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'''Burschenschaft Paulista''' ou '''Bucha''' foi uma sociedade secreta, liberal e filantrópica que defendia idéiasideias liberais e republicanas.
 
== História ==
A ''Bucha'' foi criada por [[Johann Julius Gottfried Ludwig Frank]], conhecido, no Brasil, por [[Julius Frank]], na década de 1830. Frank foi um professor alemão do ''Curso Anexo'' da [[Faculdade de Direito do Largo de São Francisco]], onde lecionou entre os anos de 1834 até sua morte, em 1841<ref>[http://books.google.de/books?id=YnyaQqD1L0AC&pg=PA75&lpg=PA75&dq=shozo+motoyama+70+anos+julius+frank&source=bl&ots=KyIpyRO1m-&sig=MOz1evZJawn7aCvsBznDIFSoaxg&hl=de&sa=X&ei=1-KDT_7zNc_ssgabvrD2Bg&ved=0CCAQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false MOTOYAMA, USP 70 Anos, p. 75.]</ref>. Seu objetivo era ajudar os desfavorecidos através de uma rede de alunos e ex-alunos da São Francisco. Sabe-se que a inspiração de Frank foi a [[Burschenschaft]] alemã e os ideais republicanos da época. Ao lecionar história e filosofia, Frank teve um papel decisivo na formação da jovem elite intelectual, que sonhava com os ideais democráticos e anti-imperialistas. De fato, a "Bucha" acabou tendo uma atuação importante como órgão fomentador e articulador de personagens importantes da novíssima república brasileira.
 
A origem do nome é ''[[Burschenschaft]]'' - do [[alemão]] ''bursch'', que significa camarada e ''schaft'', [[confraria]]. Estas associações já existiam na [[Alemanha]] e foram trazidas pelo Professor Júlio Frank a [[São Paulo]]. O mesmo pertencia à uma sociedade na [[Universidade de Gotha]], na sua terra natal. Dizia Julius Frank que ''"os que estiverem na Academia continuarão a obra de assistência; os que terminarem o curso terão nela uma sociedade de ex-alunos, tão útil, e se auxiliarão mutuamente através do tempo. E, ainda mais tarde, se quiser, poderá governar o país..."''
 
== Organização ==
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== Membros Famosos ==
Muitos políticos, ministros e presidentes da [[República Velha]] foram bucheiros. Seu lema era ''Fé, Esperança e Caridade'' (F.E.C.), e sofria influências dogmáticas do [[iluminismo]] e da [[maçonaria]]. Estas confrarias sofriam influência direta da [[Ordem dos Illuminati]] de [[Adam Weishaupt]].
 
Diversos membros da ''Bucha'' tiveram enorme influência nos acontecimentos políticos ocorridos a partir do séc. XIX. Entre os 133 participantes da [[Convenção de Itu]], em 1873, que resultou na criação do [[Partido Republicano Paulista]], predominavam bucheiros como [[Campos Salles]], [[Francisco Glicério]], [[Américo de Campos]] e [[Rangel Pestana]]. Esses últimos foram, ao lado de [[Júlio de Mesquita]], os fundadores do jornal [[O Estado de S. Paulo]], que foi também uma espécie de órgão oficial da Bucha. Consta que [[Júlio de Mesquita Filho]] foi "chaveiro" da Bucha<ref>[http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=313&Artigo_ID=4913&IDCategoria=5624&reftype=1&BreadCrumb=1 Carvalho, ''A herança liberal de Júlio Frank'', In: Revista Problemas Brasileiros n. 388, 2008]</ref>.
 
A famosa ''Comissão dos Cinco'', encarregada de elaborar o anteprojeto da Constituição republicana, tinha entre seus membros três "bucheiros", [[Saldanha Marinho]], [[Américo Brasiliense]] e [[Santos Werneck]]. Essa informação segundo [[Afonso Arinos de Melo Franco]] (também bucheiro e filho de bucheiro), na biografia que escreveu sobre o presidente Rodrigues Alves. Os três ministros civis mais proeminentes do governo provisório encabeçado pelo marechal [[Deodoro da Fonseca]] eram da Bucha: [[Ruy Barbosa]] (Fazenda), [[Campos Salles]] (Justiça) e [[Quintino Bocaiúva]] (Negócios Estrangeiros). Além disso, também foram bucheiros na [[República do café com leite]], os presidentes paulistas [[Prudente de Moraes]], [[Campos Salles]], [[Rodrigues Alves]], [[Washington Luís]] e [[Júlio Prestes]], eleito em 1930 e que não chegou a assumir, assim como os presidentes mineiros [[Afonso Pena]], [[Wenceslau Braz]] e [[Arthur Bernardes]]<ref>[http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=313&Artigo_ID=4913&IDCategoria=5624&reftype=1&BreadCrumb=1 Carvalho, ''A herança liberal de Júlio Frank'', In: Revista Problemas Brasileiros n. 388, 2008]</ref>.
 
Poetas como [[Castro Alves]], [[Álvares de Azevedo]] e [[Fagundes Varela]] e personalidades da história do Brasil como o [[Barão do Rio Branco]] também pertenceram à ''Bucha''. Diferentemente de suas congêneres alemãs, a ''Bucha'' sempre foi uma sociedade absolutamente secreta, submergindo na mais rigorosa clandestinidade após a Revolução de 1930.
 
== Ver Tambémtambém ==
* [[Burschenschaft]]
* [[Julius Frank]]
* [[Skull and Bones]]
* [[República Velha]]
 
{{Referênciasreferências}}
 
== Bibliografia ==
* Schmidt, Afonso Frederico, ''À sombra de Júlio Frank'', Editora Brasiliense, s/d.
* Bandecchi, Brasil, ''A Bucha, a Maçonaria e o Espírito Liberal'', Editora Parma, 1982.
* Müller, Daniel Pedro, ''Ensaios D´Um Quadro Estatítico da Província de São Paulo'', Governo do Estado de São Paulo, 1978.