Cerco de Berati (1280–1281): diferenças entre revisões

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Miguel VIII rebateu a ameaça emergente por uma missão diplomática ao papado que, no [[Segundo Concílio de Lyon]] (1274) concordou com a união da [[Igreja Católica]] e [[Igreja Ortodoxa|Ortodoxa]] após o [[Grande Cisma do Oriente]] de 1054 e, assim, colocou Miguel e seu império sob a proteção papal. Aproveitando o entrelaçamento de Carlos no conflito entre [[Guelfos e Gibelinos]] na Itália, na primavera de 1274 Miguel lançou um ataque contra as possessões angevinas na Albânia. Berat e Buthrotum foram tomadas e as tropas de Carlos foram empurradas de volta do interior para os portos de Valona e Dirráquio. Embora estes tenha sido assaltados várias vezes em 1274-1275, eles permaneceram na mão dos angevinos.{{harvref|Nicol|1993|p=58}}{{harvref|Geanakoplos|1959|p=279–280}}{{harvref|Fine|1994|p=187}}
 
Em 1279, contudo, Carlos tinha estabelecido seu controle não só sobre os Estados latinos da Grécia (após 1278 ele foi o [[Principado de Acaia|príncipe de Acaia]]), mas também recebeu a submissão e vassalagem de [[Nicéforo I Comneno Ducas|Nicéforo I]], déspota do Épiro.{{harvref|Nicol|1993|p=63}}{{harvref|Fine|1994|p=185–186}} Em agosto de 1279, em preparação para retomar sua ofensiva contra Miguel ao longo da via Egnatia, Carlos apontou como seu vigário-general na Albânia o burgúndio Hugo, o Vermelho. No ano seguinte, Hugo recebeu um fluxo constante de suprimentos, equipamentos de sítiocerco e reforços.{{harvref|Geanakoplos|1959|p=329–330}}{{harvref|name=Set136|Setton|1976|p=135-136}}
 
== O sítiocerco ==
 
[[Imagem:Berat Albania 15.jpg|thumb|A entrada da cidadela de Berat, com a igreja bizantina de Santa Trindade do século XIII.]]
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[[Imagem:Berat Albania 17.jpg|thumb|O rio Osum fluindo através de Berat, com a colina da cidadela à esquerda.]]
 
Em agosto/setembro de 1280, com um exército de 2000 cavaleiros e 6000 de infantaria Hugo começou seu ataque por assalto a fortaleza de Kanina e então avançou para a Albânia central liderando o sítiocerco de Berat. A situação era grave para o império: Berat era, nas palavras do historiador Deno. J. Geanakoplos "a chave para a via Egnatia e toda a Macedônia". Se fosse tomada, o império estaria aberto para uma invasão, que, se conjunta com os Estados latinos da Grécia e os governantes gregos do Épiro e Tessália, poderia resultar na queda de [[Constantinopla]] para Carlos.<ref name=Set136 />{{harvref|Geanakoplos|1959|p=330-331}} Respondendo aos pedidos de reforços do governador de Berat, Miguel VIII ordenou orações especiais para a salvação do império, e montou um exército liderado por alguns e seus melhores generais. O comandante-em-chefe do exército foi o ''[[Domestikos|megas domestikos]]'' [[Miguel Tarchaneiotes]], com o ''[[Stratopedarches|megas stratopedarches]]'' [[João Sinadeno (megas stratopedarches)|João Sinadeno]], o ''[[despotes]]'' Miguel Comneno Ducas (genro do imperador), e o oficial [[eunuco]] da corte Andrônico Enopolita como comandantes subordinados.{{harvref|Nicol|1993|p=65}}{{harvref|Geanakoplos|1959|p=331}}
 
Enquanto isso, o cerco de Berat continuou até o inverno de 1280/1281. No início de dezembro, as forças angevinas tinha apreendido um número de fortes periféricos ao redor da cidade e penetraram nos subúrbios. Carlos, contudo, manteve-se ansioso para tomar a cidade antes da força de socorro bizantina chegasse. Ele ordenou a seus governadores na Albânia direcionassem todos os seus recursos para o cerco, e mostrassem seu grande interesse por uma série de cartas para Hugo, instruindo-o a tomar a cidade de assalto se necessário.{{harvref|Geanakoplos|1959|p=331-332}}{{harvref|Setton|1976|p=136-137}} A força bizantina avançou cautelosamente, e chegou na região no começo da primavera de 1281. O ''megas domestikos'' Tarchaneiotes evitou um confronto direto e contou com emboscadas e incursões. Ele também conseguiu reabastecer a fortaleza sitiada com provisões, que foram carregadas em balsas e depois lançadas à esquerda do [[rio Osum]] que corre pela cidadela.{{harvref|Nicol|1993|p=65-66}}{{harvref|Geanakoplos|1959|p=332}}