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A cidade moderna situa-se junto à margem ocidental do Mar Cáspio, a sul do rio Rubas, nas encostas das {{ilc|montanhas de Tabasaran||Montes Tabasaran}}, que são parte da [[cordilheira do Cáucaso]]. A cidade é bem servida por transportes públicos, com o seu [[Porto (transporte)|porto]] e uma [[linha férrea]] que liga com [[Baku]], a sul, e pela estrada que liga Baku e [[Rostov do Don]].
 
A norte da cidade encontra-se o monumento dos ''Kirk-lar'', ou "quarenta heróis", que caíram defendendo o Daguestão dos [[árabes]] em 728. A sul encontra-se a extremidade virada para o mar da chamada muralha caucasiana, com 50 metros de comprimento, também conhecida como Muralha ou Portas de Alexandre, que bloqueia o estreito passo da Porta Férrea ou Portas do Cáspio (''Portae Athanae'' ou 'Portae Caspiae''). Quando estava inteira, a muralha tinha nove metros de laturaaltura e cerca de três metros de espessura, e com as suas numerosas portas de ferro e torres de vigia constituía uma importante defesa da fronteira [[Pérsia|persa]].
 
==História==
A localização de Derbent sempre teve grande importância estratégica no Cáucaso. A cidade situa-se numa faixa estreita de três quilómetros entre o Mar Cáspio e as montanhas do Cáucaso. Historicamente, esta posição permitia aos governantes de Derbent controlar o tráfico terrestre entre a [[estepe]] [[Eurásia|eurasiática]] e o [[Médio Oriente]]. A única passagem praticável da [[Tergo|cumeada]] do Cáucaso é o {{ilc|desfiladeiro de Darial||Garganta de Darial|Gargantas de Darial}}.
 
O primeiro povoamento intensivo na área de Derbent data do {{AC|século VIII|n}}. O local foi controlado de forma intermitente por monarcas persas a partir do {{AC|século VI|n}} Até ao {{DC|século IV|n}} fez parte da [[Albânia Caucasiana]] e é tradicionalmente indentificadaidentificada com '''Albana''', a capital. O nome atual é de origem persa (دربند; ''Darband''), que significa "portas" ou "portões fechados", e começou a ser usado no {{DC|século VI|n}}, quando a cidade foi restabelecida por {{Lknb|Kavadh|I}} da [[dinastia sassânida]] da Pérsia.
 
Acredita-se que as muralhas com 20 metros de altura, com 30 torres com vistas para norte datam do reinado de {{Lknb|Cosroes|I|da Pérsia}}, filho de Kavadh I. O cronista {{ilc|Moisés Kaghankatvatsi||Movses Kaghankatvatsi|Movses Kagankatvatsi}} escreveu acerca das "«muralhas marvilhosasmaravilhosas para as quais os reis persas esgotaram o nosso país, recrutando arquitetos e recolhendo materiais tendo em vista a construção de um grande edifício estendendo-se entre as montanhas do CaúcasoCáucaso e o Grande Mar Oriental.»'' Derbent tornou-se um poderoso entreposto militar do Império Sassânida. Durante os séculos V e VII, a cidade tornou-s igualmente um importante centro de expansão da [[Cristianismo|fé cristã]] no CaúcasoCáucaso.
 
Moisés Kaghankatvatsi deixou uma descrição muito viva do saque de Derbent pelas hordas de {{ilc|Tong Yabghu||Tong Yabghu Qaghan|Ziebel}}, do {{Ilink condicional|Canato Túrquico Ocidental||[[Göktürks#Canato Túrquico Ocidental|Canato Túrquico Ocidental]]}}, em 627. O seu sucessor,{{Carece de fontes|data=julho de 2012}} {{ilc|Böri Shad||Böri Şad}}, não se mostrou capaz de consolidar as conquistas de ong Yabghu, e a cidade foi retomada pelos persas. Em 654, Derbent foi conquistada pelos [[árabes]], que a trasnformaramtransformaram num centro administrativo importante e introduziram o [[Islão]] na área. Devido à sua posição estratégica no ramo norte da [[Rota da Seda]], a fortaleza foi disputada pelos [[cazares]] durante as [[guerras árabes-cazares]]. Os sassânidas também levaram [[arménios]] de [[Syunik]] para Derbent a fim de ajudarem a defender o passo dos invasores. À medida que o domínio árabe da região enfraqueceu no final do {{séc|IX}}, os arménios que ali viviam lograram estabelecer um reino deles próprios, que durou até as primeiros anos do {{séc|XIII}}.
 
[[Ficheiro:Dimitri N Ermakov Derbend Festung.jpg|left|thumb|Fotografia das muralhas de Derbent datada da última década do {{séc|XIX}}]]
 
O [[califa]] [[abássida]] [[Harun al-Rashid]] {{nwrap|r.|786|809}} viveu durante algum tempo em Derbent, trazendo à cidade a reputação de capitalscapital das artes e comércio. De acordo com os historiadores árabes, a cidade tinha então mais de {{formatnum:50000}} habitantes, o que fazia dela a maior do Cáucaso no {{séc|IX}}. Como o colapso do califado árabe no {{séc|X}}, Derbent tornou-se a capital de um [[emirado]]. Este pequeno estado teve vários confrontos militares com o estado cristão vizinho de [[Sarir]], dos quais geralmente saiu derrotado, o que resultou em que ocasionalmente Sarir controlava a política de Derbent. Apesar desses conflitos, o emirado sobreviveu à queda do seu rival e continuou a prosperar até ao período da [[Linha do tempo das invasões mongóis|invasão]] [[Mongóis|mongol]] de 1239.
 
No século XIV Derbent foi ocupada pelos exércitos de [[Tamerlão]] {{nwrap||336|1405}} Em 1437, caiu nas mãos dos {{ilc|Shirvanshahs|Shirvanshah|Chirvanchah}} do [[Azerbaijão]]. Durante o {{séc|XVI}} Derbent foi palco de guerras entre a os impérios [[Império Otomano|Otomano]] e [[Safávidas|Safávida]] da [[Pérsia]]. Os otomanos ganharam o controlo da cidade após a [[batalha de Torches]] (1583). A posse da cidade ficou assegurada no {{ilc|Tratado de Istambul|Tratado de Istambul (1590)|Tratado de Ferhat Pasha|Tratado de Ferhat Paşa}} assinado em 1590.