Conde de Caminha: diferenças entre revisões

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O título de '''Conde de Caminha''' foi um [[título nobiliárquico]] de [[Portugal]]. Foi criado por carta de 5 de Julho de [[1476]] do rei D. [[Afonso V de Portugal]] a favor de Pedro Álvarez de Soutomaior, grande nobre da [[Galiza]] e um dos maiores vultos da história galega da segunda metade do século XV, que passou para a história como Pedro Madruga.
 
A lenda conta que Pedro Madruga deveu a sua alcunha a uma disputa que teve com os Sarmiento de [[Ribadavia]], em que combinaram delimitar os seus territorios no lugar onde se encontrassem certo dia, saindo ambos dos seus castelos ao canto do galo. Terá cantado muito cedo o do Soutomaior, porque quando se dispunha o Sarmiento a sair do seu castelo de Ribadavia, encontrou aos pés da muralha o Soutomaior, a quem terá dirigido a seguinte saudação, que deu origem segundo a tradição à alcunha: ''Madruga, Pedro, madruga''.
 
== Conde de Caminha (1476) ==
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Pedro Madruga apossou-se da cidade galega de [[Tui]] cerca de 1456, expulsando o bispo. Intitulou-se visconde de Tui, mantendo-se na posse da cidade o resto dos seus dias, e aproveitando-se da guerra ''"[...] destruiu, saqueou, arrazou na sua província tudo o que pôde pertencente a inimigos seus [...]"'', nas palavras de [[Anselmo Braamcamp Freire]] na sua obra [[Brasões da Sala de Sintra]].<ref>FREIRE, Anselmo Braamcamp: ''Brasões da Sala de Sintra''. Apêndice. Vol. III, p. 322-324</ref>
 
Esteve envolvido na [[Grande Revolta Irmandinha]] na Galiza (1467-1468), nos conflitos que opunham Henrique IV aos Fonseca arcebispos de [[Santiago de Compostela]], inimigos também dos Soutomaior, e em conflitos com os Sarmiento de [[Ribadavia]] também inimigos dos Soutomaior, entre outros. Finalmente, após a morte de Henrique IV em 1474, envolveu-se na [[Guerra de Sucessão de Castela]] (1475-1479) sobre os direitos de sua filha [[Joana, a Beltraneja]] – possivelmente filha da rainha com o fidalgo [[Beltrán de la Cueva]] – ao trono de [[Castela]]. Durante esta guerra, em que assumiu a liderança do partido da Beltraneja na Galiza, apoiou o monarca português D. Afonso V, cuja corte já antes frequentara, e que o tinha auxiliado durante a revolta irmandinha. A intervenção de D. Afonso V na guerra de sucessão castelhana teve o seu ponto alto na [[Batalha de Toro]] em Março de 1476, em que Pedro Madruga também participou do lado português. Quatro meses mais tarde recebeu o título de conde de [[Caminha]], [[vila]] portuguesa na foz do [[rio Minho]], justamente na fronteira entre Portugal e a Galiza.
 
Pedro Álvarez de Soutomaior casou em Portugal durante a revolta dos irmandinhos com Teresa de Távora, filha de Álvaro Pires de Távora, 10.º senhor da [[Casa de Távora]], de quem teve um filho. Nos anos de 1482-1485, os conflitos entre Pedro Madruga e os seus inimigos na Galiza – entre eles os Valadares, os Montenegro, e os Sarmiento – forçaram o conde de Caminha a tomar medidas violentas que lhe valeram o desagrado dos reis de Castela. Pouco pacientes com o seu antigo inimigo, estes decretaram a sua perda das possessões familiares a favor de seu filho Álvaro, numa iniciativa de Teresa de Távora para evitar a ruína da Casa de Soutomaior. Pedro Álvarez de Soutomaior dirigiu-se então a Castela em Janeiro de 1486 para pedir o perdão de suas majestades. Parando em [[Alba de Tormes]] para se encontrar com o seu amigo o [[Ducado de Alba|duque de Alba]], acabaria por encontrar a morte de forma suspeita.
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Estas armas encontram-se no [[Livro do Armeiro-Mor]] (fl 81<sup>v</sup>), no [[Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas]] (onde o leão do timbre é de vermelho) (fl 17<sup>r</sup>), no [[Thesouro de Nobreza]] (onde o leão do timbre é de prata) (fl 34<sup>r</sup>), etc. Encontram-se tambem na [[Sala de Sintra]].
 
Braamcamp Freire, nos ''Brasões da Sala de Sintra'', refere as seguintes armas para o conde de Caminha: de prata, com três faixas xadrezadas de ouro e vermelho, de quatro tiras, cada pecapeça carregada de uma cotica em faixa de negro.<ref>Id., ''Ibid.''</ref>
 
== Galeria ==
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* [[Conde de Olivença]] (1476)
* [[Conde de Cantanhede]] (1479)
* [[Conde da Feira]] (1481)
* [[Conde de Alcoutim]] (1496)
* [[Conde de Portalegre]] (1498)