Revolta dos Batavos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 30:
Eles eram um povo guerreiro e cavaleiros habilidosos, além de habituados ao mar e bons nadadores. E, portanto, ótimos para a formação de soldados. Para compensar o raro privilégio da isenção do ''tributum'' (tributo direto sobre a terra e ''per capita'' à que a maioria dos ''peregrini'' estava sujeita), eles ofereciam um número desproporcional de recrutas às tropas auxiliares júlio-claudianas: uma ''ala'' e 8 ''[[coorte|cohortes]]''. Eles também forneciam a maior parte da tropa de elite de proteção pessoal de [[Augusto]] (''Germani corpore custodes''), que continuaram em serviço até 68 d.C.<ref name = BIR43/>. Os auxiliares batavos eram por volta de 5.000 homens, o que implica que durante todo o período júlio-claudiano, mais de 50% de todos os homens batavos em idade militar (16 anos) poderiam estar alistados. Assim, os batavos, que representavam por volta de 0,05% da população do império em 23 d.C., forneciam por volta de 4% do total das tropas auxiliares (ou seja, 80 vezes a sua proporção). Eles eram considerados pelos romanos como sendo os melhores (''fortissimi'', ''validissimi'') entre os auxiliares e, também, de toda o exército<ref>[[Tácito]] ''Germania'' 29.1 e ''Historiae'' II.28</ref>. Durante o serviço que prestaram aos romanos, eles aperfeiçoaram uma técnica única de nadar através de rios enquanto vestidos com a armadura completa e portando as suas armas<ref>[[Dio Cassius]] LXIX.9.6; [[Tácito]] ''Agricola'' 18.4 </ref>.
 
[[Julius Civilis]] (claramente um nome latino adotado, não o verdadeiro de batismo) era um príncipe hereditário dos ''batavi'' e o prefeito de uma [[coorte]] batava. Um veterano com 25 anos de serviço, ele já havia servido com distinção na [[Britânia (província romana)|Britânia]], onde ele e oito coortes tiveram um papel crucial tanto na [[Invasão romana da Britânia|invasão romana]] em 43 d.C. e a subsequente pacificação da Britânia meridional<ref>Tácito ''Historiae'' IV.12</ref>.
 
Por volta de 69, porém, Civilis, os regimentos batavos e o povo batavo estavam profundamente descontentes com Roma. Após os regimentos terem sido retirados da Britânia e ido para [[Itália (província romana)|Itália]] em 66 d.C., Civilis e seu irmão, também um prefeito, foram presos pelo [[governador romano|governador]] da Germânia Inferior e falsamente acusados de traição: seu irmão foi executado e Civilis foi enviado à Roma, prisioneiro, para ser julgado por [[Nero]] (a diferença de tratamento pode indicar que seu irmão ainda era um "[[peregrinos|peregrino]]", enquanto que Civilis, como seu nome indica, já era um [[cidadão romano]], o que lhe permitia levar o seu caso ao [[imperador romano|imperador]]). Enquanto ele estava preso, Nero foi forçado a cometer o suicídio, terminando com ele a dinastia [[Júlio-Claudiana]]. Ele foi então substituído pelo governador da [[Hispânia]], [[Galba]], que inocentou Civilis e permitiu que ele voltasse pra casa.