/view RODRIGUES, Alex. ''Observadores internacionais dizem que referendo foi transparente.'' |Caracas: Agência Brasil, 2 de dezembro de 2007, modificado em 3 de Dezembro de 2007 - 16h11]</ref>
 
''"- Sim, sim, agora sim"''- gritavam os simpatizantes do Governo bolivariano, em alusão às respostas que dariam, na consulta de 2 de dezembro, aos dois blocos em que foram divididos os 69 artigos da Carta Magna cujas alterações foram propostas. Desde cedo, os milhares de simpatizantes de [[Hugo Chávez]] começaram a chegar à avenida Bolívar procedentes de todas as partes do país. Na opinião de alguns dos manifestantes, a reforma é um projeto que favorece os jovens e os idosos, que estão esquecidos<ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
::''"O bom desempenho do escrutínio foi ressaltado por vários observadores. O eurodeputado Willy Meyers, que esteve no local, felicitou os venezuelanos. 'É uma lição de democracia por parte das autoridades eleitorais', que deram 'transparência' aos resultados. Willy Meyers saudou igualmente o presidente venezuelano, insisistindo que ele aceitou rapidamente a derrota do 'No", e dizendo que o processo eleitoral foi 'lógico, tranqüilo, democrático'. Até na Espanha, onde a cota de popularidade de [[Hugo Chávez]] está em seu ponto mais baixo, políticos reconheceram que o escrutínio de desenvolveu sem entraves. As instituições 'funcionaram bem', segundo Diego Lopez Garrido, porta voz do Partido Socialista Espanhol, que disse acreditar que, apesar de tudo, 'Hugo Chávez saiba tirar a necessária lição de sua derrota'.'' <ref name=DEFAITE>[http://www.rfi.fr/actufr/articles/096/article_59823.asp LERAT, Julie.''Défaite historique pour Chavez.'' Paris: Radio France Internationale, 3 de dezembro de 2007, atualizado às 17h56 GMT]</ref>
 
Vestidos com bonés e camisetas vermelhas a favor do ''"sim"'', chavistas de todas as partes do país atenderam ao pedido do ''"Comandante"'' para encerrar a campanha eleitoral. A passeata chegou à avenida Bolívar, e assim encerrou-se oficialmente a campanha para a realização do [[plebiscito]] de 2 de dezembro<ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>. Apesar das últimas pesquisas, na semana que antecedeu o [[plebiscito]], estarem apontando um empate técnico, o líder venezuelano estava seguro que sua reforma seria aprovada. Pela primeira vez [[Hugo Chávez]] teve que enfrentar uma votação sem prever uma grande vantagem.
==Os que apoiaram o "Si" (Sim)==
{{Artigo principal|[[Hugo Chávez]]}}
 
== Os que apoiaram o "No" (Não) ==
Os venezuelanos que apoiam o ''"sim"'' se reuniram nas maiores avenidas de Caracas para ouvir o discurso de encerramento da campanha pronunciado por [[Hugo Chávez]]. A grande concentração chavista na avenida Bolívar, em Caracas, marcou o fim da campanha a favor da reforma constitucional promovida pelo presidente venezuelano, [[Hugo Chávez]]. Uma ''"maré vermelha"'' invadiu com bandeiras nacionais e cartazes a grande avenida, a mesma que na véspera fora o palco de outra grande concentração da oposição, que encerrara sua campanha pelo ''"não"'' <ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
Mais de 100 mil pessoas<ref name=GONZALES>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN2924927920071129''Chavez opponents show force in referendum rally.'' Caracas: Reuters, 29 de novembro de 2007, 6:07pm EST]</ref>, numa manifestação organizada por líderes estudantis, marcharam dia 29 de novembro de 2007, exercendo seu direito democrático de oposição, numa das mais importantes avenidas e ruas adjacentes de Caracas para dizer “não” à reforma constitucional proposta pelo presidente [[Hugo Chávez]], que seria submetida a [[plebiscito]].<ref name=BBCa>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071128_oposicao_venezuelarg.shtml JARDIM, Cláudia. ''Oposição junta forças para tentar derrotar Chávez.'' Caracas: BBCNews, 28 de novembro, 2007 - 21h37 GMT (19h37 Brasília)]</ref>
 
Diante dos manifestantes, que lotavam a Avenida Bolívar e os calçadões próximos ao Palácio Miraflores, Yon Goicoechea, secretário geral do Conselho de Representantes Estudantis da Universidade Católica ''Andrés Bello'', o principal dirigente estudantil do país, fez um discurso emocionado em favor da “liberdade” e dos “excluídos”, conclamando o Povo a votar "não". De maneira geral os estudantes venezuelanos rejeitam os partidos políticos tradicionais de oposição a Chávez, frequentemente considerando-os "piores do que o próprio Chávez". O líder estudantil, em discurso para a multidão, que trazia cartazes com os dizeres ''"Assim Não"'', criticou políticos ''"do passado e do presente que se esqueceram dos jovens"''. ''"Após sua derrota'' (Hugo Chávez) ''poderá ficar no poder enquanto mandar a Constituição que agora deseja modificar e que não poderá reformá-la"'', afirmou. ''"Mande, senhor presidente, mas mande como um democrata ou enfrentará o bravo povo na rua"'', acrescentou.<ref name=SIENC>[http://www.clicabrasilia.com.br/portal/noticia.php?IdNoticia=43276''Oposição na Venezuela faz último comício de campanha por "não" no referendo'' Caracas: Agência EFE, 29de novembro de 2007 - 22:20:16]</ref><ref name=PROTESTOS>[http://www.agenciabrasil.gov.br/media/videos/2007/11/30/Venezuela_protestos_EDITADO.flv/viewp''Protestos na Venezuela - Eles defendem o não no plebiscito de domingo (2).'' Agência Brasil, Vídeos]</ref>
A chamada ''"grande concentração em apoio ao 'sim' - "'sim' da reforma constitucional"'', transcorreu em um ambiente de alegria, à espera da chegada do "comandante presidente" e de seu discurso no fechamento da campanha <ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
 
''"- Sim, sim, agora sim"''- gritavam os simpatizantes do Governo bolivariano, em alusão às respostas que dariam, na consulta de 2 de dezembro, aos dois blocos em que foram divididos os 69 artigos da Carta Magna cujas alterações foram propostas. Desde cedo, os milhares de simpatizantes de [[Hugo Chávez]] começaram a chegar à avenida Bolívar procedentes de todas as partes do país. Na opinião de alguns dos manifestantes, a reforma é um projeto que favorece os jovens e os idosos, que estão esquecidos <ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>.
 
Vestidos com bonés e camisetas vermelhas a favor do ''"sim"'', chavistas de todas as partes do país atenderam ao pedido do ''"Comandante"'' para encerrar a campanha eleitoral. A passeata chegou à avenida Bolívar, e assim encerrou-se oficialmente a campanha para a realização do [[plebiscito]] de 2 de dezembro <ref name=ENCERRAa>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, Plantão - Mundo, Globo.com, 30 de novembro de 2007 20h30]</ref>. Apesar das últimas pesquisas, na semana que antecedeu o [[plebiscito]], estarem apontando um empate técnico, o líder venezuelano estava seguro que sua reforma seria aprovada. Pela primeira vez [[Hugo Chávez]] teve que enfrentar uma votação sem prever uma grande vantagem.
{{Ver artigo principal|[[Hugo Chávez]]}}
 
==Os que apoiaram o "No" (Não)==
 
Mais de 100 mil pessoas <ref name=GONZALES>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN2924927920071129''Chavez opponents show force in referendum rally.'' Caracas: Reuters, 29 de novembro de 2007, 6:07pm EST]</ref>
, numa manifestação organizada por líderes estudantis, marcharam dia 29 de novembro de 2007, exercendo seu direito democrático de oposição, numa das mais importantes avenidas e ruas adjacentes de Caracas para dizer “não” à reforma constitucional proposta pelo presidente [[Hugo Chávez]], que seria submetida a [[plebiscito]].<ref name=BBCa>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071128_oposicao_venezuelarg.shtml JARDIM, Cláudia. ''Oposição junta forças para tentar derrotar Chávez.'' Caracas: BBCNews, 28 de novembro, 2007 - 21h37 GMT (19h37 Brasília)]</ref>
 
Diante dos manifestantes, que lotavam a Avenida Bolívar e os calçadões próximos ao Palácio Miraflores, Yon Goicoechea, secretário geral do Conselho de Representantes Estudantis da Universidade Católica ''Andrés Bello'', o principal dirigente estudantil do país, fez um discurso emocionado em favor da “liberdade” e dos “excluídos”, conclamando o Povo a votar "não". De maneira geral os estudantes venezuelanos rejeitam os partidos políticos tradicionais de oposição a Chávez, frequentemente considerando-os "piores do que o próprio Chávez". O líder estudantil, em discurso para a multidão, que trazia cartazes com os dizeres ''"Assim Não"'', criticou políticos ''"do passado e do presente que se esqueceram dos jovens"''. ''"Após sua derrota'' (Hugo Chávez) ''poderá ficar no poder enquanto mandar a Constituição que agora deseja modificar e que não poderá reformá-la"'', afirmou. ''"Mande, senhor presidente, mas mande como um democrata ou enfrentará o bravo povo na rua"'', acrescentou. <ref name=SIENC>[http://www.clicabrasilia.com.br/portal/noticia.php?IdNoticia=43276''Oposição na Venezuela faz último comício de campanha por "não" no referendo'' Caracas: Agência EFE, 29de novembro de 2007 - 22:20:16]</ref> <ref name=PROTESTOS>[http://www.agenciabrasil.gov.br/media/videos/2007/11/30/Venezuela_protestos_EDITADO.flv/viewp''Protestos na Venezuela - Eles defendem o não no plebiscito de domingo (2).'' Agência Brasil, Vídeos]</ref>
 
<small> Ver "O papel dos estudantes no plebiscito", abaixo.</small>
 
== Pesquisas de opinião pública ==
Uma pesquisa realizada em 27 de novembro por um instituto independente, menos de uma semana antes da votação, revelou um empate técnico entre o "sim" e o "não" no referendo de domingo sobre a reforma constitucional na Venezuela<ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>. De acordo com o instituto ''Datos'', um dos mais respeitados da [[Venezuela]], ambas as opções têm 50 por cento das intenções entre as pessoas que pretendem votar (70 por cento do total). A margem de erro é de 2,2 por cento. O instituto ouviu 2.000 pessoas em todo o país de 28 de outubro a 8 de novembro, e atualizou a amostra com mais mil entrevistas entre os dias 19 e 22 de novembro<ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>. Outras pesquisas recentes também indicaram empate técnico no referendo. O voto é facultativo<ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>
 
=== Pesquisas de boca de urna ===
Uma pesquisa realizada em 27 de novembro por um instituto independente, menos de uma semana antes da votação, revelou um empate técnico entre o "sim" e o "não" no referendo de domingo sobre a reforma constitucional na Venezuela <ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>. De acordo com o instituto ''Datos'', um dos mais respeitados da [[Venezuela]], ambas as opções têm 50 por cento das intenções entre as pessoas que pretendem votar (70 por cento do total). A margem de erro é de 2,2 por cento. O instituto ouviu 2.000 pessoas em todo o país de 28 de outubro a 8 de novembro, e atualizou a amostra com mais mil entrevistas entre os dias 19 e 22 de novembro <ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>. Outras pesquisas recentes também indicaram empate técnico no referendo. O voto é facultativo <ref name=PESQUISA>[http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRB20174020071127''Pesquisa aponta empate no referendo da Venezuela.'' Caracas: Agência Reuters, 27 de novembro de 2007]</ref>
A divulgação de pesquisas de boca de urna (realizadas após a votação) são proibidas pela legislação eleitoral venezuelana<ref name=ENCERRAMENTO>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4346''CNE ANUNCIÓ CIERRE DEL ACTO DE VOTACIÓN. Caracas: Consejo Nacional Electoral, 2 de dezembro de 2007]</ref>. Não obstante, às 18 horas do dia 2, a agência Reuters<ref name=BARRIGA>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN0235721220071202 HUDSON, Saul e MARTINEZ, Ana Isabel. ''Chavez wins Venezuela vote: sources.'' Caracas: Reuters, 2 de dezembro de 2007, 6h34 PM EST]</ref> divulgou, fora da Venezuela, as pesquisas de boca de urna que foram realizadas por três dos mais reputados institutos venezuelanos, a PLM Consultores, Datanálisis e o Instituto Venezuelano de Análise de Dados (Ivad) todos prevendo a vitória do "sim". A PLM Consultores deu 54% ao "sim" e 46% ao "não"; a Datanalisis 56% ao "sim" e 44% ao não; e o Ivad 53% ao "sim" e 47% ao "não", que apontaram, erroneamente, a vitória do "sim" por uma margem de 6 a 8 pontos percentuais<ref name=BOCA>[http://www.estadao.com.br/internacional/not_int89372,0.htm ''Chávez aprovou reforma na Constituição, diz fonte do governo.'' Caracas: Agência Internacionais, in Estadao.com, 2 de dezembro de 2007, 19:15]</ref>
 
===Pesquisas de boca de urna===
 
A divulgação de pesquisas de boca de urna (realizadas após a votação) são proibidas pela legislação eleitoral venezuelana <ref name=ENCERRAMENTO>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4346''CNE ANUNCIÓ CIERRE DEL ACTO DE VOTACIÓN. Caracas: Consejo Nacional Electoral, 2 de dezembro de 2007]</ref>. Não obstante, às 18 horas do dia 2, a agência Reuters <ref name=BARRIGA>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN0235721220071202 HUDSON, Saul e MARTINEZ, Ana Isabel. ''Chavez wins Venezuela vote: sources.'' Caracas: Reuters, 2 de dezembro de 2007, 6h34 PM EST]</ref> divulgou, fora da Venezuela, as pesquisas de boca de urna que foram realizadas por três dos mais reputados institutos venezuelanos, a PLM Consultores, Datanálisis e o Instituto Venezuelano de Análise de Dados (Ivad) todos prevendo a vitória do "sim". A PLM Consultores deu 54% ao "sim" e 46% ao "não"; a Datanalisis 56% ao "sim" e 44% ao não; e o Ivad 53% ao "sim" e 47% ao "não", que apontaram, erroneamente, a vitória do "sim" por uma margem de 6 a 8 pontos percentuais <ref name=BOCA>[http://www.estadao.com.br/internacional/not_int89372,0.htm ''Chávez aprovou reforma na Constituição, diz fonte do governo.'' Caracas: Agência Internacionais, in Estadao.com, 2 de dezembro de 2007, 19:15]</ref>
 
==Sistema eleitoral do plebiscito==
 
== Sistema eleitoral do plebiscito ==
A votação é feita em 11.132 centros de votação distribuídos por todo o país, contando com 32.039 máquinas automatizadas de votação, distribuídas em 33.614 mesas eleitorais. Os eleitores votam duas vezes, podendo escolher "Sim" ou "Não" em cada uma delas, para cada um dos dois blocos de alterações constitucionais, "A" e "B".
 
O bloco "A" engloba as alterações nos artigos 11, 16, 18, 64, 67, 70, 87, 90, 98, 100, 103, 112, 113, 115, 136, 141, 152, 153, 156, 157, 158, 167, 168, 184, 185, 225, 230, 236, 251, 252, 272, 299, 300, 301, 302, 303, 305, 307, 318, 320, 321, 328, 329, 341, 342 e 348 que serão julgados em conjunto. Igualmente no bloco "B", que inclui os artigos 21, 71, 72, 73, 74, 82, 109, 163, 164, 173, 176, 191, 289, 264, 265, 266, 279, 293, 295, 296, 337, 338 e 339 os eleitores poderão, mais uma vez, decidir votando "Sim" ou "Não" para esse bloco.
 
=== Programa de Acompanhamento Internacional para o Plebiscito da Reforma Constitucional ===
Um Programa de Acompanhamento Internacional para o Plebiscito da Reforma Constitucional<ref name=OBSINT>[http://www.cne.gob.ve/noticiaDetallada.php?id=4341''Presidenta do CNE: "Presencia de observadores internacionales en el referendo es contundente."'' Caracas: Consejo Nacional Electoral, 1 de dezembro de 2007]</ref> foi criado para assegurar a legitimidade dos resultados. Um total de mais de 100 representantes, de Antígua e Barbuda, Alemanha, Argentina, Bélgica, Benin, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Etiópia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Holanda, Honduras, Inglaterra, Itália, Mali, Namíbia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Senegal, Suíça, Suriname e Uruguai fiscalizarão a votação.
 
Um Programa de Acompanhamento Internacional para o Plebiscito da Reforma Constitucional <ref name=OBSINT>[http://www.cne.gob.ve/noticiaDetallada.php?id=4341''Presidenta do CNE: "Presencia de observadores internacionales en el referendo es contundente."'' Caracas: Consejo Nacional Electoral, 1 de dezembro de 2007]</ref> foi criado para assegurar a legitimidade dos resultados. Um total de mais de 100 representantes, de Antígua e Barbuda, Alemanha, Argentina, Bélgica, Benin, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Etiópia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Holanda, Honduras, Inglaterra, Itália, Mali, Namíbia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Senegal, Suíça, Suriname e Uruguai fiscalizarão a votação.
 
===Auditoria da votação eletrônica===
 
Ao contrário do sistema de votação eletrônico brasileiro, que é uma caixa preta que não possibilita qualquer auditoria posto que não é possível vigiar os bits, todas as urnas na [[Venezuela]] imprimem um comprovante físico que, após ser conferido pelo eleitor, é depositado em uma urna, para possibilitar uma eventual recontagem. Para assegurar-se a garantia absoluta de imparcialidade na contagem dos votos, foram abertas 54,37% dessas urnas, escolhidas por sorteio, e seus votos físicos recontados manualmente, e comparados aos resultados eletrônicos <ref name=CNEAUDITA>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4350''Percentual aberto segundo o CNE]</ref> <ref name=AUDITORIA>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350449.shtml''Urnas físicas serão "comparadas" com voto eletrônico na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, 1 de dezembro de 2007]</ref>
 
===Auditorias adicionais realizadas por organizações civis venezuelanas===
 
=== Auditoria da votação eletrônica ===
Além das auditorias oficiais, promovidas pelo Consejo Nacional Electoral - CNE, foram promovidas auditorias por organizações civis venezuelanas, como o ''Proyecto Centinela de [[Súmate]]'', que se opõe a [[Hugo Chávez]]. Ricardo Estévez, membro dessa organização oposicionista, explicou que seus representantes estiveram presentes em 592 centros selecionados e distribuidos por todo o país, em zonas eleitorais de diversas naturezas, para ter uma projeção dos resultados <ref name=CADENAa>[http://www.cadenaglobal.com/Noticias/default.asp?Not=158843''Súmate implementará Plan Centinela el día del referendo.'' Caracas: CadenaGlobal.com, 28 de noviembre de 2007 -2:10 PM]</ref>
Ao contrário do sistema de votação eletrônico brasileiro, que é uma caixa preta que não possibilita qualquer auditoria posto que não é possível vigiar os bits, todas as urnas na [[Venezuela]] imprimem um comprovante físico que, após ser conferido pelo eleitor, é depositado em uma urna, para possibilitar uma eventual recontagem. Para assegurar-se a garantia absoluta de imparcialidade na contagem dos votos, foram abertas 54,37% dessas urnas, escolhidas por sorteio, e seus votos físicos recontados manualmente, e comparados aos resultados eletrônicos<ref name=CNEAUDITA>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4350''Percentual aberto segundo o CNE]</ref><ref name=AUDITORIA>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u350449.shtml''Urnas físicas serão "comparadas" com voto eletrônico na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, 1 de dezembro de 2007]</ref>
 
=== Auditorias adicionais realizadas por organizações civis venezuelanas ===
Ao término desse processo de auditoria privado, a presidente da organização ''[[Súmate]]'', María Corina Machado, declarou que domingo, no [[plebiscito]] constitucional, ''"a vontade democrática do povo da Venezuela se impôs"'' <ref name=SUMATE>[http://www.eluniversal.com/2007/12/04/pol_ava_sumate:-se-impuso-la_04A1244203.shtml''Súmate:Se impuso la vocación democrática del pueblo de Venezuela.'' Caracas: El Universal.com, 4 de dezembro de 2007 - 03:57 PM]</ref>
Além das auditorias oficiais, promovidas pelo Consejo Nacional Electoral - CNE, foram promovidas auditorias por organizações civis venezuelanas, como o ''Proyecto Centinela de [[Súmate]]'', que se opõe a [[Hugo Chávez]]. Ricardo Estévez, membro dessa organização oposicionista, explicou que seus representantes estiveram presentes em 592 centros selecionados e distribuidos por todo o país, em zonas eleitorais de diversas naturezas, para ter uma projeção dos resultados<ref name=CADENAa>[http://www.cadenaglobal.com/Noticias/default.asp?Not=158843''Súmate implementará Plan Centinela el día del referendo.'' Caracas: CadenaGlobal.com, 28 de noviembre de 2007 -2:10 PM]</ref>
 
Ao término desse processo de auditoria privado, a presidente da organização ''[[Súmate]]'', María Corina Machado, declarou que domingo, no [[plebiscito]] constitucional, ''"a vontade democrática do povo da Venezuela se impôs"''<ref name=SUMATE>[http://www.eluniversal.com/2007/12/04/pol_ava_sumate:-se-impuso-la_04A1244203.shtml''Súmate:Se impuso la vocación democrática del pueblo de Venezuela.'' Caracas: El Universal.com, 4 de dezembro de 2007 - 03:57 PM]</ref>
===Venezuelanos residentes no Brasil puderam votar no plebiscito da reforma constitucional===
 
=== Venezuelanos residentes no Brasil puderam votar no plebiscito da reforma constitucional ===
Os venezuelanos e venezuelanas maiores de dezoito anos, residenciados no Brasil, inscritos e inscritas no Registro Eleitoral, que tenham o seu nome no Caderno de Votação da Representação Diplomática o Consular e estejam registrados na Embaixada da Venezuela puderam participar do referendo de 2 de dezembro, respondendo se concordavam com o projeto de reforma constitucional proposto pelo presidente [[Hugo Chávez]].
 
Além da própria embaixada, que fica em Brasília, puderam votar em um dos cinco consulados venezuelanos existentes no país: Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Boa Vista e Belém.
 
Ao contrário da Venezuela, onde o voto é eletrônico, a votação no Brasil foi realizada com cédulas de papel. Em todos os locais de votação, além dos mesários, havia duas testemunhas: uma favorável às alterações em 69 dos atuais 350 artigos da Constituição, outra contrária.
 
A votação terminou às 16 horas de Brasília. Qualquer interessado pôde acompanhar a apuração dos votos.
 
== Encerramento da votação ==
Às 18h45 de Brasília (20h45 GMT) a presidente do CNE, Tibisay Lucena, anunciou o encerramento da votação, declarando fechadas todas as secções onde não havia mais eleitores nas filas. Nas secções em que ainda havia pessoas nas filas, todos os já que ainda estavam nas filas puderam exercer seu direito de voto, independentemente do horário. Declarou que a votação decorreu em absoluta ordem, e em paz. Apenas 45 pessoas foram presas em toda a Venezuela por violação de leis eleitorais. Demonstrações e reuniões políticas são proibidas por lei, até a divulgação do primeiro boletim oficial de apuração<ref name=ENCERRAMENTO>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4346''CNE ANUNCIÓ CIERRE DEL ACTO DE VOTACIÓN. Caracas: Consejo Nacional Electoral, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
 
Às 18h45 de Brasília (20h45 GMT) a presidente do CNE, Tibisay Lucena, anunciou o encerramento da votação, declarando fechadas todas as secções onde não havia mais eleitores nas filas. Nas secções em que ainda havia pessoas nas filas, todos os já que ainda estavam nas filas puderam exercer seu direito de voto, independentemente do horário. Declarou que a votação decorreu em absoluta ordem, e em paz. Apenas 45 pessoas foram presas em toda a Venezuela por violação de leis eleitorais. Demonstrações e reuniões políticas são proibidas por lei, até a divulgação do primeiro boletim oficial de apuração <ref name=ENCERRAMENTO>[http://www.cne.gov.ve/noticiaDetallada.php?id=4346''CNE ANUNCIÓ CIERRE DEL ACTO DE VOTACIÓN. Caracas: Consejo Nacional Electoral, 2 de dezembro de 2007]</ref>.
 
São proibidas, pelas leis dos partidos políticos e pela legislação eleitoral venezuelanas, prever ou antecipar resultados antes da publicação de resultados oficiais, tal como divulgar pesquisas de boca de urna.
 
Os primeiros boletins oficiais com resultados deveriam ter sido anunciados cerca de duas horas depois do encerramento das votações, mas só o foram a 1h10 da manhã (5h10 GMT) do dia 3. Aparentemente houve um acordo entre governo e oposição para só divulgar os resultados na madrugada, para evitar tumultos nas ruas <ref name=MONDE>[http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2007/12/04/ult580u2799.jhtm DELCAS, Marie. ''Após derrota, Chávez "felicita" oposição, mas diz ser "feito para longas batalhas".'' Caracas, Le Monde, 4 de dezembro de 2007]</ref>.
 
As pesquisas de boca de urna, cuja divulgação é proibida pela legislação eleitoral na Venezuela, acabaram sendo divulgadas às 18 horas, pela agência Reuters, em alguns outros países, mas suas previsões estavam erradas: indicavam a vitória do "Sim"; ao contrário do que ocorreu na realidade <ref name=BOCA>[http://www.estadao.com.br/internacional/not_int89372,0.htm ''Chávez aprovou reforma na Constituição, diz fonte do governo.'' Caracas: Agência Internacionais, in Estadao.com, 2 de dezembro de 2007, 19:15]</ref>.
 
As pesquisas de boca de urna, cuja divulgação é proibida pela legislação eleitoral na Venezuela, acabaram sendo divulgadas às 18 horas, pela agência Reuters, em alguns outros países, mas suas previsões estavam erradas: indicavam a vitória do "Sim"; ao contrário do que ocorreu na realidade<ref name=BOCA>[http://www.estadao.com.br/internacional/not_int89372,0.htm ''Chávez aprovou reforma na Constituição, diz fonte do governo.'' Caracas: Agência Internacionais, in Estadao.com, 2 de dezembro de 2007, 19:15]</ref>.
==Resultados: o Povo venezuelano, soberanemente, rejeitou todas as reformas propostas==
 
== Resultados: o Povo venezuelano, soberanemente, rejeitou todas as reformas propostas ==
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) assinalou que 50,7% dos venezuelanos votaram contra o
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) assinalou que 50,7% dos venezuelanos votaram contra o primeiro bloco de artigos (bloco "A") submetidos à consulta, enquanto 49,29%
optaram pelo "sim".
 
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Os resultados foram divulgados após a apuração de mais de 90% dos votos, em uma longa noite na qual foi crescendo a tensão e as críticas da oposição pela falta de anúncios sobre a votação.
 
O presidente [[Hugo Chávez]] reconheceu a vitória de seus adversários e os parabenizou <ref name=RESULTADO>[http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/12/03/ult1808u106880.jhtm''Venezuelanos vetam reforma constitucional; Chávez reconhece derrota.'' Caracas: Agência EFE, in Folha de S. Paulo, 03 de dezembro de 2007 - 04h36]</ref>
 
=== Demora na divulgação do resultados ===
Enquanto órgãos da imprensa mundial, como o jornal parisiense ''[[Le Monde]]'', atribuíram a grande demora na divulgação dos resultados à existência de um acordo de cavalheiros entre os partidários do "Sim" e do "Não", para evitar tumultos nas ruas<ref name=DEMORA>[http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2007/12/04/ult580u2799.jhtm ''Após derrota, Chávez "felicita" oposição, mas diz ser "feito para longas batalhas".'' Caracas: DELCAS, Marie. Le Monde, 4 de dezembro de 2007.]</ref>, outros órgãos de imprensa, como o jornal brasileiro ''[[O Estado de S. Paulo]]'', atribuiram essa demora à uma alegada hesitação de Chávez em reconhecer sua derrota<ref name=ESTADAOa>[http://txt.estado.com.br/editorias/2007/12/04/int-1.93.9.20071204.11.1.xml SANT'ANNA, Lourival. ''Chávez leva sete horas para admitir a derrota.'' Caracas: Internacional, O Estado de S. Paulo, 4 de dezembro de 2007]</ref>. Provavelmente o surgimento dessa versão se deveu à publicação de um artigo no jornal ''El Nacional'' intitulado ''Um Chávez revoltado se negava a admitir a derrota'', em que aquele periódico de Caracas alegava que um grupo de militares, ligado ao ex-ministro da Defesa Raúl Isaías Baduel, teria pressionado o líder venezuelano a acatar a derrota ainda no domingo. Essas versões, também adotadas pela rede de televisão [[CNN]], foram desmentidas pelo Alto Comando Militar venezuelano que, em entrevista coletiva à imprensa concedida no dia 6 de dezembro de 2007, negou que tivesse pressionado o presidente [[Hugo Chávez]] a admitir a derrota: ''"“Houve uma decisão coletiva em que se determinou que não seria prudente esperar a contagem de todos os votos para reconhecer a derrota. Não houve pressão”'' declarou à BBC o ex-general de Divisão, Alberto Müller Rojas<ref name=PRESSAO>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071206_chavezmilitares.shtml JARDIM, Claudia. ''Militares negam ter forçado Chávez a admitir derrota.'' Caracas: BBCBrasil.com, 06 de dezembro, 2007 - 09h48 GMT (07h48 Brasília)]</ref>. O ministro da Defesa, Gustavo Rangel declarou que ''"o presidente é ‘impressionável', ou seja, ninguém o pressiona”''<ref name=PRESSAO>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071206_chavezmilitares.shtml JARDIM, Claudia. ''Militares negam ter forçado Chávez a admitir derrota.'' Caracas: BBCBrasil.com, 06 de dezembro, 2007 - 09h48 GMT (07h48 Brasília)]</ref>.
 
Enquanto órgãos da imprensa mundial, como o jornal parisiense ''[[Le Monde]]'', atribuíram a grande demora na divulgação dos resultados à existência de um acordo de cavalheiros entre os partidários do "Sim" e do "Não", para evitar tumultos nas ruas <ref name=DEMORA>[http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2007/12/04/ult580u2799.jhtm ''Após derrota, Chávez "felicita" oposição, mas diz ser "feito para longas batalhas".'' Caracas: DELCAS, Marie. Le Monde, 4 de dezembro de 2007.]</ref>, outros órgãos de imprensa, como o jornal brasileiro ''[[O Estado de S. Paulo]]'', atribuiram essa demora à uma alegada hesitação de Chávez em reconhecer sua derrota<ref name=ESTADAOa>[http://txt.estado.com.br/editorias/2007/12/04/int-1.93.9.20071204.11.1.xml SANT'ANNA, Lourival. ''Chávez leva sete horas para admitir a derrota.'' Caracas: Internacional, O Estado de S. Paulo, 4 de dezembro de 2007]</ref>. Provavelmente o surgimento dessa versão se deveu à publicação de um artigo no jornal ''El Nacional'' intitulado ''Um Chávez revoltado se negava a admitir a derrota'', em que aquele periódico de Caracas alegava que um grupo de militares, ligado ao ex-ministro da Defesa Raúl Isaías Baduel, teria pressionado o líder venezuelano a acatar a derrota ainda no domingo. Essas versões, também adotadas pela rede de televisão [[CNN]], foram desmentidas pelo Alto Comando Militar venezuelano que, em entrevista coletiva à imprensa concedida no dia 6 de dezembro de 2007, negou que tivesse pressionado o presidente [[Hugo Chávez]] a admitir a derrota: ''"“Houve uma decisão coletiva em que se determinou que não seria prudente esperar a contagem de todos os votos para reconhecer a derrota. Não houve pressão”'' declarou à BBC o ex-general de Divisão, Alberto Müller Rojas <ref name=PRESSAO>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071206_chavezmilitares.shtml JARDIM, Claudia. ''Militares negam ter forçado Chávez a admitir derrota.'' Caracas: BBCBrasil.com, 06 de dezembro, 2007 - 09h48 GMT (07h48 Brasília)]</ref>. O ministro da Defesa, Gustavo Rangel declarou que ''"o presidente é ‘impressionável', ou seja, ninguém o pressiona”'' <ref name=PRESSAO>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071206_chavezmilitares.shtml
JARDIM, Claudia. ''Militares negam ter forçado Chávez a admitir derrota.'' Caracas: BBCBrasil.com, 06 de dezembro, 2007 - 09h48 GMT (07h48 Brasília)]</ref>.
 
===Fedecámaras diz que ganhou a democracia, e conclamou todos à reconciliação===
 
=== Fedecámaras diz que ganhou a democracia, e conclamou todos à reconciliação ===
::''"A entidade empresarial cumprimentou a todos os atores que protagonizaram esta 'festa democrática': os estudantes, os paritidos políticos, as Forças Armadas Nacionais o setor oficial, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) os meios de comunicação e o povo venezuelano."''<ref name=FEDCAMDEMO>[http://www.eluniversal.com/2007/12/04/pol_ava_fedecamaras-dice-que_04A1244087.shtml''(02:27PM) Fedecámaras dice que ganó la democracia y llama a la reconciliación.'' Caracas: El Universal, 4 de dezembro de 2007.]</ref>
 
Por outro lado a [[Fedecámaras]] condenou aqueles que propalam boatos dando conta de que [[Hugo Chávez]] tentaria impôr ao país as reformas derrotadas: ''"Se alguém disse que se deve ouvir o povo esse alguém foi o presidente, e sabemos que honrará sua palavra"'' <small>"''Si alguien dijo que hay que oír al pueblo fue el presidente y sabemos que el honrará sus palabras"''</small> <ref name=RECONCILIAR>[http://www.el-nacional.com/www/site/detalle_noticia.php?q=nodo/5243 ''Fedecámaras llama a la reconciliación.'' Caracas: Economia, El Nacional, 4 de dezembro de 2007.]</ref>
 
== O papel dos estudantes no plebiscito ==
Com os partidos políticos tradicionais de oposição a Chávez em frangalhos - e pregando a abstenção na votação ao invés de defender o voto ''"Não"'' - foram os estudantes venezuelanos os principais atores responsáveis pela derrota da proposta de reforma constitucional<ref name=ESTUDANTIL>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/specials/2007/referendo_venezuela/newsid_7112000/7112985.stm CHIRINOS, Carlos. ''El factor estudiantil.'' Caracas: BBCMundo.com 29 de novembro de 2007 - 16:23 GMT]</ref>.
 
O movimento estudantil na Venezuela é muito heterogêneo e disperso, englobando desde estudantes das universidades públicas até os das universidades privadas de elite como a Universidade Católica Andres Bello. Alguns grupos estudantis vêm recebendo ajuda financeira da ''[[USAID]], U.S. Agency for International Development'', que desde 2003 desembolsou US$ 216 mil para "solução de conflitos", "promoção da democracia" e outros programas. Apesar dessa interferência do governo norte-americano, o movimento estudantil parece ser autêntico e não insuflado; essa ajuda financeira foi apenas uma colaboração às suas atividades, mas não a causa principal de sua origem<ref name=ESTUDANTES>[http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/story/2007/12/01/ST2007120102040.html FORERO, Juan. ''Students Become Potent Adversary To Chávez Vision.'' Washington Post Foreign Service, 2 de dezembro de 2007, p. A20]</ref>.
Com os partidos políticos tradicionais de oposição a Chávez em frangalhos - e pregando a abstenção na votação ao invés de defender o voto ''"Não"'' - foram os estudantes venezuelanos os principais atores responsáveis pela derrota da proposta de reforma constitucional <ref name=ESTUDANTIL>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/specials/2007/referendo_venezuela/newsid_7112000/7112985.stm CHIRINOS, Carlos. ''El factor estudiantil.'' Caracas: BBCMundo.com 29 de novembro de 2007 - 16:23 GMT]</ref>.
 
O caso da [[RCTV]] foi visto como mais uma derrota da oposição venezuelana, que a encarou como uma nova batalha política contra o presidente Hugo Chávez. Mas, no dia seguinte, naquele agitado mês de maio, além de uma oposição tradicional frustrada, surgiram os jovens estudantes universitários de Caracas saindo às ruas em defesa da liberdade de expressão, que consideraram prejudicada pelo fechamento da emissora. Nessa conjuntura política, esses jovens estudantes acabaram por se converter num espécie de "ponta de lança" do movimento de oposição a Chávez, e às suas reformas constitucionais. Sua influência não deve ser desprezada, uma vez que, segundo recente pesquisa, os estudantes contam com 47% da confiança da população, enquanto a Igreja conta com 46%, e os meios de comunicação 32%.
O movimento estudantil na Venezuela é muito heterogêneo e disperso, englobando desde estudantes das universidades públicas até os das universidades privadas de elite como a Universidade Católica Andres Bello. Alguns grupos estudantis vêm recebendo ajuda financeira da ''[[USAID]], U.S. Agency for International Development'', que desde 2003 desembolsou US$ 216 mil para "solução de conflitos", "promoção da democracia" e outros programas. Apesar dessa interferência do governo norte-americano, o movimento estudantil parece ser autêntico e não insuflado; essa ajuda financeira foi apenas uma colaboração às suas atividades, mas não a causa principal de sua origem <ref name=ESTUDANTES>[http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/story/2007/12/01/ST2007120102040.html FORERO, Juan. ''Students Become Potent Adversary To Chávez Vision.'' Washington Post Foreign Service, 2 de dezembro de 2007, p. A20]</ref>.
 
Stalin Gonzalez, um líder estudantil, declarou, numa entrevista coletiva de imprensa realizada pouco antes da passeata que reuniu mais de 100.000 defensores do "Não", em 29 de novembro: ''"Não se trata de derrubar Chávez. O que queremos é que ele governe de uma maneira diferente: que governe para todos os venezuelanos."''<ref name=GONZALES>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN2924927920071129''Chavez opponents show force in referendum rally.'' Caracas: Reuters, 29 de novembro de 2007, 6:07pm EST]</ref>
O caso da [[RCTV]] foi visto como mais uma derrota da oposição venezuelana, que a encarou como uma nova batalha política contra o presidente Hugo Chávez. Mas, no dia seguinte, naquele agitado mês de maio, além de uma oposição tradicional frustrada, surgiram os jovens estudantes universitários de Caracas saindo às ruas em defesa da liberdade de expressão, que consideraram prejudicada pelo fechamento da emissora. Nessa conjuntura política, esses jovens estudantes acabaram por se converter num espécie de "ponta de lança" do movimento de oposição a Chávez, e às suas reformas constitucionais. Sua influência não deve ser desprezada, uma vez que, segundo recente pesquisa, os estudantes contam com 47% da confiança da população, enquanto a Igreja conta com 46%, e os meios de comunicação 32%.
 
Na oposição os estudantes parecem ter superado em inciativa os partidos políticos tradicionais, alguns dos quais promoviam a abstenção no referendo, alegando que o processo eleitoral não seria "justo"<ref name=ESTUDANTIL>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/specials/2007/referendo_venezuela/newsid_7112000/7112985.stm CHIRINOS, Carlos. ''El factor estudiantil.'' Caracas: BBCMundo.com 29 de novembro de 2007 - 16:23 GMT]</ref>.
Stalin Gonzalez, um líder estudantil, declarou, numa entrevista coletiva de imprensa realizada pouco antes da passeata que reuniu mais de 100.000 defensores do "Não", em 29 de novembro: ''"Não se trata de derrubar Chávez. O que queremos é que ele governe de uma maneira diferente: que governe para todos os venezuelanos."'' <ref name=GONZALES>[http://www.reuters.com/article/worldNews/idUSN2924927920071129''Chavez opponents show force in referendum rally.'' Caracas: Reuters, 29 de novembro de 2007, 6:07pm EST]</ref>
 
=== O chavismo derrotou Chávez ===
Na oposição os estudantes parecem ter superado em inciativa os partidos políticos tradicionais, alguns dos quais promoviam a abstenção no referendo, alegando que o processo eleitoral não seria "justo" <ref name=ESTUDANTIL>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/specials/2007/referendo_venezuela/newsid_7112000/7112985.stm CHIRINOS, Carlos. ''El factor estudiantil.'' Caracas: BBCMundo.com 29 de novembro de 2007 - 16:23 GMT]</ref>.
A vitória do ''"Não"'' não foi protagonizada apenas, nem principalmente, pela oposição política tradicional a Hugo Chávez. Muitos analistas consideram que foi o próprio chavismo que derrotou [[Hugo Chávez]].<ref name=CHAVISMOBBC>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_7124000/7124829.stm OCHOA, Alfredo. ''El chavismo derrotó a Chávez.'' BBCNews, 3 de dezembro de 2007]</ref> Dentre as causas da derrota de Chavez citam-se a não renovação da concessão da [[RCTV]], o aparecimento do movimento estudantil - em reação à saída do ar da RCTV - que assumiu a bandeira da campanha contra a reforma constitucional e, finalmente, já bem perto do dia do plebiscito, a exortação pública feita pelo general Raúl Baduel que, sendo uma figura emblemática do chavismo, convocou os venezuelanos a votar ''"Não"''. ''"Surgiu uma divergência sobre a visão de país entre o governante e a população, que até agora o tinha apoiado incondicionalmente"'' - afirmou Ismael García, um dos sete deputados do partido ''Podemos'', na Assembléia Nacional<ref name=DIVERGE>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, in Globo.com, 30 de novembro de 2007, 20h30]</ref>.
 
{{referências}}
===O chavismo derrotou Chávez===
 
== Ver também ==
A vitória do ''"Não"'' não foi protagonizada apenas, nem principalmente, pela oposição política tradicional a Hugo Chávez. Muitos analistas consideram que foi o próprio chavismo que derrotou [[Hugo Chávez]]. <ref name=CHAVISMOBBC>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_7124000/7124829.stm OCHOA, Alfredo. ''El chavismo derrotó a Chávez.'' BBCNews, 3 de dezembro de 2007]</ref> Dentre as causas da derrota de Chavez citam-se a não renovação da concessão da [[RCTV]], o aparecimento do movimento estudantil - em reação à saída do ar da RCTV - que assumiu a bandeira da campanha contra a reforma constitucional e, finalmente, já bem perto do dia do plebiscito, a exortação pública feita pelo general Raúl Baduel que, sendo uma figura emblemática do chavismo, convocou os venezuelanos a votar ''"Não"''. ''"Surgiu uma divergência sobre a visão de país entre o governante e a população, que até agora o tinha apoiado incondicionalmente"'' - afirmou Ismael García, um dos sete deputados do partido ''Podemos'', na Assembléia Nacional <ref name=DIVERGE>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/11/30/327395801.asp''Concentração governista marca fim da campanha para referendo na Venezuela.'' Caracas: Agência EFE, in Globo.com, 30 de novembro de 2007, 20h30]</ref>.
* [[Referendo constitucional na Venezuela em 2009]]
 
== Ligações externas ==
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=={{Ver também}}==
*[[Referendo constitucional na Venezuela em 2009]]
 
=={{Ligações externas}}==
* [http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071206_chavezmilitares.shtml# VÍDEO - Chávez Reconhece a derrota - BBCBrasil.com]
 
* [http://www.cne.gob.ve/divulgacion_referendo_reforma/ RESULTADOS OFICIAIS - República Bolivariana de Venezuela - Consejo Nacional Electoral - Poder Electoral - Referendo de la Reforma Constitucional]
 
* [http://www.cne.gov.ve/elecciones/referendo_constitucional2007/index_principal.php ''Documentos do CNE sobre o referendo constitucional'']
 
* [http://www.embvenezuela.org.br/biblioteca/pdf/ANALISIS_DE_LA_REFORMA_CONSTITUCIONAL_port.pdf''Análise da reforma constitucional'']
* {{Link|es|2=http://www.embvenezuela.org.br/biblioteca/pdf/ConstitucionRBV1999.pdf''Constitución |3=de la República Bolivariana de Venezuela.''}}
 
* {{es}} [http://www.embvenezuela.org.br/biblioteca/pdf/ConstitucionRBV1999.pdf''Constitución de la República Bolivariana de Venezuela.'']
 
[[Categoria:Eleições na Venezuela]]